Qual é o valor de uma vida?
Essa era a pergunta que eu me fazia antes de ser quem sou
Após muitas caçadas nesse mundo, eu havia descoberto que estava fadada a continuar este serviço....ao lado de meu leal amigo.
''Quem é o próximo Ovelhinha?'' Assim pergunta o Lobo, impaciente.
''Acalme-se caro Lobo, siga meus passos, irei guiá-lo para mais uma caçada.'' Respondo com serenidade.
Após caminhar por entre a floresta, nós nos deparamos com uma cabana, aparentemente habitável, o próximo a receber o dom da morte, estava lá.
''Qual dessas pessoas será caçada hoje Ovelhinha?'' Pergunta o Lobo.
''Eu lhe mostrarei.'' Respondo indiretamente a pergunta do Lobo
E então uma menina sai da cabana, levando consigo uma boneca em uma de suas mãos. Sua face exibia a expressão de felicidade, alegria...
''É essa a minha caça?'' Pergunta o Lobo, após observar a menina.
''Não.'' Respondo com suavidade.
Em seguida uma moça crescida sai da cabana, e se junta a menina... começando assim a brincar com ela.
''É essa?'' Pergunta o Lobo, cada vez mais impaciente.
''Não.'' Torno a responder com serenidade.
E finalmente, um homem sai da cabana, com um machado em suas mãos. Ele era um lenhador.
''É esse o homem que devo matar?'' Rosna o Lobo.
''Sim, siga-me.'' Digo ao Lobo, após saltar até uma pedra instável abaixo da pequena colina.
Nos aproximamos do homem, e ele logo percebe nossa presença.
''O que são vocês? O que querem?!'' Pergunta o homem, com uma expressão de espanto.
''Jack Suan, hoje a sua hora chegou, você está diante de uma escolha e eu recomendo que você escolha com cuidado.'' Anuncio a ele, com um tom mais severo.
''Que escolha?'' Pergunta o homem, ainda espantado.
''Você prefere a perseguição inevitável do Lobo ou minha flecha?'' Lhe pergunto.
O homem toma uma atitude na qual me deixou surpresa, ele se ajoelha, e põe as mãos nos olhos, para disfarçar sua tristeza, mas suas lágrimas o denunciaram.
''Por favor....Não leve a mim, minhas filhas não serão nada sem mim, elas morrerão sem seu pai, elas não tem mais a quem recorrer.''
Implora o homem, com pesar.
''Eu sinto muito, mas você foi marcado. Agora deve escolher.'' Respondo o homem, com pesar.
Ele hesita, por um minuto, e então finalmente fala:
''Perfure meu coração, e me tire a vida com sua flecha, mas por favor....Não diga a minhas filhas que foram vocês os responsáveis por minha morte.'' Diz o homem, com seus olhos lacrimejando.
''Você fez uma boa escolha, e seu pedido será atendido.'' Digo ao pobre homem, pouco antes de de disparar minha flecha em seu coração.
O Lobo parece desapontado por perder sua caça, mas esse desapontamento logo passaria.
Olhei para a menina, a moça fazia um movimento estranho no corpo da menina que a fazia rir....eu não compreendia o que era, pois não estava familiarizada com a vida dos mortais.
''Você não vem Ovelha?'' Pergunta o Lobo, confuso com minha hesitação.
''Vá na frente Caro Lobo, estou logo atrás.'' Respondo para ele, para despreocupá-lo.
O Lobo então com velocidade sobrenatural entra na floresta, eu vou logo atrás, porém paro e sento em um tronco de uma árvore recém cortada.
Estava com minhas mãos apoiadas em meu arco, estava com minha cabeça repousando sobre elas.
Então a menina da cabana me encontra, porém misteriosamente, não teme minha presença.
''Você...você é uma ovelhinha?'' Pergunta a menina, com um tom inocente em sua voz.
''Para muitos, é assim que sou vista, mas eu na verdade sou muito mais do que isso minha jovem.'' Respondo suavemente.
''Eu posso tocar sua lã?'' Pergunta a menina inocentemente.
Eu não permitiria, mas a morte de seu pai me deixou pensativa a respeito dessa menina, então um simples sorriso dela poderia tornar minha consciência novamente elevada.
''A vontade.'' Respondo educadamente.
A menina sorri com minha resposta e imediatamente, vem até mim.
Enquanto ela acaricia minha lã eu me sinto....confortável, como se estivesse precisando disso a muito tempo, seu toque retirou de mim toda a minha insegurança.
A menina chegou a tocar em uma região para minha lã que liberou um ligeiro riso meu....no qual eu não entendi a origem.
A menina sorri com o que havia conseguido.
''Eu preciso ir agora, procure se cuidar pequena.'' Digo a menina antes de me afastar.
Porém enquanto eu saía de sua presença, a menina me faz uma pergunta que me faz parar imediatamente.
''Eu sou a Sam, Você tem um nome?'' Eis uma pergunta que nunca ouvi ao longo de minha existência.
''Eu sou a Ovelha, é assim que pode me chamar.'' Após dizer essas palavras, desapareço por entre as árvores.
Mas o meu pesar retorna novamente, eu nunca, como a manifestação da morte, me senti como alguém que deveria fazer a diferença.
Eu então olho para trás, na direção da cabana. Não seria a última vez que eu veria essas jovens.
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