História A Series Of Coincidences (That Brought Us Together) - First Meeting (This Kid Is Too Drunk To Go Home Alone)

-Jimin-

Fitei a pedrinha amarelada que Jackson partia com dedos trêmulos, a música era alta e a sala cheirava a álcool, suor e fumaça.

- É a sua primeira vez? – Perguntou ele com olhos cautelosos.

- Não exatamente, - respondi incerto e levemente nervoso – já experimentei doce, mas não senti nada.

- Então isso deve ser o suficiente. – E com isso pediu-me para por os dois pedacinhos de cristal do tamanho de grãos de areia debaixo da minha língua e esperar o efeito bater. Agradeci sorrindo e fui para a pista de dança improvisada.

E a partir daí as coisas foram tomando um rumo não muito agradável.

Não tenho certeza se foi a bebida, ou o cristal que até agora não tenho certeza do nome, mas depois de alguns minutos fui sentindo meu corpo ficar cada vez mais leve, o riso vindo mais fácil e era cada vez mais difícil de impedir que meu corpo se balançasse no ritmo da batida eletrônica que saia das caixas de som alojadas ao lado da cabine do DJ, que na verdade era só uma mesa coberta por uma toalha branca e equipamentos amadores.

O cristal fazia com que dopamina e serotonina inundassem meu cérebro, e eu não dava duas fodas para nada. Mas realmente eu acho que as coisas só começaram a desandar com força e com vontade quando eu decidi que seria uma excelente ideia fumar maconha com o Bambam, um aluno de intercâmbio que ninguém sabia pronunciar o nome mas que todo mudo conhecia.

Eu devo ter dado umas três tragadas no baseado que ele estava compartilhando com um cara alto cujo rosto eu reconhecia mas não sabia associar as feições à um nome, Jung alguma coisa eu acho. Ele era muito bonito, o rosto era longo, o sorriso em formato de coração e ele tinha um dos eyesmiles mais lindos que eu já vi, ele também dançava extremamente bem, e em um certo momento ele me levou para a pista de dança.

A cada segundo minha mente ficava mais nublada, a sensação era de tentar enxergar através de uma fumaça densa e todos os movimentos pareciam desacelerar, a coisa toda foi legal por cerca de duas músicas, depois era simplesmente frustrante. Meu corpo não parecia capaz de me obedecer, tudo era lento, meus movimentos, meus pensamentos, minha voz, mas mesmo sendo extremamente frustrante eu não conseguia achar em mim forças o suficiente para me importar, e a risada borbulhava em meus pulmões sem a minha permissão.

Depois de mais algumas musicas resolvi andar um pouco pela casa, não tenho certeza do que me levou a fazer aquilo exatamente, mas eu saí da pista de dança e fui em direção ao quintal relativamente grande, alguns bolinhos de pessoas conversavam enquanto passavam entre si cigarros ou baseados, e em uma mesa havia outra caixa de som, essa, diferente das que estavam do lado de dentro, tocava funk, e ao redor dela algumas pessoas rebolavam. Eu já estava cansado da festa, minha paciência e a minha energia iam chegando ao fim e minhas pálpebras estavam pesadas, mas quando eu vi Jeongguk com a língua na garganta de uma garota enquanto passava as mãos na bunda da mesma, eu decidi que já tinha aproveitado a festa o suficiente por hoje.

Marchei em direção à saída encontrando com Taehyung no caminho.

- Hey Chim! Você já vai? – Eu estava alto demais para realmente analisar qualquer coisa, mas eu pude ver uma certa preocupação no olhar dele.

- Sim, sim, eu tô super cansado. – Minhas palavras saíam arrastadas e lentas.

- Você vai voltar sozinho?

- Aham.

- Tem certeza Chim? – Ele parecia estar em um conflito interno, pelo que eu tinha visto ele estava realmente aproveitando a festa.

- Não se preocupa Tae! Eu tenho um canivete tá sussa.

- Se você diz. – E levantou os braços em um sinal de rendimento, me lançando um sorriso antes de ir em direção ao cara que tinha fumado maconha comigo e com Bambam.

Depois disso verifiquei se ainda estava com a carteira, o celular, as chaves e o canivete e saí em direção à rua, agradecendo G-Dragon por eu ter lembrado de checar os bolsos antes de simplesmente sair.

O ar na rua era gelado, apesar de os traços remanescentes do inverno estarem indo embora, torci para o frio ajudar a levantar um pouco da neblina que cobria meus pensamentos, mas não tive sorte, minha cabeça ainda parecia coberta por algodão. Meu dormitório não era muito longe da casa do IM, que era o local da festa, mas andando dava cerca de 20 minutos, no estado em que eu estava eu tinha certeza absoluta que iria demorar um pouco mais.

Ainda era relativamente cedo, um pouco depois da uma, então alguns carros ainda andavam pelas ruas largas da cidade grande. Quando eu estava perto de um bar decidi atravessar a rua, eu já estava na metade do caminho quando vi luzes um pouco brilhantes de mais vindo na minha direção e algo me puxando para trás.

Meu equilíbrio falhou e eu fui de encontro à calçada. Toda a agitação definitivamente não fez bem para a minha cabeça porque quando dei por mim meu corpo já estava se dobrando ao meio e eu estava botando para fora boa parte da bebida que eu havia ingerido.

- Caralho, se você vai ficar louco pelo menos faça isso com um amigo pra não acabar morrendo atropelado no caminho pra casa! – A pessoa que disse isso tinha uma voz grave e meio rouca. – Anda, levanta, não vou deixar uma criança voltar sozinha pra casa nesse estado.

Então meu corpo foi erguido do chão por mãos fortes.

- Hey, Yoongs, o que houve? – Uma segunda voz falou.

- Esse idiota foi atravessar a rua e quase virou panqueca, e aparentemente ele tá bem longe de estar sóbreo.

- Que bosta.

- Nem me fala, ele é uma criança.

- Eu tenho 22. – Murmurei irritado fitando os dois homens que debatiam sobre mim como se eu não estivesse presente, eu tentava manter o equilíbrio, mas parecia que o chão estava se movendo sob meus pés, como se eu estivesse em um navio.

O primeiro tinha a minha altura, olhos pequenos e o cabelo de um tom de verde que ficava extremamente bem nele, apesar de verde geralmente não ser uma das melhores escolhas de cor para pintar o cabelo. O segundo era alto, bem mais alto que eu, o que não era muito difícil com o meu 1,75 de altura, e tinha o cabelo platinado.

- Acho que já vi ele pelo campus, Park alguma coisa se eu não me engano.

- Park Jimin, meu dormitório não é muito longe. – Murmurei, minhas pálpebras abrindo e fechando lentamente.

- Pera, você conhece o Taehyung? – O mais alto perguntou.

- Sim, ele é meu colega de quarto.

- O irmão mais novo do Jin? – Dessa vez quem perguntou foi o tal de Yoongs.

Estava realmente difícil acompanhar a linha de raciocínio daqueles dois e a minha cabeça estava girando, minhas pálpebras pesaram e eu senti meus joelhos cedendo sob o peso do meu corpo.

- Okay, ele definitivamente não está em condições de voltar sozinho. - O loiro falou segurando meu corpo antes que ele atingisse o chão. – Yoongi, você sabe onde fica o dormitório do irmão do Jin?

- Sei, sei. Eu vou levar ele pra casa.

Tentei lutar contra o cansaço, mas quando fui envolvido por braços fortes e um cheiro estranhamente reconfortante de café e cigarros simplesmente me deixei ser segurado e fechei os olhos.

-o-

Quando acordei a primeira coisa que eu percebi foi o cheiro de café, a segunda foi a luz do sol batendo no meu rosto. Suspirando esfreguei os olhos e me sentei, percebendo que eu estava deitado em um sofá e coberto por uma manta do kumamon.

- Como está se sentindo? – Uma voz perguntou, vindo da minha direita.

- Bem, confuso, mas bem, onde diabos eu to?

Yoongi se virou e andou até mim com um sanduíche e um copo de suco de laranja, entregando-os para mim antes de sentar-se do meu lado no sofá.

- Tem certeza garoto? Você tava bem fora de si ontem a noite...

Franzi o cenho, eu me sentia perfeitamente bem, minha cabeça não doía e eu me sentia bem descansado também, como se eu não tivesse dormido uma noite de sono tão tranquila há um certo tempo.

- Absoluta, eu me sinto perfeitamente bem. Que horas são?

- Duas, você dormiu bastante. – Ele respondeu dando de ombros.

- Puta merda eu to atrasado! – Respondi pulando do sofá e correndo em direção à porta onde meus sapatos estavam, o sanduíche e o suco esquecidos no braço do sofá. – Jeongguk vai me matar! Ele vai me esfaquear com uma colher e depois vender meus órgãos no mercado negro! – Continuei divagando. – Pelo amor de G-Dragon me diz que estamos perto da universidade. – Olhei implorando silenciosamente.

- Hmm, cerca de uns quinze ou vinte minutos a pé.

- Graças a Taeyon, - Falei olhando para o teto. – Muito obrigada por tudo mas eu realmente tenho que ir! Tchau! – E então eu já estava do lado de fora do apartamento correndo em direção às escadas.