1. Spirit Fanfics >
  2. A sétima criança. >
  3. Capítulo 09

História A sétima criança. - Capítulo 09


Escrita por: EChrissie

Notas do Autor


Oi gente!
Feriado bom...
Bem, sem delongas, espero que gostem do capítulo e tenham uma boa leitura.
Beijos.

Capítulo 10 - Capítulo 09


 

No dia seguinte a princesa continuava dormindo e seus guardiões não a acordaram. Ela estava cansada e tinha que se recuperar para lutar.

Receberam a visita do Dragão Marrom e de sua filha após a refeição da manhã.

- Precisamos conversar. – o Dragão Marrom entrou sem cerimônias e não percebeu a menina adormecida na cama.

- Papai! Fale baixo. – Sheyna o repreendeu e ele a olhou sem entender, ela apontou a cama com a menina dormindo pesado.

- Ela ainda dorme? – ele perguntou baixo aos guardiões, que suspiraram com aquelas visitas inesperadas.

- Sim. Gastou muita energia e ainda se recupera. – Mak falou ríspido. – E vocês tem que parar de vir aos nossos aposentos dessa forma! Onde está a educação dos Dracarin? – ele ainda não tinha engolido a visita inesperada de Ean.

- Rapaz! – o Dragão Marrom falou um pouco corado, pois realmente invadiram a privacidade do trio, mas o assunto era sério e devia ser tratado logo. – Peço desculpas, mas quero saber se Tar vai treinar o príncipe? – ele vai direto ao ponto.

- Se ele aparecer para treinar, sim. – Tar confirmou – Mas já falei para ele quais são as regras e ele disse que se aparecesse para treinar as teria aceitado. Essas regras são irrevogáveis, Dragão Marrom, Ean sabe disso. – Tar determinou friamente.

O Dragão Marrom coçou a nuca e olhou para a menina adormecida. Aquele olhar alertou Tar e Mak, que se moveram para ficar entre ela e os dragões ali.

- Nunca atacaria um filhote adormecido. – o Dragão Marrom fala aborrecido, mas não pode criticá-los por defender a menina. – Quero pedir que ela faça uma arma para o príncipe Ean. Fui visitar Alin e ver se ele e Lina precisavam de suprimentos e ele me mostrou a espada que ela lhe fez. – ele faz uma pausa e os guardiões veem a admiração no olhar do Dragão mais velho. – Poucas vezes vi um trabalho tão primoroso e Alin também me contou que ela usou alguma técnica mágica, me falou das características que ela conseguiu imprimir à espada.

- Vocês falam muito alto. – a voz da menina se fez ouvir e ela estava de mau humor por ter sido acordada.

- Desculpe Hell. – o Dragão Marrom cora com a reprimenda da menina, ele realmente não estava mais acostumado a lidar com crianças, Sheyna, que era sua caçula, há muito já havia crescido. – Não tinha a intenção de lhe acordar tão bruscamente. Mas vim lhe fazer um pedido. – ele faz uma pausa, a menina o analisa antes de impedir que ele fale.

- Minha resposta é não. Não farei uma arma para Ean. Ele vai usar para tentar me matar. – ela fala de supetão e todos no quarto a olham pasmos com sua declaração.

- Como?! O que quer dizer com isso? – o Dragão Marrom fala indignado, mas recebe um olhar conhecedor da menina e treme.

- Você sabe. – ela começa, depois volta sua atenção para Sheyna e é como se quisesse lhe desvendar a alma. A moça se sente incomodada, principalmente com o leve rosnar que ouve vindo da princesa.

- Ean me vê como uma arma, enquanto for útil para ele, me tolera. Depois que tudo acabar, se lhe der a oportunidade, vai tentar me eliminar. – ela fala para o Dragão Marrom e depois se vira para a filha dele – Quanto a você Sheyna, acho melhor, para o seu próprio bem, pensar duas vezes no que pretende fazer. – ela desce da cama e se coloca em frente da dragoa a desafiando e Sheyna fica nervosa com as palavras da menina.

- Não sei do que fala... – ela tenta sair de perto da princesa, mas ela rosna mais forte e a empurra em direção à parede, usando sua força e velocidade.

- Sabe sim! – Sheyna tinha caído sentada no chão e a menina se inclinou para encará-la. – Não vai me tirar nenhum dos meus pais ouviu?! Vai abrir as pernas para outro! – a essas palavras vulgares os homens arfaram.

- Princesa! – os três falaram ao mesmo tempo chocados e depois se olharam surpresos que tivessem dito a mesma palavra.

- Sua honra devia valer mais que isso. – a princesa continuava como se não houvesse escutado os homens.

Sheyna cora violentamente e desvia o olhar da menina, que continua a encarando e dispara:

- Não pense em justificativas! Não existe justificativa para o que Ean te mandou fazer e que ia obedecer! – ela esbraveja com a fêmea mais velha.

- Como sabe? – ela sussurrou envergonhada.

- Eu sei. Assim como ele sabe que, se perder um de meus pais ou os dois, uma parte de mim morreria de tristeza e é exatamente o que ele quer: me machucar profundamente. Você seria somente uma marionete. Devia se envergonhar e nem aparecer por aqui. – a princesa se afastou de Sheyna e se virou para o Dragão Marrom. – Leve sua filha daqui antes que eu a mate. Diga a Ean que se ele quer jogar sujo vai ver que sou bem maligna e que Tar não vai treiná-lo! – a essas palavras os olhos da princesa brilham âmbar e o Dragão Marrom percebe que a muito custo ela está se contendo.

- Princesa Erin. Estou muito envergonhado pela atitude desonrada de minha filha. Darei seu recado ao meu príncipe. – o Dragão Marrom se inclina respeitosamente e pega sua filha; pai e filha se retiram e deixam uma menina vermelha de raiva para trás.

- Que modos são esses? – Tar fala chocado com sua princesinha. – Nunca nos ouviu usar esses termos.

- Ela queria te seduzir e engravidar de você para que ficasse com ela! Tudo por ordem de Ean! Não me diga que usei termos impróprios! – ela estava furiosa andando de um lado para o outro.

Tar olha para Mak e suspira, pegando a mão da menina e a levando para a cama. Precisava esclarecer algumas coisas com sua princesinha.

- Minha princesa, não permanecerei solteiro para sempre. – ele começa e antes que ela o interrompa, coloca o indicador sobre os lábios da menina. – E tenho necessidades físicas de um macho adulto, além do mais, sei me cuidar para evitar um filhote com uma fêmea que eu não queira como companheira. – sua menina estava muito emburrada agora de braços cruzados e ele suspirou mais uma vez, Mak veio em seu socorro.

- Tar tem o direito de achar uma companheira para ele também, princesinha. Não é justo que o impeça. – a essas palavras ela os olha, chocada, de um para o outro e pelo seu rosto Mak percebe que falou as palavras erradas.

- Eu não quero que Tar fique solteiro! Não sou egoísta desse jeito! – ela fica em pé na cama indignada – Eu não quero é que ele seja enganado por uma marionete e fique preso a ela, apenas porque Ean quer me machucar! – com essas palavras ela pula da cama e corre para o banheiro, trancando a porta.

- Falei besteira. – Mak passando a mão no rosto em um gesto cansado e olha para o amigo. – Nessas horas queria que Clio pudesse conversar com ela.

- Ela está enciumada, sim, com a possibilidade de eu encontrar uma companheira. Você e Clio tem sorte, pois, ela já está acostumada com a realidade do relacionamento de vocês. Trazer uma fêmea nova para essa família vai ser complicado...  – Tar suspira olhando para a porta do banheiro. – Entretanto, essa atitude de Ean foi mesquinha e surpreendente.

- Me preocupa mais é saber que minha impressão era verdadeira. – diz Mak preocupado, enquanto ouvem o barulho de água correndo no banheiro. – Temos que ser mais vigilantes a partir de agora. Principalmente depois do recado que ela mandou a Ean.

- Ela ficou furiosa. – Tar comentou. – Pensei que ia matar Sheyna ali mesmo, na frente do pai. Foi difícil para ela se controlar.

- Fazia tempo que não demonstrava... – Mak comentou com Tar, que entendeu que o amigo se referia à telepatia da princesa e acenou concordando.

- Ela respeita nossas mentes e os deuses tinham proteções naturais, mas aqui deve estar sendo difícil, principalmente, com essa movimentação nesse maldito quarto! – Tar bufou irritado.

- Tive uma ideia. – Mak falou de repente. – E se fôssemos ficar com Lina e Alin na área dos filhotes resgatados? Lá é muito mais difícil esse tipo de invasão.

Tar se mantém pensativo por um momento. A ideia em si não era má, pois a área escolhida para abrigar os filhotes que eles resgataram era muito fácil de ser defendida e era considerada restrita, poucas pessoas tinham autorização de passar por lá e mesmo as que possuíam iam pouco aquela área, pois os filhotes se assustavam fácil com estranhos. Entretanto, havia ainda os próprios filhotes com seus pesadelos a rondar.

- Parece uma boa ideia do ponto de vista estratégico. Mas temos que esperar para conversar com ela. – Tar fala olhando para a porta do banheiro desanimado.

- Tem razão. – um Mak deprimido olha na mesma direção do amigo, suspirando profundamente.

 

Enquanto isso um furioso e envergonhado Dragão Marrom arrasta a filha pelo braço para o escritório de seu príncipe. A moça se contorce, tentando se livrar do agarre do pai, mas ele não cede, quando chegam lá Ean está estudando alguns documentos, sozinho, e fica surpreso com a cena do Dragão Marrom e de Sheyna.

- Alteza! – o dragão mais velho fala alterado. – Exijo que me explique que história é essa de tentar usar minha família para prender Tar em nosso reino! – Sheyna está segurando as lágrimas, mas se sente profundamente envergonhada com a forma como o pai está confrontando o príncipe.

- Como descobriu? – ele fala calmo e não acusa Sheyna, sabe que ela não falaria nada.

- A princesa Erin descobriu de alguma forma e confrontou Sheyna na minha presença. – o Dragão Marrom balança a filha furioso com a vergonha que ela o fez passar. – Ela admitiu pouca coisa, mas o suficiente.

- Desde quando chama Hell de “princesa Erin”? – Ean pergunta sombrio, mas o Dragão Marrom não se intimida.

- Desde que ela demonstrou mais honradez que minha filha ou meu príncipe! Faz ideia do quanto me senti envergonhado dos dois?! – o Dragão Marrom finalmente solta a filha, que se afasta do pai massageando o braço. Ean passa a mão no rosto, incomodado com a reprimenda do Conselheiro.

- Tar tem muitas habilidades que seriam melhor aproveitadas aqui do que com Hell – Ean enfatiza o nome que a mãe deu à sua gêmea. – Além do mais, o povo dele poderia vê-lo como um líder e...

- Não arrume desculpas! – o Dragão Marrom interrompe Ean, que se cala diante da fúria do Conselheiro. – Apenas quis feri-la, ao menos admita isso! Se Mak não tivesse companheira mandaria minha filha se deitar com os dois? A usaria dessa forma indigna? – ele despejava sua fúria nos dragões mais novos que apenas se olhavam surpresos. – Não criei nenhum dos dois dessa forma! – ele rugiu, lembrando aos dois a sua força e que ele serviu como pai de criação ao príncipe, educando-o junto com seus filhotes, principalmente Sheyna.

- Pai. – Sheyna o chama e olhar duro que recebe a faz engolir em seco, mas mesmo assim continua. – Se te serve de consolo eu me interessei por Tar quando observava os três. – ela observa seu pai se aproximar lento e sério.

- E perdeu a chance de ter qualquer coisa séria com ele. – ele joga na cara da filha. – Se ele se deitar contigo é apenas para se satisfazer e nada mais. – ele dá as costas para a filha, que baixa a cabeça diante da verdade das palavras do pai.

- Quanto a você, meu príncipe, perdeu a chance de aprender algo com um mestre da espada. Por ordem da princesa dele, Tar não vai te ensinar nada... – Ean fica claramente contrariado com esse obstáculo. – E ela ainda mandou lhe falar que se quiser jogar sujo ela pode se mostrar bastante maligna. – ele se aproxima de Ean devagar e encara seu governante. – Entenda uma coisa meu príncipe, sua irmã... – Ean engasga com aquela palavra, mas antes que possa dizer algo o Conselheiro o cala com um olhar – foi treinada para ser uma guerreira formidável. Isso não inclui somente treinamento de luta, envolve estratégia, inteligência e habilidade mágica, que, no caso dela, ainda não fazemos ideia em que nível está... – ele faz uma pausa para que seu príncipe e sua filha absorvam isso. – Não convém atrair a fúria dela, pois, apesar do sangue, ela, assim como você, não o vê como parente; se ameaçar ou tentar atingir aqueles dois ela ficará incontrolável. Entende o que digo? – o Conselheiro observa a mente do príncipe avaliar sua jogada errada e se dar conta do que fez impulsivamente.

- Não farei mais nada em relação a nenhum deles. – Ean se dá por vencido diante do Conselheiro.

- Acho bom isso ser verdade. Não gostaria que a linhagem do Dragão Branco como governante de nosso reino termine em você, pois sua irmã não pretende ficar aqui. Ela irá embora e nunca mais a verá ou ela morrerá em combate e o resultado será o mesmo. Deixe-a em paz. – ao terminar de dizer essas palavras o Dragão Marrom se retira deixando os dois jovens se olhando.

- Fizemos bobagem. – Sheyna fala e Ean acena concordando.

- Uma bem grande. Agora tenho que encarar as consequências e torcer para as palavras de seu pai serem verdadeiras: que ela morra ou vença e vá embora. Se ela ficar... – ele se interrompe e Sheyna sabe o que ele quis dizer.

Ean não suportaria estar na mesma realidade que sua gêmea. Um dos dois iria morrer e depois do que tinha visto hoje, desconfiava que não seria Hell.


Notas Finais


Espero que tenham gostado do capítulo.
Bom feriado a todos!
Beijos.


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...