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História A Substituta - Prisão


Escrita por: K-Mirrelly

Notas do Autor


Muito obrigado a todos que favoritaram e comentaram a minha fanfic, estou muito feliz <3
Obrigadoo!

Capítulo 4 - Prisão


Fanfic / Fanfiction A Substituta - Prisão

    Bernardo pensou que cairia, podia tocá-la e a via diante de seus olhos como não via desde mil novecentos e setenta e oito, há mais de doze anos, não conseguia acreditar em si mesmo. Seus joelhos afrouxaram-se e ele sentiu seu estômago afundar, não conseguia ouvir nenhum som ao seu redor, apenas buscava encontrar a verdade no olhar dela, parecia estar esperando ela sorrir marotamente como fazia e dizer-lhe “Eu te disse que voltaria, meu amor”.

    Os olhos dele estavam molhados, mas ele tentava sorrir enquanto os lábios tremiam pronunciando sem emitir som repetidas vezes o nome “Lady Laura”. Ele estava tão feliz como não ficara a tanto tempo, que chegava a estranhar a si mesmo, era tudo tão estranho, mas por fim verdade aquela frase que leu em algum livro “A dor da saudade, não se compara com a felicidade do reencontro”. Bernardo finalmente sentia que depois de anos poderia prosseguir com sua vida novamente de onde parou.

    -Você voltou –Disse em sussurro enquanto a garota o olhava sem entender nada –Eu esperei tanto tempo, mas você finalmente voltou. Voltou para mim –Ele admirava cada centímetro do rosto da garota que parecia não ter mais medo, apenas dúvidas, “Do que ele estaria falando?”

    Finalmente o vazio dele havia se preenchido de novo. Ele tocava o rosto de Aurora com as duas mãos tão delicadamente como quem alisava uma pétala de uma rosa. E não queria nem ao menos piscar os olhos, tinha medo de que fosse um sonho. E mantendo seu olhar dentro dos olhos dela permitiu que uma lágrima pulasse de seus olhos escancarados e escorresse rapidamente sobre seu rosto.

     Aurora estava confusa com a emoção emitida por ele que começara a olhar de um lado para o outro tentando evitar olhar para o homem emocionado, ela engoliu seco e tentou voltar a se comunicar com o Duarte que parecia um louco olhando para ela, o sangue dele havia fugido do corpo, o homem estava tão pálido quanto um cadáver.

    -Senhor Duarte? –Ela o encarou com um olhar baixo, desconfiada –Eu posso...

    Ela foi impedida de prosseguir com as palavras quando foi bruscamente puxada para trás pelo segurança que até então estava a rendendo segurando em seus braços, ela deixou escapar um leve gemido de desconforto e surpresa, seus pés tropeçaram um no outro, mas ela conseguiu equilibrar-se, um pouco antes dos homens postarem-na de frente para alguns policiais que foram convocados no hotel para “prenderem a ladra”.

    Os policiais foram rápidos e a algemaram com as mãos para trás antes que ela pudesse protestar algo. Bernardo assistia a tudo ainda em choque, mal conseguia concentrar-se no que estava acontecendo naquele momento, a única coisa que ele sabia era que ela estava ali.

    Um dos policiais começou a empurrá-la guiando-a para pelo corredor do hotel, Bernardo finalmente saiu do seu estado de transe ao ver o olhar de Aurora pedindo-lhe ajuda, ela também estava assustada com tudo aquilo, sendo levada como se fosse uma delinquente. Não era necessário tanto, pelo menos não no modo de vista dela.

    -Espere! –Pediu Bernardo, mas os policiais pareciam não ouvi-lo e se ouviam não o obedeciam –Esperem! –Gritou mais forte fazendo seu pomo de adão subir e descer, enquanto enxugava o rastro da lágrima em seu rosto. Ele correu para a frente de Aurora esbarrando nos policiais e seguranças que pareciam terem se multiplicado naquele corredor que de tão movimentado e cheio parecia ter diminuído. Ele segurou o rosto da loira que estava com tanto medo novamente –Eu não vou deixar que te levem! –Disse com a respiração próxima a dela.

    Agradeceu com um balançar de cabeça, mesmo achando estranha aquela atenção e todo aquele esforço que o Duarte demonstrava por ela.

    Os policiais a empurraram novamente enquanto outros afastavam o relutante Bernardo de próximo a ela.

    -Me solta! –Disse ele irritado enquanto um policial o segurava pelo braço. Suas emoções se misturaram. Em um ato de desespero, talvez, medo de perde-la novamente, esmurrou o policial que o afastava dela fazendo com que outros dois o segurassem –Soltem-na agora! –Ordenou aos berros enquanto sua touca escorregava sobre seus cabelos lisos e os homens tentavam contê-lo –Ela não é ladra! –Gritou com a face quase encostada na de um policial que tentava fazê-lo escutar o que tinha a dizer - Ela é minha mulher! Lady Laura! –Gritou atraindo o olhar indiferente de Aurora que continuava caminhando empurrada por policiais, ele continuou lutando para se livrar dos policiais e em um ato heroico salvar a sua amada, mas acabou se metendo em problemas.

    -Deixem-na livre! –Dizia enquanto tentava se livrar dos policiais que pediam com insistência para que ele se acalmasse –Deixem ela!

    O furdunço foi encaminhado até o saguão do hotel onde uma multidão de curiosos estava aglomerada e já não conseguiam entender exatamente o que estava acontecendo, tudo estava muito confuso para quem assistia. Aurora observava envergonhada enquanto pessoas ficavam cochichando umas com as outras, talvez a reconhecendo, ela conseguiu enxergar Zora apoiada em uma vassoura com a mão na cabeça e balançando a cabeça em negatividade. Aurora baixou a cabeça, estava tão envergonhada com tudo aquilo. Ela ouviu logo atrás de si gritos exagerados do senhor Duarte, era estranho ele lhe chamar de Lady Laura. Quem é Lady Laura?

    Bernardo iniciou um conflito verbal com os policiais e logo também foi algemado por desacato a autoridade. Na frente do hotel a movimentação era grande, abriram a mala da viatura e empurraram o corpo de Aury para que ela entrasse no veículo. Ela foi todo o trajeto de cabeça baixa, estava tudo perdido!

    ***

    Na delegacia, puseram Aurora em uma cela em frente a cela em que o Duarte ficaria, pois, o delegado não estava presente naquele momento para atender aos detentos.

    Aurora massageava os pulsos levemente machucados pelas algemas enquanto olhava distraída para a parede escura sem janelas onde ficaria por um tempo, ela pôs os cabelos para trás e suspirou enquanto buscava se acalmar e não chorar, sabia que chorar não resolveria seu problema. Cobriu os olhos com as mãos, sem se dar conta que o Duarte observava cada gesto dela agarrado na grade da cela dele que o impedia de chegar mais perto dela.

    -É você, não é? –Indagou pausadamente, permitindo-se fazer a pergunta, cuja resposta ele tinha medo de ouvir. Ele tentou disfarçar a voz embargada enquanto apertava com mais força a grade de sua prisão.

    Aurora virou-se de modo que pôde perceber a presença do homem, ela caminhou cautelosa até as barras de ferro de sua cela, sua afeição adiantava a resposta para Bernardo, ele apenas negava-se em aceitar.

    -Por favor, me diga que é você –Ele franzia o cenho e piscava rapidamente os olhos enquanto olhava para o teto na tentativa de enxugar as lagrimas que estavam prestes a formarem-se.

    -Do que está falando, senhor Duarte?

    Aquelas palavras foram suficiente para trazer a Bernardo de volta todo o sofrimento, era como se ele tivesse encontrado Lady Laura e agora ela estava escapando entre seus dedos. Ele não conseguia fazer com que a dor parasse.

    -Não –Ele baixou o rosto ainda segurando firme a grade –Não!

    -Senhor Duarte...?

    -TEM QUE SER VOCÊ! –Exaltou-se, ele não aceitava o que estava acontecendo. Encostou o rosto na grade e seus cabelos cobriram metade de seu rosto baixo –Tem que ser você –Repetiu a frase mais baixo dessa vez, como se as forças de sua voz estivessem indo embora –Porque está fazendo isso comigo? Eu sei que é você, Laura. Eu sei. Olha só –Ele levantou o olhar tão pesado e fitou Aurora dos pés a cabeça, seu rosto agora já estava molhado das lágrimas de tristeza que lhe dominavam sem piedade –É você, Laura, é idêntica... como pode não ser, se tem até o mesmo sorriso? –Ele tinha uma triste doçura na voz, que fazia até mesmo Aurora que não o conhecia sentir-se triste por ele –É pequena assim como você é –Ele sorria entre uma lagrima e outra enquanto descrevia sua amada Lady Laura olhando para Aurora –tem esses olhos transparentes, capazes de demonstrar tudo o que sente. A boca rosada...a voz mais linda. Tem tanta vida! –Ele pôs o braço para fora da cela como se quisesse alcançar Aurora e logo o abaixou vendo que não conseguiria –Não é você? Você tem certeza? –Os lábios dele se contraiam entre uma pergunta e outra –Você...tem certeza?

    O silêncio de Aurora o fez desabar, e sem conter o pranto, sem esconder a dor, permitindo-se ser transparente ele chorou. Ele ajoelhou-se no chão sujo daquela cela e sofreu. Na outra cela, Aurora sentou-se também no chão encostada à grade sem conseguir retirar os olhos do homem.

    -Tinha que ser você! –Finalizou com a frase que não parava de se repetir em sua mente. E fechou os olhos que já estavam avermelhados de tantas lágrimas e dos olhos fechados desceram lágrimas sinceras.


Notas Finais


Johnny and Winona <3


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