História A Seleção do Príncipe Dylan O'Brien - Capítulo 21

Dylan O’Brien 

Estava com um terno preto e tinha colocado a coroa em minha cabeça. Meus pais se vestiam de preto também, ambos usavam suas coroas. O clima no castelo estava pesado e o dia amanhaceu nublado e escuro. Eu não tonha contado a Kelly quem iria ser executado naquela manhã, mas eu sabia que o dia ainda seria pior depois daquilo.

Saí pelo corredor e fui ao quarto de Kelly, bati em sua porta e não houve resposta. Bati mais uma vez e uma das criadas dela me atendeu. Entrei no quarto e Kelly usava um vestido longo preto, com mangas abaixo do cotovelo. O cabelo dela estava preso em um coque e não se notava que estava maquiada.

- Kel... – chamei baixo e ela não me olhava, não tinha tocado em seu café da manhã. – Você precisa se alimentar.

- Não quero nada que me embrulhe o estômago. – ela responde seca.

- É nossa lei e você precisa entender. – falo e ela me olha com raiva.

- Saia por favor. – ela pede e eu vou embora do quarto.

Fui ao encontro dos meus pais, os pais de Rachel estavam junto deles, vestidos da mesma forma. Rachel logo chegou, usava um vestido preto que ia até o joelho, com uma renda que fazia suas mangas longas, seus cabelos estavam soltos e ela me olhou compreenssiva. Fomos todos para a praça, Kelly encontrou conosco e com relutancia aceitou meu braço para entrarmos.

Os condenados estavam com a corda no pescoço quando chegamos ao palanque. Eles usavam um capuz preto e estavam com as mãos amarradas. Kelly apertou meu braço ao ver aquilo e eu segurei a mão dela. Meu pai se colocou a nossa frente para iniciar a execução.

- Meu povo! – ele fez todas as vozes que ecoavam se calarem – Estamos aqui para que a lei seja cumprida. Esses cidadãos traíram a coroa e trouxeram guerra ao país, arriscando não só nossa paz, como nossas vidas e agora terão a punição estipulado por lei: a morte.

O carrasco tirou o capuz dos condenados e Kelly levou a mão a boca ao ver o rosto de Rebecca no meio daquela gente. Sem muito aviso o carrasco puxou o alçapão e todos morreram por meio de uma forca. Nos retiramos do local e asism que entramos no castelo, Kelly se soltou de mim e saiu correndo. Corri atrás dela, mas acabei perdendo ela de vista. Resolvi ir ao quarto dela e senti meu coração quase parar a cada minuto que ela não aparecia.

Depois de uns bons quarenta minutos ela voltou ao quarto, seu rosto estava manchado de lágrimas e quando me viu, fez menção de sair.

- Kelly, precisamos conversar. – a chamo e ela volta – Desculpe se isso foi demais, só que é nossa lei e isso dificilmente acontece, mas é a lei que nos mantêm seguros e garante ordem.

- A Rebecca foi morta numa forca. – ela sibila.

- Ela mandou que matassem Alec. – respondo. – E não pergunte o que ele acharia, ele é militar e concordaria com a lei.

- A lei pode ter errado. – ela diz frustrada.

- Não dessa vez, Kelly. – digo e é minha vez de ir embora.

Kelly Brooke

Dylan saiu do meu quarto e eu voltei a chorar. Foi bem dificil ver tudo aquilo, eu nunca tinha visto alguém morrer e o pior, ver Rebecca ter aquele distino foi bem destruidor. Eu não sirvo pra isso, ter esse sangue frio, de entender que é a lei. Meus pais me ensinaram a amar acima de tudo e que sempre podemos perdoar, mas acabei de ver meu futuro marido agindo impiedosamente com algumas pessoas.

- Kelly? – vejo Rachel entrar em meu quarto e ela corre para me dar um abraço. – Sinto muito por se abalar com tudo isso.

- Você não se abala? – pergunto a ela.

- Sim, mas não dessa forma. – ela fala sentando comigo na cama.

- Como assim? – pergunto confusa – E tem outra forma?

- Kel, muitos soldados morreram e essas pessoas fizeram alianças que destruiriam nosso povo. – ela tenta me explicar o que levou a tudo isso – Alec ainda não acordou do coma porque ele foi te proteger de James e não me entenda mal, não estou jogando isso na sua cara, mas se a guerra viesse a tona tudo iss seria pior em um grau imensurável.

- Mas matar? – pergunto indgnada.

- Sim, é essa lei e todas as outras que mantem o controle do povo e o povo entende isso. – ela me responde paciente.

- Eu não tenho esse sangue frio. – respondo chateada, achei que Rachel me entenderia.

- Não é essa a questão, Kelly. – ela continua tentando me explicar que essa crueldade é aceitável. – Num reino você tem que fazer o melhor para um contexto geral e não só pra si mesmo, o rei também não gostou, mas é isso que a lei o obrigou a fazer e se você não lembra... – ela levanta suspirando e vai até a porta. – Dylan e o rei não deixaram que esse fosse o meu destino.

Mas eu lembro sim, Rachel traiu Dylan na seleção e seria condenada a morte se o rei não tivesse intervido em seu caso. Tirei aquele vestido presto e limpei meu rosto da maquaigem borrada. Preparei um banho de banheira para refletir, mas o que eu faria estava muito claro em minha mente. Eu não podia seguir com isso, eu não tenho forças para viver assim e eu sei que posso seguir com minha vida. Saí do banheiro e minhas criadas estavam no quarto.

- Quero que chamem o príncipe Dylan e quando ele chegar, me deixem a sós com ele – peço e elas se apressam em procurá-lo.

Procurei no armário a roupa que eu estava quando cheguei e achei meu vestido florido azul, com a sandália branca que ganhei dos meus pais depois que minha irmã tinha rasgado o vestido que comprei com meu salário. Dylan não demorou muito a vir, ele estava sem terno e tinha um olhar distante, exausto.

- Eu sinto muito Dylan. – começo a dizer e ele começa a chorar, por fim eu não consigo segurar minhas lágrimas. – Eu não posso ser rainha, eu sei que a lei é importante e posso ver claramente que o que aconteceu não é maldade no coração de ninguém, mas eu não posso... – falo de uma vez e ele balança a cabeça negativamente, com lágrimas em seu rosto – Desculpe, eu te amo e não vou te esquecer, eu não pude nem quando perdi a memória, mas eu não posso ser rainha, é um trabalho grande demais pra mim.

- Por favor, Kelly... – ele segura em minhas mãos.

- Sei que você jamais me obrigaria a ficar, então eu estou pedindo para ir embora. – digo em meio aos soluços, tiro a aliança que ele me entregou e devolvo a ele – Eu te amo Dyl, só não posso ser rainha da Austrália.

- Você não sabe o quanto isso está doendo, mas está livre pra ir – ele diz em meio ao choro e sai do quarto.

Menos de dez minutos, Rachel entra em meu quarto.

- Você não pode fazer isso! – ela fala completamente fora de si – Não sabe o que fez Kelly! Acabou com a vida do Dyl e com a sua!

- Você e Ashton são muito felizes, por que quer se intrometer nisso? – disse com raiva.

- Por que eu teria ido a forca com Ashton, só porque o amo! – ela joga em minha cara e sai do quarto com raiva de mim.

Luke e Calum tentaram conversar comigo, mas por fim chamaram Ashton para minha escolta. Estou voltanto pro meu distrito e meu coração está partido em deixar Dylan, mas sei que eu o decepecionaria muito e por isso é melhor eu ir embora.

- Tem certeza disso? – Ashton me pergunta no aeroporto.

- Tenho Ash. – respondo sem olhar pra ele.

- Então tenha uma ótima vida baixinha. – ele me abraça e me embarca no avião.