História A saga crepúsculo - Seu sol - Resgate

O vampiro abre uma porta que faz um barulho de ferrugem totalmente horripilante. A sala estaria vazia se não fosse por uma mesinha cheia de instrumentos de tortura. Meu coração começa a bater forte e tento me soltar de suas garras nojentas, a porta bate sendo trancada. O homem vai até a mesinha me arrastando junto e pega uma adaga que parece muito bem afiada.
-Mary, Mary... -Ele me solta no meio da sala e gira a adaga na mão de modo despreocupado – A quanto tempo você está sem dormir?
-Não sei... Umas oito horas... Nove... Por que você quer saber?
-Não seja grossa, colabora comigo... Andou dormindo bem? – Balanço a cabeça negativamente.
O rapaz se aproxima de mim, a lâmina de sua adaga passeia pelo meu rosto. Prendo a respiração esperando pelo pior, de seus lábios se abre um grande sorriso, percebo que assim de perto há uma cicatriz em sua pálpebra, como se quando humano tivessem cortado bem ali.
-Mary, Mary, pensa que vou machucá-la? Não vou.
-Não? – Essa me pega de surpresa.
-Ah não... – Ele balança a cabeça negativamente. E com a lâmina da adaga bate três vezes levemente na lateral de minha cabeça. – Já ouviu falar de tortura psicológica? Vou te torturar de todas as formas possíveis, não vai cair uma gota de sangue sua enquanto estiver comigo, mas não posso garantir nada sobre sua saúde mental. Caiu nas mãos erradas garota, aposto que vai chegar uma hora que vai ter implorado para ter ficado com o Pierre, ele sim teria te machucado e muito, mas Pierre ficou responsável pelo seu namoradinho.
-O que pretende fazer comigo? –Pergunto soltando o ar que estava segurando. O rapaz se afasta de mim lentamente.
-A partir de um determinado tempo, o ser humano precisa de descanso, se ele não descansa, começa a alucinar, começa a ouvir coisas que não devia... E você já está a um bom tempo sem dormir bem. Quero ver como vai ser a sua reação.
-E se eu dormir?
-Ah... Mas você não vai. Irei garantir que isso não irá acontecer.

***

Todas essas horas, fiquei me perguntando se Will está bem, se Seth está bem, pra ser sincera... Pensei em todos, eu não tenho nenhum tipo de comunicação aqui, estou completamente isolada.
Estou começando a ficar exausta, meus olhos estão ardendo e ficando pesados já faz uma hora. Sento no chão e apoio a cabeça nas mãos, fecho meus olhos por três segundos e escuto um assovio irritante. Levanto meu olhar para o careca que me lança um sorriso provocador, faço uma cara feia e ele me observa curioso. Fecho os olhos, o vampiro assovia mais uma vez, fecho a cara para ele, que puxa um caderninho e começa a anotar algo que não faço ideia do que seja.
-Está irritada?
-Por que isso te interessa?
-Com certeza está irritada, nunca imaginaria que esse seria o primeiro sintoma.
-Nunca fez isso antes?
-Não.
Me jogo no chão, o quarto é tão escuro que não consigo ver o teto, parece que nem existe teto de tão negro. Devo ter cochilado uns dois minutos ou menos, o vampiro solta o mesmo assovio, só tenho tempo de jogar as mãos para cima para proteger minha cabeça.
Ele joga uma grande quantidade de água fria em mim, o balde é apoiado no canto da sala, o homem pega o caderninho novamente e faz mais algumas anotações. A sala que já estava fria parece estar ainda mais. Meu corpo está completamente molhado, olho para ele furiosa que não parece ter sido atingido.
-Qual a necessidade?
-Faz parte. –Me responde indiferentemente.
-NÃÃO!! PIERRE! –Um grito feminino, talvez Poli. – DILERMANDO!!!
O vampiro olha para mim e para porta, outro grito só que dessa vez sem nenhum nome especifico. Dilermando bufa irritado e abre a porta, corro para tentar escapar, mas a mesma fecha na minha cara, tento abri-la, mas é pesada demais. Dou tapas na mesma na esperança que alguém me escute.
Corro até a mesinha e pego um dos instrumentos de tortura, algo como um grande facão está em minha mão, está ainda mais frio aqui. Meus dentes começam a bater freneticamente, outro grito, dessa vez masculino. De baixo da porta começa a aparecer fumaça negra... Essa não...
-ME TIREM DAQUI!!!
Bato o grande facão na porta, se não me tirarem daqui, eu irei morrer com os pulmões cheios de fumaça.

***

~Mary off~
~Edward on~

***

Eu mal vejo quem está na minha frente, sei que estou chutando todas as portas que aparecem na minha frente. Os lobos estavam atrasados, bando de idiotas. Por que estão demorando tanto? Precisamos deles aqui para ganhar essa luta.
“Edward! Nossa filha!!” Bella está atenta a todos os cheiros, atenta a qualquer movimentação.
Renesmee. Renesmee sumiu junto com Mary naquela noite confusa, não sabemos se ela está bem, se está... Viva.
“Tolos.” Irmão gêmeo da ruiva, esse deve ser o Pierre.
Me viro no mesmo momento em que ele aplica um golpe que faria minha cabeça se partir em duas, sua canhota está pronta para pegar em meus fios de cabelo, mas prevejo isso e abraço sua cintura empurrando-o contra a parede. Ninguém toca no meu cabelo a não ser minha mulher. O vampiro segura todo o impacto sem soltar um gemido. Olho para ele perplexo, o homem sorri tirando sarro de minha cara.
Ele vira minha mão de modo que ela começa a rachar e ser arrancada aos poucos, solto um rosnado de minha garganta, de repente sinto o escudo de Bella me protegendo, mas...
“Fica frio ai, Cullen.” Alec.
Uma quantidade de fumaça negra me envolve e Pierre. O vampiro que não tem um escudo lhe protegendo procura cegamente algo, sua cabeça vira de um lado para o outro desnorteado.
-Onde está minha família seu imbecil? –Pergunto e o homem ri.
Pierre ainda segura meu pulso de modo doloroso, mas tento ignorar. Dou uma cabeçada em seu nariz, Pierre parece ficar ainda mais desnorteado e irritado, ele não vai revelar, foi treinado para ficar quieto, nem a pior tortura irá fazê-lo falar, e para minha surpresa ele nem está pensando nisso, não consigo ler sua mente e descobrir nada. Está totalmente silenciosa.
“Aprendi uns truques também, imbecil.”
Em sua cabeça passa Carlisle explicando coisas básicas sobre nossos dons, o meu, de Bella, Alice, Jasper... Não o culpo, não é fácil aguentar uma tortura sem revelar nada.
Olho para minha mulher que entende o recado e anda até mim. Minha mão está impossibilitada de ser utilizada. Bella vai até Pierre e vira sua cabeça para direita, logo em seguida com força para a esquerda. A mesma sai do lugar, sua mão solta a minha, libertando meu pulso que se recupera rapidamente. Tiro do meu bolso uma caixinha de fósforos e risco três de uma vez jogando no corpo de Pierre. Logo em seguida Bella joga sua cabeça nas chamas.
-NÃÃO!! PIERRE! –Um grito feminino. Logo em seguida ela grita outro nome e corre em minha direção.
“VAGABUNDA!!”
Não é em minha direção em que ela está correndo, é na da Bella. De repente ela para no meio do caminho e cai no chão se contorcendo.
-Pain... –Aparece Jane milagrosamente. – Seus cachorros chegaram.
Patas e mais patas entrando, cheiro de cachorro molhado... Seis lobos enormes tomam conta do local, dois ficam e os outros quatro se espalham.
-Vá, Edward, eu e Jane cuidamos dela. – Olho para ele desconfiado. – Vá, Cullen.
Bella e eu corremos para procurar nossa família, se esse garoto estivesse tentando cobrir algo... Dou uma ultima olhada para trás e Alec está erguendo os cabelos de Poli para que ela olhe em seu rosto e de seus lábios sai a frase. “Agora é sua vez de sentir dor.”
Viro de costas, mas ainda posso escutar os gritos de agonia da vampira e a risada de Jane.