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História A Seleção Sem Fim - Apoio


Escrita por: xPrimrose

Notas do Autor


Oii gente e.e Depois do capítulo passado eu to com um super medo de voltar aqui. Eu recebi pelo menos CINCO AMEAÇAS DE MORTE nos comentários do capítulo passado, bem injusto na vdd, eu escrevo uma morte super bonitinha com todo o carinho pra vcs e vcs querem me matar. Feio einh, mas eu amo vocês ♥
Enfim estamos chegando nos últimos capítulos da fanfic, depois desse provavelmente só vão ter mais dois. E olha, depois de quase dois anos escrevendo, já ta bom né? Tava na hora!
Eu queria agradecer muito vocês pelo apoio quando eu disse que ia escrever uma fanfic original, vocês são muito fofas, sério. Se eu realmente for continuar ela, vou dar o meu melhor pra ser uma fanfic melhor que essa <3
Enfim, não quero me enrolar muito aqui, só quero dizer que eu chorei de verdade escrevendo esse capítulo (achei mais triste que o anterior), então preparem os lencinhos, ou não.
Boa leitura!

Capítulo 105 - Apoio


                Eu não chorava. Não havia mais nenhuma lágrima para sair do meu corpo, eu havia gastado todas elas na noite anterior.

                Era como se tudo estivesse passando de novo, um replay do pior dia da minha vida, mas ao invés de ser Bel quem morria era Adrian. Eu não entendia o porquê daquilo, simplesmente não entendia.

                O palácio já havia me tirado duas pessoas importantes para mim, do mesmo jeito. A Seleção     havia feito com que eu observasse enquanto elas morriam sem poder fazer nada. O que eu estava fazendo ali? Tudo o que eu queria era voltar para minha casa, era voltar no tempo e nunca ter me inscrito nessa droga de concurso.

                Do que adiantava todo o caminho, todo o tortuoso percurso que tinha percorrido para amar Adrian se ia perde-lo ali?  

                O Sol já havia nascido há tempos e cada vez parecia brilhar ainda mais. Eu não aguentava isso, toda aquela luz, um dia perfeito para passear com Adrian pelos jardins. Era pedir muito mais um tempo com ele? E pensar que nosso último beijo havia sido algo rápido em frente às câmeras e olhares incrédulos.

                Saber que nunca mais sentiria seus lábios sobre os meus, jamais saberia a sensação de passar a noite e acordar ao seu lado me machucava, doía saber que meus filhos não seriam os filhos de Adrian. Cada lembrança sobre ele reabria a ferida que a falta de Bel deixara e abria uma nova. Eu e ele nunca ficaríamos juntos. Nossa família não existiria.

                A porta do quarto se abriu. Um uniforme oficial de príncipe. Meu coração acelerou, por um momento achei que fosse Adrian. Que fosse um fantasma ou que ele tivesse voltado dos mortos, eu não me importava. Mas quando encarei seu rosto vi que os cabelos eram claros demais. Os olhos estavam tão vermelhos quanto os meus deveriam estar e Clarkson parecia desconfortável.

                - Eu posso ficar aqui com você? Sei que mandou todas as suas criadas para fora do quarto e disse que não queria ver ninguém, mas realmente estava na esperança que você não se incomodasse com a minha companhia. Prometo ficar quietinho aqui. Eu só... Não aguento ficar perto das outras pessoas, é enlouquecedor. E ficar sozinho é pior.

                Bati a mão no colchão, ao lado de onde eu estava sentada.

                - Venha.

                Ele fechou a porta, tirou os sapatos e sentou ao meu lado, entrando debaixo dos lençóis e abraçando os joelhos, exatamente igual eu estava.

                Ficamos minutos em silêncio, encarando a porta do meu banheiro, sem saber o que dizer um para o outro. Na verdade, eu sabia que não tínhamos mesmo o que dizer, não adiantava falar coisas como “ele está em um lugar melhor agora”. Isso não ajuda, não melhora, não significa nada.

                Quando o silêncio tornou-se pesado demais para suportar a voz de Adrian preencheu o quarto, ainda que estivesse sussurrando.

                - Eu não imaginava que o perderia assim, sabe? Não agora. Demoramos tantos anos para começarmos a nos falar e quando finalmente nos tornamos irmãos de verdade, desses que contam as coisas uns pros outros, ele vai embora assim.

                - Eu desisti de me apaixonar por ele no começo da Seleção. Eu lutei com todas as minhas forças quando esse sentimento começou a brotar dentro de mim, eu simplesmente não aceitava. Eu não queria isso. E quando finalmente me permiti ama-lo ele me abandonou. Ele me abandonou, Clarkson. Como ele pode nos deixar?

                Me aproximei de Clarkson e ele me abraçou, achei que ia chorar, mas minhas lágrimas simplesmente pareciam não estar mais lá.

                - Eu não sei. Adrian nunca foi muito previsível, era obvio que sua morte também não seria. De todas as pessoas ele certamente seria a que escolheria a pior hora para morrer. Você quer falar algumas palavras durante o funeral? – Ele perguntou, meio sem saber o que fazer.

                - E o que vai adiantar? Adrian não vai ouvir. Ele se foi. Quer que eu diga palavras de conforto para sua mãe? – Soltei uma gargalhada áspera e sem graça. Clarkson se juntou a mim.

                Antes que eu percebesse estávamos rindo. Rindo tanto que nossas barrigas doíam. Rindo tanto que voltamos a chorar e não saber o que fazer. Meu nariz escorria e eu sabia que eu devia estar com a pior aparência de todas, mas era Clarkson quem estava comigo então eu simplesmente não me importava.

                Clarkson havia sido o príncipe que estava comigo no início da Seleção e de alguma forma eu sabia, eu sempre soube, que seria ele quem estaria comigo no fim. Só não sabia que seria desse jeito.

                - O que Adrian gostaria que fizéssemos por ele? – Clarkson perguntou quando conseguiu conter o riso e as lágrimas.

                Um sorriso fraco surgiu em meus lábios.

                - Ele gostaria que gritássemos com alguém por ele. Deus, ele amava fazer isso.

                - E como amava. – Clarkson respirou fundo. – Eu juro Nick, eu vou fazer de tudo para transformar a vida do filho da puta que matou meu irmão num inferno. Ele vai se arrepender tanto de ter feito isso, mas tanto que vai preferir mil vezes que tivesse morrido no lugar de Adrian.

                Algumas pessoas escolheriam o caminho do perdão. Diriam que Deus tem um plano para tudo e que as coisas acontecem como tem que ser. Que de forma alguma a vida de Adrian poderia ser prolongada. E que sentimentos de vingança e rancor faziam mal para nossos corações, que Clarkson deveria deixar isso de lado e esperar que seu pai desse a sentença ao homem, mas eu não era uma dessas pessoas.

                - Faça isso, Clarkson. O destrua tanto que faça ele implorar para morrer e quando ele o fizer não o mate! Não deixe que ele tenha um destino fácil nem uma morte rápida. O faça apodrecer, prolongue seu sofrimento até que a carne não aguente mais, até que seus ossos não sustentem seu peso. Faça-o pagar, Clarkson e me deixe ajudá-lo a fazer isso.

                - Se tem uma coisa que eu aprendi com meu pai, é fazer as pessoas pagarem o que devem. – Eu via o ódio nos olhos de Clarkson e sabia que os meus refletiam exatamente a mesma coisa.

                - Ele está aqui no palácio, não está? Em uma das celas? – Clarkson assentiu. – Eu quero vê-lo.

                - Nick, não quero que se aproxime dele. Pode ser perigoso.

                - Eu não sou nenhuma garotinha indefesa, Clarkson. E mesmo se fosse, eu não posso descansar antes de olhar nos olhos daquele homem, de gravar bem o rosto do cara que desgraçou a minha vida, que deu um fim ao futuro de Adrian.

                - Está bem. – Ele sabia que não adiantava discutir nesse assunto.

                - Vamos fazê-lo pagar, Clarkson.

                ***

                 Clarkson conseguiu que eu fosse ver o homem mais tarde, no mesmo dia, mas ele não poderia me acompanhar, então eu estava sozinha. Eu descia com cuidado as escadas para o calabouço, ainda usava as roupas do dia anterior e estava de salto. Clarkson havia me dito como encontrar a cela e eu o fiz sem dificuldade. O corredor estava vazio, a não ser pelo homem dentro da cela e alguém que estava com ele. Alguém num imenso vestido vermelho.

                Mesmo ali, na escuridão, o vestido de Abby parecia impecável, mas seu rosto estava cansado e os cabelos despenteados. Ela parecia não ter dormido a noite toda. Entrei numa das celas e tentei me esconder nas sombras, tentando ter uma visão mais ampla da cena.

                Havia um homem a sua frente. Ele era curvado e usava um uniforme sujo de guarda. Tinha um sorriso vitorioso no rosto.

                - Eu dei ordens extremamente claras para que você matasse a garota Seis caso Adrian a escolhesse, apenas isso e nada mais.

                Ele soltou uma gargalhada.

                - E perder essa oportunidade? Nunca.

                - Por que matou meu filho? POR QUE? – Ela gritou e parecia abalada, de verdade.

                Eu percebi a raiva e a tristeza em sua voz e, por um momento, quase senti pena dela, até perceber que ela havia contratado aquele homem para me matar e ele, por um acaso, havia se desviado dos planos e matado seu filho, era uma ironia que eu estivesse viva e não Adrian.

                - Você deveria tomar mais cuidado onde arruma seus mercenários, sabia? Os rebeldes estão por todo lugar. – Ele fez um gesto com a mão abrangendo toda a cela. – Atualmente não se pode mais confiar em ninguém.

                - Tire esse sorrisinho debochado do seu rosto, seu rebelde imundo. E me escute...

                Por um segundo o único som que eu ouvi foi da mão do homem acertando o rosto de Abby, amplificado pelas paredes de pedra úmida e a atmosfera silenciosa do lugar.

                - Escute aqui você sua vadia de coroa. Nós somos mais fortes do que pensa, nós já conseguimos matar seu filho e logo vamos tomar seu palácio e seu país. Você – ele cuspiu no chão – é a próxima.

                Ouvi o barulho da grade da cela se fechando e Abby se afastando. Aquela discussão havia se encerrado.

                - Agora você pode sair de seu esconderijo, garotinha. – Ele disse quando os sinais da presença da Rainha já haviam desaparecido.

                - Como... – Engoli a pergunta, não importava. – Você merece um destino pior do que a morte.

                - Eu mereço um destino pior do que a morte? Você é a garota Seis, não é?

                - Sim. Por quê? Vai menosprezar minha casta também? – Eu não acreditava que aquele homem ia fazer aquilo.

                - Não. É que me surpreende você, de todas as pessoas dessa espelunca, me dizer algo do tipo. Como ousa defender a família real desse jeito?

                - COMO OUSO? VOCÊ MATOU O HOMEM POR QUEM EU ESTAVA APAIXONADA! VOCÊ FOI CONTRATADO PARA ME MATAR! – Eu não me importava mais com o tom de voz.

                - Estava apaixonada? Besteira, você mal o conhecia, era um romance de adolescente. O que há de tão especial na morte do seu príncipe quando vejo tantas pessoas morrendo diariamente de fome? E sei que você já viu também. Tudo isso enquanto sua preciosa família real se farta até não poder mais, gasta rios de dinheiro em joias, vestidos e bailes inúteis.

                - Eu... – Eu não sabia o que dizer, aquilo havia me pego de surpresa.

                - Mas é claro, o palácio a cegou. Ele faz isso com qualquer um com a mente fraca. Aposto que está tão deslumbrada que mal se lembra dos seus vizinhos que tem que dividir um pão em oito pedaços, não é mesmo?  Aposto que esqueceu dos Oito que nem ao mesmo um lugar para morar tem. Mas nada disso importa enquanto você pode encher sua pança e viver um romancezinho com o príncipe, não é?

                - Pare com isso! – Meus olhos estavam com lágrimas de novo, porque aquilo estava me afetando? Eu estava ali para xingar aquele homem que havia matado Adrian, mas suas palavras me acertavam cada vez mais e, por alguns instantes, me faziam achar que ele estava certo.

                - Então você quer que eu pare? Por que? A verdade é demais para você? Garanto que esse tempo todo se julgou melhor que todas as outras garotas aqui, não é? Mas é claro, você teve um passado sofrido, você sabia o que era a dor de verdade e sabia ser humilde, estou certo? Mas na verdade na primeira oportunidade você virou as costas para o seu povo. Quando se tornasse Rainha se lembraria ao menos dos seus pais? Ou iria esquece-los também?

                Eu não iria continuar ali ouvindo o assassino de Adrian me dizer aquelas coisas, me afastei e comecei a subir a escada correndo, sem conseguir controlar as lágrimas. Não conseguia bloquear a voz dele dentro de minha cabeça, porque sabia que de alguma forma ele estava certo. Eu havia entrado no palácio e só me importado com meu próprio bem-estar, havia esquecido que fora do palácio havia pessoas que passavam fome e brigavam por um pouco de sopa. De certa forma eu havia sido tão hipócrita quanto todas ali.

                


Notas Finais


Espero que tenham gostado. Me perdoem por qualquer erro de português, sintam-se livres pra me corrigir nos comentários. Eu revisei o capítulo, mas já é quase 3 horas da manhã e eu to caindo de sono, mas não queria deixar de postar logo, então pode ter escapado um erro ou dois.
Beijos ♥


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