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História A Teoria das Estrelas - Embarrassed


Escrita por: ordin4ryhuman

Notas do Autor


Desculpem a demora, gente! Pra compensar, escrevi um capítulo bem grande. E muito obrigada pelas visualizações, não imaginava que iam crescer tão rápido!
Boa leitura. <3

Capítulo 3 - Embarrassed


Fanfic / Fanfiction A Teoria das Estrelas - Embarrassed

Nunca estive tão ansioso para que um momento chegasse. Passei a tarde inteira olhando o relógio do meu celular, esperando que ele mostrasse as 18 horas. Não consegui fazer nenhuma lição de casa, muito menos estudar algo. E isso foi muito ruim.

Assim que cheguei em casa, às 14 horas, subi as escadas rumo ao meu quarto. Eu poderia ter almoçado, mas não senti fome alguma. Quis apenas deitar e dormir, na esperança de fazer o tempo passar mais rápido.

Depois de jogar minhas roupas e minha mochila em qualquer lugar e ter me vestido, a porta se abriu lentamente.

— Yoongi, não vai comer? — Minha mãe era a única da minha família que demonstrava um pouco de preocupação por mim, apesar de preferir meu irmão. Além do mais, era uma mulher muito forte por ter passado por muitas coisas. Esses motivos me faziam admirá-la bastante.

— Desculpe, não estou com fome. — respondi, o que a fez comprimir os lábios, acenar com a cabeça e fechar a porta.

Assim que ela saiu do quarto, me joguei na cama. Estava exausto, com vontade de dormir pra sempre. Porém, coloquei o braço atrás da cabeça e refleti sobre tudo que aconteceu naquela manhã.

Por que Hoseok marcou um encontro? Fiz uma pergunta simples que poderia ser respondida em poucos minutos. Talvez ele quisesse falar mais coisas. Ou ter mais privacidade, já que naquele horário haviam muitos alunos da Yeongyeol por perto.

Qual seria sua resposta? Namjoon com certeza falaria que seria algo normal, nada demais, por que se preocupar? Jin só me alertaria para tomar cuidado, já que não sou experiente no quesito “me apaixonar”. E Jungkook diria que era melhor eu chamar atenção de Hoseok e conquistá-lo, como fez com Jimin. É, parece que isso resolve tudo.

Será que aquele garoto pensava em mim? E naquele momento, o que estaria fazendo? Queria que eu estivesse em sua mente e saber tudo sobre ela, nem que fossem por apenas poucos segundos.

Meus sentimentos têm reciprocidade? Ele vai me dar um fora ou se declarar? Como vai se vestir? Como vamos conversar?

Dei um tapa em mim mesmo. Pare de pensar demais e criar expectativas, Min Yoongi! Você sabe que se for alto demais, a queda vai ser feia.

Se bem que sofrer essa queda valeria a pena.

~•~

Passei exatamente três horas e meia olhando para o teto, com a mente cheia de besteiras. Quando saí do transe, peguei meu celular e conferi as horas. 17:35, finalmente.

Tomei um banho, escovei os dentes e sequei meu cabelo encharcado. Quando saí do banheiro, fui em direção ao guarda-roupas. Precisava de algo bom para usar.

Revirei tudo que tinha lá dentro, procurando a melhor roupa para vestir. Minutos depois, bem no fundo de uma das gavetas, achei uma blusa de manga comprida, listrada e preta e branca. Fazia tempo que não a usava, mas era muito bonita. Em seguida, peguei uma calça jeans e tênis pretos. Vesti tudo, coloquei meu celular e dinheiro no bolso e respirei fundo. Estava pronto.

Desci as escadas e percebi que estava sozinho. Meus pais trabalhavam, e meu irmão provavelmente saiu com sua namorada.

Assim que pus os pés para fora de casa, meu coração acelerou. A lanchonete que iríamos nos encontrar era muito perto de casa, por isso fiquei ainda mais nervoso. Será que Hoseok estava lá? Tentei não me apavorar, concentrado na minha respiração.

Cinco minutos depois, cheguei à lanchonete. Ela estava cheia de adultos que saíram do trabalho e jovens que ainda não foram à faculdade. Procurei por Hoseok, mas não o encontrei. Resolvi me sentar de uma vez, em uma mesa no fundo do lugar.

Enquanto dava batucadas nos próprios joelhos, olhei o movimento da rua pela janela ao lado. Todas as pessoas pareciam estar desconectadas do mundo, como se fossem apenas máquinas defeituosas. Não podia julgar ninguém, já que também era dessa forma. Todo mundo é assim, não é mesmo? Meio apagado. Meio sem graça. De alguma forma, ainda procurava esperança diante disso. Talvez tudo fosse explodir e melhorar de uma hora pra outra.

— Você é branco como açúcar, e tem um toque suave e macio, assim como seu jeito de falar serenamente. Parece que estou lidando com um algodão doce.

Hoseok me encarava com um sorriso gigante estampado no rosto, parado ao meu lado. Ele usava camisa xadrez vermelha, calças jeans rasgadas de cor azul clara e tênis brancos.

Quis cumprimentá-lo, mas tudo que fiz foi espremer meus olhos e fazer uma expressão de quem não entendeu absolutamente nada do que ele disse. O garoto deu uma risada escandalosa, fazendo todos da lanchonete nos olharem.

— Suga. Sugar. Açúcar. Doce. Branco. Suave. — O moreno dizia as palavras como se estivesse conversando com uma criança. Dei um sorriso, entendendo o que quis dizer.

— E por que tirou a letra r? — Perguntei, curioso.

— É mais estiloso. E, sinceramente, não acha "Sugar" um apelido estranho? Quer dizer, mais do que Suga?

— Ei, eu adorei. Nunca recebi um apelido. Acho que combina comigo, e gosto quando você o pronuncia. — Eu realmente gostei da ideia de ser chamado de Suga. Me senti lisonjeado e de volta à infância.

Hoseok sorriu apenas com o canto esquerdo da boca. Ele se sentou à minha frente, colocando suas mãos nas minhas. Não esbocei nenhuma reação, mas por dentro estava fervendo.

— Acho que respondi sua pergunta. E agora? — O garoto perguntou, enquanto me olhava intensamente. Não gostava de contatos visuais, mas o castanho dos olhos de Hoseok me prendiam mais que os doramas que Jin me recomendava.

Enquanto me recompunha, surgiu em meus pensamentos algo que me despertava interesse em saber.

— Acho que seria justo te perguntar porque o chamam de J-Hope.

— É uma história muito boa, se prepare. — Hoseok limpou a garganta, começando a fazer uma voz forçada e dramática, como um narrador de histórias. — Certa vez, quando eu era apenas um menino de treze anos, estava na escola, no meu primeiro dia de aula na Yeongyeol. A professora pediu uma breve apresentação de cada aluno, e não sabia o que dizer. E desde aquela época eu tentava ser descolado e legal, diferente de todos. Então, quando ela me chamou e quis saber sobre mim, eu soltei algo como: Eu sou a sua esperança, eu sou o seu anjo, eu sou o... J-Hope! Em seguida, pisquei e estalei os dedos. Todo mundo riu, e os meus amigos atuais também estavam lá. A partir daquele dia, passei a ser chamado de J-Hope.

Não consegui me conter. Ri tanto que fiquei sem voz, imaginando a vergonha que sentiria por ele caso estivesse presente. Naquela época, eu ainda estudava em outro colégio em Daegu, minha cidade natal. Só me mudaria para Seul no ano seguinte.

— Eu não acredito! Mas como você teve essa inspiração toda na hora? — perguntei, entre gargalhadas.

— Até hoje me pergunto isso. Na verdade, eu sabia que Hope significa esperança em inglês, e o J vem de Jung. E, bem... antes disso, só falei o que veio na minha cabeça. — Hoseok suspirava, relembrando o acontecimento.

— Juro que essa foi a melhor história que me contaram até agora. E olha que já ouvi muita coisa...

— Nada supera J-Hope. — Ele bateu em seu peito, orgulhoso.

Uma garçonete do local nos atendeu, sorrindo. Ela percebeu que estávamos sentados há um tempo sem pedir nada, então nos mostrou o cardápio.

— Eu vou querer  um milkshake de menta, por favor. — Hoseok colocou a mão no queixo e exibiu um sorriso comprimindo os lábios, mostrando duas covinhas em cima de sua boca.

— Eu vou querer um café expresso, mesmo. — Devolvi o cardápio à atendente, que se retirou.

— Menta... O que isso me lembra? Vamos pensar, Yoongi. Menta... — O moreno fez uma cara de bobo, enquanto eu esbocei um bico, sem entender. — Ah, não faça esse biquinho. Estamos em público, não me posso te morder.

Corei tanto que pude sentir a vermelhidão dentro de mim. Hoseok sorriu, de forma que fez seus olhos desaparecerem de sua face.

O menino mexe no meu cabelo, arrumando uns fios bagunçados.

— Isso! Seus cabelos cor de menta. São bonitos, sabia? Se parecem com o milkshake. Agora percebe que você é doce por completo?

— Ah, com certeza! Pra ser sincero, estou farto deles. Queria uma coisa mais neutra. Talvez preto ou castanho... — Parei pra pensar sobre o assunto. Não mudava a cor do meu cabelo há um tempo, portanto queria pintar ele rapidamente.

— Não faça isso. Quer dizer, você ficaria lindo de todas as formas, mas esse verde destaca sua beleza.

A cada palavra que saía da boca de Hoseok, eu ficava mais sem reação. O que ele estava fazendo, dando em cima de mim? Certamente. Mas eu, como um cara bobo e sem jeito, não faria nada em troca. Apenas riria, envergonhado.

Fui salvo pela garçonete, que voltou à nossa mesa trazendo o milkshake e o café. Nós agradecemos e tomamos nossas bebidas.

Quando Hoseok deu seu primeiro gole, suspirou de prazer. Olhei para o milkshake, imaginando o quão bom estava, enquanto tomava o café.

— Isso tá muito bom. Toma, dá um gole. — O moreno direcionou seu copo em minha direção e colocou o canudo em minha boca. Senti arrepios quando, sem querer, seu dedo encostou meu lábio inferior.

— Nossa, tá mesmo. Não sou de tomar milkshake, mas esse é maravilhoso.

— Você é o que você come. No caso, bebe. — Hoseok piscou, fazendo-me rir.

— Hã... Tenho uma pergunta. — O moreno me olhou como resposta. — Por que exatamente quis falar comigo só agora, e não mais cedo, depois da aula?

Hoseok respirou fundo.

— Veja bem. Estávamos em um horário chato, com vários colegas de escola, cansados... Seria bem melhor e mais tranquilo nos falarmos depois, certo? Ah, e foi uma ótima forma de te ver de novo. — O menino riu assim que me viu ficar sem jeito.

Retribuí com uma risada envergonhada, mas depois ficamos em silêncio. Dávamos goles nas bebidas, enquanto ambos trocávamos olhares e leves sorrisos. Olhei para janela ao lado; já havia escurecido. Voltei meu olhar para o garoto, que estava no final do milkshake de menta. Concentrei minha visão em seus lábios perfeitamente desenhados, que logo em seguida foram molhados por sua língua. Isso me fez querer seu beijo novamente. Eu queria seu toque. Eu queria senti-lo. Eu queria ele.

~•~

Assim que pagamos a conta e saímos da lanchonete, achei que seria a hora da despedida. Mas, para minha surpresa, Hoseok sorriu e disse:

— Em vez de terminar o dia assim, sem graça, o que acha que ir pra minha casa? Minha família está viajando, então sem preocupações. É a duas quadras daqui.

Não sabia se estávamos num nível de intimidade tão grande a ponto de Hoseok me convidar para sua casa. Não deveria aceitar, até porque já eram 19:30 e meus pais logo chegariam em casa.

Yoongi, pare de ser chato. Você vai poder ficar mais tempo com ele. E além do mais, seus pais nem ligam pra você. Anda, diz logo que sim. Tentei ignorar meus pensamentos, mas como sempre, a teimosia me tomou.

— Claro.

Seguimos o caminho até sua casa. O bairro onde Hoseok morava era tranquilo, tanto que não havia sequer uma pessoa andando nas ruas; apenas nós dois. Dávamos passos sincronizados, calmamente, apreciando um silêncio tão grande capaz de tornar nossa respiração ensurdecedora.

Decidi andar mais devagar e observar Hoseok, vendo seus quadris se mexendo da forma que eu tanto gostava. Estava tão concentrado que nem percebi o moreno parar e olhar para mim por cima dos ombros.

— Tudo bem? — Ele perguntou, colocando as mãos no bolso.

— Hã... — Ainda estava distraído, portanto demorei a raciocinar. — Sim, sim. É que gosto de ver seus quadris se mexendo. — YOONGI, SEU IMBECIL!! — Droga, desculpa. — Bati a mão na minha testa, completamente arrependido de minhas últimas palavras.

Hoseok dava gargalhadas escandalosas, batendo várias vezes nas coxas.

— Não sabia que tinha gingado até andando. — O garoto colocou suas mãos nos quadris, mexendo-os exageradamente.

Desviei o olhar para o chão. Mesmo que eu estivesse rindo, estava envergonhado, porque não conseguia controlar o que falava.

— Suga! — O moreno me deu um empurrão com as mãos. — Não precisar ficar desse jeito comigo. Sou eu, J-Hope. O garoto que você beijou.

— Você não tá ajudando... — Eu dei outro empurrão em Hoseok, mas com menos força.

O garoto colocou seus braços em volta de mim, me puxando para mais perto. Ambos ríamos como loucos, olhando para o céu nublado e escuro.

Minutos depois, chegamos em sua casa. Era um sobrado branco muito bonito, com portas, janelas e telhado marrons. Parecia ser aconchegante e confortável de se morar.

Hoseok pegou as chaves de seu bolso e abriu a porta. Quando entrei no local, senti um cheiro de canela, me trazendo uma sensação de nostalgia. O menino acendeu as luzes, estando visíveis uma sala e uma cozinha espaçosas.

— Vem, vamos subir pro meu quarto. Como você pode ver, meus pais e minha irmã mais velha não estão aqui.

Acompanhei o garoto até as escadas, seguindo em direção ao seu quarto. Quando entramos nele, fiquei surpreso com sua organização.

O quarto de Hoseok tinha paredes azuis claras e carpete cinza. A cama estava perfeitamente arrumada, com uma grande janela em cima e cortinas brancas. A escrivaninha mantinha-se limpa, com livros e cadernos de escola, computador e materiais de escrita; e em cima dela encontravam-se nichos com porta-retratos, relógio, caixas, livros, CDs e DVDs. O guarda-roupa, branco, era bem grande e com um espelho no meio. No canto, havia uma porta que provavelmente deveria dar para o banheiro.

— Bom... É aqui que eu vivo, Suga. Gostou? — Hoseok colocou as mãos na cintura.

— Bastante. É organizado e tem uma energia boa. E nossa, como você consegue deixar seu quarto arrumado assim?

— Por incrível que possa parecer, tenho mania de limpeza. Odeio bagunças, isso me irrita profundamente. — O menino riu, jogando o cabelo para o lado.

— Pelo visto, você não vai querer conhecer meu quarto... — Olhei para baixo, arrependido do que acabei de dizer.

— Você absolutamente não tem cara de ser desorganizado.

— Sério? — Dei uma risada. — Eu sou a bagunça em pessoa, na verdade. Não consigo arrumar meu quarto e muito menos minha vida.

— Se você for me mostrar suas composições, eu juro que ignoro sua suposta desorganização.

Levantei as sobrancelhas. Achei que tinha se esquecido de tudo que contei à ele na noite da festa, mas havia me enganado.

— Você ainda se lembra disso? — Pensei alto.

— Ei, claro que sim! Na verdade, me lembro de tudo que me contou no baile. Vou te cobrar até me mostrar o que você escreve.

Senti minhas pernas trêmulas. Então, Hoseok se importava comigo, de alguma forma.

— Juro que irei mostrar um dia. Mas, até agora, só eu conheço meu caderno de escrita. — Disse, enquanto soprava minhas franjas caídas nos olhos.

— Então, parece que eu vou ser o primeiro a ver. Devo me sentir especial?

— Não posso falar nada ainda. — Olhei para cima, pensativo.

Minhas composições eram algo muito particular, nunca mostrei-as nem aos meus melhores amigos. No meu caderno, escrevia sobre minha vida, o que sentia e todas as minhas intimidades. Por isso, não estava preparado a mostrá-las para alguém.

— Quero te mostrar uma coisa. — Hoseok direcionou-se ao guarda-roupa e abriu uma das portas. Dentro, puxou uma gaveta de onde tirou uma pasta verde.

— O que é isso? — Perguntei.

— Todos me conhecem como J-Hope, o cara que dança bem. Mas não faço só isso. Quando te disse na noite do baile quais eram minhas paixões, não falei sobre essa.

O garoto me entregou a pasta. Quando a abri, vi uma infinidade de papéis com desenhos realistas: um lobo, o rapper A$AP Rocky, o palácio Gyeongbokgung, os prédios de Seul, bosques, uma garota parecida com ele (provavelmente sua irmã), e por assim vai.

— Você que desenhou todos? — Perguntei, surpreso. Hoseok assentiu, o que me fez automaticamente abrir a boca. — Não sabia que desenhava tão bem! São lindos, você tem dom para isso.

O moreno colocou a mão na cabeça, sorrindo.

— Ah, obrigado. Sabe, eu não mostrei esses desenhos a nenhuma pessoa até agora. Ninguém sabe que gosto de desenhar; apenas você.

Olhei novamente para os papéis, maravilhado. O fato de Hoseok ter mostrado sua particularidade para mim me fez gostar ainda mais dele.

— Eu... Eu nem sei o que dizer. Obrigado por me considerar de certa forma. Isso é incrível.

— Acha que não faria isso? Queria lhe mostrar meu segundo paraíso, algo que só eu sabia, porque mesmo sem o conhecer direito, você me traz essa sensação de poder compartilhar todos os meus segredos contigo. Ah, e eu mereço uma coisa em troca.

Balbuciei, sem reação. Hoseok, o que você estava fazendo?

— Você vai ser o primeiro a ver meu caderno, pode ter certeza disso. — Estava sorrindo feito um bobo. — Mas acho que devia espalhar o seu talento. Você é extremamente bom no que faz.

— Se tiver coragem, quem sabe um dia. — O menino deu de ombros.

Nossos olhares se encontraram, o que me fez automaticamente desviar minha visão para o lado. Achava que deveria dizer alguma coisa, então perguntei o que vinha me afligindo há muito tempo.

— Posso fazer uma pergunta?

— Claro que sim. — Ele se sentou, dando um espaço na cama para que eu fizesse o mesmo. Sentei ao seu lado.

— Nessas férias... Depois do que aconteceu... Sabe... Ah, droga. — Enterrei meu rosto nas mãos, pensando em como me pronunciar.

— Yoongi, tudo bem. Você não tá lidando com um monstro. Talvez esteja, mas eu sou bonzinho, ok? — Ele tocava minhas costas. Encarei meus joelhos.

— Aquela noite foi importante pra você, ou só queria se divertir?

Hoseok ficou sério.

— Olha, vou falar com toda a sinceridade do mundo. Naquela noite eu estava bêbado, mas não a ponto de não saber o que acontecia ao meu redor. E se eu cheguei em você, se eu fiz coisas a mais... Foi porque eu quis e tinha noção do que estava fazendo. Mas eu queria apenas curtir o baile, só isso, entende?

Engoli em seco. Não me sentia decepcionado ou algo do tipo, mas ainda esperava por outra resposta. Antes que eu pudesse falar qualquer coisa arrastada, Hoseok levantou meu rosto com as mãos, prosseguindo:

— Só que algo aconteceu. Assim que saí da festa e pus os pés pra fora do estacionamento, me senti estranho. Pensava que era apenas o efeito da bebida. Mas, Yoongi... Com o passar dos dias, das férias inteiras, você não conseguiu sair da minha cabeça. E hoje, quando eu vi você depois de muito tempo... eu fiquei completamente maluco!

— Hoseok... — estava chocado. Não conseguia liberar uma palavra sequer, apenas o fitei.

Juro que tentei responder. Tentei dizer algo impressionante, que o fizesse estremecer como fazia comigo, mas não consegui. Estávamos a centímetros de distância e pude sentir sua respiração aquecida. Olhava para sua boca, na esperança de poder tocá-la novamente. O garoto colocou suas mãos no meu cabelo, puxando-me para mais perto. Em questão de segundos, nossos lábios se encontraram fluidamente, unindo-se em um selinho demorado e inofensivo. Minha mão tocou em sua nuca, de modo que nunca mais quis que a soltasse de lá.

Aos poucos, um beijo foi se formando. Senti sua língua passar delicadamente pela minha. O moreno me empurrou em sua cama, fazendo com que estivéssemos deitados com ele em cima de mim. Eu acariciava-o gentilmente.

O que antes era algo doce foi ficando mais quente. Hoseok tinha a respiração acelerada e movimentos mais bruscos. Ele começou a chupar meu pescoço, me fazendo soltar pequenos gemidos. Eu não queria que algo acontecesse naquele momento, mas estava completamente fora de mim.

Eu tirei sua camisa, vendo assim um abdômen definido. O garoto voltou a me beijar mais intensamente, enquanto eu tirava minha blusa. Tudo estava bem, até o momento em que minhas mãos chegaram em sua calça.

— Suga... — Ele tentava me chamar entre os beijos. — Yoongi, ei. — O menino saiu de cima de mim. — Vamos parar por aqui, certo? Não nos conhecemos muito bem, ainda é muito cedo. Sei que você quer isso, mas não podemos deixar rolar assim.

Eu fiquei vermelho, sentando-me.

— Me desculpe, perdi o controle. Eu me sinto confuso, é que... nunca algo aconteceu assim com tanta intensidade e rapidez. Não sei o que fazer.

— Ei, tudo bem. E eu também me sinto confuso. Que tal nós descobrirmos o que se passa entre a gente juntos? Quando for a hora certa, vamos fazer isso. — Ele passou os dedos em minha bochecha, enquanto eu assenti.

— Certo.

Hoseok riu enquanto colocava sua blusa.

— Min Yoongi, o que você fez comigo?

— Ah, pare. — Coloquei minha camisa. O moreno foi ao encontro dos meus olhos, tão ardentes que conseguia sentir chamas se formando. Ele me puxou para mais um selinho, dessa vez calmamente.

Era como se eu conhecesse Hoseok há anos. Queria que tudo acontecesse ali, naquele momento. Eu estava perdendo o controle, e se quisesse evitar problemas, precisava me acalmar.

— Preciso ir embora. Tenho deveres pra fazer, e está ficando tarde. — Disse, enquanto o menino me direcionou até a saída da casa.

— Te vejo amanhã, Suga. — Ele acariciou minhas mãos, sorrindo de orelha a orelha.

— Te vejo amanhã, J-Hope.


Notas Finais


As coisas estão começando a acontecer, oba!
Espero que tenham gostado. Vou tentar postar o mais rápido que conseguir.
Beijão! <3


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