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História A Reserva - Casamento


Escrita por: Almaro

Capítulo 5 - Casamento


4 anos atrás

 

Estavam felizes, era um sonho que se realizava e depois de muita conversa eles conseguiram chegar a um meio termo e fariam a festa de casamento na casa dos pais do Yuuri no Japão. Não seria nenhuma mega festa como o Victor queria e tão pouco seria um evento intimista que o Yuuri desejava.

Eles queriam algo único e conseguiram. Reuniram a família e os amigos mais queridos para celebrarem e comemorarem o amor. A cerimônia foi perfeita, o dia estava lindo e o clima estava ameno.

Victor não sabia explicar em palavras a emoção de finalmente não se sentir mais sozinho, de ter alguém para amar e ser retribuído, sua vida tinha ganhado formas, cheiros e sons diferentes, tudo isso por causa do japonês que o olhava com amor. - Nunca mais estarei sozinho, pois você agora é parte da minha vida, um pedaço de mim.

Já Yuuri não conseguia acreditar que seu amor era correspondido na mesma intensidade, seu mundo estava completo, a vida lhe deu um presente em forma de uma simples palavra "sim" e agora os dias ao lado do Victor seriam eternos - Assim é o nosso Amor. Foram momentos inesquecíveis!!! Não teriam tempo para a lua-de-mel por causa das competições que se aproximavam, seria o último ano do russo, por isso depois de uma semana voltaram para a Rússia.

Com o passar dos dias foram se encaixando um no outro, suas rotinas e manias ganhando espaço, os horários estabelecidos e os treinos definidos. Passavam o dia na pista de patinação quando podiam juntos ou até mesmo separados, mas a noite, estavam sempre um nos braços do outro, não importava o cansaço ou dores pelo corpo por causa dos treinos, o desejo falava mais alto e em muitas noites faziam amor, em outras só iam para a cama, mas em outras trepavam gostoso até não terem mais forças para isso, era o amor na forma mais carnal.

E os dias viraram meses... tudo estava bem até às competições oficiais começarem. Na primeira etapa cada um foi para um continente diferente e surpreenderam o mundo da patinação. Victor venceu a sua etapa e Yuuri ficou em segundo, mas as notas finais dos dois tinham uma diferença mínima, houve uma sincronia. Na segunda etapa estava juntos e mais unidos do que nunca. Yuuri seria o primeiro a competir e o Victor o último. Eles foram um show a parte e nos dois dias de apresentações duelaram ponto a ponto até o final e por uma pequena diferença Yuuri estava no lugar mais alto do pódio com Victor em segundo e Yurio em terceiro. Na sua alegria o japonês não percebeu o quanto o platinado ficou mal com o resultado e a tragédia maior veio durante a entrevista dos campeões. Quando um infeliz de um repórter perguntou a lenda viva da patinação como era ver alguém a sua frente no pódio. Victor foi educado e mandou o seu recado, mas saiu mudo em direção ao quarto do hotel. Quando questionado pelo marido sobre o ocorrido disse estar feliz pelo seu resultado e com dor de cabeça. As coisas começaram a esfriar e naquela noite não houve troca de carinho, cada um foi para o seu lado e ponto.

Em casa tudo foi mudando aos poucos e antes onde existia paciência começou haver brigas e implicâncias, tudo era motivo para discussões. Victor passava mais tempo na pista de patinação do que em casa, Yuuri não compartilhava mais os seus dias de treinos e com isso eles construíram um murro entre eles.

"É uma fase ruim"  era o que todos pensavam, afinal o amor dos dois era maior que tudo, mas a gota d'água foi em um dia que Yuuri chegou péssimo no ringue e simplesmente se deitou nos bancos dos vestiários. Yurio que estava do lado se preocupou quando o amigo apenas acenou com a cabeça e não moveu num músculo para todos os impropérios que falava. Chegou perto e sentiu o calor que emanava do corpo do mesmo, ele estava com febre e estava bem alta, pois estava tremendo. Chamou a Mila para lhe fazer companhia e foi em busca do Victor que estava treinando há algum tempo com Yakov.

- Ele está muito mal, Victor. - Disse e aguardou alguma atitude da parte do outro. Coisa que não aconteceu.

Yurio pensou em gritar, espernear ou xingar, mas simplesmente se virou avisando o Yakov que ia para o hospital com o japonês.

- Vitya? Isso tudo vale a pena sem ele? - Yakov mantida as mãos na barreira.

- O Yuuri vai ficar bem, vou acabar a seqüência e vou para o hospital em seguida.

- Você não respondeu a minha pergunta, mas já tenho a minha resposta. Treine sozinho, vou levar o Yuuri até o médico.

Victor não foi ao hospital nem aquele dia ou em nenhum outro em que o japonês esteve internado. Yuuri não sabia o que fazer afinal já tinha chorado todos os dias abraçado e amparado por Yurio que se revelou mais que um grande amigo ao lado da Mila. Quando recebeu alta do hospital, decidiu ir para o apartamento do Victor, eram casados. A ruiva e o amigo, mesmo contrariados, o levaram para casa e subiram para ver como as coisas ficariam.

Victor estava dormindo no sofá, a casa estava de pernas para o ar, nem de longe parecia o belo imóvel que o russo tanto tinha orgulho. Makkachin parecia estar aliviado com a chegada do japonês e seguiu o Yuuri  que foi direto para o quarto de hóspedes, Mila foi atrás dele e Yurio chutou o Victor para acordá-lo

- Tenho vergonha de você!!! Ele passou cinco dias internado, tomando antibióticos na veia e você não foi lá ver o seu marido. Qual é o seu problema?

Victor não dizia nada, parecia que estava em conflito e Yurio continuou.

- Ele é um cara legal que te ama mais que tudo nessa vida. Não deixe seu ego afastá-lo, você sempre será uma inspiração para qualquer um que queira patinar!!! Você está ficando velho e egoísta...

Mila voltou pra sala, olhou por volta e depois parou os olhos no Victor.

- Se você precisar de ajuda, sabe que estamos aqui pra ajudar, não sabe?

- Estou bem, de verdade. Apenas cansado e... - olhou em direção ao corredor...  - preciso conversar com o Yuuri.

Eles foram embora e Victor ficou parado na porta do quarto escutando o choro do marido. Sabia que tinha que fazer alguma coisa, sua vida estava escorrendo por seus dedos.

Os dias que se seguiram, ele foi tentando se reaproximar do japonês, mas esse evitava qualquer tipo de contado com o platinado e o muro que foi construído entre os dois virou um precipício.

Quando a grande final chegou, eles eram dois estranhos morando no mesmo apartamento praticamente não se falavam e não dormiam mais no mesmo quarto. Yuuri tinha decidido ir embora logo após a competição e Victor aceitou bem a decisão.

Na final os "monstros" da patinação estavam reunidos seria uma competição de alto nível e todos esperavam um espetáculo. E surpresas aconteceram... Victor pela primeira vez caiu em uma final e perdeu a chance do ouro, ele estava irreconhecível, Yuuri e Yurio foram perfeitos e brigavam pelas primeiras colocações. No segundo dia o russo mais jovem foi de uma singularidade absurda deixou todos de boca aberta com a sua apresentação, mas o que ninguém esperava era que o japonês com tudo o que estava vivendo, conseguiu fazer uma apresentação maravilhosa em todos os sentidos e conquistou o campeonato.

Após os resultados Victor o abraçou como há muito tempo não fazia.

- Me desculpe por tudo. Amo você, amo mais que tudo, amo de verdade e sempre soube que esse dia chegaria, você brilhou. - Yuuri estava chorando, seu amor ainda estava ali e não tinha porque fugir desse sentimento. Voltaram para o hotel e não participaram da noite de gala, se amaram, se tocaram, se sentiram até cansar.

Tudo parecia ter voltado ao normal, à diferença era que Victor agora tinha muitas variações de humor e usava a bebida para isso não acontecer. No começo bebia em casa com o parceiro, depois Yuuri reclamou e impôs limites e o Vitya passou a beber nos bares perto de casa. "É só uma fase" vai passar, mas o cenário piorava e em uma noite o japonês saiu para procurar o amado, depois de muito andar, voltou pra casa sozinho. Estranhou o fato do Makka estar para o lado de fora do apartamento e estranhou mais ainda ao abrir a porta e ver roupas espalhadas pelo chão. Foi caminhando lentamente, sentindo o coração quebrar aos poucos até chegar a porta do seu quarto e na cama Victor estava com outro homem, ele o estava fudendo forte. Yuuri tampou a boca e arregalou os olhos...viu o russo sorrir e dizer:

- Chegou amor? Então tira a roupa e vem pra cama que já estou acabando aqui e vou te pegar. - Começou a gargalhar junto do homem que estava de quatro na sua frente.

Yuuri só queria ir embora. Sumir. - sou um idiota mesmo...burro, como achei que ele poderia me amar? Justo eu... Passou pela sala e viu a estante de vidro com os troféus e medalhas, as suas conquistas estavam ali também, em um impulso jogou tudo no chão, olhou feliz para o que tinha feito. Escutou os gemidos dos dois, tapou os ouvidos... - não fico mais um minuto aqui... foi no escritório e pegou os seus documentos que estavam em uma pasta, tirou da carteira os cartões da conta que tinha conjunta com o Victor, pegou o que tinha de dinheiro dentro da gaveta e voltou para a sala. Mais gemidos. Na mesa de centro colocou os cartões e a sua chave do apartamento, pegou a sua medalha da final do Grand Prix que estava no chão e quando olhou para as mãos, não pensou duas vezes, tirou a aliança... deixou largada em cima da bancada da cozinha. Passou os olhos pelo lugar e foi aí que começou a chorar e de um modo sentindo disse - vou sentir saudade, fui mais feliz aqui do que em qualquer outro lugar... suspirou... Amo você Victor mais que tudo nesse mundo. Fez um carinho no cachorro que parecia entender a situação de tão encolhido que estava e saiu pela porta, batendo bem forte, tomou uma decisão iria sumir, esconder todo esse amor em seu peito e nunca mais ver o Victor.

 

Quando acordou no dia seguinte, Victor tinha uma idéia do que havia acontecido, levantou-se de supetão e foi em busca do seu japonês, sabia que tinha passado de todos os limites. Foi para o quarto de hospedes e ele não estava lá, então foi pra sala e o que viu fez temer que algo muito ruim tivesse acontecido. Seus troféus estavam todos no chão e na mesinha uma chave e alguns cartões, provavelmente todos do Yuuri, continuou olhando em volta até que seus olhos pararam na bancada da cozinha, tinha uma medalha e o que mais assustou o russo a aliança do seu amado. No desespero tentou ligar várias vezes no celular do marido, mas só dava caixa postal, então num impulso ligou para o Yurio.

- Yurio... Fiz besteira e o Yuuri sumiu. 



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