História A Sweet Disaster - Capítulo 20 - Um susto! (parte 2)

P.O.V Demi Lovato

Eu literalmente não entendia a reação de Justin. Eu já imaginava nossa briga, ele indo embora e eu ficando sozinha, sem apoio e sem um pai para o meu bebe. Arrumei minhas coisas e fui me encontrar com Marissa, Justin me levou até ela, aquela criatura parecia mais ansiosa que eu. Ele me fez criar coragem para que eu comprasse o teste de gravidez, se fosse para ter um bebe, que eu assumisse logo. O farmacêutico foi simpático e me ensinou a usar o teste direitinho. Já Justin, não gostou muito do carisma do farmacêutico em me explicar cada detalhe de cada passo, fuzilou o cara durante uns 10 minutos.

– Suponho que seja o pai. – o farmacêutico sorriu para nós.
– Sim e namorado também. – Justin sorriu irônico e eu lhe dei um puxão no braço.
– Então aconselho você a fazer cada etapa com a sua namorada, é ótimo poder acompanhar, experiência própria.
– Valeu pelo conselho, mas eu sei muito bem o que eu faço.
– Justin. – ele me olhou como se não tivesse feito nada de mais. – É só isso, muito obrigada. – sai e fomos até a casa de Marissa, seria o lugar mais seguro e tranquilo.
– Eai? Nervosa? – ela me olhou meiga.
– Um pouco, eu não sei se quero que dê positivo, mas se der, serei uma mãe boa. – eu entrei no banheiro e seja o que for de melhor.

O teste é feito através da urina, então Justin me deu um copo de agua (nada simples e modesto) e a vontade veio, posicionei o recipiente e recolhi um pouco para amostra, fiz de acordo com o que o cara falou e esperei cinco minutos, Justin bateu na porta e enfiou a cabeça no vão da porta.

– Pronto? – olhei para ele nervosa, eu estava extremamente ansiosa, mordi o lábio inferior, Justin entrou e tomou o teste da minha mão, ele olhou confuso e me entregou.
– Eu não entendo nada disso. – peguei com cautela o teste e havia apenas um risco azul, um alivio percorreu o meu corpo, eu adoraria ser mãe, mas não agora.
– Não foi dessa vez querido. – sorri e ele ficou meio decepcionado, mas me encarou sorrindo.
– Se não era para ser, tudo bem. – ele me abraçou e me deu um longo beijo.
– Eai? Serei madrinha? – Marissa entrou no banheiro e cruzou os braços. – Deixo os dois 5 minutos sozinhos e já começam a agarração.
– Não, você não será madrinha e desculpa se eu gosto de beijar minha namorada toda hora. – Marissa mostrou a língua para Justin e ele voltou a me beijar.

Foi um grande susto, um baita susto. Mas eu queria que minha vida tivesse um pouco mais de, digamos, liberdade antes de eu me prender uma família. Justin me deixou em casa e não fiz muita coisa até ir dormir, confesso que pensei em alguns nomes e até enxovais, mas deixamos isso para o futuro. Na manhã seguinte, a dor súbita e penetrante da minha cólica me dominava, eu mal conseguia me mexer, o único jeito de não fazer doer era ficar encolhida, minha mãe abriu a porta do quarto e já era tarde, eu precisava me levantar.

– Vai perder a hora.
– Mãe, acho que tem um dinossauro com fome no meu útero. – ela soltou uma gargalhada e se sentou no pé da cama.
– Tenho uns remédios ali para cólica, se você quiser, mas precisa se levantar.
– Acho que não consigo.
– Vamos Demetria, sem enrolação filha. – eu bufei e me levantei num pulo e me arrependendo daquilo, a dor só veio mais forte e mais dolorosa, tomei o remédio e rezei para que aquela dor passasse logo, pelo menos, era um bom sinal.
– Eu espero que passe logo. – me enfiei de baixo do chuveiro e fiquei ali até que a dor passasse, eu jurava que poderia começar a derreter debaixo d’água.

Me sequei e me vesti, então a buzina do carro de Hanna soou pelas janelas. Desci correndo com a mochila nas costas e beijei o rosto de minha mãe, bagunçando o cabelo de Maddie como eu sempre fazia e sai correndo pela porta. Desde que comecei a namorar, eu estava tão desleixada, não me maquiava como antes, não me vestia como antes e eu poderia jurar que dei uma engordada, mínima, mas tinha algo ali. Num dia como hoje antes eu escolheria minha melhor saia e agora? Eu estava com uma calça jeans e uma blusa de estampa simples, ninguém poderia me reconhecer, com o cabelo preso no alto e um tênis. Eu estava sem maquiagem, eu não era feia sem, mas toda menina gosta de uma maquiagem. Eu sentia que antes de Justin mudar por mim, eu estava mudando por ele e isso era realmente estranho. Cheguei na escola e ele veio me receber com um abraço carinhoso. Eu estava tão abobada desde o resultado do teste que ainda tinha minhas duvidas se eu devia ou não ficar feliz com aquilo.

– O que você tem? – eu o abracei.
– Nada demais, só um pouco cansada. – sorri passando confiança e Justin retribuiu.

Eu não sei de onde ele saiu e nem como chegou tão perto sem que Chaz ou Ryan fizesse para impedi-lo, mas Alex se aproximou de nós e ele havia uma cara de louco, quando olhei para sua mão, carregava um canivete pequeno, mas Justin não tinha visto ele se aproximar com aquilo na mão. Seus olhos não pareciam lúcidos, como se tivesse misturado álcool com drogas e ingerido tudo de uma vez só, ou que tivesse perdido o juízo e agora vivia em sua loucura.

– Vaza daqui idiota. – Alex continuou vindo em nossa direção.
– Demi você será minha, você me humilhou demais garota, agora você vai aprender que eu não sou um perdedor e o quão comedor eu sou. – ele tentou se aproximar de mim, mas Justin se pôs na minha frente.
– Se afasta ou eu serei obrigado a te dar uns belos socos na cara e acabar com essa sua cara de galã de plástico.
– O problema é que eu não vou me afastar idiota e ninguém vai me impedir de pegá-la para mim. – eu olhava fixamente para o canivete, cada vez mais próximo de Justin.
– Quem você acha que não vai? – eu tentei puxar Justin, mas era como se ele tivesse preso ao chão.
– Justin. – ele empurrou meu braço e se balançou como se estivesse preparado para aquela briga.
– Preparado para ser o perdedor Justin? – ele mudou a posição de seu canivete para a outra mão e Justin estava tão concentrado em acabar com Alex que não reparou no canivete.

Eu agi por impulso e por amor, quando Alex se aproximou o suficiente para fincar o canivete em Justin, eu me joguei na sua frente e não senti mais nada. Contrai o abdômen e eu não conseguia acreditar, olhei para baixo e toquei o corte, o sangue escorria tanto que parecia que uma hora acabaria. Olhei para Justin e ele estava boquiaberto, senti meu corpo pesar para trás e ele me segurou, ainda não acreditava no que havia acontecido, lancei um olhar para Alex e ele soltou o canivete no chão e saiu correndo, não por muito tempo, Ryan o segurou pela gola da camiseta e em seguida todo o grupo de Justin o cercava. Me restou pouca força para olhar para Justin e ver seu rosto todo murcho e seus olhos atolados de lágrimas, depois disso a escuridão dominou a minha visão e tudo o que controlava o meu corpo.