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História A Seleção de Benjamin Schreave - Adivinhe quem veio para o jantar?


Escrita por: vvin5e

Notas do Autor


Como já dizia Taylor Swift: Honey, I rose up from the dead, I do it all the time. EU SEI QUE VACILEI, EU SEI QUE FORAM 4 MESES LONGE E EU SEI QUE PROMETI QUE NÃO IA SUMIR. Mas gente, vocês não têm ideia do bloqueio que estava na minha mente! E vocês não sabem como foi difícil terminar esse capitulo decentemente. Me desculpem, de verdade.

Espero que gostem, boa leitura!

Capítulo 6 - Adivinhe quem veio para o jantar?


Fanfic / Fanfiction A Seleção de Benjamin Schreave - Adivinhe quem veio para o jantar?

 ─ ENTÃO A SENHORITA JASMINE O BEIJOU? – Arlin pergunta todo animado, como se fosse a primeira vez em que eu fiz isso. – Se não é ser invasivo demais, vossa Alteza, como foi o beijo?

 Na verdade a pergunta era bem invasiva, mas Arlin está comigo desde criança o que faz com que nada seja invasivo demais. Inclusive, eu poderia dizer que Arlin é um dos melhores e mais fieis amigos que já tive.

 Termino de ajeitar o punho da minha camisa cor pêssego e visto um blazer. Como hoje é Frida quem comandará o país, decidi não usar um paletó. Quero passar o dia com as outras garotas, descobrindo mais sobre elas e de onde vieram. Acredito que será bom para ambos os lados.

 ─ Sim, Arlin, foi bom – Quando sinto meu rosto começar a esquentar, desvio o assunto. – E onde está Yan? Achei que ele iria te substituir.

 ─ O Senhor sabe como funciona a admissão de novos criados no palácio, é um processo demorado e exaustivo para quem não tiver fibra o suficiente.

 ─ E você teve fibra para permanecer até hoje?

 Arlin direciona para mim um meio-sorriso sarcástico.

 ─ Meu pai lutou na Terceira Guerra Mundial, Senhor – Ele bate duas vezes em seu próprio pulso. – A fibra está no sangue.

 ─ É claro que está.

 Paro em frente ao espelho do grande closet e dou uma ultima olhada, apenas para conferir se tudo está digno de alguém de folga. Ajeito um fio de cabelo rebelde e saio dali.

 ─ Estou indo ao encontro da senhorita Frida, sabe se ela já está pronta?

 Pergunto a Arlin.

 ─ Ullie, a criada responsável por ela, disse que a menina está de pé desde as seis e meia. Terá trabalho com aquela garota, vossa Alteza.

 Dou risada, imaginando Frida atolada de papéis até a cabeça. Sei que ela fará um bom trabalho, pois busquei todo seu histórico familiar nos documentos do palácio. Ela é parente direta de Kyle Woodwork, o arquiteto amigo da vovó que replanejou diversas áreas do palácio, Carter Woodwork, um guarda com ótimas recomendações, e Marlee Woodwork, braço direito da rainha America. Sentirei sua falta no Salão das Mulheres, mas tenho certeza de que tudo correrá bem.

 Já na metade do caminho até o quarto de Frida, encontro com a mesma no meio de uma escadaria. Seu cabelo está bem preso num rabo de cavalo e ela usa um blazer por cima de seu longo vestido lilás. Não fosse pelo cabelo louro, eu diria que ela parece com a vovó quando jovem, numa fotografia que vi pendurada em seu quarto.

 ─ Bom dia, Benjamin.

 ─ Bom dia, senhorita. Como passou a noite?

 Ela abre um sorriso do tipo que papai chamaria de “sorriso executivo”. Pequeno, bonito e pronto para negócios. Frida parecia de fato pronta para negócios.

 ─ Ansiosa, mas ainda sim tranquila. Você?

 ─ Posso dizer que da mesma forma.

 Rimos juntos, acertando o passo até nosso destino. Ela me seguia de perto e sem perder o ritmo. Em certo momento, senti que a garota quis conversar sobre meu encontro com Jasmine, que, mesmo muito discreta, tenho quase certeza de que contou para Darcy e Frida. Desconverso, apresentando a ela o lugar onde passo quase todas as tardes.

 ─ Este é meu escritório, onde brinco de governar o país até meu pai me mandar o fazer. Ali é minha poltrona e bem ali é minha cafeteira, o qual eu poderia dizer ser o bem mais precioso daqui.

 Os olhos azuis de Frida brilham excessivamente, como se tivesse esperado uma vida para fazer isso.

 ─ Perfeito. É exatamente da forma que imaginei.

 Ela se guia até seu novo lugar, atrás da mesa. Sem qualquer vergonha, ela tira do decote uma fotografia de si mesma e apoia na frente do porta-retrato com a minha foto.

 ─ Meu pai chegará aqui em alguns minutos para te explicar tudo da forma correta, mas pode se adiantar lendo um pequeno relatório que fiz para te servir de guia.

 Indico com o dedo a pequena pilha de papéis grampeados à direita da mesa.

 ─ Sem mais delongas, espero que você tenha um ótimo dia de trabalho. Nos encontraremos ao fim do dia para conversarmos sobre tudo, certo?

 Ela assente. Peço licença, mas acho que não sou escutado, vendo que a menina já está mergulhada nos papéis. Deixo o escritório de uma vez e parto para o café da manhã.

*

 Era começo de tarde quando eu estava caminhando com Makayla pelos jardins. Passei todo o horário entre o café da manhã e o almoço com as garotas, fazendo jogos e contando histórias. Tirando o aviso de que ela está se virando super bem, não tive nenhum outro sinal de Frida pelo palácio. E, bem quando eu ia começar a história do dia em que Casper e Castiel sumiram por dois dias inteiros, a garota loura disparou a falar como nunca o fez nos últimos minutos.

 ─ Me desculpe vossa Alteza, mas não consigo mais fazer isso.

 Ela para bruscamente e me encara.

 – Apenas meu corpo está aqui. Minhas pernas estão caminhando por respostas automáticas diretas do meu cérebro, pois caso contrário eu teria caído há muito tempo atrás.

 ─ Como? Não consegui entender o que você quis dizer. Quer que eu pare de falar?

 ─ Não é isso. Na verdade, é isso também – Ela perde o olhar nos pés. – Com todo o respeito, mas o senhor fala demais.

 Solto um riso envergonhado. Voltamos a andar. Mais devagar dessa vez.

 ─ Sei que mal chegamos a nossa segunda tarde no palácio, mas não sei se consigo ficar mais uma noite se quer. A cada hora que passo aqui eu penso em como as coisas estão correndo em casa e como todos estão se virando sem mim.

 Sinto-me ligeiramente culpado.

 ─ Sei como isso está sendo importante para minha família, mas não sei se isso aqui é o que eu quero para mim agora. Eu sinto como se fosse nova demais para me casar ou tomar qualquer outra decisão na minha vida.

 Dessa vez sou eu quem para. Encaro o chão o sento-me num banco próximo.

 ─ Você tem razão.

 ─ Como?

 Percebo que falei baixo, quase sussurrando.

 ─ Você tem razão. Está certa. É jovem demais para estar aqui. Até eu mesmo provavelmente sou jovem demais para estar fazendo isso.

 Sinto sua mão em meu ombro. De inicio, não sei reagir, mas acabo por aceitar o conforto. Ela fica assim por alguns segundos e então a devolve para seu colo.

 ─ O fato é que eu não quero estar aqui. Eu nem sei direito do que gosto, se é que me entende.

 Assinto.

 ─ Querendo ou não, essa é uma decisão boa para ambos os lados. Eu volto para minha casa e você tem uma menina a menos com que se preocupar.

 Solto uma gargalhada nervosa.

 Com o canto dos olhos consigo ver Diana se aproximar de nós. Seu olhar mesmo que dócil é um pouco invasivo, mas nada que chegue a incomodar.

 ─ Estão sendo solicitados no Salão das Mulheres. Chegaram uns fotógrafos dizendo que precisam de fotos mais recentes sobre a Seleção.

 Olho para Makayla, pedindo desculpas por não podermos terminar nossa primeira e ultima conversa.

 Ponho-me de pé.

 ─ Eu vou, mas a senhorita Makayla não poderá ir.

 Diana parece confusa.

 ─ E porque não?

 ─ Porque ela não faz mais parte da Seleção.

*

 Eu quase não podia acreditar que finalmente era a lua quem iluminava o céu. No decorrer do dia eu não me senti nada cansado, mas agora eu simplesmente poderia deitar e dormir por longas horas. Quem diria que passar um dia longe do escritório seria mais cansativo do que dentro dele? De qualquer forma, o relógio ainda marcam sete horas e eu tenho um jantar marcado com Frida.

 Todas as garotas foram liberadas do jantar formal na sala de jantar, então eu poderia ficar mais a vontade com Frida. Ela provavelmente estará cansada, então não exigirei tanto dela – mesmo que saiba que ela exigiria o dobro de mim após um dia de trabalho.

 Deixo o banheiro sacudindo secando o cabelo com uma toalha e sigo para o closet. Yan já está ali com três escolhas de roupa para mim. Eu ainda estou tentando entender qual é o acordo que Arlin faz com os meus novos criados, mas confesso que é complicado demais.

 ─ Boa noite, vossa Alteza.

 Ele diz, fazendo uma reverência curta.

 ─ Arlin deixou duas escolhas para seu jantar com a Senhorita Frida esta noite, mas, repensando a ocasião, as duas escolhas pareciam um tanto quanto antiquadas.

 Analiso os dois primeiros ternos nos cabides. Um deles é cinza escura tipo risca de giz com uma gravata vermelha. O outro é bege com uma fina gravata marrom. Os dois com camisas brancas simples e sapatos de couro italiano. Arlin. O terceiro cabide está coberto por uma capa preta com o logo dourado da alfaiataria do palácio.

 ─ E o que você sugere? – Digo.

 Em um movimento rápido, Yan retira a capa de cima do terceiro cabide.

 ─ Não sei se é adequado o suficiente, mas acredito que não é de todo mal. Eu de fato não entendo como todos vocês da família real conseguem usar ternos e vestidos todo o tempo.

 Ele solta um riso nervoso.

 ─ Eu surtaria sem meu jeans.

 Passo a mão sobre a camisa jeans claro de gola padre que Yan me oferece. Eu nunca havia visto uma dessas em meu armário. Era até bonita.

 ─ Eu confiarei em sua escolha, Yan.

 Ele sorri e agradece com a cabeça, deixando o closet logo em seguida.

 Coloco a camisa e abotoo-a toda. De inicio é uma sensação estranha na pele, mas acabo por me acostumar rápido com ela. Encaro-me no espelho. Quase me sinto como um dos garotos que nasceram em uma família normal.

*

 ─ E pode, por favor, acabar com as desculpas de que é um trabalho difícil! É apenas trabalhoso, como todos os trabalhos devem ser.

 Dou risada outra vez.

 Quatro taças de vinho e Frida simplesmente disparou a falar feito uma metralhadora. Analisando agora, depois de cinquenta minutos de jantar, uma roupa mais descontraída me fez realmente melhor. Consegui ficar mais confortável, mesmo com o ambiente real gritando à minha volta. E fora que calhou de combinar com Frida, que também desistiu de seu vestido e correu para sua criada em busca de uma calça.

 ─ Certo, certo. Mas isso é por que você trabalhou apenas um dia no escritório. E não foi constantemente interrompida pelo rei  – Digo. – E nem foi pega de surpresa por uma reunião onde os líderes de potencias mundiais se odeiam.

 ─ Essas coisas acontecem mesmo?

 Frida se interessa mais na conversa.

 Hesito. Talvez eu não devesse tê-la acompanhado durante suas quatro taças de vinho, sinto-me relaxado demais. Bebo um gole d’água e pisco os olhos.

 ─ Sim, acontecem... Provavelmente acontecem até porque eu nunca presenciei uma dessas. Só meu pai – Minto.

 Não sei o porquê fiz isso, mas me sinto mal imediatamente.

 ─ O rei é um homem forte e faz seu trabalho muito bem. Conversamos um pouco nas poucas vezes que deu as caras por ali. Disse que foi muito corajoso da minha parte te desafiar a ponto de ganhar o reino por um dia.

 ─ Você não tem ideia do tanto que isso circulou nos corredores do palácio.

 Frida ri, tomando um gole de vinho.

 Uma criada magra se aproxima as pressas, com preocupação no rosto.

 ─ Com licença. Posso retirar os pratos?

 Assinto, colocando o guardanapo branco de seda em cima do prato onde estava fixada uma deliciosa torta de limão. Frida faz o mesmo, e a criada recolhe tudo numa rapidez inteligente, deixando a sala de jantar a passos largos.

 O General Leger se aproxima com o semblante sério. Ele faz uma reverência rápida.

 ─ Vossa Alteza. Senhorita.

 Frida acena com a cabeça para Rolland.

 ─ Espero não estar incomodando os senhores, mas vossa Alteza precisa me acompanhar o quanto antes.

 ─ Deixe-me despedir de Frida. Obrigado, General.

 Rolland se afasta alguns passos, deixando-nos à sós.

 ─ Foi maravilhoso ter um dia livre, mas o dever me chama. Desculpe sair assim. Adorei sua companhia, espero tê-la mais vezes.

 Junto suas duas mãos e deposito um beijo demorado ali.

 ─ Até mais, Senhorita.

 Afasto-me de Frida e ando lado a lado de Rolland, seguindo-o para algum lugar que ainda não sei onde é.

 ─ O relatório, Rolland.

 ─ Uma ameaça foi deixada nos portões do palácio há algumas horas, durante a troca de turno dos soldados responsáveis. O soldado Kennedy precisou passar na enfermaria, então atrasou alguns minutos. Isso foi o suficiente para os rebeldes começarem a deixar ameaças.

 Chegamos ao portão principal do palácio. Ele é alto como uma torre e está fechado.

 ─ Já acionei uma patrulha a mais para vigiar os arredores essa noite e alguns guardas estão vasculhando o palácio, tentando encontrar alguma outra ameaça. Até agora nada foi encontrado.

 ─ E o que exatamente eles colocaram dessa vez?

 Rolland pede para os guardas abrirem os portões e consigo ver o objeto no chão.

 É um boneco vestido com roupas de príncipe, aquelas usadas apenas em ocasiões formais. Parecido comigo, até. Ele tem uma chupeta dourada na boca e ali, um papel dobrado. Aproximo-me e puxo o pequeno papel envelhecido.

 “O PEQUENO PRÍNCIPE VAI CAIR” gritava em letras garrafais azuis. Estava assinado apenas com o desenho de um pássaro com asas abertas, de um carimbo.

 ─ Meu pai já foi avisado?

 ─ Ainda não, senhor. Mas já pedi que avisassem.

 ─ Ótimo. Dobrem a guarda, tripliquem se necessário. Quero todos atentos, mesmo que seja óbvio que não farão mais nada hoje.

 Rolland assente.

 ─ Certamente, vossa Alteza.

 Começo a andar de volta ao palácio. Ouço as botas de Rolland batendo contra o chã, chegando mais perto.

 ─ E o que faço com o boneco? Jogo fora?

 ─ Se conseguir, envie de volta ao remetente dizendo que estaremos prontos para o que vier. – Torno a andar – E estejam prontos.

 De longe, consigo ouvir a ordem sendo dada aos guardas ali.

 Qualquer que tenha sido o efeito do vinho em mim, ele com certeza já passou. Pois agora sinto como se cada parte do meu corpo estivesse vivo como nunca.


Notas Finais


Me desculpem novamente pela demora e me desculpem por ser tããão pequenininho, mas foi o que saiu. Eu realmente não queria deixar vocês na mão (e nem quero mais). Torçam para que minha mente clareie de uma vez por todas!!
Obrigado por não desistirem da fanfic!

Nos vemos por aí,
Vin5e.


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