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História A Teoria das Estrelas - First Love


Escrita por: ordin4ryhuman

Notas do Autor


MIL DESCULPAS PELA DEMORA, GENTE!!
Eu tive um bloqueio de criatividade enorme, e tava super desanimada pra escrever por causa de umas coisas :< porém, agora eu tô mais animada ainda, já que que as coisas vão acontecer mais intensamente. Eu escrevi uma coisa mais clichê nesse capítulo, mas gostei bastante.
Boa leitura! <3

Capítulo 4 - First Love


Fanfic / Fanfiction A Teoria das Estrelas - First Love

     — EU NÃO ACREDITO NISSO!  

     Seokjin não parava de rir, dando infinitos tapas em meu braço. Ele me convidou para ficar em seu apartamento depois da aula, e assim o fiz. Lá era minha segunda casa, me sentia confortável naquele lugar — mais até do que em minha própria residência.  

     Contei tudo que aconteceu na semana anterior a Jin, que ficou um tanto eufórico com isso.  

     — Min Yoongi, você é um pervertido. — Ele continuou, sem fôlego. 

     — Ah, qual é? Até parece que isso nunca aconteceu com você. E eu tenho quase 17 anos! — revirei os olhos, irritado. 

     — Eu sei, cara. Mas transar com quem você mal conhece é inusitado demais, não acha? 

     — Não. 

      Jin arregalou os olhos e franziu a testa. Percebi, um pouco tarde demais, que minha fala produziu outro sentido.  

     — Ah, não foi isso que eu quis dizer. É que... eu me apaixonei por Hoseok. Foi muito rápido, mas eu sinto como se o conhecesse há muito tempo. E naquela hora, não tinha tanta noção do que estava fazendo. 

     O garoto respirou fundo. 

     — Eu te entendo. Te entendo mais do que qualquer outra pessoa, e vou te apoiar sempre que precisar. Mas eu tenho medo do que possa acontecer; você nunca passou por isso antes. E, além do mais, sua primeira vez precisa ser especial! 

     — Hyung, isso tudo mexe comigo. Eu não paro de pensar nele nem por um instante, e isso me aflige demais. O que eu faço? — Enterrei o rosto nos ombros de Seokjin. 

     — Odeio ser clichê, mas a única coisa que posso falar é que só o tempo vai poder resolver isso. — O mais velho apoiou sua cabeça na minha. — Você precisa ser paciente e esperar as coisas se ajeitarem, até que algo aconteça. Não se desespere, apenas curta esse momento. É preciso ter calma, ainda mais pra quem nunca se apaixonou antes. 

     Suspirei, pensativo. Eu sempre achei romance algo muito sem graça, com o mesmo ciclo de cinco fases: conhecimento, paixão, relacionamento, término e superação. Mas, como de costume, era apenas o que eu imaginava, já que nos últimos meses eu percebi que estava completamente enganado. 

     — Jin, como é estar num relacionamento? 

     — Ah, como posso explicar? — Jin pousou sua mão em meu joelho. — Bom, é como se fosse um pacto, uma promessa. Isso consiste em se entregar totalmente à uma pessoa, jurar ser fiel sempre, dependendo da posição em que o casal está. E um relacionamento é equivalente ao equilíbrio. Não adianta você correr por uma estrada, enquanto o outro apenas anda por ela. Se ele não estiver ao seu ritmo, nada vai dar certo. E, obviamente, um ajuda o outro, afim de andarem ambos juntos. Ah, e o mais importante: por mais repetitivo que possa parecer, ter alguém ao seu lado é se apaixonar todos os dias cada vez mais. Cada "eu te amo", cada beijo, cada troca de olhares; tudo isso nunca enjoa.  

     Senti meus olhos brilharam e, pela primeira vez em minha vida, eu desejei aquilo intensamente. O que estava acontecendo comigo? 

     — Você acha que eu posso ter tudo isso com Hoseok? 

     — É cedo demais para te dizer. Não sei como ele se sente em relação à você, apesar de ter dito todas aquelas coisas. — Seokjin levantou-se da cama, andando pelo quarto gigante. — Chega de sonhar demais, Yoongi! Hora de botar tudo em prática. Me diga, vocês se falaram depois disso? 

     Minha expressão automaticamente se transformou em puro desânimo. Via Hoseok todos os dias, mas mesmo com muitas trocas de olhares na sala e no refeitório, não conversamos nem por um segundo.  

     — Bem, eu tentei falar com J-Hope umas duas ou três vezes, mas ele parecia me evitar. Quando fui em sua direção anteontem, na portaria, ele deu passos mais longos e sumiu na multidão.  

     — Você pode tentar chamá-lo fora do ambiente escolar. Por que não vai na casa dele? 

     — Ei, isso seria muito invasivo, não acha? Não sou íntimo o bastante de Hoseok para aparecer em sua casa do nada. 

     — Mas para querer transar com ele você é, não é mesmo, Min Yoongi? 

     Peguei um travesseiro e atirei em Seokjin, que respondeu com uma crise de risadas. 

     — Você é um idiota, Jin. 

     — Eu também te amo. 

~•~ 

     Cheguei em casa por volta das 18 horas depois de passar a tarde com Jin, recebendo sua ajuda com os estudos escolares cada vez mais intensificados. Minha residência estava vazia como de costume durante aquele horário. 

     Assim que tomei um banho e me vesti, decidi respirar um ar mais puro na sacada do meu quarto. De lá, conseguia ter uma ampla visão do centro da cidade de Seul, iluminada pelos enormes arranha-céus e suas milhares de janelas. O barulho do trânsito era alto, mas não parecia escutar som algum. Bem, talvez eu estivesse em um dos meus típicos devaneios, com a mente perambulando por qualquer outro lugar que não fosse a realidade. 

     Gostava de fazer isso. Sabe, ir para um universo paralelo, onde eu vivesse num mundo perfeito longe de todos os problemas que me cercavam e rodeado de todos os desejos que eu mais suplicava ter. Isso me deixava mais feliz, de alguma forma.  

     Imerso em meus pensamentos, tentei imaginar como seria uma vida ao lado de Hoseok. O que faria se isso acontecesse de verdade? Eu não fazia ideia. Uma das coisas que pensava que nunca aconteceriam comigo seria essa: me apaixonar perdidamente, ainda mais por um alguém incrível demais para um cara tão vazio como eu.  

     Eu podia ser bom em escrever e lidar bem com as palavras. Podia transformar as coisas mais simples em momentos incríveis na minha Polaroid. Eu podia até mesmo realizar o ato de dormir o dia inteiro com maestria. Mas na categoria amor, meus níveis se encontravam abaixo do normal. Como havia dito Hoseok na noite do baile, amar é uma palavra muito forte. E força definitivamente não se encaixava em Min Yoongi. 

     A confusão me tomou dos pés a cabeça. Naquele momento, sentia vontade de liberar toda aquela carga para fora do meu corpo, mas não sabia como. Queria poder parar de sofrer aquele abismo chamado sentir.  

     Fechei os olhos e me concentrei nos meus batimentos cardíacos acelerados. O som deles percorriam por todo o meu corpo. Estava com falta de ar e dor no peito, mas tentei controlar tudo isso contando de um a dez. 

     Um. 

     Dois. 

     Três. 

     Quatro. 

     Cinco. 

     Seis. 

     Set... 

     Ouvi um barulho vindo do meu celular, indicando que estava recebendo uma ligação. Corri para dentro do quarto, e quando peguei o aparelho, que mostrava um número desconhecido, atendi ao terceiro toque. 

     — Alô? 

     — Sua voz é bonita pelo telefone.  

     Hoseok. 

     De alguma forma, ouvir ele falar acabou com qualquer possibilidade de ter uma crise de ansiedade prestes a explodir dentro de mim. Suas palavras vindas do outro lado da linha saíam de forma suave, como se estivesse sussurrando, e isso me acalmou inexplicavelmente. 

     Apesar de estar mais tranquilo, não sabia o que dizer, muito menos como reagir (mesmo que o garoto não estivesse me vendo). Eu me encontrava paralisado, com vontade de me atirar pela sacada naquele momento de tanta vergonha. 

      — Hã... — Tentei soltar algo, mas minha tentativa foi falha.  

      Hoseok deu uma risadinha abafada, cortando o clima sem graça. Depois de uns segundos pensando, me lembrei de algo importante: como ele fez aquela ligação, mesmo que eu não tivesse lhe passado meu telefone? 

     — Como conseguiu meu número? — Perguntei, curioso. 

     — Isso não importa. — O menino respondeu, suspirando. — Queria ter falado com você. 

     Me senti frustrado. Trocamos vários olhares durante as aulas, até mesmo tentei chamá-lo algumas vezes, mas Hoseok simplesmente me evitou em todas as manhãs. Sempre que eu me aproximava, ele fazia o máximo para se distanciar.  

     — Foi o que eu tentei fazer na última semana, mas você não parecia estar no clima para conversa. — Rebati, irritado.  

     O moreno se calou por uns instantes, o que me deixou até mesmo preocupado, pensando que a ligação havia caído. Porém, ele voltou a falar, sério: 

     — Gosto de ter mais privacidade quando estou contigo. Sabe, eu tenho medo do que possa acontecer se...  

     — Se?  

     Hoseok bufou, demonstrando estar aflito. 

     — Yoongi, eu não sou assumido em relação à minha sexualidade. Além do mais, você sabe como são as pessoas. O que pode acontecer se alguém nos ver juntos? Certamente, ganharemos no mínimo xingamentos. 

     Meu coração estava novamente disparado, mas não jeito de antes. Não entendia o que o garoto queria dizer, já que aquilo soava um tanto exagerado. Além disso, esta não parecia uma desculpa cabível a ponto de Hoseok me ignorar todos os dias. 

     — Ei, mas eu não queria fazer outra coisa em público. Apenas conversar. — Disse, enquanto roía as unhas. 

     — É, eu sei. Mas todos veriam a forma que eu olho pra você, e isso não seria muito agradável. — Hoseok pronunciou sua fala com uma voz comicamente dramática. 

     Não processei bem o que ele havia dito, me sentindo confuso. Tive a impressão de que o moreno omitia algo, mas deixei passar minha desconfiança, perguntando o que mais me interessava. 

     — O que você quer dizer com isso?     

     — Não é óbvio, Suga? — O garoto provocou, rindo. — Pensei que estivesse na cara o fato de eu estar completamente apaixonado por você.  

     Senti chamas se acendendo dentro do meu peito. Aquilo foi como um choque, mas não pude deixar de abrir um sorriso diante do que acabara de escutar. Senti as famosas borboletas, até então desconhecidas por mim, voarem inquietamente pelo meu estômago, porém, de alguma maneira, eu as considerava como velhas amigas, recebendo-as de boa vontade. 

     Talvez pelo tom de voz manso de Hoseok me acalmando, talvez por eu estar flutuando pelas nuvens e consequentemente distraído demais para pensar, ou talvez até mesmo porque estava sozinho dentro do quarto sem nenhum olhar sobre mim, eu fui aos poucos perdendo a timidez, dando um espaço maior ao meu lado extrovertido que eu raramente mostrava. 

     — E se eu disser que sinto o mesmo nesse momento, e que estou com vontade de gritar? 

     — Então vá em frente, grite o mais alto que puder. 

     — Você está louco? — Dei gargalhadas enquanto caminhava de volta à sacada. 

     — Bem, posso dizer que quando estou com você eu perco minha sanidade. Talvez eu esteja louco mesmo. — O moreno disse, sua voz rouca e um tanto sedutora. 

     Impulsivamente, fechei meus olhos e corei, sentindo o vendo gelado bater em minha cara. Tudo que Hoseok dizia era capaz de causar mais impacto do que uma queda do segundo andar da casa até o chão. 

     — Aish, pare de dizer essas coisas! Não consigo me controlar. 

     — Esse era o meu propósito desde a primeira vez que te vi, Yoongi. 

     — Acho que você está realizando sua meta com sucesso. — Brinquei, movendo minha cabeça para cima e sorrindo de orelha a orelha. 

     — Ainda não; tenho mais coisas a concluir.  

     — Ah, é? — Falei, usando um tom mais descontraído na voz. — E que tipo de coisas? 

     — Pare de ser tão curioso! — Hoseok me dava bronca, enquanto dava risadas gostosas de se ouvir. — Isso você descobre depois. 

     — Detesto esperar. — Repliquei, sendo sincero. Desde muito pequeno, nunca me agradou a ideia de aguardar para que algo acontecesse, talvez por eu ser ansioso e isso me trazer consequências dependendo do nível de espera. 

     — Bom, pelo menos já é algo que eu sei de você. E, acredite, eu quero saber muito mais do que isso. — A voz do moreno saía como se estivesse fazendo um biquinho, então imaginei ele se formando em sua boca. 

     — Também quero saber de você. Sabe, venho me perguntando todos os dias quem é Jung Hoseok desde a noite do baile.  

     — Não crie tantas expectativas. Eu sou meio água com açúcar. 

     — Eu gosto de beber água com açúcar. 

     Ambos rimos, fazendo aquele momento romântico se tornar algo mais divertido. Mas, de qualquer maneira, eu estava feliz conversando com ele, tão feliz como nunca estive antes. 

   Não entendi o propósito daquela conversa, mas me fez tão bem que simplesmente a deixei fluir por horas. Nunca estive numa ligação tão longa quanto aquela — quatro horas de duração. Quando percebi que já estava tarde, me despedi de Hoseok, avisando que iria dormir, e ele decidiu fazer o mesmo. 

     — Boa noite, Suga. Durma bem. 

     — Boa noite, J-Hope. Você também. 

~•~ 

     Depois de jantar silenciosamente com minha família, escovei os dentes e me joguei na cama, completamente exausto. Eu não conseguia dormir, e apesar de ter tentado o máximo que podia, nada de sono. Portanto, pensei sobre minha ligação com Hoseok naquele dia. 

     Minha conversa com o garoto se resumia em trocas de histórias e experiências, comentários bobos e algumas coisas carinhosas. Falamos sobre como aquele ano letivo estava difícil, a nossa infância, o parquinho que ficava na zona sul da cidade, aquela padaria do lado da minha casa que tinha um cheiro maravilhoso, o céu constantemente nublado, como éramos antes de entrar na Yeongyeol, nossos amigos e, acima de tudo, sobre a vida. O assunto não acabava nunca, de forma que eu quis que aquilo durasse para sempre.  

     Mesmo ao telefone, Hoseok me prendia de tal maneira que eu nunca conseguiria explicar nem a mim mesmo. Queria estar com ele mais e mais, sentir seu cheiro delicioso que lembrava canela, o toque suave de suas mãos, seu olhar profundo e ao mesmo tempo brincalhão, seus movimentos marcantes... Desejava absolutamente tudo vindo de Jung Hoseok. E eu nunca havia desejado nada antes com tanto fervor, muito menos uma pessoa.  

     Eu vivia de forma monótona, com a mesma rotina desde que me entendia por gente. Eram sempre os mesmos acontecimentos banais, nada tão emocionante, o que me fazia empurrar a vida com a barriga. Mas depois que eu me deparei com aqueles sorrisos de dentes gigantes e brancos, bem... tudo passou a ter um significado. E eu esperava mais do que tudo ser o motivo deles, porque seu dono era o motivo dos meus. 

     Abrupta e delicadamente, de uma hora pra outra, o sono resolveu tomar conta de meu corpo, fazendo todos os meus músculos relaxarem e minha mente se esvair.  

     Não me lembro de ter sonhado, mas eu posso dizer que Hoseok, em nenhum minuto, saiu dos meus pensamentos.


Notas Finais


Espero que tenham gostado! Vou fazer o máximo para não demorar muito a postar, já que minhas provas estão acabando e só voltam no final desse mês. Comentem o que acharam, é super importante pra mim!
Beijão! <3


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