História A Sombra da Lua - Capitulo 17

Sunagakure, quatorze dias após a guerra.

POV Shikamaru Nara.

 

O festival estava lotado de pessoas. Mal dava para andar sem esbarrar em alguém. Tinha vários ninjas de outras vilas, famílias de Suna, várias barracas de jogos e comidas, muitas crianças correndo de um lado para o outro e música com dançarinos fantasiados. Logo me peguei lembrando dos festivais de Konoha, e a saudade veio até mim outra vez.

Quando criança eu nunca perdia um festival, era sempre eu, Ino e Chouji correndo entre as barracas. Nossas mães compravam coisas para a gente comer e nossos pais levavam a gente para atirar kunais nos alvos das barracas de jogos.

Deixei um sorriso escapar lembrando disso, essas memorias que nunca retornaram, mas quem sabe algum dia eu possa compartilhar elas com alguém e reescreve-las.

Ao meu lado Mia andava atenta a tudo, seus olhos curiosos percorriam cada barraca e pessoa por ali. As vezes ela parecia estar procurando algo e as vezes ela só parecia se encantar com tudo aquilo.

-Já esteve em algum festival antes?

Ela pareceu se esquecer da minha presença ali, já que a minha pergunta fez ela me olhar com surpresa. Mas logo um singelo sorriso brotou nos seus lábios vermelhos.

-Não, Getsugakure tem vários festivais, principalmente o festival da Lua, mas nunca estive realmente em um.

Eu quis perguntar o porquê, mas seu olhar se voltou para a lua cheia que iluminava o céu sem estrelas e ela pareceu se perder em lembranças como eu estava antes, e isso deixou ela com uma aparência frágil, algo que eu nunca imaginaria de alguém com tanto poder como ela, esse momento aqueceu algo no meu peito. Ela é realmente muito bonita.

Continuamos andando pelo festival até encontrar uma barraca que servia vários tipos de comida, nos sentamos em uma mesa um ao lado do outro e Mia voltou a olhar ao redor.

Eu a observava com calma e isso não parecia incomodar ela ou talvez ela estivesse tão perdida em pensamentos que nem percebeu.

Seus cabelos brancos brilhavam a luz colorida do festival, seus olhos negros eram indecifráveis e ela mantinha um sorriso quase imperceptível nos lábios. Suas pernas mexiam levemente como se ela estivesse ansiosa, seus cotovelos estavam apoiados na mesa e suas mãos se cruzavam enquanto ela parecia brincar com os dedos, até que seus olhos se fixaram em algo e todo movimento que seu corpo fazia pareceu se conter por um momento.

Eu desvie os olhos dela para ver o que tinha tomado sua atenção. Segui seu olhar para umas barracas a nossa frente e pude observar junto com ela um pai com duas filhas. A mais nova estava em seus ombros e a mais velha tentava acertar o alvo e vencer o jogo. O pai dava instruções segurando a mãos pequena da filha mais velha, enquanto a filha mais nova gritava com os bracinhos para cima torcendo pela vitória da irmã. Ela acertou o alvo e recebeu um ursinho de pelúcia como prêmio, podemos ouvir ela gritando que seria uma grande ninja um dia como a mãe foi e logo entregou o ursinho para a sua irmã e eles seguiram para o outro lado do festival.

Era uma cena doce porém doeu dentro de mim cada palavra daquela garotinha, eu entendi bem o quanto perder a mãe deve ter sido difícil, mas entendia mais ainda o quanto a vida da mãe era difícil. Eu não desejaria a ninguém essa vida que temos. Era nobre, porém tinha um preço caro demais a ser pago.

A voz familiar da Temari atrás de mim me fez deixar de lado esses pensamentos e me virar a procura dela.

Temari estava a algumas barracas atrás de nós segurando no braço do Hiro. Eles estavam numa barraca de adivinhação onde o jogo era permitido para ninjas, já que algumas barracas principalmente de acertar o alvo não eram. Hiro estava sem o uniforme vermelho escuro de guarda do Kazekage e sem a bandana de Suna o que permitia que seu cabelo marrom caísse um pouco pelo seu rosto quadrado e atrapalhasse seus olhos azuis de ler o enigma a ser decifrado por eles. Temari estava usando um kimono azul fechado que ia até um pouco acima dos seus joelhos, ela também estava sem bandana, e segurava no braço de Hiro com certo cuidado.

Não me lembro de ver Temari daquele jeito, sem armas, sem a pose de indestrutível, ela estava apenas se divertindo, ria de algo que eu não podia ouvir pela distância que estava, e mantinha um sorriso doce no rosto.

Aquele enigma seria fácil para ela, seja qual for, ela é uma estrategista, poderia facilmente vencer o jogo, mas ela não parecia querer vencer pela primeira vez na vida, ela só queria estar ali, com ele.

Aquilo pesou no meu coração, eu nunca tive momentos assim com ela, toda vez que a via tinha algum trabalho envolvido. Perdemos tempo discutindo, debatendo, desvendando, criando, trabalhando e eu nunca pude levar ela para sair. Seria tão simples criar laços com ela, tínhamos tanto em comum, mas exatamente por isso nunca tentamos ir além daqueles momentos cansativos de trabalho, por isso era ele que estava ali com ela e não eu.

-Ela é muito bonita, e ele está se fazendo de idiota.

Agora foi a minha vez de me esquecer completamente da presença da Mia ali. Me virei para olhar para ela, e ela olhava atentamente para a Temari e o Hiro.

-Perdeu a namorada Shikamaru?

-Ela não era minha namorada.

-Mas você gosta dela, só não gosta tanto a ponto de deixar de ser racional.

-Como assim?

Ela olhou para mim.

-Você gosta dela, mas esse sentimento não é amor, porque não fala mais alto que a sua razão. Você fica pensando em tudo o que pode dar errado entre vocês, e na impossibilidade de estarem juntos que é impossível que esse sentimento se torne amor, por isso vocês não estão juntos. Vocês dois pensam iguais e agem iguais, onde tem excesso de racionalidade não pode ter amor, porque o amor não é racional.

Fiquei sem saber o que dizer, e ela voltou a olhar os dois.

-Ela não ama ele também, mas se sente bem com ele então provavelmente está permitindo que os laços que já tem virem amor. Já ele quer impressionar ela e fazer ela rir, pelo menos nesse momento.

-Você gosta de observar as pessoas.

Ela voltou os olhos para mim e arqueou uma sobrancelha.

-Eu sou boa em observar e desvendar as pessoas.

-Me parece convencida demais.

Falei para provocar e parece que deu certo. Ela franziu o cenho e virou para olhar novamente para frente da nossa mesa, eu acompanhei seu movimento segurando o riso pelo biquinho que ela fez.

-Você está querendo me provocar Shikamaru, só porque eu falei o quanto você está decepcionado consigo mesmo por causa da sua ex namorada.

Ela substituiu o biquinho pelo sorriso irônico, o que me deixou meio triste, tinha gostada do biquinho.

-Você fez uma boa estratégia na guerra devo admitir, mas nada demais.

-Eu sou a melhor estrategista de Getsugakure e salvei a vida de vocês na guerra, de você principalmente.

-Claro, com todo esse chakra foi fácil.

-Eu vou te dar uma lição.

Ela chamou a garçonete e pareceu pedir alguma coisa, mas eu não pude ouvir já que ela cochichou no ouvido da garçonete que assentiu e saiu.

Ela colou as mãos sobre a mesa e começou a olhar em volta outra vez.

-A primeira regra para ser um grande estrategista é a observação, está vendo aquele cara sentado no banco ali?

Ela apontou para um homem bem vestido que parecia estar extremamente ansioso, olhava de um lado para o outro, estava claramente esperando alguém.

-Percebe como ele está bem vestido, bate a perna num claro sinal de ansiedade e olha para todos os lados como se esperasse alguém, o que você me diz?

Ela perguntou e voltou a olhar para mim.

-Provavelmente ele marcou um encontro aqui no festival e está esperando a pessoa, pela ansiedade e a forma como ele está bem arrumado talvez a namorada.

Mia sorriu.

-Errado.

-O que? Como você sabe?

-Ele não tem nenhuma aliança nas mãos, o que mostra que ele é solteiro...

-Muitos namorados não usam aliança e ele pode estar esperando a pessoa que gosta mesmo não namorando ela ainda.

-Não me interrompa Shikamaru.

Ela colocou o dedo indicador na ponta do meu nariz, e eu me vi relembrando o meu sonho durante o pesadelo infinito.

Ela continuou, tirando o dedo de mim.

-Ele está esperando o chefe dele. Vê a forma como ele está vestido? Por mais que você goste de alguém você não vestiria terno e gravata para trazer essa pessoa para um festival aberto na rua. E também você traria alguma coisa, como flores ou algo para dar para ela. Ele não tem nada nas mãos e está muito bem vestido, é claro que o chefe convidou ele para vir até o festival depois do trabalho e ele está esperando ansiosamente por uma promoção. É um simples fato de fugir do senso comum.

Ela sorriu satisfeita consigo mesma, e eu não pude evitar de sorrir vendo ela daquele jeito. Mia não era nada do que eu imaginei que seria, alguém fria, grossa, bruta, que se sente superior e afasta tudo e todos de si. Ela era incrivelmente gentil, doce e divertida.

A garçonete trouxe então o pedido feito pela Mia e eu me surpreendi por ela ter adivinhado o meu prato favorito, carapau, um peixe pequeno que era muito bom.

-Como você soube?

Perguntei e ela riu.

-Segunda regra sobre ser um grande estrategista, a maior arma de um ninja é a informação.

Ela então apontou novamente para o cara que antes estávamos observando, e o chefe dele apareceu o cumprimentando e o levando para uma barraca de sushi mais à frente. E então eu procurei entender.

-Como?

-Simples. Enquanto você estava chorando pela Temari e o namoradinho dela, o cara passou por nós falando com uma amiga sobre a promoção que estava esperando receber hoje, então o resto foi fácil prever. Já sobre o peixe, cada vila tem informações básicas sobre ninjas em atividade mesmo sendo de outras vilas.

-E tem o meu prato preferido nessas informações?

-Claro que não, eu apenas pesquisei mais sobre você, e deduzi que você é o tipo de pessoa que gosta de manter a forma e o carapau tem um valor nutricional alto além de ser muito bom.

Eu e ela rimos juntos, não pude deixar de pensar que estávamos nos dando bem, porém eu ainda não sabia nada sobre ela.

-Certo, você sabe muito sobre mim, e eu nada sobre você além do fato de você estar se expondo bem aqui, o que indica que você sabe sobre os ninjas ocultos e sabe que eles podem estar atrás de você, e você por alguma razão quer isso. Pode me dizer o porquê?

Ela suspirou e terminou de comer seu peixe.

-Você sabe sobre tudo o que está acontecendo Shikamaru, sabe sobre os ninjas, o que eles querem, e você deve ter vindo aqui com o objetivo de saber mais sobre eles também, e por acaso você me encontrou aqui. Você sabe sobre o meu clã, sabe muito sobre nós, como desaparecemos, provavelmente sabe sobre o nosso kekkei genkai e quer saber porque eu estou me expondo aqui porque você sabe o quanto eles querem o meu kekkei genkai. Você sabe demais, e é por isso que eu não confio em você.

Eu estava quase rebatendo ela quando ela se levantou da mesa. Seu olhar estava fixo além das barracas, onde um grupo de guardas do Kazekage chegavam no festival ainda usando o uniforme vermelho escuro e a bandana de Suna.

Mia então saiu correndo por entre as barracas.

-Mia! Espera!

Me levantei deixando o dinheiro para pagar os peixes em cima da mesa e sai atrás dela. Ela mantinha os olhos fixos nos guardas e estava cada vez mais próxima deles.

Eles conversavam entre si, mas mantinham os olhos ao redor observando tudo, por isso ela se movia entre as barracas onde seria difícil deles a verem.

Eu tentei alcançar ela, porem a quantidade de pessoas no festival me impossibilitava de me mover mais rápido, e logo ela estava bem a frente deles. Observei ela passar bem no meio deles se dirigindo para a saída do festival. Consegui me aproximar o suficiente para sentir o chakra dela ser liberado por ela junto com os cabelos brancos, finalmente soltos daquele coque bagunçado.

Fiquei paralisado ao notar que todos os guardas olharam para ela, mas alguns simplesmente foram para as barracas enquanto outros seguiram ela com os olhos, e esperaram o número de pessoas ao redor deles aumentarem já que o festival já estava no final, para saírem atrás da Mia.

Meu coração falhou uma batida. Ninjas ocultos.

Mia já tinha descoberto eles ali, bem na guarda do Kazekage, ela só estava esperando o momento deles serem atraídos para ela, e agora era esse o momento.

Corri para a saída procurando por eles, e dei de cara com quem eu menos queria ver naquele momento.

-Shikamaru-Kun! Como está o festival?! Quer ir jogar comigo?!

-Oi Kimo, agora não dá, o festival está acabando, tentamos depois.

Continuei andando seguindo a rua para a direita onde eu vi um dos guardas virando, até que eu senti a mão fina de Kimo segurar o meu braço.

-Acredito que ainda dá tempo de mais uma partida! Vamos lá! Eu pago!

Já era a segunda vez que ele me atrapalhava quando eu estava próximo de algo relacionado aos ninjas ocultos. Suspeito demais para o meu gosto.

-Kimo solta o meu braço.

Ele apertou a mão em mim durante um minuto e depois relutante me soltou. Eu dei um passo para trás ainda olhando para ele.

-Eu estou sempre por perto Shikamaru.

O tom dele foi diferente do costume.

-É claro que está.

A rua tinha lotado de pessoas indo para casa, eu não queria envolver nenhuma delas nisso, então eu apenas virei as costa para Kimo e corri procurando pela Mia.

Mia tinha atraído os ninjas para fora do festival, isso significava que ela também não queria envolver nenhuma pessoa naquilo, então ela teria levado eles para um lugar mais vazio.

Procurei pelas ruas de Suna, e não tinha nenhum deles por ali. Continuei correndo até que estava chegando quase no limite daquela parte da vila quando ouvi um estrondo vindo acima de mim. A duas ruas a cima eu vi Mia lutando com os ninjas ocultos, e corri o mais rápido que pude até lá.

Mia estava suja de terra, tinha vários cortes no braço e o chakra que imanava dela era imenso.

Eram ao todo sete ninjas, dois deles já estavam no chão inconscientes. Os jutsus que eles usavam eram basicamente futon e doton, Mia rebatia com jutsus de kaiton e de raiton. Eles evitavam ao máximo o contato com ela, então quando ela se aproximava eles usavam kunais e shurikens para afastar ela.

Mia era forte e tinha domínio de vários jutsus, porém o grande número de inimigos não era favorável para ela. Então não pensei duas vezes em entrar na frente dela quando um dos ninjas atirou outra kunai, por sorte eu consegui bloquear ela com uma das minha kunais.

-O que você está fazendo aqui?!

-Achou mesmo que ia sair despercebida com esse chakra?!

-Não era para você me seguir!

-Você não manda em mim!

-SHIKAMARU!

Ela me puxou para junto dela e rolou comigo pelo chão, me protegendo de um futon lançado por um dos ninjas.

-Sai daqui!

Ela não era a garota que estava rindo comigo a algum tempo atrás, ela estava furiosa em cima de mim, e seus olhos negros demonstravam isso claramente.

-Eles são cinco, me deixa ajudar.

Ela levantou bloqueando duas kunais com a minha kunai e lançou um jutsu de doton como distração, logo em seguida ela usou cintilação corporal, e então em um movimento rápido demais ela conseguiu pegar outro ninja, ele gritou quando seu chakra começou a ser absorvido.

Mia não poderia usar qualquer técnica absorvendo o chakra do ninja oculto, então ficou fácil para os outros atacarem ela, mas eu não deixei.

Utilizei meu jutsu antes que ele pudessem chegar perto dela ou usar qualquer jutsu, porém eles eram rápidos e desviaram das minhas sombras com facilidade, o que me deixou irritado.

Dois deles vieram para cima de mim com taijutsu, e enquanto me defendia eu vi Mia se livrar do corpo sem chakra do ninja oculto e esperar o ataque dos outros dois.

Taijutsu não era o meu forte, mas consegui derrubar um deles com uma brecha que ele abriu. Me afastei depois, agora só restavam três.

-Então você precisa de ajuda de Konoha Mia?

Um deles falou de forma cínica, e então foi quando eu o reconheci, aquele ninja era o guarda que a Mia tinha ficado tensa ao encontrar no corredor do prédio do Kazekage quando chegamos a Suna.

Mia não respondeu, apenas usou novamente a cintilação corporal para acertar um soco no estomago de um dos ninjas que com a força dela foi atirado para uma parede de uma casa que tinha ali perto e caiu inconsciente no chão. Antes que eles revidassem ela usou novamente a cintilação vindo parar atrás de mim.

-Eu não preciso da sua ajuda, mas agora eu vou querer ela.

Mia tocou nos meus ombros e eu senti o chakra fluir por mim.

-Agora Shikamaru!

Mia soltou meus ombros quando eu liberei minhas sombras que pegaram o outro ninja porém aquele que provocou a Mia conseguiu escapar, mas foi surpreendido pela Mia que lhe acertou um chute nas costas e o derrubou no chão.

Ela então colocou seu peso em cima dele e pegou uma das kunais no chão apontando para a garganta dele.

-Onde eles estão?!

Mia gritou com o ninja abaixo dela, ele então riu.

-Acha mesmo que eu vou falar para você?!

Mia apertou a kunai na garganta dele.

-Aonde eles estão?!

-Até o momento você teve sorte, mas essa sorte não vai durar para sempre, ainda mais confiando em gente de Konoha!

O chakra de Mia queimava, e a aura ao seu redor foi ficando vermelha. Ela fincou a kunai no braço do ninja que gritou.

-Você sabe que eu só preciso das minhas mãos para matar você!

-Me mata então! E só isso que você sabe fazer!

-Me diga onde eles estão!

-Foram anos planejando tudo, nós só precisávamos de poder, então nos infiltramos nas vilas, queríamos os jinchuriki, mas a Akatsuki foi mais rápida, porém graças a uma garota idiota conseguimos acesso a grande biblioteca de Suna, lá foi fácil saber de vocês, ai só faltava o acesso a vocês, e você facilitou isso para nós indo para a guerra e mostrando do que era capaz, a culpa é sua Mia!

-ME DIGA ONDE ELES ESTÃO!

O ninja começou a rir freneticamente. Então eu vi lagrimas grossas descerem pelo rosto sujo de sangue e terra da Mia, ela soluçava, e tudo o que eu mais quis naquele momento foi proteger ela.

-Você nunca vai encontrar eles!

Depois disso uma cortina de fumaça se espalhou pelo local, e antes que tivéssemos qualquer reação uma explosão aconteceu.

-MIA!