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História A Series Of Coincidences (That Brought Us Together) - It's Rainning (Let's Meet At The Coffeshop)


Escrita por: malujigae

Capítulo 2 - It's Rainning (Let's Meet At The Coffeshop)


-Jimin-

 

- Tá, me explica de novo.

Jeongguk suspirou revirando os olhos.

- Okay, meu projeto é sobre o contraste entre as coisas, eu acho, pra ser bem honesto eu não prestei muita atenção na professora, a aula dela é chata. – Ele começou a divagar fugindo do ponto, que no caso era que ele tinha arranjado 3 quilos de geleia de morango sabe Deus onde e pretendia me cobrir com ela.

- Jeongguk.

- Voltando ao ponto. É uma série fotográfica sobre o contraste, caos e paz, limpo e sujo, claro e escuro, etc, etc. – Ele completou fazendo movimentos circulares com a mão e revirando os olhos de novo. Eu juro esse pirralho tem zero respeito pelos hyungs dele.

- Certo, e o que isso tem a ver com você querer me cobrir de geleia de morango?

- Eu escolhi fazer com os pecados capitas como base, "ira" precisa de sangue, e eu achei que te cobrir de geleia seria mais agradável do que sangue de porco, até porque isso é um ensaio fotográfico artístico e não um remake ruim de "Carry a Estranha".

- Mas você não acha melhor usar a geleia pra gula? – Interveio Taehyung. – Tipo, eu sei que eu estou fazendo só uma minor¹ em artes plásticas, mas acho que substituir sangue por geleia é uma ideia meio amadora.

- Talvez... Acho que o Jimin combina mais com a gula do que com a ira de qualquer forma.

- EI! Por que você não pede pro Jin fazer gula? Ele que é o estudante de gastronomia que pensa em comida 24/7! – Falei me jogando no divã de veludo vermelho no meio da sala. Eu estava levemente ofendido, eu sabia que às vezes eu comia de mais e que eu tinha ganhado uns quilos, mas por que justo eu tinha que ser gula?

- Por que o Jin já é vaidade. – E revirou os olhos para ressaltar o óbvio, cruzando os braços em seguida. – E as suas bochechas são as mais fofas. – Completou com um sorriso, droga, aquele sorriso. Corei e virei o rosto fazendo bico.

Eu tinha uma quedinha que talvez, mas só talvez, fosse na verdade um abismo pelo maknae de dentinhos de coelho. Eu era fraco pelo sorriso inocente e os olhos grandes e arredondados, bem diferente dos meus que eram finos, e os lábios, Deus, aqueles lábios que eram cheios em baixo e um pouco mais finos em cima, e extremamente beijáveis.

Eu sempre gostei dele, o sotaque de Busan familiar e aconchegante numa cidade grande, fria e com pessoas demais. Conheci ele um pouco depois de eu me mudar de Busan para Seoul para fazer faculdade, e mesmo eu fazendo enfermagem e ele fotografia a vida acabou fazendo com que nos encontrássemos.

Tae era meu colega de quarto, entrou na faculdade no mesmo ano que eu e apesar da sua verdadeira paixão ser literatura ele também era apaixonado por todas as formas de arte então acabou fazendo uma major¹ em letras e uma minor¹ em artes plásticas. No início foi um pouco difícil me acostumar com os barulhos que ele fazia de madrugada e os projetos de artes bizarros que ele me obrigava a ajudar a fazer, mas Tae era uma das melhores pessoas do mundo, apesar de a personalidade 4D não ser exatamente fácil de se conviver com.

Acabei encontrando Jeongguk cerca de um ano depois quando Taehyung me viu dançando no nosso dormitório e me perguntou se eu fazia aulas de dança, dando um leve chilique com a negativa em seguida dizendo que eu precisava entrar em uma escola de dança e que eu tinha uma habilidade natural para a arte, insistindo que eu ia amar a aula e que ele tinha um amigo que estava no ultimo ano do ensino médio que também fazia aula, amigo no caso que acabou mais tarde decidindo cursar fotografia, curso que muitas vezes fazia parcerias com a galera de artes plásticas.

Kookie era bem tímido no início, mas depois de um tempo ele se acostumou com a minha presença e passou a se abrir mais, e foi aí, meus amigos, que começou o início do fim, também conhecido como o início da minha queda pelo maknae.

Talvez não tenha sido como nos livros, devagarinho e de repente por completo, mas foi quase, foram as pequenas coisas, o sorriso que ora era inocente e ora tinha um quê de malícia, a timidez que com o tempo foi virando confiança, a forma em que ele parecia ser capaz de fazer de tudo um pouco e a naturalidade com a qual ele dançava. Tudo isso foi me levando cada vez mais para perto do abismo, mas a vida não era perfeita e Jeongguk não era gay e eu não era uma garota. Mas isso não me impedia de admirar a forma concentrada com a qual ele observava através das lentes a sala coberta de tecido branco com o divã no meio, como os braços flexionavam ao arrumar a posição da câmera ou como a camisa branca e simples de botões ficava tão bem nele.

- Você vai usar uma pessoa pra cada pecado?

- Não, porque A: ia dar um puta trabalho achar sete pessoas que estivessem dispostas o suficiente e se encaixassem no contexto B: ia dar outro puta trabalho montar todo o cenário, achar figurino, fazer maquiagem e todo o resto pra catorze fotos diferentes e C: a gente só precisa de seis fotos. – Respondeu Tae.

- Tae, eu tava pensando, acho melhor não fazermos gula, porque eu não faço nem ideia, de como a gente vai fazer moderação, acho melhor a gente usar ira e paciência, luxuria e castidade e avareza e generosidade.

- Aaaaaaaa, mas eu queria tanto usar o Jin em vaidade! – Ele fez um biquinho e eu apertei a bochecha dele sorrindo, Tae podia ter uma das vozes mais graves que eu já ouvi, mas as vezes agia como uma criança e conseguia me fazer ter vontade de apertar ele até ele explodir.

-Tá, mas como a gente vai fazer modéstia?

A discussão durou mais algum tempo, mas eu não fiquei para assistir até o final, eu tinha mais o que fazer e as fotos definitivamente não iriam ser tiradas hoje de qualquer forma.

 

-o-

 

Meus pais não eram pobres, de forma alguma, minha vida em Busan era confortável, mas eu não gostava muito de pedir dinheiro a eles o tempo todo, as mensalidades da universidade já não eram muito leves, então eu tentava ser o mais financeiramente independente possível. Eu trabalhei por um tempo num supermercado, mas depois de um tempo acabei decidindo que o salário não compensava o tédio paquidérmico que eu sentia durante o meu turno, depois de ter pedido demissão fiquei um tempo desempregado, até que descobri um café novo que havia aberto não muito longe da academia de dança, ele ficava praticamente no meio do caminho entre ela e os dormitórios da faculdade, era perfeito, o trabalho como barista não era difícil e eu podia me mexer o suficiente entre as máquinas e os ingredientes para me impedir de ir à loucura.

Dificilmente tinha muito movimento, o café não era muito conhecido, o que me surpreendia um pouco, pois a localização dele era boa e o ambiente era muito agradável, o balcão onde faziam-se os pedidos era de frente para a porta e as enormes janelas de vidro que permitiam a entrada de luz natural e as paredes eram de tons pastéis de azul, com exceção da parede mais distante que era preta e coberta por desenhos e recados deixados pelos clientes, giz em tons pastéis se destacando contra o fundo preto.

Eu estava encostado no balcão mexendo no celular quando a porta do café se abriu, Cha Eunsoo entrando logo em seguida.

- Bom dia Jimin-ah!

- Bom dia noona! O de sempre?

- E eu alguma vez pedi algo diferente? – Perguntou-me sorrindo e sentando-se na mesa de sempre.

- Um macchiato de caramelo saindo!

Cha Eunsoo era uma das clientes regulares, vinha sempre no meio da tarde pelo menos duas vezes por semana e quando o movimento estava mais fraco nós passávamos um tempo jogando conversa fora enquanto ela bebia o macchiato que ela sempre pedia.

- O curso de arquitetura ta me matando! Eu juro, faz meses que eu uso aquele programa pra projetar as minhas plantas, mas eu sempre faço alguma bosta e estrago o projeto no meio do caminho e acabo demorando o dobro do tempo pra ar– A fala dela foi cortada por um trovão e pelo som da chuva torrencial que tinha começado a cair do lado de fora. – Merda! Como diabos eu vou voltar pra casa agora?

- Calma noona, é só uma chuva de primavera, daqui a pouco passa.

- Sabe o que isso pede? – Perguntou Minhyuk saindo da cozinha. – Bolinhos de chuva! Vou fazer uns agora, querem?

- E você ainda pergunta? – Eu juro que já estava salivando só de pensar naqueles bolinhos.

- Sem brincadeira Lee, os seus bolinhos de chuva são os melhores que eu já comi na vida!

- Eu sei, - Respondeu Minhyuk dando uma piscadinha. – Daqui alguns minutos já trago pra vocês. – E ele desapareceu novamente voltando para a cozinha.

Eu estava entregando o macchiato para Eunsoo quando a porta do café abriu de novo e um homem de moletom preto e jeans rasgado se jogou para dentro do local cuspindo xingamentos por entre os dentes, ele estava completamente ensopado, os cabelos verdes grudavam na testa dele e ele deixava mini poças de água enquanto andava.

- Vocês tem um pano que eu possa usar? – Perguntou jogando a bolsa de mensageiro na mesa mais próxima, se a força que ele usou para isso fosse um indicador de qualquer coisa eu podia dizer que ele estava definitivamente muito irritado e muito despreparado para a chuva repentina.

- Sim, claro, vou lá nos fundos pegar, só um segundo. – Respondi entregando o café da Eunsoo e correndo em direção à cozinha.

- Quem é o furacão?

- Nem sei Min, mas ele tá bem puto e eu definitivamente não quero piorar o humor dele.

Quando voltei com uma toalha que achei nos fundos o homem já tinha tirado o moletom e estava revirando a bolsa que ele tinha jogado na mesa com uma certa raiva, até que tirou de dentro dela um caderno de capa preta, xingando alto quando percebeu que as páginas estavam molhadas, a tinta nelas escorrendo.

- Senhor? A toalha. – Chamei cutucando-o.

Quando ele se virou os olhos brilharam com reconhecimento.

- Jimin?

- Eu? Me desculpa, eu te conheço? Você me parece familiar, mas eu não sei o seu nome...

- Yoongi, Min Yoongi. – Ele disse enquanto secava os cabelos com a toalha. – Nos conhecemos – Ele fez aspas com os dedos. – Final de semana passado, você tava voltando de uma festa...

- Ah! – Meus olhos se arregalaram cada vez mais conforme eu lembrava do que havia acontecido final de semana passado. A festa, a bebida, as drogas, Jeongguk com a língua na garganta daquela garota, eu voltando para casa, a luz forte batendo no meu rosto, meu corpo batendo na calçada, o estranho de cabelos verdes, os mesmos cabelos verdes que agora estavam escuros e molhados, o apartamento que não ficava muito longe da universidade, tudo voltou à minha mente ao mesmo tempo. – Nossa, oi! – Eu ri. – Eu nem agradeci por aquele dia! Desculpa!

- Sem problemas.


Notas Finais


Major e Minor¹ : Então, nos estados unidos na faculdade você pode fazer junto com o seu curso principal (que é o seu major) uma minor, nessa fic por exemplo, o Tae faz uma major em Letras e uma minor em artes plásticas, isso quer dizer que o curso principal dele é letras mas ele também faz matérias de artes plásticas (não sei se seu pra entender, mas é isso aí)

Okay, eu sei que eu disse que ia atualizar uma vez por semana, mas eu to me sentindo inspirada e eu já to começando o próximo capítulo e a mão de postar mais um capítulo foi mais forte que eu.

Então, enquanto eu estava escrevendo esse capítulo eu resolvi mudar o ponto de vista e eu tava pensando em alternar entre o Jimin e o Yoongi, o próximo capítulo começa com o Yoongi falando "sem problemas" e é o Yoongs que narra, mas eu ainda posso mudar isso, então me avisem se vocês acharem que é uma ideia ruim alternar os pontos de vista, mas fazer isso vai me ajudar a explicar uns "furos de roteiro", tipo por que caralhos o Yoongi resolveu levar um moleque que ele nem conhece pro apartamento dele (apesar de que eu acho que deu pra perceber pela conversa entre o Nams e o Yoongi que o Jimin não é um completo estranho), mas enfim, no geral é isso, comentem! Digam-me o que acham da história e se tem algo que vocês fariam diferente ou gostariam de mudar.

Qualquer coisa me chama lá no tt @ThatMonbebeArmy


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