História A Seleção de Máscaras - Com ele sim, me sinto feliz.

Pov. Eadlyn

O procurei por todo o palácio, mas não o achei. O único lugar em que John poderia estar, era o jardim. Entrei por uma das portas e o encontro sentado num pequeno banco. Ele ainda não tinha me visto quando o chamei :

-Kile! - Ele virou a cabeça no mesmo momento. 

-Finalmente descobriu meu nome? - Falou sorrindo.

-Talvez um pouco atrasado. - Falei me aproximando. Ele não entendeu muito bem, mas deixou quieto. 

-Dessa vez você perdeu, eu descobri primeiro! - Brincou, mostrando a língua. 

-Que infantil... - Zombei. 

-E olha! Você é amiga do infantil! - Falou. Revirei os olhos e me sentei ao seu lado. 

-Como assim você foi o primeiro? - Perguntei, meio que já sabendo a resposta. Reparei um nervosismo, tentando ser disfarçado. 

-Porque..... Eu fui o primeiro a me inscrever na sua seleção. - Falou medindo as palavras com calma. 

-Por que a pressa? - Perguntei com um sorriso. Como eu nunca tinha reparado nele? 

-Porque eu queria ver você. - Falou como se fosse óbvio. 

-Mas por que entrar na seleção então? Não bastava vir me visitar?-Mordi o lábio para conter o riso. Tenho que confessar que estou me divertindo com isso. É uma das poucas chances que vejo Kile nervoso. Não podia perder a chance. 

-Porque..... Por que tantas perguntas? - Mudou de assunto. - Você veio me procurar pra quê? 

-Ah, isso. - Falei. - Primeiramente, quero dizer que isso é muito sério. - Ele me olhou assustado.-É que, eu quero fazer um pedido pergunta.

-Pedido pergunta? - Perguntou me olhando. 

-Sim, não sei escolher entre um dois dois, então é um pedido pergunta. - Expliquei. 

-Tudo bem, só espero que não seja uma outra volta à noite pela floresta, naquela vez nos perdemos e seu pai quase arranca meu cérebro por não me lembrar como voltar ao palácio. - Falou. Comecei a rir. 

-Fala sério! Tínhamos 7 anos! - Respondi ainda rindo. Depois de recuperar o fôlego continuei.-Não, não quero dormir novamente no frio com um boboca com medo de vespas. 

-Ei! Eu não tenho mais medo, tá? - Falou rindo. 

-Continuando. - Eu tinha que falar logo, antes que a minha coragem fugisse. - Eu quero perguntar se.... Você.... Gostaria de - Fica difícil com nós dois nos olhando tão intensamente. - Se casar comigo? - Perguntei. Ele abriu a boca. 

-É sério isso? - Perguntou, chocado. 

-Sim. - Respondi meio receosa. - Mas é claro que se você não quiser eu vou - Ele me interrompeu com um beijo, arregalei os olhos, mas logo retribui na mesma intensidade. Ele pediu passagem de língua e eu cedi. O beijo estava se intensificando cada vez mais e eu senti uma mistura de sentimentos. Mas um eu reconheci muito bem. Amor. Fiquei surpresa ao reparar que não só da parte dele, mas minha também. Meu corpo explodia de alegria, como se finalmente achasse meu lugar. E eu realmente achei. E era ali, com ele. A falta de ar chegou e tivemos que nos separar. Ele colou nossas testas e após respirar fundo, falou:

-Você não sabe o quanto eu te amo.... 

-Sabe? Acho que descobri agora mesmo que também te amo. - Respondi o olhando nos olhos, sorrindo. - Mas você ainda não me respondeu, sim ou não? - Perguntei séria. 

-Se você acha que esse beijo significou um não, eu juro que toda noite eu vou te perturbar antes de dormir falando um belo "sim".-Ele me respondeu. Comecei a rir e apoiei minha cabeça em seu ombro, ainda o olhando. 

-Pois eu achei que fosse não. - Respondi com uma falsa cara confusa. Ele riu. 

-Pois toda noite, a partir de hoje, irei te dizer um sim antes de dormir. - Falou. Virei minha cabeça para frente, vendo o jardim com a cabeça ainda em seu ombro. 

-Ótimo, assim vou sempre saber que você me ama. - Falei me aconchegando melhor nele. Ele apoiou sua cabeça na minha. 

-Sim, mas você também tem que falar, porque não vou falar um sim toda noite e receber um vácuo. - Falou e aquilo me fez rir. 

-Então eu que tenho que ficar no vácuo? - Perguntei indignada. 

-Sim. - Respondeu rindo. 

-Achei que eu também teria que falar, para você saber que eu te amo. - Falei me virando para o olhar. 

-Não. Confio em você.-Me respondeu. 

-Também confio em você, só que é bom você saber toda noite que é amada. - Falei sorrindo enquanto roçava meu nariz no seu. Depois de uma pausa completei. - Mesmo que eu seja amada por muitos. 

-Impressão minha ou eu senti uma pontada de convencimento? - Perguntou erguendo as sobrancelhas. 

-Impressão minha ou eu senti uma pontada de ciumes? - O provoquei. Ele ficou parado me observando. 

-Por que você é tão complicada? - Peguntou. 

-Não sei, mas sei que você adora minha complicação. - Respondi, sorrindo. 

-Talvez seja mesmo. - Respondeu. - Mas você também adora meu charme, beleza, inteligência e acima de tudo meus sorrisos encantadores. - Completou. 

-Ha, ha, ha. Convencido nada você, né? - Fui irônica. 

-Infelizmente, só falo verdades. - Falou dando um de seus sorrisos de lado e se aproximando, começou a me beijar lentamente, aproveitando cada momento, assim como eu, mas eu tive que interromper. 

-Eu estou com fome. - Falei. Ele me olhou com uma cara de "você tá falando sério?", e, ao ver que era mesmo, começou a gargalhar. 

-Isso só poderia ter vindo de você mesmo.-Falou. - O que você quer? 

-Uma torta de chocolate não é uma má idéia..... - Sugeri deixando a frase no ar.

-Tudo bem. Vamos pegar dois pedaços. - Respondeu. 

-Para mim? Os dois? - Perguntei animada. 

-Não, comilona, para mim também. - Respondeu rindo da minha cara de decepção. Pegamos os pedaços da torta e voltamos para o jardim, nos sentamos apoiados em uma árvore e começamos a comer. 

-Hum, quem fez essa torta maravilhosa? - Perguntei. Ele começou a rir. 

-Fui eu mesmo! - Se gabou. - Depois você fala que eu me convenço a toa. - Revirei os olhos. 

-Se convence sim, senhor. - Falei. - Mas sobre a torta? Hummm, meu querido John. - Respondi desfrutando o sabor delicioso da torta. 

-Não sou seu querido. Pelo menos não seu querido John. Tenho a impressão que esse já tem um livro.... - Respondeu. 

-Também acho. - Falei, pensando. - Então, me querido Kile. - Sugeri. 

-Aí está perfeito. - Falou e em seguida me deu um selinho. - Você já falou com seus pais sobre casamento? - Perguntou. Expliquei para ele meu plano se vingança por não saber o nome dos selecionados e ao terminar, Kile não parava de rir. 

-Eadlyn, isso não vai dar certo! - Falou. 

-Pelo menos vai ser engraçado! - Respondi e rimos juntos. Logo depois ele para, mas eu continuo, sem conseguir parar de rir. Ao ver que ele me observava, perguntei :

-O que foi? - Falei ao voltar a ter fôlego. 

-Nada. É que você fica ainda mais linda sorrindo. - Respondeu.

-Eu sei. - Falei dando de ombros. Ele começou a rir. 

-Como você consegue estragar o clima? - Perguntou. - Eu pelo menos tenho um pouco de seriedade. 

-Você fala de mim, mas você é outro. - Falei, negando com a cabeça. 

-Talvez seja por isso que somos perfeitos juntos. - Falou, sorrindo, aproximando-se para passar um braço por meu ombro. Me senti segura naquele abraço.

-Talvez.... - Deixei a frase no ar. Minha torta já tinha acabado, ele abaixou o olhar da minha boca para seu prato que estava melado com cobertura de chocolate. Ele passou um dedo no prato e passou em meus lábios. 

-Eadlyn! Se sujando com essa idade? - Perguntou. Dei uma risada pela sua seriedade. - Deixa para lá. Do jeito que sou bondoso, vou te ajudar a limpar isso. - Ele aproximou nossos lábios e finalmente me beijou, depois de um tempo, paramos. 

-Obrigada pela ajuda. - Respondi ironicamente. 

-Foi um prazer, posso ajudar novamente se precisar. - Falou com segundas intenções se aproximando de novo. Abri um sorriso malandro e, rapidamente, passei a mão pelo prato e coloquei na minha frente, fazendo ele beijar minha mão e sujando o rosto inteiro.

-Esse, com toda certeza, foi o pior fora da minha vida. - Lamentou. E eu só pude rir dele. - Você não vai parar de rir? - Neguei com a cabeça ainda rindo. - Que bela noiva.... 

-Sou, né? - Respondo. 

-Sim, pena que está a baixo do noivo. - Kile fingiu uma falsa tristeza. Parei de rir e fiquei séria, olhando para ele. 

-Como eu posso amar você? - Perguntei. 

-Sou irresistível. - Respondeu com uma cara de "muito óbvio" que misturada com o rosto dele cheio de chocolate, ficou muito engraçado e fofo! Depois, ficamos lá, curtindo, aquela tarde foi uma das melhores, porque, apesar de passar a maior parte abraçada a Kile, o que pode ser uma tarefa um tanto quanto tediosa, foi especial, somente pela pessoa que estava comigo e eu sabia, que ele pensava o mesmo. 

Pov. Narradora em terceira pessoa 

Aquela tarde foi especial para ambos, tanto para Kile, que estava feliz como nunca esteve, quanto para Eadlyn, que finalmente encontrou o que nunca esperava encontrar. Um amor. Aquela tarde no jardim seria a primeira de muitas, pois daquele dia em diante, eles viveram convencidos e complicados, mas também muito felizes, para sempre. 

Bônus engraçado 

Pov. Eadlyn 

Depois de passar a maior parte da tarde no jardim com Kile, fomos contar para os meus pais sobre o casamento. Seguimos a diante por alguns corredores, até achar a sala em que, geralmente meus pais tomavam chá no dia de hoje. Bati na porta, e recebi um "entra" vindo de minha mãe. Entrei com Kile me acompanhando ao meu lado. Nos aproximamos. 

-Boa tarde, querida. - Meu pai falou, animado. - John. - Falou com Kile e o mesmo retribuiu com um sorriso dirigido para o futuro sogro... 

-Boa tarde à vocês dois! - Minha mãe falou. 

-Boa tarde! - Respondi. - Preciso conversar com vocês. 

-Pode dizer. - Minha mãe disse, sorrindo enquanto levava a xícara de chá a boca. 

-Bem, é que..... Eu arrumei um noivo. - Fui direta e me concentrei na expressão deles. Minha mãe cuspiu o chá que tinha na boca e me olhou de olhos arregalados e o queixo caído. Já meu pai.... 

-O que?!? - Berrou. - América, eu nunca achei que precisasse então nunca contive meus ciúmes para nossa filha. - Se dirigiu a minha mãe. - Mas agora? Eadlyn, quem é o desgraçado que você vai se casar? - Perguntou de um jeito que até me deu medo. Kile me olhou, mais pálido que papel, assustado. 

-Com o..... Kevin. - Menti. Não ia deixar meu pai enforcar o meu noivo e me tornar viúva antes mesmo de casar.

-Aquele imbecil do Hale, sempre pensei que ele fosse o quem eu mais poderia confiar. - Falou não se importando se falou o nome verdadeiro dele. Nossa. A última vez que eu vi meu pai assim foi quando um embaixador paquerou a minha mãe na festa à fantasia de 5 anos atrás. Mas o que o cara poderia fazer? Minha mãe estava vestida de empregada, realmente nem se parecia com a rainha. Meu pai andou com passos fortes até a porta e ao abrir, se deparou com Hale, com malas, provavelmente veio se despedir de mim. 

-Não acredito! Virou noivo hoje e já veio trazer suas malas para morar aqui?? Seu aproveitador de menininhas! - Meu pai gritou. O pobre do Hale se assustou e não entendeu absolutamente nada. O único que eu e Kile conseguimos fazer foi mandar um sinal para ele correr e muito. Ele não perdeu a oportunidade e começou a correr, gritando de medo por meu pai o perseguindo. Olhei para Kile e começamos a rir. 

-Não é o Hale, verdade? - Minha mãe perguntou, sorrindo. Como ela descobriu? - Dá para ver em seus olhos. - Respondeu como se lesse minha mente. - Sempre apoiei vocês. - Falou apoiando os braços na mesa, colocando a cabeça entre as mãos com uma cara apaixonada. 

-Mãe! - Me senti envergonhada. 

-Eu também nos apoio. - Kile comentou me segurando pela cintura. 

-Sem comentários desnecessários. -o Respondi corada. Rindo, ele me deu um selinho. Naquele momento, não sei se existia lugar melhor para mim, que em seus braços.