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História A Teoria das Estrelas - The Stars


Escrita por: ordin4ryhuman

Notas do Autor


MIL DESCULPAS, PELA DEMORA, PODEM ME MATAR!
Eu tive muita dificuldade de escrever esse capítulo, por isso demorei três semanas pra postar :/ desculpa mesmo, gente.Mas pra compensar, ele tá bem grandinho, rs.
Boa leitura procês! ♥

Capítulo 5 - The Stars


Fanfic / Fanfiction A Teoria das Estrelas - The Stars

       Nunca estive tão feliz pela sexta-feira ter chegado. Passara por uma semana de testes torturantes, e saber que teria uma pequena folga para descansar era um alívio. 

      Aquela manhã foi, de início, normal: aulas tediosas, provas cansativas e algumas atividades intermináveis, capazes de transformar o meu sono tão constante em um monstro assustador. 

     Meus amigos conversavam animadamente sobre algo durante o intervalo no refeitório, mas eu não conseguia entrar no assunto, ficando calado a maior parte do tempo. Os meninos já haviam se acostumado com meu jeito introvertido, então simplesmente me deixavam assim. De certa forma, eles compreendiam isso.  

     Enquanto eles comentavam sobre algumas das centenas de festas que os alunos do 3° ano preparavam, eu tentei procurar por alguém em especial no meio da multidão. E lá se encontrava ele, não tão longe da minha mesa, mas incapaz de me ver. 

     Hoseok estava conversando com Park Jimin, o namorado de Jungkook, e parecia mais pálido naquele dia. Não que fosse de extrema importância, mas deixar de ver seu rosto corado me preocupou. Apesar do sorriso radiante à mostra, faltava o brilho em seus olhos ao qual eu adorava profundamente. Por que ele está assim? Ignorei meus pensamentos e desviei meu olhar para o chão, que parecia mais interessante naquele momento. 

     Depois do sinal ter tocado indicando o fim do intervalo, voltei à sala para enfrentar duas aulas de biologia. Enquanto o professor explicava sua matéria eu me encontrava paralisado e olhando para um ponto fixo, pensando em qualquer coisa que não fossem briófitas e pteridófitas. 

     Quando voltei à realidade, vi Hoseok levantar de sua cadeira afim de jogar algo no lixo. Para minha surpresa, no meio do caminho, ele colocou disfarçadamente um pequeno bilhete em minha mesa no qual havia escrito em garranchos: 

     "O que acha de irmos ao cinema hoje, na sessão das 19h? Se você aceita, sorria. Se não, mostre o dedo do meio." 

     Ri discretamente. Era óbvio que não iria negar seu pedido, então virei meu rosto para trás exibindo um sorriso pequeno, ao qual Hoseok, já de volta ao seu lugar, respondeu piscando o olho. 

     Eu estava animado para aquela noite. Faziam quase duas semanas que eu não saía com Hoseok. Apesar de nós termos trocado várias mensagens e conversado por telefone durante horas quase todos os dias, ainda não parecia o suficiente para mim.  

     Queria mais do que aquilo. Queria encontrá-lo todos os dias. Queria participar de sua vida. Queria poder ser o tema dos seus sonhos. Queria dividir histórias. Queria compartilhar nossos segredos mais profundos. Queria olhá-lo nos olhos o máximo que pudesse. Queria tudo. 

    Após alguns minutos, olhei o quadro negro repleto de termos científicos, tentando me concentrar nos estudos. Estava totalmente perdido, então fiz a minha famosa expressão de “preciso entender o que está acontecendo” para pelo menos captar alguma coisa. 

     O que claramente não deu certo. 

 

~•~ 

 

     Por incrível que pareça não dormi aquela tarde. Depois de chegar em casa e ter almoçado, passei todo o meu tempo livre trancado dentro do quarto, afundado no meu caderno de composições e desligado do mundo afora. Fazia tempo que não escrevia algo simplesmente por não estar afim, e isso nunca havia acontecido antes.  

     Talvez as coisas estivessem mudando sem que eu percebesse. 

     Eu estava inspirado naquele dia. Poderia ser pelo céu inteiramente azul, ou pelos passarinhos que cantavam lá fora, ou até mesmo pelas cores que se destacavam mais ainda naquele instante. Enxergar poesia no que quer que fosse parecia mais fácil, e me sentia feliz com esse resultado. Todos os sentimentos grudados no meu corpo logo se transformaram em versos e estrofes.  

     Por isso escrever era a minha maior paixão. Eu via emoção em absolutamente tudo, e não havia forma melhor do que expressar isso em palavras. Era péssimo em soltar minhas paranoias pra fora como as pessoas normais fazem — eu raramente dizia “eu te amo” ou qualquer uma dessas falas carinhosas para alguém. Era algo que me incomodava tanto que cheguei a pensar que eu fosse algum tipo de monstro sem sentimentos. Mas, quase que abruptamente, encontrei a solução dos meus problemas apenas em uma caneta vermelha e um caderno preto. Me certificava de levá-los para qualquer lugar que fosse, já que minha inspiração podia vir nos momentos mais aleatórios. E vem sendo assim desde os meus 13 anos. 

   Por um momento, soltei a caneta e olhei meus dedos compridos e finos. Eles exibiam unhas curtíssimas e maltratadas, as quais eu roía compulsivamente sem pena nem dó, além de pelezinhas rasgadas no canto. Tentei por diversas vezes parar de fazer isso, mas nunca consegui. Aquela era uma das poucas formas infalíveis de me deixar aliviado, e mesmo que fosse prejudicial, me distraía facilmente.  

     O que você está pensando, Yoongi? Repreendi a mim mesmo por estar tão distraído. Nos últimos dias eu não conseguia me concentrar em absolutamente nada, e mesmo que isso fosse comum em mim, dessa vez parecia ser diferente. Algo específico me distanciava do mundo, e apesar de saber o que era, ou melhor, quem era, tentei ignorar esse pensamento. Por fim, voltei a preencher as dezenas de folhas que se mantinham costuradas no caderno.   

 

~•~ 

 

     Horas se passaram, e quando dei por mim já eram quase sete horas da noite. Tomei um banho apressadamente e me vesti com roupas simples. Em questão de minutos, estava pronto para ir ao shopping, que não ficava tão longe da minha casa. 

     Caminhei calmamente, apreciando o vento fresco que se instalava nas ruas. O tempo era agradável, capaz de me fazer ficar parado ali por meses. Aquela era minha época favorita do ano por conta do clima nem tão quente e nem tão frio, e sempre que podia andava por aí sem um propósito, com os fones no ouvido e a cabeça nos céus.  

     Cheguei no shopping depois de poucos minutos e, ao passar pelas portas que se abriam automaticamente, senti o ar gelado característico do estabelecimento que sempre me fazia estremecer. O espaço de cinema era logo em frente, portanto em questão de segundos adentrei no mesmo. Olhando ao redor, vi que Hoseok não estava lá, então me dei por esperá-lo. 

     Quando já estava distraído demais para prestar atenção, senti uma mão tocar meus ombros inesperadamente, fazendo-me gelar e dar um pulo, tamanho o susto que levara. Meu coração quase saltava para fora do peito, mas quando virei para trás logo me acalmei com a cena de Hoseok rindo freneticamente enquanto batia palmas.  

     — Por que você sempre aparece de surpresa? — Disse, ofegante. 

     — Gosto de emoções. — Ele deu de ombros, fazendo um bico bonito o suficiente para perdoá-lo de sua brincadeira. 

     O moreno parecia mais charmoso naquele momento. Mesmo usando apenas um blusa preta e jeans rasgados, aquilo se encaixava muito bem nele.  

     — O que vamos assistir? — Perguntei, enquanto olhávamos os cartazes de filmes em exibição. 

     — Podemos ver esse. — Hoseok apontou para o pôster de um filme de ficção científica. — Está em cartaz há mais de um mês, e provavelmente vai sair esses dias. O que acha? 

     — Vamos ver esse, então. Parece ser interessante. 

     Compramos nossos ingressos e dois baldes de pipoca, entrando em seguida na sala de cinema que estava vazia. Nos sentamos aos fundos onde não havia ninguém ao redor. 

     O filme foi curto e eu posso dizer que não prestei atenção em um minuto sequer. Estava entretido no começo, mas não demorou muito para que eu perdesse o foco e passasse a observar Hoseok ao meu lado. Ele se mantinha concentrado, os olhos cravados na tela e o corpo imóvel. Me perguntei como ele fazia aquilo, já que eu não conseguia ficar parado em hipótese alguma.  

     Apesar do escuro, notei muitas coisas: a boca do garoto tinha uma cor pouco saturada, mas se sobressaía muito em seu rosto. Seu formato era virado para baixo de uma forma bem expressiva, o que era muito atraente. Ele também tinha uma pintinha no lado direito do lábio superior, bem ao extremo. Seus olhos pequenos como os meus refletiam a tela branca do cinema, tão pretos que a íris e a pupila se juntavam em uma só cor.  Eles piscavam lenta e demoradamente, focados nos acontecimentos do filme. Seu nariz era fino e sem muitas curvas, brilhando com a ajuda da luz. Seu cabelo fino e castanho tinha os fios penteados uniformemente e a franja caída em cima da sobrancelha. Sua pele clara era perfeitamente lisa, sem nenhum indício de espinhas, cravos ou manchas.  

     Para mim sempre foi dessa forma: pessoas eram pessoas, nada demais. Todos éramos como máquinas, sobrevivendo sem nenhum propósito, fazendo um show sem plateia diariamente e com um destino cruel demais para se pensar. Mas naquela noite, quando estudara detalhadamente cada parte de Jung Hoseok, aquele pensamento se tornou inválido. Ele me fez perceber o quanto somos especiais e o quanto podemos nos destacar do nosso jeito. Ele me fez ver o mundo com outros olhos. Ele me fez notar sua beleza fora do comum com mais intensidade. Ele me fez enxergar um sentido para a vida que eu nunca vi antes. Ele me fez acreditar mais. Então, quando o filme se encerrou e ele voltou-se à mim sorrindo com os olhos e a boca, eu confirmei tudo isso. 

 

~•~ 

 

     — O que achou do filme, Suga? 

     Nós havíamos acabado de sair do cinema, perambulando pelos corredores do shopping. Como não sabia absolutamente nada do filme, respondi algo como "legal", mas Hoseok não parecia satisfeito com isso. 

     — E o final? Eu achei meio inesperado, mas não me surpreendi tanto. 

     — É, bem... Foi interessante.  

     — O que você achou da personagem principal? Um pouco dramática, mas gostei dela. 

     — Eu também. 

     — Ah, e não podemos esquecer da cena do laboratório. Foi incrível a atuação daquele cara. 

     — Uhum. 

     — Bem, pra ser sincero, não gostei da morte daquele garoto. Ele era inocente demais, foi totalmente desnecessário.  

     — Verdade. 

     — Você não prestou atenção no filme, né? 

     — Concordo. 

     Ao perceber que a pergunta de Hoseok não tinha sido sobre o filme, corei de vergonha. Ele, já achando cômica toda aquela situação, disse: 

     — Eu vi que você ficou o tempo todo olhando pra mim. 

     — Ah, e-eu... Não foi isso, é que... 

     — Ei, não precisa ficar com vergonha! — Ele me interrompeu. — Eu gostei disso. E pra ser sincero, o filme nem foi tão bom assim. 

     Desviei o olhar, dando um sorrisinho tímido. Naquele momento, a minha vontade era de me enfiar no primeiro buraco que encontrasse e ficar lá por anos.  

     Nós continuamos a andar pelos corredores, olhando as vitrines das lojas e comentando alguma coisa ou outra sobre elas. A que mais nos interessou foi a de CDs, a qual exibia os lançamentos de vários cantores e grupos. Nós descobrimos ter um gosto musical parecido, fato que nos deixou contentes. Naquele ponto, eu já havia esquecido completamente da minha vergonha de minutos antes. 

     Depois de termos passado por quase todas as lojas do shopping, Hoseok me encarou como se tivesse surgido alguma ideia em sua cabeça. Ele abruptamente me puxou pela mão em direção à saída. 

     — Quero te mostrar algo, venha. 

     — O quê? — Perguntei, curioso com o fato do moreno ter feito aquilo inesperadamente. 

     — Você vai ver. 

     Apesar da minha relutância, cedi ao pedido do moreno e o segui para alguma direção desconhecida, já fora do estabelecimento. 

     A caminhada fora curta e silenciosa, mas não aquele tipo de silêncio constrangedor, e sim algo prazeroso — como se estivéssemos aproveitando o momento. Eu me perguntava a cada segundo aonde Hoseok queria me levar, mas consegui esconder meu desconforto. Já que não haviam muitas pessoas na rua, nos permitimos andar de mãos dadas e, apesar da minha insegurança, aquilo havia sido bom. Minutos depois, finalmente chegamos ao nosso destino. 

     — É aqui. — O garoto avisou ao pararmos em um parquinho infantil, repleto de brinquedos como gangorras e escorregadores, além de áreas livres cobertas por grama. Não havia ninguém por lá, visto que eram mais de dez horas da noite. 

      Nos sentamos em um dos bancos que ficavam afastados da área de lazer, lado a lado. Hoseok olhava o céu estrelado, pensativo.  

     — Meu pai tinha o costume de me trazer aqui quando eu era criança. — Ele começou, ainda na mesma posição. — Ele preferia me levar à noite, quando tudo estava quieto e vazio. A vizinhança sempre foi muito calma. Eu não gostava muito de brincar no parquinho; só me sentava nesse banco e olhava as estrelas. 

     — Aqui é especial pra você? — Perguntei, interessado. 

     — Sim. — Ele assentiu. — Vem sendo meu lugar preferido desde os meus sete anos. Eu era um menino quieto, sabe? Não era de ter amigos e fazer bagunça; minha única diversão era vir neste parque. Todos os dias eu esperava ansiosamente meu pai chegar do trabalho para virmos pra cá. 

     Assim como ele, passei a observar o céu limpo daquela noite. As estrelas estavam mais brilhantes e chamativas do que o normal. Talvez fosse só coisa da minha cabeça, mas eu preferia acreditar que elas tinham a intenção de fazer aquilo especialmente para nós. 

     — Imagino você olhando toda essa imensidão quando era pequeno. — Falei, pensando alto. 

     Hoseok riu, dessa vez olhando em minha direção. 

     — Meu pai dizia que as estrelas sempre querem nos falar algo. Precisávamos nos esforçar até que elas pudessem invadir nossa mente e soltar suas palavras. Avisou que por eu ser muito jovem, não conseguiria interpretar os diálogos delas, portanto ele faria isso por mim. Então, por muito tempo, eu passei a receber os mais variados tipos de ensinamentos. Parece bobo, mas isso ajudou a formar a pessoa que eu sou hoje. 

     Eu estava encantando com a história do moreno. Era tão simples, mas com um significado tão grande... Maravilhado, quis saber cada vez mais sobre o assunto: 

     — Que tipo de coisa você ouvia? 

     — Ah... — O garoto se pôs a pensar por uns instantes. — Todo dia eu aprendia algo diferente, sabe? Sobre amizade, felicidade, emoção, tristeza, autoestima, solidariedade, empatia... E, principalmente, sobre o amor. Eu nunca vou me esquecer do dia em que meu pai falara sobre isso. Eu tinha dez anos. 

     — O que ele disse? 

     — Era algo como “Nós, as estrelas, somos parecidas com o amor. Tão pequeninas de longe, apenas pontinhos brancos pairando sobre o céu. Mas se formos vistas de perto, é possível enxergar nosso brilho e imensidão. Parecemos tão simples, mas somos mais complexas do que você pode imaginar. E o amor é isso: mesmo aparentando ser algo qualquer, é na verdade se sentir gigante e ter uma luz forte dentro de si. E cada um ama de um jeito diferente, assim como nenhuma estrela é igual a outra: existem as grandes, as pequenas, as que não brilham tanto, as que brilham intensamente, as que se destacam, as que se perdem no meio das constelações... São infinitas possibilidades. Portanto, gostaríamos que você soubesse: um dia você irá amar alguém. E quando esse dia chegar, não tenha medo! Valorize esse sentimento com toda as sua forças.” 

     Eu nunca escutara algo como aquilo antes. As palavras de Hoseok saíram de uma forma tão doce que era impossível não se emocionar naquele momento. A voz dele era calma e baixa, como se estivesse me contando um segredo. 

     — Isso é lindo, Hoseok. — Disse, dando um sorriso de lado. — Recebeu ensinamentos incríveis, pelo visto. Por isso você é assim. 

     O moreno deu um leve tapa em minha coxa, rindo. Seu rosto exibia uma aura de felicidade misturada com nostalgia, o que o tornava ainda mais bonito. 

     — Foram anos muito bons. Se eu pudesse, teria continuado com essa rotina pra sempre. 

     — O que aconteceu depois disso? — Perguntei. 

     — Meu pai parou de me levar. — A expressão de Hoseok era triste. — Eu não consegui mais ouvir as estrelas, então aqui não tinha mais tanta graça. Voltei a frequentar o parque no ano passado depois de mais de um ano sem vir, porém não vem sendo com a mesma frequência que antes.  

     — Entendo. — Disse, sem palavras. — Aqui realmente parece ser ótimo para descansar a mente. 

     — É. 

     A quietude tomou conta do ambiente. Eu não sabia o que falar e muito menos o que fazer, tornando o clima cada vez mais torturante. Hoseok, ao contrário de mim, não parecia incomodado — ele estava imerso em seus pensamentos, o olhar distante dali. E eu, mais inquieto do que nunca, não parava de encará-lo. 

     Até que em um momento os olhos do garoto marejaram. Ele segurou minha mão com força, e eu retribuí o gesto. Não aguentava o ver daquele jeito; precisava fazer alguma coisa. 

     — Eu consigo ouvir as estrelas. — Comecei a falar. — Elas dizem que... Bem, dizem para você não desistir delas. Sabe, você é mais profundo do que eu imaginava. Eu já sabia que era bonito por fora, mas não percebera o quanto a sua beleza interior pode ser maior ainda. As estrelas gostam disso, e muito. 

     Hoseok abriu um sorriso. Pude perceber que estava corando, o que me deixara tão feliz que decidi continuar com meus dizeres. 

     — Eu nunca contei isso a ninguém, mas eu tenho dificuldades em falar sobre o que sinto. As palavras simplesmente não saem, entende? Tudo sempre fora muito confuso dentro de mim, porém eu vejo que hoje é diferente. As coisas parecem se encaixar com mais facilidade. Claro, eu ainda sou novo nisso... — Soltei uma risada. — Mas você me fez enxergar algo que eu nunca vi antes. Quem diria que as estrelas podem falar, não é? Nunca reparei nelas, pra ser sincero. Agora eu vejo que elas brilham tanto, e... 

     Hoseok se aproximava cada vez mais do meu rosto, fazendo-me interromper a fala. Eu me afastava dele impulsivamente, sem saber como reagir. Ele fixava sua visão em minha boca, e apesar da minha leve irritação por ter sido cortado, deixei com o que o mesmo diminuísse nossa distância aos poucos. 

     Eu já sabia o que viria a acontecer, então esperei pacientemente até que seus lábios encostassem nos meus com delicadeza. Nós conseguíamos nos encaixar com perfeição, o que me deixou um tanto surpreso. Fazia bastante tempo que não provava do gosto de sua boca, e havia esquecido do quanto era bom.  

     O moreno colocou sua mão em minha nuca afim de aprofundar o beijo. Abri passagem para sua língua, que fazia movimentos suaves dentro da minha boca, e eu realizava o mesmo processo com ele. O que antes era singelo se tornou algo mais intenso, fazendo com que eu esquecesse completamente do mundo afora. Nada mais importava, só aquele momento. 

     Eu mantinha a mão no cabelo do garoto, acariciando-o ao ritmo do beijo. Ele passeava os dedos por minhas costas, fazendo-me arrepiar. Era incrível o fato de termos sincronia em todos os toques, em como sabíamos exatamente o que fazer um com o outro. Nós parecíamos ter uma conexão, e eu não queria que aquilo terminasse nunca. 

     Uma vez ou outra, Hoseok mordia meus lábios com leveza e dava pequenos beijos em meu pescoço. Era inexplicável a forma como ele prestava atenção em todos os seus atos, como se eu fosse me quebrar em pedaços por causa de algum erro mínimo. Eu deixei que ele dominasse tudo aquilo, o que me deixava mais seguro e satisfeito. Apesar do medo de sermos pegos por alguém, era difícil parar. 

     Ambos estávamos ofegantes conforme o tempo passava. Relutantes, nos separamos afim de recuperar o ar que faltava. Eu colei minha testa na de Hoseok, deixando escapar um pequeno sorriso. 

     Continuamos na mesma posição por alguns minutos, até que o moreno deitou sua cabeça em meu ombro. 

     — Yoongi? — Me chamou. 

     — Sim. 

     — Eu quero voltar a ouvir as estrelas. Você vai me ajudar? 

     — É claro. — Respondi. 

     Eu realmente estava disposto a fazer aquilo. Faria o que fosse preciso para ver as estrelas ao lado daquele garoto de sorrisos radiantes todos os dias. E foi ali naquele banco, ás vésperas de um novo dia, que eu concluí: nada mais faria sentido sem Jung Hoseok. 


Notas Finais


Espero que tenham gostado. O próximo capítulo vai ser mais diferente, então se preparem!
Beijão ♥
PS.: Prometo postar o mais rápido que conseguir.


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