História A school from another world - EXO - Baile da lua azul pt. I

O relógio marcava 21:00, era hora do baile, encarei a porta por alguns segundos. Algo me dizia para não atravessá-la, e ao mesmo tempo, para eu correr. Talvez fosse apenas um pressentimento bobo. 

De repente, senti a mesma dor no olho como de manhã, porém agora mais aguda, fiz uma pressão, respirei fundo e abri a porta, saindo pela a mesma. Eu estava tentando controlar meus batimentos cardíacos, meu coração nunca bateu tão rápido e forte, isso só com a possibilidade dele ter vindo, mas afinal, por quê?

Sai do dormitório, vários alunos caminhavam em pares e grupos até o ginásio, descobri que aquele lugar era um ginásio, exclusivo para o terceiro ano.

Caminhei vagarosamente pelo o campus, fogos de artifício eram lançados em todo momento, olhei em volta e como eu pensei, haviam guardas a cada metro, o rei com certeza viria, mas preferi pensar que era só para segurança dos alunos, ou melhor, desejava isso com todos as minhas forças.

Olhei para o céu e a lua estava linda, resolvi ir até a parte superior do campus e sentar nos banquinhos escondidos por uma fila de plantas e arbustos, uma festa com adolescentes insanos e sexualmente aflorados não era minha praia, ainda mais se eles estivessem bêbados, ouvi uma história que levariam bebidas alcoólicas, era proibido então com certeza estariam bem escondidas.

Quando estava subindo, um guarda das névoas me encarou, ele estava vestido com o uniforme oficial do reino e uma máscara de pano azul que ia do pescoço até o nariz, deixando visível apenas seus olhos, sua testa e seus cabelos negros. 

O ignorei e continuei andando, quando cheguei na área com os bancos me sentei em um deles, ainda observando a lua que ficaria azul à meia - noite, ano anterior ao passado eu não consegui ver, acabei dormindo, só acontece uma vez a cada dois anos, é realmente lindo, existe alguns mitos sobre a lua azul, nenhum deles comprovado, umas são um tanto sinistras, mas nada relevante pra mim, pelo menos.

O nosso reino é dividido por nações, províncias e cidades, as nações são as do fogo, água, ar, terra e trovão, algumas não são muito pacíficas, no total são oito provinciais e sete cidades, as cidades ficam ao redor das províncias, as nações são como ilhas, distantes da área terreste, não deve ser mole governar um reino tão grande, porém, há tantos lugares para o rei passar o festival da lua azul e ele vem comemorar logo aqui, que é entendível, já que a Exodus (N/A: Mudei o nome da escola) é a escola mais prestigiada de todo o território junto com a Pegasus.

Não importa mais, um dia eu teria que o ver novamente "talvez ele não tenha vindo" sim, talvez o universo colaborasse comigo pelo menos dessa vez, para falar a verdade eu estava com medo, medo de como eu reagiria se o visse naquele ginásio, vamos Rosé, seja corajosa.

Hum... Bom, tem o suposto troll dos meninos da biblioteca, posso entrar chorando e sair rindo, isso poderia até ser poético se não fosse tão desencorajador.

E ele, como ele reagiria? Eu mudei muito desde o término do nosso namoro... o que eu estou falando, nós nunca realmente namoramos, foi tudo um jogo. 

Meu coração estava em uma mistura de ódio, rancor, raiva e pena, sim, pena, e dele. 

Já faz tempo, não o amo mais, eu pensei que estaria mais alterada, mas estou conseguindo me controlar, bom, se ele estiver lá, talvez eu só finja que nunca tivemos nada, que ele é só o filho do rei que eu não tenho o menor interesse de conhecer. 

Fechei os olhos e deitei no banco com a cabeça sob minhas mãos juntas.

— Aish, se levante e vá para o baile. — Falei para mim mesma.

De repente tudo ficou em silêncio - Antes se podia ouvir o barulho dos outros alunos, dos fogos de artifício e da música em alto volume - Abri meus olhos e tentei prestar atenção em cada som audível. Foi nesse momento que pude ouvir a grande porta de entrada ser aberta e portas de carros sendo fechadas, minha audição estava estranhamente aguçada, mas não era algo que me incomoda, principalmente agora que consegui controlar esse dom - pra mim era um dom. 

Me levantei do banco e subi no mesmo, estiquei o corpo o máximo que eu podia e vi pelas as aberturas das plantas várias pessoas que pareciam ser de alto nível - econômico - indo em direção ao enorme ginásio - tinha que ser enorme mesmo, para caber os quase mil alunos. 

Mais atrás vinha o rei, tinha dois guardas especiais das névoas ao seu lado, e o do lado da rainha, a diretora estava na porta do grande salão do ginásio.

Não vi ninguém da familia real além dos dois, bom, tinha mais dois guardas ao lado de um casal e um menino bem mais atrás, não sei se são ou não da família real, alem deles, ninguém, ou seja, ele não veio.

Não vou negar, fiquei contente.

— Búh. — Sinto mãos gélidas na minha cintura, dei um pulo e gritei.

Era só o idiota do Sehun.

— Aahhh que susto. — Levei à mão ao peito, ele começou a rir. 

— Você devia ter visto sua cara. — Dei um tapa em seu ombro.

— Não teve graça. 

— Enfim, pensei que você não iria ao baile. — Sorriu sacana.

— Eu não ia, mas mudei de idéia.

— Bom, você está sozinha, e eu também, que tal irmos juntos. — Aproximou nossos corpos.

— Você não desiste nunca não é mesmo? Vou repetir pela a última vez, NÃO. — Falei enfatizando o não, pensei que ele tinha desencanado.

— Hum...— Fez uma cara tristonha.

— Agora se você puder ir embora eu agradeço, estou ocupada. — Voltei a olhar os visitantes irem em direção a diretoria, acho que iriam conversar sobre algo importante.

— Por que você está espionando de longe? — Perguntou.

— Eu não estou espionando, e não é da sua conta. 

— Bom... Tá vendo aquele velho de cabelos castanhos e covinhas conversado com aquele guarda especial? 

— Hum... Não. — Eu tinha visto o homem, mas ele não era nada velho. Sehun revirou os olhos. 

— Velho é o apelido carinhoso que eu dou ao meu pai. 

— Ah, então aquele é seu pai... coitado... — Sussurei a ultima palavra.

— Ele mesmo Oh Jungsu, seu futuro sogro. 

— Nos seus sonhos. 

— Eu venho sonhando muito com a realidade nesses últimos tempos.

Ignorei e continuei olhando, tinha uns garotos bem bonitinhos entrando pelo o portão principal.

— ... Não gosto quando você olha pra outro alguem além de mim. — Sussurrou me puxando para si. 

— Olha... — Olhando melhor , ele até que estava agradável. Ele usava uma jaqueta preta e uma blusa branca.

— Não bebe assim querida. 

— Até parece. — Me soltei dele e voltei a sentar no banco, cruzando meus braços. — Você pode ir embora agora?

— Você vai ficar ai? — Perguntou.

— Vou. 

— Mas... o baile já começou, você vai perder toda diversão aqui.

— Anda Sehun, vai, vai. 

— Então eu fico com você. — Disse se sentando no banco.

Oh Sehun...

— Quem é você? — Perguntei.

— Hã? 

— Quem é você Sehun? 

— Eu sou eu... 

— Eu estou me referindo ao verdadeiro Sehun, quem é você? Quais suas intenções comigo? Por que eu sinto que você sabe coisas sobre mim que nem eu mesma sei? Por que sinto um instinto protetivo vindo de você pra mim? Respostas é o que eu quero. — Falei. Ele pareceu surpreso por um momento, mas depois uma expressão triste formou-se em seu rosto.

— Eu não sei do que você está falando. —Respondeu em um tom baixo.

— Claro que sabe, a única que parece não saber das coisas aqui sou eu. — Eu estava alterada, até pensei em sair correndo e o deixar sozinho, mas cheguei a conclusão que já corri demais. 

— ... Se eu ajo assim tem um por quê, e se eu não te contei, também tem um por quê. 

— Então realmente existe algo. — Semi cerrei os olhos.

— Sim, mas não é a hora certa de você saber... Você pode estragar tudo.

— O quê? Eu estragar tudo? — O olhei com um olhar de reprovação.

— Vamos falar sério bebê, você é imatura e não pensa no que faz, se eu te contasse a verdade você iria sair correndo e fazer mil besteiras, por que é isso que você normalmente faz. — Agora ele me irritou.

— Como é que é? 

— Isso que você ouviu, agora seja uma boa garota e vamos juntos ao baile. — Ele se levantou e agarrou meu braço me puxando. 

Nesse mesmo momento me aproximei mais dele e dei um chute entre suas pernas, acho que ele estava com saudades disso, depois dei um soco bem forte em seu rosto. 

— Sabe Sehunnie, essas ultimas semanas foram bem produtivas, aprendi vários truques novos, então não venha querer dar uma de machão sabe tudo pra cima de mim, por que da próxima eu faço bem pior. 

Falei, depois que desci as escadas do morro onde tinha os bancos andei em direção ao salão do baile, a música estava em um volume agradável. 

Quando entrei fiquei um tanto surpresa, estava tudo lindo. 

As toalhas das mesas tinham um tom cinza platinado, sob elas comes e bebes que eu nunca vira na vida, mas parecia tudo delicioso, no meio do salão havia um lustre enorme, nos cantos haviam luzes coloridas, que iluminavam todo o local, me senti em um tipo de balada do que das finas. Mas para frente tinha varias caixas de som, Kibum era o dj, não sabia que ele era tão bom.

Olhei ao redor e cheguei a cconclusão que nunca tinha visto tantas pessoas na minha vida, pior que no secundo andar parecia ter mais gente, fiquei um pouco zonza.

Procurei algum amigo mas não achei, todos devem estar no secundo andar, mas preferi ficar aqui, talvez os magnatas do rei estivessem lá, bom, com certeza estavam, a vibe daqui parecia melhor. 

Avistei Minseok não muito longe, fiz o maior esforço para tentar passar diante dos alunos elétricos. Acabei esbarrando em alguém. 

— Aish. — Cai no chão. — Seus olhos servem pra quê?

— Desculpe senhorita. — O garoto estendeu a mão, nunca o vi na escola, deve ser algum convidado da família real, pelo menos é educado.

— Hun, sem problemas, desculpe por ser grossa. — Sorri. 

— Não foi n...ada. — Ele começou a me olhar fixamente.

— O que foi? Algum problema?

— Não... belo colar o seu. — Sorriu.

— Hum? Ah sim... Obrigada!?

— Bom, foi um prazer esbarrar em você, mademoiselle. — Ele pegou minha mão e deu um beijo na mesma, cada pelo do meu corpo se arrepiou, sua pele era fria. — Até mais ver. 

Ele me olhou uma última vez, até sumir do meu campo de visão.

Quem é ele?