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História A seleção - Interativa - Letters for you


Escrita por: Shiika

Notas do Autor


OI
primeiramente
Parabéns @Alpha, sério, felicidades demais, que tudo de bom venha multiplicado e as pessoas venham pra somar na sua vida. Meu presentinho vai ser mais um cap hoje. Como vão começar os especiais, vou começar pela Aria
segundamente
Só tem duas cartas nesse cap pro um motivo. Elas vão aparecer depois. Ainda estou decidindo se em um especial ou em um capítulo só pra isso

Capítulo 18 - Letters for you


Maxon ouvia com clareza os gritos e musicas vindos da ala Oeste. Sorria com cada sílaba que as jovens cantavam em coro, e ainda assim, sentia uma ponta de culpa por ser o responsável daquilo. Em sua primeira semana de seleção, queria cortar o maior número de garotas em menor número de tempo, mas conhecendo as jovens a fundo, encontrou em si uma grande dúvida, que acabava por estalar no peito toda vez que acordava e toda vez que jazia tranquilo para descansar.
Estou fazendo o certo! Estou fazendo o certo. Será que estou fazendo o certo?
Aquilo parecia estar lhe matando, ainda mais com o agradável burburinho das jovens. Com os olhos marejados e o nariz levemente rubro, pegou uma caneta e envelopes reais, se comprometendo a escrever a noite toda. Estava escrevendo uma carta a cada jovem da Seleção


Querida Catherine Koepps,
Meu coração desfalece ao entregar esta carta, de modo que ela será entregue quando estiverem fora do território real. Não aguentaria ver seu rosto lendo este papel. É com grande pesar que despeço-me. Eu quero te oferecer tudo que um bom amigo poderia, um ombro para quando precisar chorar, ou até mesmo alguém para desabafar de vez em quando. Ainda me pergunto se faço o certo ao me despedir desta forma, mas quando te olho, sei que está destinada a muito, muito mais do que uma vida com data de validade. Queria agradecer seu período na Seleção, por ter se inscrito e lutado por aquele que chora em te deixar. Queria agradecer pelas vezes em que me consolou, ou que me ofereceu abrigo. Com alegria, lhe convido a fazer do Castelo de Illéa sua segunda morada, se for de seu desejo. A presença de vocês dá vida ao local, e se possível, gostaria de tê-las perto, me fazem muito bem.
Então Catherine, se tenho o direito de lhe conceder mais uma única ordem, ordeno que seja a pessoa mais feliz de todas as províncias. Encontre alguém a sua altura, se apaixone, e por favor, não esqueça do que passou por aqui. Sempre será bem vinda em Angeles, e espero, do fundo de meu coração, que das próximas vezes que retornar ao lar seja com um sorriso maravilhoso no rosto (sei que não será difícil)
Do seu amigo e companheiro,
Maxon II

O moreno deu um longo suspiro, suas mãos transpirando o aperto que sentia escrevendo aquilo. Soltou uma lufada de ar antes de continuar a escrever as próximas cartas. Agora era a vez de Safira

Querida Safira,
Seu rosto foi um dos mais memoráveis para mim. Digo, é difícil falar disso com convicção quando se tem outras 35 garotas em seu teto mas, você é diferente.
Você não precisa dos outros para chegar ao topo.
E talvez fosse por isso que não pude te manter aqui. Não posso lidar com a ideia de que posso estar privando-a de algo melhor.
Quando abrir isso, espero que esteja no aconchego de sua casa, tranquila, e se lembrando de mim como um velho amigo.
Porque é isso que gostaria de ser.
Eu não posso terminar este texto com qualquer outra palavra que não seja gratidão.
Por tudo o que vivi, e tudo que viverei.
Você foi uma das peças chave para definir meu futuro, e quero que seja lembrada por tal feito.
Obrigada por sua participação na Seleção. Não posso imaginá-la com outrem a não ser com os melhores.
Minha última ordem é que brilhe. Mais do que já brilhou em vida.

Do seu completo amigo e possível admirador,
Maxon

Os gritos tornaram-se mais altos, tendo de focar apenas nas cartas, algo que o machucava de maneira grave.
Não imaginava que isso pudesse ser tão difícil, digo, não é como arrancar um distintivo do manto. Ou retirar a coroa no final do dia.

Passos breves foram feitos até a porta, arranhando a coluna de Maxon. O mesmo permaneceu rígido enquanto ainda não reconhecia a figura a meia luz no cômodo. Quando a voz grave preencheu o local, pode tornar a respirar tranquilo.
Seu pai ainda encarava as cartas de maneira duvidosa. Quando as lera, olhou de soslaio para Maxon, que jurava ler certa desaprovação  no semblante do patriarca. Quando o monarca se aproximou, Maxon massageou as têmporas demoradamente, sentindo o peso das horas cair.

- Acha que é o certo escrever estas cartas Maxon?

O príncipe não respondera, fazendo o pai elevar o tom de voz. Maxon agradeceu o som alto do quarto das garotas, impedindo o eco abafado do pai repercutir em todo o corredor.
Impaciente, o rei falou mais uma vez

- Não vou falar de novo. Acha que está fazendo bem em fazer estas cartas?

Antes de responder, Maxon se concedera 1 minuto de sanidade.

- Não pai. Não estou fazendo o bem. Assim como não estou fazendo o bem ao despejar todas aquelas garotas fora. Achei que pelo menos você.. - corrigiu o termo quando percebeu o ocorrido - que pelo menos o senhor, me apoiasse nisso. Você não conheceu mamãe se não fosse por este modo.

O monarca se sentiu pequeno por um segundo ao ouvir as reclamações do filho. Mas sabia que continuar a escrever aquilo não lhe faria bem algum. Se sentou em um dos divãs que compunham o cômodo real.
Ainda com a pobre luz de velas que emanava da escrivaninha do príncipe era possível ver tranquilamente as cores exuberantes do local.
As paredes foram tingidas de um alegre púrpura, que brigava com o prata soturno dos adornos. Era um dos quartos mais simples da família real, se em comparação dos quartos de Ariana, que explodia em vermelho e dourado, resgatando as pomposas raízes de Luís XIV.

Ao terminar de encarar os detalhes do quarto do primogênito, tornou a observar o filho  que apenas parava a escrita voraz para alongar-se ou trocar a caneta. Ajeitou as folhas e começou a escrever.
Não durou muito mais que alguns minutos até pegar no sono.

O pai tinha passos pesados, tal qual fazia sua consciência. Tomou os manuscritos em mãos, olhando para a lareira.
Ponderou seriamente em atiçá-las ao fogo.

Mas não sabia o que seria mais tóxico para seu filho. Esquecer de tudo, ou ter de continuar a ser lembrado



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