História A teoria do amor - Prólogo - capítulo 1

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Acordei com o meu despertador tocando freneticamente, esse maldito barulho me deixa com dor de cabeça. Antes de eu poder tomar qualquer iniciativa, a enfermeira o desligou para mim, ela abriu as cortinas lentamente deixando alguns pequenos raios de sol atingirem o meu rosto.

- Bom dia docinho, hora de acordar - ela disse gentilmente e sorrindo logo em seguida.

- nhe.... - eu virei o rosto para o outro lado - Só mais alguns minutinhos.... - disse jogando a coberta por cima do meu rosto.

- Vamos - ela tirou as cobertas de cima e mim - Hoje é um grande dia docinho, você finalmente vai receber alta - ela sorriu, andando para o lado esquerdo da minha cama.

- Eu não quero ir.... - desviei meus olhos inchados e vermelhos - Eu não quero abandona-los... - disse de uma forma entristecida, senti a enfermeira colocar a mão no meu ombro, provavelmente tentando me consolar.

- Olha, você pode ir ler para ela novamente, antes de.... - ela fez uma pausa.

- Desligarem os aparelhos?? - a cortei - Não obrigada, eu já li o ultimo capítulo para ela ontem, mas eu posso dar um ultimo adeus né?... - sorri tentando aparentar estar bem, ela sorriu gentilmente me ajudando a me levantar.

Eu tomei um banho rápido, depois de sair, coloquei uma blusa qualquer, uma calça e um casaco. Logo depois arrumei a minha mala e sai da pequena sala, que por seis meses foi o meu "quarto" me dirigi ate o quarto em que minha mãe estava, toda entubada e com alguns aparelhos ligados a seus pulsos, respirei fundo me aproximando e dando um beijo em sua testa.

- Tudo vai ficar bem, eu te amo - sussurrei, mas não esperei nenhuma reação dela, seu cérebro avia parado de funcionar na noite passada, por isso eu passei a madrugada chorando, engraçado, por causa de um maldito motorista bêbado, eu perdi os meus pais, pelo menos meus irmãos estavam em casa e não presenciaram nada, mas acho que eu tive o azar de estar no carro naquela tarde de neve.

- Esta na hora - disse o doutor do outro lado da cama, eu apenas acenei, vendo-o desligar aparelho por aparelho, os batimentos foram ficando mais fracos ate se tornarem uma linha reta no monitor, as lágrimas começaram a inundar os meus olhos, e mais uma vez me vi chorando.

- Eu sinto muito... - sussurrei, enxugando as lágrimas no cachecol.

- Querida - outra enfermeira chamou a minha atenção - precisamos ir - ela estendeu a mão para mim, acenei, deixando o livro entre as mãos da minha mãe.

- Leve com você... - disse, e logo em seguida sai com a enfermeira em direção a sala da diretoria.

Ate este ponto você deve estar se perguntando, "você não sente culpa alguma?" e eu respondo "não", por favor, não é que eu seja fria, eu tentei salva-los, mas infelizmente eu não consegui segura-los pelo braço, é só dizer para mim mesma "pelo menos você tentou" que a dor alivia aos poucos, chegamos a diretoria, a enfermeira bateu na porta e eu entrei, fui recebida por uma senhora que estava sentada em uma grande cadeira de couro, ela me olhou e sorriu me pedindo para me sentar na cadeira, eu obedeci.

- Você deve ser a senhorita Agatha, certo?? - apenas acenei, com um olhar morto - Bem, eu soube o que aconteceu, e eu sinto muito - ela pareceu suavizar a voz.

- Não sinta, saiba que eu fico ainda pior com essas palavras - respondi friamente - Eu queria saber, se os meus irmãos estão bem... - levantei a cabeça.

- Sim, eles já estão em segurança na casa de seu tio Charlie - ela sorriu novamente pegando alguns papéis.

- Que bom - sorri forçadamente - Então, eu sei que vou ter que escolher entre morar com o meu tio, ou ir para o orfanato, então...Quantas escolhas eu tenho?? - disse indo direto para o assunto.

- Bom... Você tem duas opções, você pode ir morar com o seu tio em South Park, ou podemos tentar contatar outros parentes para cuidarem de você - disse ela me dando dois papéis - Seus irmãos estão em South Park ha alguns dias, se você escolher ir para lá, chega-rá uma semana antes das aulas começarem, vai ter um tempo para se adaptar - ela sorriu - E se você escolher o orfana...

- South Park, eu escolho ir para South Park - ha cortei, eu não quero ir para um orfanato.

- Tudo bem - ela se levantou - Vamos contatar o seu tio, acho que ele fica-rá feliz com a sua presença naquele casarão enorme - ela sorriu saindo da sala.

- Eu duvido - meu tio Charlie é aquele tipo de sujeito detestável, que só se importa consigo mesmo, e faz questão de responder apenas por "Senhor Charlie", além de não gostar de crianças e de não ser sociável com quase ninguém - Vai ser um longo ano...

Continua...