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História A sétima criança. - Capítulo 10


Escrita por: EChrissie

Notas do Autor


Oi gente.
Esse capítulo está amorzinho, mas também deu vontade de chorar quando escrevi.
Espero que gostem. Boa leitura.
Beijos.

Capítulo 11 - Capítulo 10


 

Hell estava sentada na banheira pensando as palavras de seus guardiões. Será que ela, mesmo inconscientemente, desejava que Tar não encontrasse uma companheira?

Se fosse isso tinha muito do que se envergonhar, pois Mak estava certo, Tar tinha todo o direito de ter uma companheira, mas o simples pensamento de alguém com as intenções de Sheyna se aproximar dele fazia seu sangue ferver...

Ela suspirou e encolheu as pernas, encostando o rosto nos joelhos... Sentia falta de Clio e de seus amigos, queria voltar para casa. Mas ela também sabia que nunca deixaria aquele reino sem terminar sua missão: tinha que derrotar o inimigo que havia matado seu avô.

Ele era a cabeça da serpente. Com sua morte as tropas inimigas estariam mais vulneráveis e mais fáceis de serem derrotadas.

Entretanto, ela daria o elemento surpresa de bom grado para salvar a maior quantidade possível de filhotes dos cativeiros localizados no interior do acampamento inimigo. Suas investidas anteriores já deviam ter causado alguma confusão, pois sempre deixava um recado com os corpos dos soldados abatidos.

A cada ataque, a cada resgate sempre deixava sua assinatura escrita com os corpos dilacerados daqueles que encontrava... Agindo da mesma forma, repetindo o modus operandi para que não existissem dúvidas em relação a quem tinha passado por ali. Tudo era uma estratégia para desestabilizar o moral das tropas inimigas.

Ela sorriu com esse pensamento, pois queria levar até aqueles desgraçados o mesmo tipo de terror que impingiam aos filhotes que tinham capturado. Agora devia planejar e treinar aqueles que os ajudariam a salvar os pequenos, também tinha que descansar, precisava se recuperar para poder fazer o que planejava para aquela investida, logo o inverno estaria ainda mais rigoroso e era nesse momento que pretendia atacar.

Pegou sua toalha e começou a se enxugar. Se deu conta que seu corpo estava mudando, provavelmente não teria a altura de seu pai e que Ean parecia ter herdado, mas finalmente seu corpo dava mostras de estar se transformando. Clio já havia conversado com ela e a preparado para uma parte dessas mudanças, mesmo assim queria que ela estivesse ao lado dela em todo o processo, sabia que seus pais não poderiam esclarecer tudo, pois, mesmo que soubessem ficariam acanhados de conversar com ela e, sendo sincera, ela também ficava envergonhada de perguntar.

Ela se enrolou na toalha e saiu para pegar uma roupa dando de cara com seus pais a esperando e eles queriam conversar.

- Esperem só um pouco, por favor. Vou me trocar e logo conversaremos. – eles acenaram e ela pegou uma muda de roupa no baú, voltando para o banheiro.

Ao sair reparou que uma enorme refeição estava a sua disposição e seu estômago imediatamente deu sinal de vida.

- Vamos comer enquanto conversamos, princesinha. – Mak disse com um sorriso divertido.

Eles se sentaram, mas antes de tocar na comida ela se virou para Tar e tentou falar com ele:

- Desculpe se dei a impressão que não quero sua felicidade. – ela começou depois de puxar o ar profundamente. – Mas quando vi o que ela pensava... Perdi a cabeça. – Tar apenas ouvia e nada falava, fazendo com que a menina mordesse o lábio, incerta, mas ela tomou coragem, pois precisava falar com ele. – Quero que encontre uma companheira e seja feliz como Mak e Clio, mas... – novamente ela vacilou, buscando as palavras mais verdadeiras, e olhou para dentro de seu coração... Seu maior medo apareceu sem muito esforço – tenho medo que escolha uma fêmea daqui e não queira nos acompanhar de volta pra casa. – a última parte dita num sussurro e de olhos baixos, o que surpreendeu os machos.

- Então esse é o seu maior medo, princesinha? – Tar perguntou com delicadeza e a menina levantou os olhos marejados para ele, acenando com a cabeça, pois tinha medo de falar e começar a chorar.

O coração do guardião ficou aquecido e, ao mesmo tempo, triste com aquela confissão. Um dia ela mesma se separaria deles para formar a própria família e pensava agora sobre isso, se colocando no lugar dela. Ela não temia perder seu amor, isso ele tinha percebido; o que ela temia era perdê-lo para aquele reino e as lembranças que ele poderia trazer.

- Princesinha, não precisa ter medo que eu vá querer me separar de vocês. Mesmo que eu conheça alguém nesse curto tempo que estamos aqui, deixarei bem claro que ela deve escolher nos acompanhar. – ele observava o semblante da menina se iluminar com essas palavras. – Você é a nossa prioridade. Minha, de Mak e de Clio. Sabemos que só tem a nós e a amamos profundamente, qualquer fêmea que queira ser minha companheira deve pensar da mesma forma. – ele sorri com essa afirmação, pois sabe que será difícil achar alguém que aceite tais termos, mas a menina à sua frente é filha de seu coração e não se permitiria ter qualquer relacionamento que a machucasse.

- Obrigada Tar! – ela se jogou sobre seu guardião e o abraçou com força. – Obrigada por me amar. – então ela olhou para Mak que sorria de orelha a orelha com aquela cena e o chamou para fazer parte daquele abraço, o que ele prontamente fez. – Obrigada aos dois por me amarem como se fossem meus verdadeiros pais... Sem o amor de vocês eu não teria sobrevivido. – aquelas palavras, ditas com tanta emoção, tocaram os dois dragões que sorriram e beijaram o rosto de sua princesinha.

Para eles ela era como uma filha e saber que tinham conseguido fazer com que se sentisse tão amada era extremamente valioso.

- Bem, agora vamos conversar sobre outras coisas. – Mak disse fazendo carinho no rosto da menina, que pulou no seu colo se servindo da comida que ele tinha colocado à sua frente e arrancando gargalhadas de Tar por sua fingida indignação.

Nesse clima familiar eles falaram da possibilidade de se mudarem para a ala dos filhotes resgatados, pois seria mais seguro e calmo, essa possibilidade atraiu a menina que gostaria de ficar mais perto de Lina e dos menores que haviam resgatado, quem sabe ajudar no que fosse possível para superarem seus traumas.

 

Assim ficou acertado que eles se mudariam para lá, faltava apenas conversar com o Dragão Marrom e Mak se encarregou disso; para ele não era apropriado que Tar se encontrasse por acaso com a filha do Dragão, pois ela poderia tentar alguma artimanha contra seu amigo. Também, a pedido da princesinha, ele começou a falar sobre os planos de invasão e os preparativos necessários, sem revelar totalmente a parte da princesa. Isso somente ele e Tar saberiam com precisão.

A mudança trouxe a paz que os guardiões pretendiam para sua menina e também fortaleceu a amizade entre as duas meninas, além de facilitar os treinos de Alin; entretanto, Tar e Mak viam, preocupados, o interesse do rapaz pela princesa aumentar.

Ela nunca o tratava diferente ou de forma especial, dando esperanças a ele, mas isso não impedia que ele gostasse mais dela, acompanhando de longe o cuidado que ela tinha com os menores, as tentativas de ajudar os mais velhos, a delicadeza dela na hora de tratar a todos à sua volta.

- Alin, precisamos ter uma conversa séria. – Mak e Tar se aproximaram do rapaz durante uma pausa nos treinos. Era raro Mak se afastar de Hell quando eles estavam treinando, assim Alin logo deduziu que o assunto era sério.

- Sobre o que? – ele perguntou olhando de um dragão para outro. Eles pareciam estar escolhendo as palavras para começar e ele intuiu o assunto da conversa.

- Precisamos conversar sobre seus sentimentos pela nossa princesinha. – Mak começou e viu o menino engolir em seco. Alin era um pouco mais velho que a princesinha e já tinha passado por muita coisa, se estivessem em uma situação normal veria o interesse dele com bons olhos, pois era um rapaz, com o coração bondoso e um espírito guerreiro; ele daria um bom companheiro para sua menina, entretanto, as coisas não eram simples. – Acredito que já tenhamos mencionado, mas creio que você tem que saber: não permaneceremos no reino quando tudo acabar. Depois que a princesinha terminar com a missão dela iremos embora... Para sempre.

Tar viu o semblante de Alin empalidecer e ficar transtornado, o rapaz passou as mãos nos cabelos e se sentou baixando a cabeça. Ele olhou para Mak, preocupado pelo aprendiz, e se ajoelhou para ficar na altura dele, colocando a mão sobre os ombros dele.

- Alin, sabemos que gosta dela. Não consegue esconder, porém, nossa situação aqui é incerta e nossa menina não se sente à vontade nesse reino. – ele vê o rapaz acenar a cabeça, embora esteja com o rosto escondido. – Para ela, seu lar foi onde a criamos, longe daqui... Onde tem amigos e onde a companheira de Mak, por quem ela tem um imenso amor, nos espera. Se fosse diferente...

- Mas não é. – eles ouviram a voz do rapaz tomada de forte emoção, ele estava se segurando muito e eles lhe davam esse crédito. – Entendo tudo o que me falaram, sei que ficar aqui não é uma opção para ela, nunca foi... – ele levantou o rosto para os adultos e eles viram a grande tristeza que ele sentia. – Nunca me iludi. – ele suspirou profundamente. – Mas não posso e não vou abandonar Lina e os pequenos. – a determinação que Tar e Mak veem no rosto jovem faz com que eles se orgulhem dele e se entristeçam por ele não poder viver esse sentimento com a sua menina. – Eu também tenho uma missão aqui e vou cumpri-la. – ele se levanta e bate a poeira da roupa e respira profundamente, fechando os olhos por alguns momentos, quando os abre ele está no domínio de suas emoções e mais calmo. – Vamos continuar os treinos.

Mak e Tar se olham e acenam, numa muda comunicação. Mak se retira para deixar que Tar continue a preparar Alin, pensando na crueldade do destino daquelas crianças.

Ele desconfiava que a princesinha sentia algo por Alin e Tar concordava, mas ela era muito fechada nesse assunto, a única vez que eles tentaram conversar com ela receberam um olhar surpreso e um silêncio inquebrável. Ela não falaria sobre aquele assunto, a menos que quisesse.

Ele suspirou com essa lembrança, sabia que a princesinha evitava tratar Alin de forma diferente para que ele não tivesse esperança, mas também percebia, nos pequenos gestos dela, que ela também sentia algo pelo rapaz, mas procurava reprimir com todas as forças.

Quando chegou à ala das crianças encontrou sua princesa e Lina em uma situação complicada: vários adultos estavam ali cobrando uma posição da sua princesa. Eram parecidos com aquele macho que Alin tinha surrado.

Ele se enfureceu, mas observou que Lina estava mais que um pouco raivosa, sorrindo com aquilo resolveu ficar de olho para ver como as coisas se desenrolavam. Teve que segurar uma gargalhada quando viu Lina, furiosa, pegar um esfregão para expulsar aqueles inconvenientes, claro que tamanha balbúrdia atraiu atenção e logo o Dragão Marrom estava ali com Ean, o que fez com que Mak se aproximasse de sua princesa, que o olhou calma.

- O que acontece aqui? – o Dragão Marrom esbravejou quando viu a cena diante de si.

- Esses... Esses... – era claro que Lina estava furiosa, o que surpreendeu o Dragão Marrom e Ean, que nunca a tinham visto assim – Covardes vieram arrumar briga aqui. Estão cobrando coisas de Hell! – ela estava para acertar o esfregão na cabeça de um deles, pois falava e apontava para o grupo que assustava os filhotes sob sua responsabilidade.

- Lina. – a princesa se aproximou e colocou a mão sobre o ombro da outra, retirando o esfregão das mãos dela. – Não se preocupe mais, vamos cuidar dos filhotes. Eles estão muito assustados. – nesse momento ela olhou para o grupo com um olhar assassino que os fez recuar. – Cuidaremos dos filhotes e o Dragão Marrom cuidará desses arruaceiros. Vamos Mak. – ela levou Lina pela mão sabendo que Mak as acompanharia.

O que a menina não viu foi o olhar de Ean a acompanhando. Ele sabia da mudança dela para aquela área e desconfiava do motivo, mas não podia imaginar que aquele tipo de problema aconteceria ali; prestou atenção ao interrogatório do Dragão Marrom e percebeu que aqueles homens pensavam que ela estava com medo de agir.

Ele nada falou, mas começou a pensar sobre aquela situação toda e não gostou dos rumos dos acontecimentos, era a segunda vez que um incidente como esse acontecia. Isso podia se tornar uma onda de descontentamento e ele não poderia permitir isso, tinha que pressionar Hell para agir logo.

 

Alin e Tar voltaram depois que o incidente já tinha sido contornado e ao saberem do ocorrido tiveram reações díspares: Tar se mostrou calmo e solícito com Lina e as crianças, enquanto Alin ficou furioso e frustrado por não estar presente.

Com esses sentimentos ele voltou para a área de treinos após a refeição noturna e começou a praticar repetidamente o que aprendera com Tar. Estava profundamente concentrado e não sentiu a presença dela, que se deixou ficar observando seus movimentos.

- Está segurando o punho da espada com muita força. – ela disse em voz baixa. Alin se assustou com a voz de Hell.

- O que faz aqui? – ele perguntou um pouco ríspido. – Devia estar com Lina, Tar e Mak, não é seguro pra você andar sozinha por aí. – Alin se preocupava com a segurança dela acima de tudo e não queria que ela se machucasse, por mais inevitável que fosse.

Ela ficou espantada com as palavras dele e o presenteou com um doce sorriso.

- Alin, tenho força suficiente para enfrentar um exército inteiro e não me sentir cansada. – ele arqueou a sobrancelha diante daquelas palavras, pois, era a primeira vez que ela se gabava de algo. – Mas... – uma pequena hesitação que o fez se virar totalmente para observá-la. – Mas, me sinto envaidecida por sua preocupação. – ela disse essas palavras em um sussurro, com o rosto corado.

Alin olhou para Hell e ela parecia sem jeito, encabulada. Para disfarçar ela pegou uma espada de treino e a pesou, testando seu equilíbrio.

- Vamos treinar um pouco? – ela perguntou e ele acenou concordando.

Eles começaram a girar em volta um do outro, como num bailado, testando a guarda de seu oponente, em busca de pontos fracos ou espaços abertos. Alin percebia que Hell não se deixava enganar por seus movimentos, ela parecia lê-lo, entender suas intenções, intuir o que se passava em sua mente.

Era uma espadachim graciosa e precisa, era possível, para ele, enxergar o estilo de Tar em sua técnica, mas havia algo mais... Característica dela, mas que ele não sabia definir o que era...

Em uma rápida troca de golpes Alin é desarmado. O menino está ofegante e Hell sorri para ele.

- Está muito bem para quem começou a treinar há pouco tempo. Tar está fazendo um bom trabalho e você evolui rápido. – são as palavras delicadas dela, mas Alin sabe muito bem o que aconteceu ali.

- Sei que não chego aos seus pés, Hell. – ele fala de forma dura. – Você me testou e não vou morrer se estiver com uma espada na mão, mas, no momento, sou melhor com minhas garras. – e acompanhando essas palavras ele estende suas garras mostrando para Hell.

A menina larga a espada, vai na direção dele e pega sua mão, olhando diretamente em seus olhos azuis.

- Lute com tudo que estiver ao seu alcance, Alin, mas não perca sua essência. Aquilo que te define e que mora aqui. – ela toca delicadamente o peito de Alin, mas quando está retirando sua mão, ele a segura contra seu peito. Hell olha surpresa para a atitude de Alin.

- O que me define... – ele murmura, segurando a mão da menina contra seu peito e encarando os olhos castanhos que lhe encantavam. – O que me define é a proteção daqueles com quem me importo, Hell. Sabe por que lutei com todas as minhas forças no dia em que iam me matar? – Hell inclina a cabeça, atenta às palavras do menino. Ela sabia sobre as lutas na arena, mas nunca soube o motivo dele se submeter a elas, pois não parecia com a natureza dele. – Por que iam matar Lina também. – Hell arregalou os olhos e entendeu o que ele disse...

Alin nunca lutaria por si ou para salvar sua própria vida, ele sempre colocaria alguém acima dele.

- Lute para protegê-los, Alin. Sabe o que pode acontecer se eu não conseguir derrotar o inimigo. – a menina fala baixo e o menino acena, compreendendo a enormidade da missão daquela pequena tão delicada diante dele.

- Eu gostaria que permitisse que eu te protegesse... – ele fala num sussurro e a menina cora, ele sorri com a visão das faces coradas. – Mas sei que isso está contra sua essência. Entretanto, existe algo que acredito agradará a nós dois.

Enquanto fala com Hell, Alin enlaça cuidadosamente a cintura da menina, tratando-a como se fosse de cristal, unindo seus corpos em um abraço carinhoso. Ele sente o nervosismo dela e beija o topo de sua cabeça, perdendo-se em seus perfumados cabelos, enredando os dedos em seus cachos; ele se afasta um pouco e toca o rosto delicado erguendo o queixo dela e se aproximando lentamente de seus lábios.

Hell sente o cheiro de Alin, o calor que o corpo dele emana tão próximo de si, os dedos em seu cabelo a fazem buscar por mais e ela tomba a cabeça para trás, ao mesmo tempo, o toque ligeiro em seu rosto a faz olhar para ele, sente-se presa nos olhos azuis dele, tão claros e profundos quanto um lago escondido em uma caverna.

A respiração dos dois se encontra, cálida, quando seus lábios se unem, em um beijo repleto de ternura.

Alin sabe bem que está passando dos limites, mas também tem ciência que aquela pode ser a única oportunidade para ter tal contato com Hell, então coloca todo o seu sentimento nesse toque e nesse abraço.

Depois de momentos que pareceram ser eternos, Hell empurra delicadamente Alin. Ele se afasta permitindo que ela tenha espaço e a observa com cuidado: sua face ainda mais corada, sua respiração um pouco ofegante, os cabelos desarrumados por seus dedos e os doces lábios.

- Obrigada por esse momento, Alin, e perdão por não poder corresponder. – ela diz em um fio de voz.

Antes que ele possa falar algo ela se retira sem olhar pra trás, deixando-o desolado...

- Você correu um enorme risco. – a voz feminina se fez ouvir. Não era sua intenção invadir a privacidade do menino, mas ele parecia tão perdido que se condoeu dele. – Ela só será sua se abandonar Lina e os filhotes.

- Eu sei Sheyna... E ela também... – o menino falava entristecido. – Mas nós dois sabemos igualmente que isso nunca vai ocorrer. – ele completa com um suspiro.

Sheyna encontrou os dois treinando por acaso. Tinha saído para espairecer e ouviu o som de espadas se chocando, ao investigar deu de cara com os dois.

Como era a primeira vez que via Hell segurar uma espada resolveu observar e apesar da menina não ter demonstrado muito, Sheyna sabia que era habilidosa. Entretanto, não podia imaginar que veria uma cena tão íntima, romântica e triste...

Gostava de Alin, o menino era uma excelente companhia para Ean e tinha potencial para ser um excepcional guerreiro; não apreciava saber que ele sofria pela princesa e, por mais que a cena no quarto da menina, dias atrás, ainda estivesse doendo em seu orgulho, também não negava que sentia pena dela.

- Vamos Sheyna. Ambos precisamos descansar. – Alin disse em um tom cansado, a dragoa sabia bem que não era cansaço físico que sentia, porém não iria insistir. Se ele quisesse conversar, saberia onde encontra-la.

Eles tomaram seus caminhos e foram para seus aposentos, presos em pensamentos sobre o futuro.

 

Sentir os lábios de Alin sobre os dela foi a sensação mais maravilhosa que já tivera. Ela sentiu-se leve, livre de obrigações, nos braços de Alin esqueceu que era Hell e foi apenas Erin.

Entretanto, não podia permitir-se esquecer e por isso se afastou dele, por mais que seu coração clamasse para permanecer junto dele. Ela agradecia imensamente às estrelas a chance de ter sentido tal emoção com Alin, mas sabia de sua missão e não a tinha perdido de vista.

Quando chegou ao seu destino encontrou seus guardiões, seus pais adotivos, preocupados com seu sumiço. Mas ainda estava sob o efeito de suas emoções e não falou com eles... Sabia que eles perceberiam sua alteração e a seguiriam silenciosos, quando chegaram aos aposentos que partilhavam ela se deitou na cama e se encolheu.

- Princesinha... – Mak estava preocupado com sua menina, assim como Tar e ambos acariciavam seus cabelos tentando tirá-la daquele estado.

- Sinto falta de Clio. – ela disse em um tom cheio de saudade. – Acho que estou precisando do colo dela...

Os machos se olham, eles sentiram o cheiro de Alin em sua menina e não sabem como fazer com que ela desabafe sem constrangê-la. Continuam esperando e ela apenas suspira silenciosa, quando parecia que ia dormir sem falar nada ouvem a voz dela.

- Gosto dele. Não sei se é o mesmo sentimento que partilha com Clio. – ela fala olhando brevemente para Mak. – Mas é forte, entretanto sei onde a lealdade dele está e não é comigo. – um suspiro dolorido e ela esconde o rosto no travesseiro.

Tar tira as botas de sua menina e Mak vai preparar um banho para ela, quando tudo está pronto eles a fazem sentar e a conduzem até o banheiro.

- Ficaremos aqui fora princesinha, falando e contando histórias. – Tar fala com ela, que apenas acena e entra no banheiro.

Tar e Mak se olham e começam a contar histórias sobre sua infância enquanto sua menina se banha. Depois de algum tempo ela sai com suas roupas de dormir e torna a deitar, tendo seus pais a protegendo e cuidando.

- Não me arrependo de gostar de Alin. – ela disse em um suspiro.

- Sabemos disso. – Tar fala devagar, tirando uma mecha de cabelo da testa dela. – Ele é um bom garoto e é uma pena a situação em que se encontram.

- Não vou recuar em minha decisão. – ela fala em meio a outro suspiro.- Vamos voltar pra casa, voltar pra Clio.

- Entendemos sua posição. – Mak aconchega a menina e a cobre com uma manta para que não sinta o frio que se espalha na fortaleza.

- Logo lutaremos. Precisamos estar focados... Eu preciso estar focada. – ela se encolhe entre seus guardiões e finalmente consegue relaxar o suficiente para se entregar ao sono.

Os guardiões ainda velam o sono dela por algum tempo, antes deles mesmos irem descansar.

 


Notas Finais


Não fiquem muito chateados comigo, por favor!
Mas eu precisava fazer uma cena romântica... Embora tenha ficado triste, espero que tenha conseguido esclarecer os sentimentos de Hell por Alin.
Até o próximo.
Beijos.


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