História A saga crepúsculo - Seu sol - Boa viagem

-Está tudo pronto?
Will parece preocupado, ele não desgrudou de mim nos últimos dias, sim... Nossa viagem foi adiada por conta do tempo, acabaram adiando vôo. Para pegar o avião precisamos ir até Seattle, mas parece que uma frente fria acabou pegando a cidade de surpresa e então cá estamos nós, refazendo as malas... Prontos para partir.
-Sim, está tudo certo. Alice fez questão de separar minhas roupas.
-Se lembra de nosso plano? –Pergunta o rapaz.
-Sim, Seth irá me acompanhar até Seattle, me deixará até onde o aeroporto permite e depois disso ficarei perto de algum guarda para caso aconteça algo, eu grite e faça um escândalo e vire noticia. “Menina maluca se debate no chão por medo de ser seqüestrada por vampiros do mal.”
-Não tem graça. – Diz Will incomodado, dou uma leve risada.
-Já sabe como estará o tempo lá? Às vezes me esqueço que você não pode sair à luz do sol...
-Fique tranquila, nada vai estragar nossa diversão.
Will se vira e pega uma jaqueta e touca, ele me ajuda a vestir a jaqueta que parece quente demais, dou uma olhada para o tempo do lado de fora e está com um vento forte, as árvores estão balançando de modo brusco. De repente um raio estala, fazendo eu dar um leve pulo.
-É passageira, Alice já esperava pela tempestade, mas vai esfriar bastante... – Ele coloca a touca em mim e beija minha testa sobre ela, depois minha bochecha. – Não quero que pegue um resfriado.
-Will, não é perigoso para sua família ficar aqui sozinha? Esses... Vampiros. São perigosos...
-E é exatamente por isso que vamos ficar um tempo fora. Não quero colocá-la em risco. Não novamente.
-Eu queria poder ajudar.
-Você vai ajudar, ficando longe daqui, assim ninguém irá ficar preocupado se você está em segurança ou não, todos vão conseguir agir normalmente sem nenhuma preocupação.
-Mas e os Giranis? Eles conhecem sua família, não sentirão sua falta?
-Ah não, eles não me conhecem, assim como não conhecem a Lucy. – Diz tranquilamente.
Escuto uma musica ao fundo, vindo talvez da sala... O piano sendo tocado de modo leve, calmo, suave... Olho para o rapaz a minha frente que balança a cabeça positivamente e me da espaço para que eu saia e veja Edward ou Nessie tocando. Sinto sua presença atrás de mim enquanto desço os degraus rapidamente. Reconheço a musica assim que chego na metade da escada e vejo Edward tocando. Bella está sentada aos seus pés, paro onde estou sem coragem de atrapalhar os dois.
As mãos de Edward são hábeis pelas teclas do instrumento, Bella assiste fascinada como se fosse a primeira vez ao ver o marido tocar. Sua cabeça está apoiada em uma das mãos, Edward está totalmente concentrado, seus olhos se fecham em alguns momentos, sentindo a melodia... E então ele toca as ultimas notas e o silencio volta a tomar conta do local.
-Nunca me canso de vê-lo tocar.
Edward sai do banquinho e se senta ao lado da mulher, sua mão sobe para o rosto delicado de Bella e com o polegar ele acaricia sua bochecha. Em seus lábios há um sorriso encantador, nunca vi Edward sorrir desse modo.
-Lembra quando tentamos dançar essa música em meu quarto?
-Clair de Lune... Nunca me esquecerei. Eu era tão desengonçada na época...
Eu sabia que reconhecia essa música de algum lugar, Clair de Lune... Me sento em um dos degraus da escada e continuo prestando atenção na conversa.
-Quem diria... Que o para sempre esteja se tornando cada vez mais forte a cada dia.
-E que eu consigo te amar cada dia mais... –Bella quase sussurra essas palavras, mas consigo ler em seus lábios. Ambos começam a se beijar, viro o rosto para lhes dar privacidade. Will se senta ao meu lado, ele parece sem graça também.
-Eles sempre são assim? –Sussurro o mais baixo que consigo, sabendo que Will conseguirá me escutar.
-Apaixonados? Ficam ainda mais a cada aniversário de casamento que chega, faltam apenas alguns meses... –Explica Will.
-Não percebi que tínhamos companhia. –Diz Bella na ponta da escada junto com Edward que a abraça por trás, me fazendo dar um leve pulo, surpresa.
-Oh, desculpe, não fiz de propósito... Eu escutei a musica...
-Tudo bem, sabemos que não foi de propósito. –Edward diz com tranquilidade.
Will pega em minha mão e acaricia minha pele com o polegar, seus dedos gélidos me causando arrepios.
-Seth já chegou? –Pergunta o rapaz.
Edward para um pouco e vira em direção à porta. Cinco segundos depois, Seth aparece, pela primeira vez vestido. Usando uma calça jeans, tênis, Blusa de flanela branca e uma jaqueta de couro preta. Seu cabelo está arrumado, cuidadosamente alinhado, parece muito mais bonito.
-E ai, prontos? –Pergunta o rapaz.
Will se levanta puxando minha mão boa consigo, me levanto também. Will me vira para si e encosta seus lábios nos meus, me surpreendendo com seu ato. Sua outra mão desce para minha cintura, me puxando para mais perto até que nossos corpos estejam colados um no outro, ele parece querer mostrar algo, “marcar território” ou sei lá. Seu beijo é intenso fazendo minhas pernas ficarem bambas. Com isso ele me solta, seus lábios encostam minha bochecha com uma lentidão exagerada.
-Nos veremos em breve, prometo. Cuide bem dela, Seth.

                                                                               ***

O caminho até o aeroporto foi muito quieto, Seth não quis falar comigo, parecia aborrecido com algo. Edward emprestou um de seus carros para que Seth me levasse, o rapaz pediu o volvo mas ele recusou, o volvo era seu xodó ou algo do tipo. O Tempo estava realmente frio, algo que eu não esperava, mas graças a jaqueta e a touca eu não estava sentindo tanta diferença.
-Já pensou o que irão fazer lá? - Olho para Seth que está com seus olhos centrados na estrada.
-Na verdade não, Will será meu guia.
-Legal...
Seth faz uma curva acentuada, me fazendo prender a respiração, entramos em outro tipo de estrada, mas ela me é familiar...
-O QUE VOCÊ ESTÁ FAZENDO SEU IDIOTA?
Seth não me responde apenas acelera o carro, o velocímetro marcar cento e oitenta por hora. Ele quer nos matar?
-Will me matará se nos atrasarmos dois minutos então preciso ser rápido.
-Onde está me levando?
Ao final da rua, consigo ver uma pequena casinha de madeira, está saindo fumaça de sua chaminé, um homem está parado na entrada da mesma, parece impaciente. Ajeito meus óculos que estão tortos por conta da curva e enxergo reconheço o rapaz é o Jimmy. O ruivo da lanchonete! Seth me trouxe até o “Hoho John Jo”.
O lobo para de frente para a lanchonete e baixa os vidros do carro, um vento forte invade o interior do veículo.
-JIMMY! ANDA LOGO, PANACA!
O ruivo corre até o carro e entrega o pacote para mim, o pego com a mão boa e coloco em meu colo, ele da um leve sorrisinho e um tchauzinho logo depois, Seth arranca com o carro novamente, subindo os vidros.
-Coma, comprei para você. –Diz o rapaz, abro o pacote e estão algumas batatas fritas com o mesmo hambúrguer que comi a primeira e única vez que vim nessa lanchonete.
-Ah, obrigada...
Seth sorri, parece satisfeito.

                                                                        ***

O aeroporto é tão movimentado, eu particularmente nunca gostei de locais com muita gente, principalmente com desconhecidos, Seth percebe minha inquietude e segura minha mão, me guiando por todo canto.
Retiramos minhas passagens e ele me guia novamente para a sala de embarque, mas é parado logo no raio-x. Tentamos convencer um dos seguranças a me deixar passar com ele até que meu namorado chegue e se encontre comigo, pois estou sozinha e sou menor de idade, mas o segurança nos garante que é seguro e nada de mal me acontecerá.
-Acho que aqui é o fim da linha então.
-Posso ficar um pouco mais aqui fora com você. –Digo.
-Will a quer lá dentro, não quero mais arrumar confusão com seu namoradinho.
-Tudo bem... Eu vou indo então... - Me viro, mas Seth pega na minha mão.
-Espera ai, Mary...
O rapaz da um paço em minha direção, sua mão sobe para meu braço e fica ali, ele se inclina lentamente para perto do meu rosto, meu coração está batendo forte e eu estou paralisada, não sei o que fazer. Mas quando penso que Seth irá me beijar, ele muda o percurso e encosta seus lábios em minha bochecha.  
-Boa viagem