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História A sétima criança. - Capítulo 03


Escrita por: EChrissie

Notas do Autor


Oi genteee!
Como atrasei minhas postagens e fiquei devendo pra vocês, vou soltar mais um capítulo e assim vai ficar tudo de acordo com o meu cronograma.
Espero que gostem do capítulo. Boa leitura.
Beijos.

Capítulo 4 - Capítulo 03


Algum tempo se passou desde o incidente com Artêmis e ela não mais assediou a princesinha.

Ela continuou com seus estudos, se desenvolvendo a olhos vistos, tanto em magia quanto em combate direto. Na forja também era talentosa, agradando a Hefesto com sua companhia e sua habilidade.

Ao longo do tempo começou a estabelecer relações com os outros deuses, embora mantivesse a distância de Apolo e sua irmã gêmea.

Apreciava a companhia de Hermes e Eros, sempre prontos a uma brincadeira; gostava de conversar com Deméter e Héstia; uma vez treinou em combate com Ares, mas ele se envolveu em guerras com Atena, assim como Posseidon e Hades e não pode mais apreciar os conselhos daquele guerreiro. Gostava de Atena, mas ela tinha que proteger a Terra e passava pouco tempo no Olimpo.

Com a rainha Hera era extremamente respeitosa, mas sem se humilhar, tendo a mesma atitude em relação ao senhor Zeus; Dioniso não lhe dava atenção, pois em suas palavras: “Ainda era muito nova para acompanha-lo em seus prazeres.”. Afrodite às vezes era agradável com ela, mas a deusa sempre dava a impressão que queria estar mais perto de seus guardiões do que dela e ela não gostava como a deusa falava com eles, então se afastou dela.

A princesa percebeu que Mak e Clio se aproximaram de um jeito que a fazia se lembrar de seus pais e quando perguntou a Tar ele gritou chamando os dois e fazendo com que esclarecessem a situação deles para ela. Foi quando descobriu que o seu guardião e sua tutora estavam em um relacionamento, isso a alegrou muito, pois, para ela, significava que quando fossem embora Clio iria com eles.

Ela se esforçava cada vez mais conforme envelhecia.

Os pesadelos continuavam e ela não se lembrava deles, ficava apenas a sensação de opressão e medo, nesses momentos ela preferia ir até o quarto de Tar, pois, às vezes, ouvia barulhos vindos do quarto de Mak e o cheiro também era diferente nesses momentos e o instinto lhe avisava a não perturbar o casal.

Em uma noite especialmente bonita ela teve outro pesadelo, mas desse ela se lembrou com uma clareza vívida quando acordou e levantou assustada, mas, ao contrário das outras vezes, saiu correndo até o templo do Senhor Zeus, indo sorrateira até a fonte onde ele observava a Terra. Mas não era a Terra que ela queria observar, embora não soubesse com certeza como faria para acionar a fonte, lembrava do que o senhor Zeus fazia.

Ela acendeu seu cosmo e buscou no fundo de suas memórias o que ainda lembrava de seu lar e sussurrou para a fonte:

- Me mostre meu reino. Me mostre Dracar.

A princípio parecia que a fonte não lhe daria resposta, mas a água tremeluziu e depois brilhou com força, ressonando com o cosmo da princesa, virou um espelho e o que a princesa viu ali a horrorizou.

Outra batalha se desenrolava, o campo estava cheio de corpos. Viu um homem e uma mulher lutando ao longe, sobre um morro que tinha o estandarte de sua família.

Ela quis ver quem eram e a fonte ampliou a imagem.

Eram seu avô e sua mãe! Lutando lado a lado, com as espadas e armaduras cobertas com o sangue de seus inimigos. Estavam isolados do resto dos soldados e a menina sabia que isso não era bom, os inimigos se avolumavam, como se quisessem engolir aqueles dois, mas, de repente, um grande clarão se fez e empurrou os inimigos como uma onda, repelindo-os.

Voando surgiu um menino, de sua idade, mas já começava a dar sinais de que seria alto e forte. Seus olhos castanhos estavam calmos e seus longos cabelos negros amarrados em um rabo de cavalo, ele também trajava uma armadura e portava uma espada. A princesa arregalou os olhos quando se deu conta de quem era... Seu irmão gêmeo!

Disse alguma coisa a seu avô e sua mãe que concordaram, eles convocaram suas asas e estavam indo embora, juntamente com os soldados, estavam batendo em retirada. Ela queria ouvir o que diziam, mas não sabia se era possível... Além de não querer chamar atenção

Foi quando um homem de incrível poder surgiu do meio do exército inimigo, mesmo através da fonte era possível sentir a força daquele homem!

Quando o viu seu avô primeiro se espantou e depois uma máscara de determinação se formou em sua face; o homem caminhava calmo pelos corpos como se estivesse em um jardim e se aproximava da família real, atrás dele vinham três rapazes rindo com maldade e um quarto que observava a tudo com indiferença.

O homem disse algo a seu avô, que respondeu com seriedade e depois do homem falar novamente percebeu a indignação no rosto de seu avô. Ele imediatamente deu alguma ordem a sua mãe e a seu irmão, que a acompanhava de perto, ela balançou a cabeça recusando e gritando algo em resposta, o menino cerrou os punhos e disse algo, mas seu avô estava irredutível e gritou mais alguma coisa. Sua mãe recuou com lágrimas nos olhos e o menino ficou transtornado. Seu avô sorriu para eles e uma luz brilhou em sua mão, logo eles não estavam mais naquele lugar, ele os havia mandado para longe.

Depois disso o homem gargalhou, parecia estar se divertindo com a tentativa do seu avô de proteger sua família, seu avô respondeu algo com calma e depois se preparou para lutar. O homem se surpreendeu com isso, mas sorriu com maldade e parecia que estava se agradando das ações de seu avô, ele manejou uma grande espada negra e avançou contra seu avô.

A luta entre os dois foi violenta e longa, seu avô estava em desvantagem, pois já havia lutado por um longo tempo, mesmo assim feriu o homem várias vezes. Era um guerreiro forte e experiente, um adversário à altura do inimigo e ela viu que o homem apreciou aquilo. Sim, mesmo quando recebia golpes de seu avô era como se gostasse do combate e quisesse que ele se estendesse por mais tempo.

Mas quando seu avô quase o matou com um golpe, que lhe atravessou o abdômen, o homem recuou, cuspindo sangue e cumprimentando seu avô com a espada, ele parecia que não estava abalado com o golpe, mas a menina sabia que não era bem assim... Um golpe como aquele causava muitos danos e mesmo com regeneração levaria um tempo para que o adversário de seu avô se recuperasse.

Por um momento ela acreditou que seu querido avô teria chances de vencer, entretanto, ela também percebeu que seu avô enfraquecia e se desesperou...

Queria poder ajuda-lo, mas ainda não tinha força para enfrentar aquele homem, lágrimas correram por seu pequeno rosto, como há muito não acontecia, viu quando seu avô e o inimigo cruzaram espadas pela última vez, viu quando seu avô tombou sangrando e tentando se levantar se apoiando na espada.

O inimigo se virou e se aproximou por trás de seu avô e mais uma vez o golpeou. Viu o corpo dele cair e não se erguer novamente e ela sabia o que isso significava. Seu avô estava morto.

A fonte parou de mostrar imagens de Dracar e ela chorava desconsoladamente quando sentiu mãos de um adulto segurando seus ombros, a virando em sua direção. Estava inconsolável e não sabia quem estava com ela, somente chorava e se agarrava a esse adulto. Sentiu quando ele se ajoelhou e foi quando ouviu a voz rouca dele falando em seu ouvido:

- Não deve chorar pela morte de seu avô. Ele morreu uma morte digna em combate, morreu como o guerreiro que era. Respeite isso.

Ela levantou a cabeça e enxugou as lágrimas, seus olhos castanhos encontraram os olhos vermelhos dele e respondeu a ele:

- Respeitarei e honrarei meu avô pelo guerreiro que foi. Ficarei forte e encontrarei meu inimigo em combate e terei uma luta digna da herança que carrego. Não desonrarei os sacrifícios de minha família.

- É assim que uma guerreira fala, pequena princesa.

- Obrigada, Lorde Ares. Já me recompus. – ela pediu com educação ao deus guerreiro que a abraçava, mas ambos notaram que outra pessoa estava ali.

- Lorde Zeus – ela inclinou a cabeça.

- Meu amigo caiu em batalha? – ele perguntou com tristeza.

- Sim, lorde Zeus. Meu avô acabou de morrer, mas vi o rosto do inimigo e vi como luta. Posso falar com meus guardiões e trabalhar com eles para me fortalecer e preparar. – a menina relatou ainda abraçada a Ares.

- Vá então, se prepare e fique forte. Preciso falar com meu filho. – ele a dispensa e o deus a larga, ela se inclina respeitosamente a ambos, mas sai de cabeça erguida como a princesa que era.

- Como acha que ela se sairá? – Zeus pergunta ao filho.

- O inimigo dela é forte e preparado, tem mais experiência em batalha e não está sozinho. Mesmo com o poder dela estará em desvantagem. – Ares relata ao pai, que nota algo a mais na postura do filho. Ele não precisava ter abraçado a menina e a consolado.

- Teme por ela? – Zeus pergunta curioso.

- Não, meu pai. Não temo por ninguém, nem mesmo por mim. Com sua licença voltarei ao meu templo. Afrodite me espera. – e saiu sem falar mais nada com o pai.

Zeus observou seu filho caminhar tranquilo em direção ao seu templo e se pegou tentando entender a atitude de seu filho problemático com aquela criança.

Ares também se perguntava que motivos o levaram a agir daquela forma. Ele é o deus da guerra e sentiu quando a criança acionou a fonte para ver a batalha, foi quase como se ela o chamasse, então observou tudo perto dela, que estava tão imersa no que ocorria e a fonte lhe mostrava, nem percebeu que ele estava lá. Porém, algo no sofrimento dela o tocou e ele não sabe dizer o que foi, apenas que procurou consolar a criança com as palavras de um guerreiro e ela lhe respondeu com as palavras de um. Aquilo mexeu com ele de uma forma que não queria pensar, então jogou isso no fundo de sua mente, enterrando aquela noite nas profundezas de sua longa memória.

A princesa fez todo o seu caminho de volta para sua casa devagar, lembrando de seu avô e de seu amor. Quando chegou em casa foi até Tar, entrando em seu quarto sorrateira como sempre, mas dessa vez não se contentou em deitar ao seu lado. Ela se aconchegou nele, que acordou nesse instante e estranhou aquela atitude da princesa.

- Princesinha? – ele disse com voz sonolenta. – O que aconteceu? Outro pesadelo? – ele abraçou a menina contra seu peito e esperou que ela lhe desse uma resposta. Ouviu seu profundo suspiro e a resposta que ela lhe deu o gelou.

- Fui ao templo do senhor Zeus e usei a fonte dele para ver Dracar. Havia luta e vi o líder dos nossos inimigos, ele e vovô lutaram... Vi vovô morrer em batalha. – ela disse com uma vozinha fraca.

- Minha princesinha! – o dragão se senta na cama e a coloca no colo, está claro para ele que ela já chorou, mas sua dor permanecia presente. Ele a abraça carinhosamente e a embala até que ela adormeça de novo, mas é um sono agitado, cheio de rosnados e palavras soltas.

Quando amanhece ele está velando o sono da pequena e Mak entra em seu quarto estranhando aquela situação inusitada, Tar com olheiras e a princesinha deles agitada em seu sono:

- Algo aconteceu. – Mak fala assim que olha para o rosto de seu amigo.

- O Rei morreu ontem em batalha. – Tar passa a mão no rosto, está cansado.

- Como sabe Tar? – Mak sussurra transtornado.

- A princesinha teve outro pesadelo e foi até a fonte de lorde Zeus para ver Dracar. Ela assistiu a batalha e viu tudo. – Tar conta.

- Pelas estrelas! - Mak está passando as mãos nos cabelos, andando de um lado para o outro, ele para no momento em que a menina se mexe. Ela abre os olhos devagar e dá um longo suspiro, quando se dá conta da presença de seus guardiões ali com ela.

- Mak? Tar te contou? – ela pergunta deitada na cama e com os olhos vermelhos.

- Sim, princesinha. Como está se sentindo? – Mak pergunta se aproximando da cama, sentando na beirada e pegando na mão da criança.

- Triste, com raiva, com vontade de bater em alguma coisa... – ela fala e ele sorri um pouco.

- Quer treinar? Bater em alguma coisa? – ele propõe e ela aceita.

Nos dias seguintes a princesa se dedica com muito mais afinco ao treinamento, aos seus guardiões estava claro que ela queria descontar toda a sua frustração e raiva naqueles treinos. Na forja não era diferente, seus golpes eram mais fortes, mais consistentes. Eles acreditavam que com o tempo ela conseguiria superar seu luto.

Mas Clio via o que os homens não percebiam e, por fim, resolveu conversar com sua menina.

- Minha princesa, precisamos conversar. – ela disse uma noite enquanto escovava os longos cabelos da criança.

- Sobre o que Clio? – ela perguntou desinteressada.

- Sobre a raiva que carrega no peito e que está alimentando todos os dias. – ela foi direta com a menina. Sabia que tinha que fazer com que ela falasse aquilo que corroía seu coração e que poderia leva-la a um caminho de sombras; houve uma longa pausa e Clio ouviu a voz da menina:

- Não tenho direito de sentir raiva do homem que matou meu avô, que destruiu diretamente ou não minha família e meu reino? – a menina também fala diretamente e Clio sente a dor e a raiva vibrando naquela voz. Ela abraça a criança.

- Sentir raiva é normal e esperado, mas o que não pode é alimentá-la, transformando em rancor e ódio, pois se fizer isso vai dar uma arma ao seu inimigo. – Clio fala docemente com a menina e começa a sentir que ela se sacode em seus braços. Está chorando tão fortemente que seus soluços desesperados balançam seu pequeno corpo.

Nesse momento, Clio percebe que a dor de sua menina atraiu os guardiões até o quarto, eles observam aquela cena, mas permanecem em silêncio, esperando que a criança desabafe.

- Como faço Clio para não odiar? Não sei... Meu peito dói e eu só quero pegar uma espada e atravessar o peito daquele homem. – ela disse entre soluços.

- Pensa que isso seria o correto a fazer? Que seu avô gostaria que cultivasse esse sentimento? – ela tenta ajudar a garotinha.

- Não. Não é certo e ele não gostaria. – ela suspira. – Mas como faço para não sentir isso? – ela pergunta e Clio tem uma ideia.

- Vamos passar uns tempos com Atena, na Terra. Lá verá como as pessoas mortais vivem, não vai treinar e nem pegar em armas, vai observar e se quiser perguntar algo estaremos lá com você. – Clio tinha esperança que a vida curta dos mortais com todos os seus altos e baixos fizessem a menina ter algum consolo, pois várias pessoas viviam o que ela passava e superavam.

- Pode ser. Aceito. – a menina falou devagar, pois não esperava o que Clio propunha.

Assim foi combinado que eles iriam ao Santuário, ficar um tempo com Atena.

Mas, eles permaneceram mais do que esperavam, pois a princesa descobriu que tinha sede de conhecer aquela terra que Atena protegia e acabou que as conversas com Atena, seus Cavaleiros e os servos foram o que a menina precisava para acalmar seu coração e encontrar o motivo maior pelo que lutaria.

Não seria pela dor, pelo ódio, pela vingança, glória, orgulho, honra...

Lutaria por amor. Amor à sua terra, seus habitantes e sua família. Para que eles pudessem ter paz.


Notas Finais


Bem meus amores, aqui está.
Espero que tenham gostado.
O Dragão Branco morreu. Hell tem cerca de 7 anos agora, logo teremos algumas surpresas.
Capítulo novo, provavelmente só semana que vem, mas vou tentar fazer com que valha a pena.
Beijos.


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