História A saga crepúsculo - Seu sol - Pesquisas

-Entregue. –Diz Renesmee puxando o freio de mão, mas ainda com o carro ligado.

-Obrigada pelo dia, foi incrível, precisamos repetir, por favor! –Digo enquanto abraço ela.

-Claro, só precisamos ver quando o tempo estará bom de novo. Nos vemos amanhã?

-Sim, mais um dia de aula...

-Fique tranqüila, o natal já está chegando e as férias com ele. –Diz Mike do banco de trás, me encorajando.

-Ah sim, obrigada, Mike.

-Não há de que, loirinha.

Pego minha bolsa e desço do carro, dou um aceno para Nessie que faz o mesmo antes de subir os vidros, me viro, mas não antes de ver Mike pulando para o banco da frente. Corro para dentro de casa, escuto um assovio do nosso quintal, olho pela janela do lado de fora e apenas as luzes de casa estão ligadas. Jogo a mochila em meu ombro e ando até o quintal, procuro quem assoviou, galhos da floresta se mexem, mas as vezes é um animal, sempre esqueço que Forks tem mais animais que a cidade grande.

-Ei, Mary.

Viro-me em direção a voz, ou achei que era a direção certa, alguém abraça meu corpo por trás e coloca a mão em minha boca para que eu não grite, percebo só agora que a porta para o porão está aberta, começo a me debater, mas a pessoa me ergue do chão, a essa altura do campeonato já imagino quem seja, Luka.

Entramos dentro de seu quarto, vídeo-game ligado, seus pôsters de bandas de rock espalhados pelas paredes, sua cama desorganizada, no notebook tocando sepultura. Ele me solta para fechar a porta pelos fundos, corro até a principal e forço-a, está trancada. Começo a entrar em desespero, meu peito subindo e descendo rapidamente, meu coração batendo forte, palpitando como nunca, o que não podia acontecer, aconteceu. Estou sozinha com meu irmão louco.

-O-onde está a mamãe? –Pergunto quase sem voz.

-Está lá em cima, mas sabe, a música, a TV de cima, as panelas chiando... Complicado de ela te escutar agora, não acha?

-Você precisa de um médico! –Digo irritada.

-Eles não ajudam em nada, esse sou eu, qual o problema de vocês? Esse sou eu, eu gosto disso, convivam com isso, eu gosto de ver pessoas sofrendo, gosto de ver como elas ofegam quando estão sozinhas comigo...

Jogo minha mochila nele e tento correr para a porta por onde entramos, ele parece não ter se importado com o objeto e me puxa pelo cabelo, seguro em seu pulso na tentativa que seu aperto seja afrouxado.

-Diga para mim, Mary. Seus amiguinhos... Tem algo neles, tem algo muito sério com eles, não sou burro. Andei pesquisando sobre a vida deles, sabe? Estranho, não tem nada! Nem redes sociais, o que eles querem tanto esconder?

-São pessoas, só não gostam de redes sociais. –Digo entre dentes, fazendo Luka rir.

Ele me puxa pelo cabelo e me força a se sentar em sua cadeira de frente para o notebook.

-Quando o idiota do irmão do seu namoradinho me tocou, ele era gelado, andei pesquisando por pessoas geladas, existem doenças, sabe? Mas não doenças que nos deixem duros e gelados.

No computador de Luka estavam diversas pesquisas. Droga, Droga, Droga.

-Qual é irmãzinha...

-Vai pro inferno, Luka.

Ele solta meu cabelo, me viro para ele e sua mão estala em minha bochecha, me fazendo eu virar a cabeça bruscamente, abro a boca em um grande “O” mais surpresa do que pela dor.

-Vou tentar de novo, e não me faça perder a paciência, eu comprei uns brinquedos bem legais escondido dos nossos pais. O que seus amigos são?

-Eu já disse! Pessoas, como qualquer outra.

Luka respira fundo, solta pela boca e abre um sorriso torto para mim.

-A minha vontade agora é de esmagar a sua cara, batendo nessa mesa, então Mary, saia da minha frente agora!

Pego minha mochila do chão e saio correndo, destranco a porta que da para o lado de fora, começo a correr em direção a minha casa, entro na segurança de minha residência, paro para respirar fundo, minha mãe corre até onde estou e me olha confusa.

-Mary? O que houve? Sua bochecha está vermelha!

-S-sim, cai na praia, mas está t-tudo bem.

-Por que estava correndo?

-Apostei com Renesmee, preciso de um banho e vou dormir okay? Estou exausta!! Te conto os detalhes amanhã, amo você.

Vou em direção à escada para evitar perguntas, entro no banheiro, tranco o mesmo, me sento no chão e começo a chorar.

***

Após tomar um banho, tirar todo o sal de meu corpo, abri minha janela e deitei na cama, fiquei me revirando na mesma sem conseguir dormir, meus pensamentos em Luka, será que ele já sabia sobre os Cullen e só queriam minha confirmação? Se ele descobrisse o que será que poderia acontecer a eles? Eu mal posso imaginar, não, Luka não pode saber, e se ele quiser se transformar em um pela força e rapidez? Eu não duraria um dia sequer.

Uma rajada de vento invade meu quarto, sem meus óculos não consigo enxergar nada e ainda por cima está escuro. Uma mão envolve meu pescoço, seu toque gelado, seus dedos delicados, o cheiro familiar para mim...

-Senti tanto sua falta. –Diz Will, sua voz como sinos, como melodia para meus ouvidos, já tinha me esquecido como sua voz me acalma.

Apalpo seu corpo a procura de seu rosto, ele pega minha mão e a guia, toco seu cabelo, os fios envolvendo meus dedos com um encaixe perfeito. Desço minha mão para sua camiseta e a agarro puxando para mais perto de mim, seus lábios tocam os meus, frios, leves, delicados, cheio de desejo e saudade, sua mão envolve minha cintura me puxando para mais perto, nossos corpos tocando um ao outro, sua outra mão livre envolve minha nuca, impedindo que nossos lábios se separassem.

Minha mão está apoiada em seu peito, começo a ficar sem fôlego, seu beijo me levando a loucura, me deixando grogue, ele separa nossos lábios antes que eu desmaie em seus braços.

-Meu Deus, você voltou inspirado?

-Inspirado não, voltei a ser quem eu era, como eu senti sua falta, era como se alguém tivesse arrancado algo de mim, arrancado parte de mim.

-Will, eu te amo. –Digo automaticamente.

-Meu amor por você é como o universo, ninguém tem ideia do tamanho e ele nunca para de aumentar. –Diz com a voz melodiosa.

Puxo sua nuca para que nossos lábios toquem mais uma vez, eu poderia ficar com Will ali para sempre, separo nossos lábios e suspiro fundo.

-Conheci seu primo Mike.

-Conheceu Mike?

-Ele é um idiota, mas sim, o conheci.

-Mike tem um senso de humor nada comum, não ligo... Cedo ou tarde nos veremos, mas agora, me importo com você. Você precisa descansar, durma, ficarei a noite toda aqui lhe protegendo. Durma, anjo.