História A tarefa da Ovelha - Inocência

Eu ouço a canção

Misteriosa, atraente e exótica. Me dirigi a fonte dessa cantiga onde me deparei com algo incomum para a maioria dos mortais.
O ser era uma criatura enorme com uma boca gigantesca, e era obcecado por o que chamam de....''comida''.

Seu nome era Tahm Kench.
Eu já o conhecia, pois nossos caminhos já haviam se cruzado no passado, quando ele me entregou o apostador, após a tragédia que havia causado em Arkey, o reino submerso dos Marai, raça de seres aquáticos, porém que possuíam espaço para humanos em suas bolhas, e um desses lugares era o Palácio de Iara, o local onde o apostador se casaria, após anos de estada.

Mas para seu azar, a fome de Tahm Kench chegou bem no dia do casamento.
Ele devorou tudo e todos, mas deixou o apostador vivo, para viver em seu próprio inferno.
Mas não era assim que eu desejava, após Tahm Kench ir embora, fiquei diante do apostador, e então pus um fim ao seu sofrimento.

E lá estava ele novamente, a verdadeira definição de um monstro perigoso, que apesar do vocabulário fino, suas intenções tem objetivo apenas de trazer dor e sofrimento, e mentiras são pelo menos 95% do que diz.

''Ovelha, então é você mesmo?'' Pergunta o monstro, com um tom zombador.

''Tahm Kench, seu fardo no passado custou a vida de muitos, muitos cuja hora não havia chegado, na próxima vez que pensar em realizar tal ato, não é minha repreensão a última coisa que ouvirá, e sim o seu próprio grito de dor.'' Advirto a criatura com um tom sério.

''Não considero sua ameaça uma afronta, eu a escuto com seriedade e respeito Ovelha, e estou gratificado em escutar sua advertência.'' Responde o anfíbio, desta vez respeitosamente.

''Escute, eu não pude deixar de notar sua presença perante as irmãs do velho Suan, e sua dedicação em mantê-las sobre sua vigília, um ato cordial para a manifestação da morte.'' Acrescenta o monstro.

''E no que isso lhe diz respeito?'' Pergunto desconcertada.

''Eu gostaria de fazer um trato com você, no que se refere a estabilidade de sua relação com essas crianças, gostaria de omitir minha proposta: Eu posso lhe ajudar a mantê-las em segurança e arranjar comida marítima de meu rio, posso garantir também que ladrões ou mercadores de escravos fiquem longe, tudo isso por um pequeno preço.''

''E que preço seria esse?'' Pergunto curiosamente.

O monstro sorri.

''Vida eterna.''

''Eu..''

''Vocês são a manifestação da morte, não podem se dar o trabalho de ficar vigiando duas crianças enquanto muitos morrem...'' Diz Tahm Kench, me interrompendo.

''Como vou saber que você não está se aproveitando da situação para devorá-las?'' Pergunto com seriedade.

''Você tem minha palavra de que não cometerei nenhum tipo de atrocidade com essas garotas.'' Assegura Tahm Kench.

Foi então que mais um sentimento veio a minha cabeça: Inocência.
Se eu permitisse que Tahm Kench as vigiasse, iria correr o risco dele estar mentindo e então devorá-las enquanto eu estivesse longe, mas eu não permitisse, Elas poderiam sim ser atacadas por ladrões, ou escravizadas por mercadores de escravos, o que é bem comum nessa região, e eu também teria de ficar mais tempo longe do Lobo, assim confirmando suas suspeitas.

Eu resolvi optar pela aceitação do acordo de Tahm Kench.
Mas antes dele ir embora, eu pergunto:

''E de que vale sua palavra?''

Ele não responde, apenas me encara e mergulha nas profundezas do rio.

Após algumas horas, eu resolvo verificar a casa das garotas, quando ouço um choro que ecoava em uma alta frequência por entre a floresta.

Era de Sam.

Eu corro para a casa e vejo Sam derramando várias lágrimas.

''Qual é o problema Sam?'' Pergunto confusa.

''Ele está vindo, ele(soluço) está vindo!'' Diz a menina desesperadamente.

''Quem está vindo?" Pergunto.

''Um monstro, minha irmã disse que ele tem garras enormes para nos devorar.'' Exclama a menina.

''E onde está sua irmã?'' Pergunto serenamente.

''Ela foi pra floresta, pegar mais frutas.'' Responde Sam.

Isso não era bom, após ouvir isso, corri imediatamente para a floresta, eu precisava encontrá-la o quanto antes.

Após vagar pela floresta por um tempo finalmente encontro Judy, a irmã de Sam, que coletava maçãs das árvores rapidamente, ela parecia aflita.

''Judy.'' Exclamo seu nome

Ela leva um susto ao me ver, como era de se esperar.

''O que é você?!'' Pergunta ela

''É irrelevante, eu só quero ajudar, precisa sair daqui o quanto antes.'' Advirto a moça.

''O quê?''

Antes que mais uma palavra fosse proferida. Algo surgiu das sombras, me empurrou para o chão e saltou sobre Judy, atordoando-a no chão.

''Afaste-se Kha'zix, ela é minha.'' Digo ao voidling

''(risada) Melhor se afastar fofinha, ou o mesmo acontecerá com você, estava mesmo precisando de lã para meus interesses pessoais.'' Ameaça o Ceifador do Vazio

Então aponto meu arco para sua cabeça, ameaçando-o

''Não irei ordenar uma segunda vez.'' Digo.

O voidling então se aproxima de mim, com objetivo de demonstrar sua hostilidade e que a presa deveria ser dele.
Eu permanecia firme, se ele desse mais um passo, dispararia.

Mas não foi necessário, uma enorme língua envolveu o voidling e então o puxou em direção a sua origem.

Era Tahm Kench.
Kha'zix prendia suas garras no chão para tentar não ser devorado, mas foi apenas um ato fútil, o monstro o puxou e o mastigou prazerosamente enquanto ouvia os gritos do voidling.

Ele então olha para mim, e fala.

''Esse é o valor de minha palavra.''

Após isso ele vai embora, tranquilizando-me.
Porém para meu desespero percebo uma coisa em Judy.
Era saliva, Tahm Kench havia lambido seu rosto.

Eu estava com mal pressentimento quanto aquilo.