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História A República - Tretas juninas


Escrita por: Byanca96 e Edylove

Notas do Autor


Oi amores !!!

Depois de tanta tristeza, um cap bem Light e feliz pra gente se divertir um pouco!!

Como de costume, festa não acaba por aqui (aquela carinha) e está só COMEÇANDO (risada malegna do saga)

Boa leitura ❤

Capítulo 69 - Tretas juninas


Fanfic / Fanfiction A República - Tretas juninas

Dois dias depois 

Seika despertou confusa. Parecia estar em um quarto de hospital. Ao tentar se mover, sentiu uma dor aguda em seu peito. Lembrou-se vagarosamente sobre o que havia acontecido e se sentiu aliviada ao ver Ilias adormecido ao seu lado sobre a cadeira. Ele estar dormindo tão levemente só podia significar que Regs estava bem e que provavelmente, todos os outros também estavam.

_Senhor... Ilias...?- tentou se mover com alguma dificuldade. Viu o loiro acordar depressa e ajudá-la a se recostar nos travesseiros macios.

_Que bom que acordou, Seika – viu o sorriso largo do leonino - Está tudo bem, agora... Como se sente? - interrogou, preocupado.

_Melhor, eu acho... Ainda dói, mas parece que estou bem melhor – suspirou – Onde está Regs?

_Ele está bem. A propósito, todos os outros estão bem... A polícia conseguiu pacificar a comunidade onde mora, Seika - sorriu com sinceridade. Estava profundamente aliviado por Seika ter sido salva. Porém, tão envergonhado quanto, pelo constrangimento e sofrimento que a fez passar, sem que tenha procurado a fundo a origem do problema.

_Isto é ótimo, Sr. Ilias... Fico feliz que tudo tenha terminado bem – sorriu tímida.

_Devo a vida de Regs a você... Eu soube que se atirou na frente da bala por ele... Eu nunca em minha vida pude encontrar uma prova de amor assim. Você não existe, Seika... Muito obrigado e perdão - tomou a mão direita da oriental com a sua – Me perdoe pelo mal juízo que fiz de você... Quando, e se voltar a sentir-se à vontade, gostaria que voltasse a trabalhar em minha casa... Regs precisa de você.

_Eu agradeço muito, Sr. Ilias, porém não sei se devo... Creio que consiga encontrar emprego em outra casa de família e...- em seu interior, tinha vontade de aceitar, porém, havia algo, ou melhor, alguém que lhe impedia: Sasha. Não se sentia intimidada, mas não se sentia à vontade no mesmo ambiente que a patricinha. Não tinha ganas para encará-la após ter ouvido e passado tudo o que passou nas mãos dela.

_Não! De jeito nenhum! Sei que está, com todo o direito, muito aborrecida com o que fiz, mas por Regs... Aceite – disse em tom baixo – Por favor?

_Preciso pensar, Sr. Ilias, mas...

_Conversamos sobre isso depois, certo? Tem uma pessoa lá fora que quer ver você - suspirou pesado. Não estava muito à vontade com a presença daquele homem perto de Seika, mas Regs o disse que foi ele quem o ajudou durante todo este tempo no Morro do Galo.

_Certo...- sorriu fraco. Em seu íntimo, sabia quem era a pessoa que estava lá. Ao mesmo tempo em que se sentia feliz, sentia-se fraca. Queria vê-lo, mas não queria despedir-se. Viu Geki passar pela porta após a saída de Ilias. Seu coração descompassou de imediato.

_Seika...- o robusto homem se portou ao lado da amada ao vê-la acordada. Nunca teve tanto medo em toda a vida como teve de perdê-la - Não sabe como tive medo... Medo de perder você...

_Sabe que não precisa...- olhou-o nos olhos.

_Claro que não... Já perdi você há muito tempo – sorriu entre algumas lágrimas. Não podia deixar de se emocionar ao estas prestes a dizer o que tinha a dizer. Viu-a viu retomando o fôlego para dizer algo - Não... Não gaste sua saliva comigo... Eu vim apenas me despedir.

_Despedir? - inclinou-se nos travesseiros. O que ele queria dizer com isto?

_Sim... Despedir... Seika, eu te amo... Amo mais que qualquer coisa neste mundo, e sei que isso não vai mudar tão cedo – suspirou – Eu sei o que fiz. Sei tudo o que fiz e que sou o único culpado por ter te afastado de mim – viu algumas lágrimas se formarem nos olhos puxados - Não chore – secou uma delas, que corria pela maçã direita do rosto da moça - Eu só quero que seja feliz, mesmo que não seja comigo. E sei que não vai ser... Sabe, eu vi o olhar daquele cara pra você enquanto dormia – sorriu novamente, tentando quebrar o choro de Seika – Aquele mesmo olhar que eu olho para você... Talvez ele não saiba ainda, mas ama você, e também, talvez não saiba o tamanho da sorte que ele tem e terá se algum dia você também gostar dele – afagou a face ruborizada.

_Geki... Por que escolheu essa vida? Por que desistiu de nós...? - seus olhos estavam suplicantes. Brilhavam pelas lágrimas finas que corriam deles.

_Eu precisava... Você sabe disso, Seika... Eu era jovem, encontrei um caminho mais rápido e fácil, diferente de você... Você merece ser feliz... Merece e vai... Eu espero que esse cara que saiu aí seja pra você o cara que eu não fui... Te faça feliz como eu não fui capaz de fazer... Eu falhei, Seika, mas você não...- tomou o rosto dela entre as mãos e a fez olhá-lo nos olhos – Por favor, seja feliz... Seja feliz – beijou-lhe a testa. Um beijo doce e terno. Não ouviu o que ela tinha a dizer. Queria poupar esse sofrimento. Preferia seguir em frente e acreditar que não o amava mais e ponto final. Seus caminhos eram diferentes. E para sempre seriam. Não desejava a ela nada além de felicidade.

"Ninguém disse que seria fácil

É uma pena nos separarmos

Ninguém disse que seria fácil

Mas também não disseram que seria tão difícil"

_________xx_________

Após a saída de Yuzuriha da Unidade de Terapia Intensiva, a loira foi levada para o quarto, ainda sedada. Talvez em pouco tempo acordasse. Hakurei deixou Mel na companhia de Jonas e Alice, que chegaram em pouco tempo da ciência do ocorrido. Era impressionante como Leona não movia uma palha para ver a filha. Contentou-se com um "ela já está medicada" para não se ausentar de seu precioso trabalho.

Esperava que o médico responsável pelo quadro de Zu retornasse dando algum sinal. Queria estar ao lado dela quando descobrisse. Conhecia o temperamento e o gênio de sua filha como a palma de sua mão.

_Por que não espera que o médico converse com ela a sós, Hakurei? - Sage dizia calmamente ao irmão. Na medida do que era possível estar calmo.

_Não quero que ela esteja sozinha quando souber... Queria poupá-la disto – suspirou.

_Ela não pode ser poupada de tudo, meu irmão... Certas coisas fazem parte da vida, ela não pode viver sendo poupada de ouvir o que não quer para sempre! Sei que é uma situação tensa e estou tão triste quanto você, mas acho que deveria esperar – viu o irmão encará-lo e dar as costas sem nada dizer. Esta mania de superproteção que Hakurei tinha com seus filhos, e especialmente com Zu, ainda os prejudicaria. Tinha certeza disto como a clareza da água.

Entrou no quarto e viu que o Dr. Ricardo ainda o esperava para fazer qualquer contato com a menina. Conheciam o código de ética médica de trás para frente e sabiam que, a depender da situação, era melhor que a informação fosse dada por um familiar. Era este exato caso. Por sorte, a situação de Yuzuriha não se complicou mais do que o previsto.

Viu os olhos azuis de Zu se abrirem lentamente e um sorriso fino se formar nos lábios dela ao vê-lo ali.

_Pai...- disse num balbucio.

_Oi, filha... Estou aqui – segurou a mão da loira e se aproximou da cama – Você sabe onde está?

_No...- analisou vagarosamente o lugar em que estava – Hospital...? - aos poucos, recordava-se de uma dor aguda tê-la levado até lá. Depois disto, mais nada – Atla... Atla!

_Calma! Calma, já está tudo bem, certo? Atla está em casa há tempos – respirou fundo e tentou sorrir – Todos estão a salvo – viu-a sorrir de leve.

_Minha... Filha? Ela nasceu? Quero... quero ver a Valentina...- passou a mão por seu ventre e sentiu menor volume – Ela nasceu, pai?

_Filha, nós podemos conversar a respeito disto depois? Você precisa descansar agora, pois deu um belo susto na sua família - sorriu de leve e beijou-lhe a testa. Queria que ela não tivesse mencionado o nascimento da filha. Em anos como médico, jamais se sentiu tão derrotado em ter de contar uma verdade.

_Dei? - sorriu mais largo.

_Deu sim... Agora durma, talvez fique mais alguns dias em observação e recuperação no hospital. Eu volto mais tarde, tudo bem?

_Pai! Fica aqui comigo... Não quero ficar sozinha.

_Shion vem ficar com você, Zu. Preciso ver Mel um instante e depois volto.

_Por que ela sempre fica em primeiro? Por que ela é melhor do que eu?

_Filha, não é nada disso! Mel, assim como você, sofreu um pequeno acidente devido à situação que viram no Morro do Galo... Vou apenas conversar um pouco com o pai dela sobre a situação e volto para ficar com você, certo?

_Ta – emburrou a face e virou-a contra ele, que apenas fez uma negativa com a cabeça e saiu do quarto acompanhado do outro médico, fechando a porta com leveza logo em seguida. Sentiu seus olhos pesarem e logo dormiu outra vez. Aqueles medicamentos eram fortes demais.

Pela manhã, despertou e foi alimentada. Quase não tocou na comida. Estava ansiosa por saber de sua filha.

_Odeio comida de hospital – emburrou-se e afastou o prato – Dr, eu quero saber o que está havendo! Pai!?

_Bem, Yuzuriha, preciso conversar com você seriamente sobre este assunto – limpou a garganta e recebeu um aceno positivo de Hakurei - Você sofreu um quadro complicado que chamamos de eclampsia, que consiste em uma série de convulsões ocasionadas na gestação, no seu caso, devidas à forte tensão que seu esposo nos contou a respeito do ocorrido com seu irmão... O fato é que sua pressão arterial subiu de certa forma, que precisamos interceder por sua vida ou pela de sua filha... E, bem...

_Minha filha... Morreu? É isso? - disse entre os dentes - É isso que você... Pai...? - olhou para Hakurei, buscando uma negação, que não veio – Isso... Isso não é verdade... NÃO É VERDADE! - foi abraçada pelo pai, que colou sua cabeça em seu peito – Pai... Você prometeu que ia dar tudo certo... Prometeu que ia amar a Valentina... PAI!

_Minha filha, você precisa se acalmar! - olhou-a nos olhos – O importante agora é que você está aqui... Os médicos tiveram de fazer uma escolha difícil, meu amor... Acredite em mim... - suspirou. Não sabia o que dizer. Não sabia mais o que dizer - Você ainda é jovem, minha filha... Tem uma vida toda pela frente e, quem sabe um dia pode voltar a tentar outra criança, hein? Com mais maturidade, mais sabedoria... Filha, essa foi uma notícia devastadora para todos nós, mas precisa seguir em frente, reagir. Sabe quantas mulheres perderam seus filhos na primeira gestação? - viu uma negativa – Pois então... Valentina está em um lugar lindo agora, eu tenho certeza – secou uma lágrima que correu pelo seu olho. Não poderia demonstrar fraqueza para sua filha em um momento como este - Você vai precisar de um tempo de descanso agora e ouvir com bastante atenção as recomendações que o Dr. Ricardo fará a você, entendeu? Você não está sozinha, Zu... Tem a mim, aos seus irmãos, Shion... Todos nós amamos você e estaremos ao seu lado para superar isto, ok?

_Sim...- seu olhar estava perdido. Pensava a todo momento em sua filha. No bercinho lindo que havia montado ao lado de sua cama para ela. Em como seria seu rosto. Seus olhos... Ouvia dizer que Deus era justo... Mas que Deus era esse que havia arrancado seu único amor de dentro dela sem razão?! Nunca o perdoaria por ter tirado sua filha. Nunca.

_________xx_________

Julho – 1 mês depois

Após todo aquele tumulto pelo ocorrido no Morro do Galo, os estudantes voltaram a se estabilizar, e com a chegada do mês de Julho, organizaram a famosa festa junina da Universidade, que se estenderia pelo Campus inteiro. Isa e Sísifo tiveram a ideia de um "arraiá beneficente" que contava com a arrecadação de água e alimentos para serem distribuídos para as famílias necessitadas da região, que sofria com a intensa falta de água e pobreza em algumas áreas vastas. O resto do dinheiro arrecadado na venda de rifas e doces nas barraquinhas, seria doado para instituições de caridade, inclusive para o auxílio da ONG, que agora funcionava plenamente, com a pacificação do Morro do Galo.

O campus estava lotado. Na verdade, lotado era pouco. Várias mesinhas, barracas e bandeirinhas coloridas. Bem no centro, a tradicional fogueira de São João. Uma deliciosa sanfona conduzia um forró gostoso ao fundo. Shina dirigia a barraca dos doces com "mãos de ferro". Era perfeccionista ao extremo quanto se tratava de sua culinária.

_POSSO SABER POR QUE ESTÁ FALTANDO BROA DE MILHO AQUI? - a morena arrancava os cabelos. Provavelmente seus colegas esqueceram a broa na cantina. Diabos!

_Amor, você pode ser mais calma às vezes, sabia? - June estava recostada sobre o balcão da barraca da namorada. Comia uma maçã do amor – Para de se irritar com seus amigos – ria.

_VOCÊ FALA ISSO POR QUE NÃO É VOCÊ QUE ESTA AQUI! GRRR... CADÊ OS BRIGADEIROS?!

_Vou te deixar trabalhar! Depois eu volto – selou rapidamente os lábios vermelhos da namorada e foi procurar por Marin.

Em outro canto da festa, Isa, Aninha e Thetis, assim como seus namorados, ficaram responsáveis pelas vendas das rifas. Corriam de um lado para o outro na festa, buscando vender todas elas.

_Oi tio! - disse sorrindo para Rugonis, o sogro de Ana – Quer comprar uma rifa? Três reais só - sorria largo para o loiro.

_Me vê o bloquinho todo aí, quantas você tem? - retirou a carteira do bolso.

_Tenho um inteiro de trinta! É esse mesmo que você vai querer, né tio? - gargalhava enquanto olhava para a cara dele.

_Essa mesmo, mas olha aqui – se aproximou dela – Faz eu ganhar, viu? Quero comer chocolate até a próxima festa junina! Se eu não ganhar, vou pegar meu dinheiro de volta, hein!

_Pode deixar que eu tento burlar o sorteio! - disse em tom baixo, arrancando risos largos do belo homem. Via Suzana olhando de soslaio para sua conversa e se despediu dele antes que causasse uma briga desnecessária entre ele e a esposa. Andou até a mesa onde Mel estava sentada junto de Hakurei, Debas e Atla.

_CUNHADO! - abraçou o mais velho com gosto – Olha o que eu trouxe pra você comprar pra sua esposinha! - se abanou com a cartela de rifas – Vale uma cesta de chocolate!

_AMOR! - Mel fez um beicinho enorme – Eu quero...- não que não tivesse o que comer. Ela e Debas montaram uma verdadeira ceia sobre a mesinha. Havia de tudo: feijão amigo, brigadeiro, bolos, caldo verde, caldo de ervilha e outros quitutes.

_Tá bom, Melissa, tá bom...- sorriu e comprou mais vinte rifas, seguido de Atla, que com o dinheiro de seu "trabalho" comprou cinco.

Isa já estava com seus bolsos lotados. Os seis se encontraram na barraca do beijo, onde Aioros estava sendo protagonista. Riram largamente do amigo, que estava atracado com uma loira à essas alturas. Em sua camisa, abaixo da blusa xadrez, estava escrito "Eu sou puto", uma frase altamente conveniente a ele. Se sentaram ao redor da mesinha e contaram o dinheiro que já haviam conseguido.

_Aioros, você ainda tem essa blusa? - Saga revirou os olhos ao notar que a blusa do amigo era uma que ele e Kanon haviam feito para o carnaval de três anos atrás - Você não tem vergonha nessa cara, não?

_Vergonha? O que ser vergonha? - disse ele, com os lábios borrados de vermelho – Essa palavra NÃO EXISTE no meu dicionário!

_Você não tem conserto mesmo! - os meninos riram juntos.

_E eu lá sou roupa rasgada pra ter conserto? Agora dá licença que tem uma fila de gatas pagando pelo beijinho do papai aqui! - voltou-se para o gêmeo novamente – A não ser que você queira um beijo meu, aí eu faço de graça! - jogou um beijo para o amigo.

_Eu to dispensando! Lá vou querer beijo teu?! Volta pras suas gatas aí e me deixa em paz – pegou seu caderninho e continuaram as contagens – Acho que a gente foi bem, hein!

_Gente, até agora tem R$ 500,00... Acho que arrecadamos mais do que estávamos esperando!

_Mas também, com quinze cartelas pra cada um! - Thetis já estava sem paciência. Viu Kanon desviar os olhos e vender mais rifas para as garotas bonitas que encontrava pela festa. Estava a um passo de dar uma vassourada nele.

_Isso foi ótimo! Depois da quadrilha nós vamos trocar de turno com a galera das barracas e entregar as rifas que sobraram para eles... Mas gente...- a loira explicava todos os detalhes das tarefas para os amigos, mas não conseguiu segurar o riso ao ver Mani se aproximar do balcão da barraca do beijo.

_Oi gatos e gatas! - estava vestido de noivo... Ou melhor, de noiva – Advinha quem é que vai se casar na quadrilha? - deitou a cabeça no ombro e deu algumas piscadelas rápidas, tentando ser gracioso – Euzinho! Vim pra minha despedida de solteira dar um beijo nesse gostoso desse Aioros! - fez um bico na direção do moreno, que caiu na gargalhada - Vocês estão rindo de quê, invejosas? Recalcadas! Estou ó mil vezes mais linda que vocês, tá! Suas horrorosas! - jogou um beijinho para as meninas e desmunhecou numa brincadeira.

_Claro que não, gostoso, ninguém te vence na beleza! Nem o Albafica, pode ficar tranquila, viu!

_Eu adoraria, Mani, mas comigo o negócio é comercial, mesmo, sabe? Só pagando! - estendeu a mão direita na direção do canceriano e recebeu um beijo na bochecha.

_Põe na conta do Abreu, se ele não pagar, nem eu! Fui! - saiu correndo na direção da roda que estava se formando para dançar a quadrilha. Corria de uma maneira absurdamente engraçada. Calçou um sapato de salto, que sabe Deus como, serviu em seu pé.

_Ele tá parecendo uma seriema correndo! - Aninha comentou em meio às gargalhadas – Gente, vamos lá ver o "casamento"!

Viram Afrodite e Shura saírem da barraca dos refrigerantes e trocarem de turno com dois outros garotos para verem a quadrilha junto dos amigos.

_Gente, eu só não entendo uma coisa – tocou o queixo.

_Ai, lá vem! - Gio comentou sorrindo. Conhecia como ninguém a lerdeza do amigo. Provavelmente dali viria uma pergunta sem sentido algum.

_Chato! - deu língua na direção de Gio – Eu queria saber por que eles não "casam" um casal de verdade nesses casamentos de festa junina – olhou interrogativo para todos, que não conseguiram parar de rir – Uai, o que é? Só quero saber!

_Ai, Dite, se você não parar de ser fofo eu juro que vou te morder e arrancar um pedaço da sua bochecha! - Isa passou o braço ao redor do pescoço do mineiro.

_Reza a lenda que um casal "de verdade", quando casa na quadrilha, se separa depois – Saga respondeu sorrindo.

_Gente, é verdade! A Mel e o Sorento se casaram na quadrilha na escola e "descasaram" na vida real – Isa complementou a fala de Saga.

_Por falar nele, eu vi ele e aquele amigo gato dele aqui, o Bian – Thetis deu um meio sorriso, provocando Kan.

_EI! - deu um cutucão na costela da namorada e recebeu outro de volta – Me respeita, hein! Que história é essa de "amigo gato"?

_Amor, eu não sou cega não, viu? E acho que meu querido namoradinho também não é - sorriu com ganas de matá-lo – Bem vi você olhando pras periguetes enquanto vendia as rifas... Me sinto no direito de olhar também - sorriu e saiu andando na frente.

_Mas você não dá uma bola dentro, hein! Puta merda, Super Kan! - Oros sacaneou o amigo e o viu cruzar os braços, emburrado – Ah, vamos, para de biquinho – desenhou um sorriso nas bochechas do amigo e se aproximou do ouvido dele - Dá uma disfarçada e vem comigo.

_Pra onde?

_Pro melhor lugar da festa – o moreno sorriu de canto e puxou o braço de Kan, o desviando lentamente do caminho, levando-o até onde estava o pula-pula dos adultos – Olha isso, Kan! Vê se eu posso com isso! Da uma olhada nessas bundinhas – via o amigo hipnotizado enquanto olhava para a calcinha das três meninas que pulavam juntas. Seus vestidos rodados subiam e desciam, deixando à mostra suas roupas íntimas.

_Isso é o paraíso - deu uma golada em sua cerveja e continuou admirando a bela "paisagem".

________xx________

O casamento na roça começou. Defteros estava vestido como um verdadeiro caipira: uma blusa xadrez, a calça remendada e curta nas canelas, e o que não podia faltar, que era o dente faltando.

Dohko era o Padre. Vestia uma túnica preta que ia até os pés e tentava ficar sério, o que era praticamente impossível, já que seus amigos não paravam de rir da sua cara.

A marcha nupcial começou a tocar, Mani andava por entre o caminho aberto e um tapete vermelho estendido no chão. Estava de braços dados com Shion, o "pai da noiva", quem tinha uma espingarda feita de pvc na mão direita. Aquela cena só não estava mais ridícula por que não havia como.

_DEFTEROS! MEU HOME! ME PEGA NO COLO! - se jogou nos braços do amigo e quase o derrubou.

_Olha essa saliência com a minha filha aí, rapaz! - Shion olhou feio para Def, que caiu na gargalhada.

_ORDEM NA IGREJA! - Dohko simulou um martelo de juiz com a mão e bateu na tábua de madeira – Estamos aqui reunidos em nome da zueira, da macacada e do espírito de porco para unir esse lindo casal – riu – Se alguém tem algo contra esse casamento, fale agora ou cale-se para sempre! Ou seja, cala a boca todo mundo e pode beijar a noiva de uma vez, que o noivo é pobre e não comprou aliança. Beija, caralho!

Os amigos deram um selinho brincalhão e o gêmeo pegou Mani no colo, correndo com ele até o fim do tapete.

_Nossa, Ju, deu até vontade de pecar agora – disse Sabrina, uma caloura do Direito, que há tempos deu em cima de Saga, mas sem sucesso. Disse em tom alto para que Dohko escutasse.

_Isso foi comigo? - o libriano sorriu de canto e apertou a mão no peito, fechando a cara logo em seguida ao ver um olhar fulminante de Shion em sua direção.

_Foi sim, senhor padre... A gente estava precisando mesmo de uma penitência - sorriram de canto.

_Desculpa, mas ele é comprometido! - Shion praticamente atropelou as duas e segurou o braço de Dohko.

_Com Deus, a gente sabe!

_PRAZER, ME CHAMO DEUS! AGORA CAIAM FORA! - o ariano apertou os olhos na direção das duas, que saíram de á sem dizer mais um "A". Se aquele garoto fosse igual a louca namorada de Kan, não ia demorar a levarem um banho de caldo verde – Que porra é essa, pastel? - cruzou os braços.

_Só uns contatinhos da época em que estive solto na pista – disse com expressão de santo.

_Vou te mostrar os contatinhos da minha mão se você continuar de sorrisinho pra essas... Essas garotas!

_Que saudade do meu carneirinho ciumentinho – beijou a bochecha de Shion. Ele estava bem melhor do que aconteceu. Conseguiu ajudá-lo a sair daquela depressão passageira que o consumiu após a morte de Valentina – Eu te amo, sabia?

_To vendo – continuava emburrado, mas logo cedeu. Não resistia àquele rostinho redondo de Dohko.

_______xx_______

A dança da quadrilha terminou e o macacada já estava rodando pela festa. Thetis saiu junto de Isa, Aninha, Giovane, Albafica e Ana, que haviam voltado da barraca dos caldos.

_Eu só quero saber onde aquela praga do Kanon está! Ele me deu um perdido e eu vou dar um tiro nele! - apertava os punhos e dizia entre os dentes.

_Isso mesmo, amiga, se o Giovane me dá um perdido ele acorda comendo capim pela raiz – apertou ainda mais o braço namorado, sorrindo de modo amedrontador – Mas ele tem muito amor à vida e a mim para fazer isso, não é mozão? - sorriu para ele.

_Sim senhora, meu amor! - disse sorrindo, mas preocupado. Mudou seu foco de vista e encontrou Kanon sem querer. Não queria estar na pele dele quando Tetê o encontrasse – The, eu acho que ele está para lá! - apontou para a direção oposta, tentando salvar a pele do gêmeo.

Andaram até a barraca das bebidas e um rapaz se aproximou da loira. Era oriental. Tinha os olhos puxadinhos, mas era lindo mesmo assim. Cabelos longos e a camisa xadrez azul estava meio aberta, deixando à mostra parte de seu corpo sarado. Sorriu de leve para Thetis e foi retribuído.

_Posso saber seu nome? - disse, próximo ao ouvido dela.

_Eh... Thetis... E o seu? - tentava desviar o olhar a todo tempo. Tanto para não encarar esse garoto lindo, quanto para continuar procurando por Kan.

_Shiryu... Vim acompanhar meu irmão na festa... Talvez você conheça ele.

_Dohko?

_Isso mesmo – sorriu, mordendo o lábio inferior – Ele me chamou pra vir, eu nem queria, mas acho que a festa está começando a valer a pena – se aproximou ainda mais de Thetis, vendo-a dar um passo para trás e olhar para as amigas.

_Olha só, eu estou conversando numa boa com você, mas eu tenho namorado, então não fica tão perto assim, por que se ele ver vai me dar problema e eu não quero problemas por que amo ele, então...- atropelava as palavras enquanto dava mais passos para trás. Respirou fundo três vezes ao ver que havia encontrado Kanon. Massageou as têmporas. Não podia estar CRENDO que depois de tudo, ele estava na frente da cama elástica olhando as malditas calcinhas daquelas periguetes!– Aninha, Ana, vêm aqui comigo um segundinho só - retirou os sapatos e os entregou na mão da platinada.

_Você vai fazer o quê? - Aninha perguntou, preocupada. Será possível que em toda festa tenha que rolar um barraco?!

_O KANON VAI VER SÓ UMA COISA! - respirou fundo e andou na direção do namorado. Se não o matasse hoje, nunca mais o mataria!

Continua


Notas Finais


E ai, amores, o que acharam? A Tetê vai matar ou Kan ou vai matar o Kan? Kkkkk

Tema de Geki e Seika: The scientist (coldplay)

Tema da festa junina: Festa na roça


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