História A Sweet Disaster - Capítulo 18 - I want you bad.

Eu batia firme o pé, meus passos eram duros, a raiva quase explodia. Entrei no banheiro e me apoiei na pia, eu estava sozinha ali, então me senti livre para gritar. Então eu berrei com vontade, soltei meu grito mais estridente, Marissa entrou no banheiro.

– Ficou louca? – ela estava com a feição assustada.
– Não, Justin que pirou de vez, perdeu o juízo, o pouco que lhe restava. – ela revirou os olhos.
– Como sempre o Justin, esta relação não esta sendo saudável para você, amiga. – concordei com a cabeça. – Você esta com olheiras.
– Eu juro que tento agrada-lo, faço tudo por ele, mas ele sempre estraga tudo, sempre coloca um empecilho entre nós.
– O que foi dessa vez? – ela me esticou uma garrafa de agua e um creme para olheiras.
– Eu era só mais um de seus projetos de sexo, - pausei para beber a agua – ele estava me tratando mal e eu não estava entendendo até perceber que o interesse dele era outro e que ele já havia conseguido.
– Ai amiga, você de fato não merecia passar por isso. – dedilhei o creme abaixo dos olhos.
– É claro que não, mas ele vai pagar por isso, já sei o que vou fazer.

Se eu era a puta dele, ele veria a puta em ação, eu estava com essa ideia fixa e agora nada tiraria isso, voltei ao pátio e Justin estava com os seus amigos, todos conversavam, riam de piadas de Ryan ou trocavam soquinhos como todo garoto faz, só Justin estava quieto, pensativo. Era o meu momento, eu sabia que Ryan conhecia boas festas e que Chaz era bom em áudio, já tinha minha desculpa pronta. Me aproximei do grupo, e eu estava praticamente rebolando.

– Oi Ryan. – coloquei meu braço sobre seu pescoço, colando nossos corpos de lado, ao ouvir minha voz, Justin nos olhos, eu estava próxima dos lábios de Ryan, estávamos quase nos beijando.
– Fala gata. – ele beijou sensualmente minha bochecha.
– Tô precisando de uma festa, tem alguma em vista? – ele sorriu malicioso e colocou seu braço na minha cintura, pisquei para ele e Justin me fuzilava observando cada movimento que deixava meu corpo mais próximo de Ryan. – Estou precisando dançar, muito.
– Tem a do Cam sexta e uma outra numa boate super legal no sábado, a festa lá é surreal. – ao ouvir o nome de Cameron tremi toda e um flash da noite da festa veio na minha cabeça, mas a raiva falou mais alto, seria a oportunidade perfeita de provoca-lo.
– Sei como é a festa do Cam, então, eu topo essa.
– O que? – Justin gritou e eu o olhei sorrindo e com um certo desprezo no olhar.
– O que foi garoto? – revirei os olhos e voltei a falar com Ryan. – Então quando vai me... – Justin interrompeu.
– Você não irá nessa festa, não vou deixar. – eu ri escandalosamente, acho que todos nos olhavam, e eu não estou me referindo aos meninos.
– E quem disse que você manda em mim? – Chaz fez uma cara de dor como se alguém tivesse lhe chutado as bolas e Justin ficou boquiaberto com a minha “ousadia”.
– Essa doeu, hein. – Ryan disse entre um sorriso.
– Não domou a fêmea direito, Justin. – Chris disse e eu o olhei feio. – Desculpa, princesa.
– Cala essa boca, Chris. – Justin rosnou.
– Eu posso muito bem cuidar de mim mesma, já você não soube cuidar. Eu fui submissa à você e agora, você me dispensou, como se eu fosse descartável. – os meninos ficaram pasmos com o meu atrevimento em afrontar Justin daquela maneira. – Então, não me enche. E Chaz...
– Fala gata.
– Me ajuda num áudio? Preciso da sua ajuda. – Justin me fuzilou.
– Já chega dessa palhaçada, você vai me escutar. – Justin se levantou e pegou no meu pulso para me puxar, mas eu puxei meu braço com força para que ele soltasse.
– Não, você vai me escutar. Eu estava te amando, Justin. Eu estava feliz ao seu lado, estava bem ao seu lado, mas você tinha que estragar tudo.
– Estava me amando? – ele repetiu o que eu disse como se não acreditasse no que eu dizia.
– Infelizmente, eu ainda te amo. – sai dali furiosa, aquele garoto, era um idiota e o que eu escolhi justamente para me apaixonar.
– Demi, vamos conversar. – Sua voz sumia com o barulho.
– Vai se fuder, querido. – Já chega de intervalo por hoje.

...

A aula de Criatividade e Inovação só estava animada porque era dia de aula prática, e eu adorava cantar. Estava tão brava com Justin que eu queria cantar para ele, queria que ele ouvisse o doce som da minha raiva.

– Srta. Lovato, quer cantar? – me levantei e concordei.
– E qual música irá cantar? Sua ou de algum artista?
– Hot n cold da Katy, porém, fiz uma adaptação. – Justin arregalou os olhos, ele já tinha sacado que era para ele.
– Pode começar quando quiser. – me arrumei no meu lugar, coloquei o toque que fiz no meu celular e fiz o que eu mais gostava.
– “You change your mind, Like a girl changes clothes. Yeah, you PMS like a bitch, I would know and you over think always speak cryptically, I should know, That you're no good for me. – me levantei da cadeira e dei potencia a minha voz, eu estava extravasando, pelo simples fato de que: eu precisava.- Cause you're hot then you're cold, You're yes then you're no, You're in and you're out, You're up and you're down, You're wrong when it's right, It's black and it's White, We fight, we break up, We kiss, we make up, (You) You don't really want to stay, no, (You) But you don't really want to go, You're hot then you're cold, You're yes then you're no, You're in and you're out, You're up and you're down”.
– Ótima apresentação srta. Lovato, como sempre. Você alcança notas altíssimas e com uma afinação divina. – Justin não olhava mais para mim, me senti bem e vingada.

O sinal tocou e eu peguei as minhas coisas, mas ai ele se levantou e veio até mim.

– Nós precisamos conversar e nós vamos conversar. – ele me puxou para fora da sala e me levou até o seu carro, me enfiou no banco do carona, acho que dessa eu não fugiria.
– Qual é a sua? – disse quando ele entrou no carro.
– Você fica me provocando e nem sabe porque, quando eu te dei a chance, era pra me esquecer, não pra fazer o contrário e ainda usar meus amigos como provocação. Você não sabe porque estou te afastando.
– Então me explique, porque você acha fácil não é? Usa depois descarta como se eu fosse uma latinha. – cruzei os braços e deixei que ele falasse.
– Eu conheci o Joe. – minha garganta secou e comecei a suar. – Quando você estava se arrumando pra mim, meu celular tocou e era uma SMS de Chris dizendo que sabia onde Joe trabalhava. Era sua primeira vez então eu não iria estragar e sair dali correndo. Quando te deixei em casa, fui atrás desse cara.
– Espera, você foi atrás dele?
– Fui, e quando cheguei lá, foi ele que me atendeu, eu precisava saber quais as intenções dele com você, então paguei uma gorjeta e eu inventei uma história para que ele se sentisse segurança de “desabafar” comigo. O cara trabalha, tem uma renda, mesmo que sendo pouca, ele não depende dos pais, mora sozinho e largou a namorada por estar gostando da garota perfeita. Garota perfeita, foi esse termo que ele usou, ele estava falando da minha garota e ai eu me senti um lixo.
– Você não é um lixo. Eu te amo e já te disse isso, que eu e Joe não temos nada.
– Você não entende? Ele pode te fazer feliz, te tratar como uma princesa, como você realmente merece, pode te dar amor, um amor que eu nunca irei te dar.
– Para de falar bobeira, sou eu que escolho Justin, não é você.
– Não é bobeira, é o seu futuro, ele é o melhor para você. – ele falou alto.
– Não Justin, eu sei o que é o melhor para mim, sou eu que escolho quem eu quero ficar e eu te escolhi para ficar ao meu lado. – falei mais alto que ele, para mostrar que estava errado.
– Mas eu te faço sofrer, você já chorou tantas vezes desde que começamos a namorar. – ele tentou falar mais alto que eu.
– Mas é você que me faz bem, que me acalma, que me leva as alturas. É você Justin, que eu escolhi para ter a minha primeira vez, que eu dediquei músicas e músicas, que eu tive uma quedinha anos atrás. Foi você que eu escolhi para atormentar do mesmo jeito que me atormentava, que eu escolhi para ser o homem da minha vida e quem sabe ser o pai dos meus filhos, aquele pai carinhoso e responsável que eu vejo em você, estou sonhando alto? Pode até ser, mas eu estou sonhando Justin, estou sonhando com uma vida ao seu lado. – Os nervos estavam exaltados, eu já não falava, eu gritava. – Foi você Justin, que eu escolhi amar, é você que eu amo, caralho.

Justin me olhou com os olhos brilhando, uma pequena gota escorreu pelo seu rosto e eu a limpei com um beijo. Eu voltava para o meu lugar quando ele puxou o meu rosto e selou os nossos lábios. Era de longe nosso melhor beijo, o nosso mais fofo e carinhoso beijo, o mais calmo. Eu sentia o seu amor ali, eu poderia expulsar toda a minha raiva e deixar meu coração puro com aquele beijo, eu me sentia leve, como se estivesse flutuando, seus lábios de tamanha macies proporcionava para mim, o melhor beijo de minha vida, um beijo que nunca se repetiria, com desculpa, com perdão, um beijo que era quase impossível de se explicar. Eu sentia meu coração acelerado, e a sua respiração descompensada, ele era o meu homem, e eu o queria muito. Com seus braços em volta do meu corpo, ele finalizou o nosso beijo, aquele que eu jamais irei esquecer. Eu fitei os seus olhos tão profundamente, conseguia ver a sua áurea brilhar forte com nosso amor, ele tinha cada parte de mim, para si.