História A teoria do amor - Uma cidade conhecida como South Merda...

Agatha

Sonho

Abri os olhos, e me deparei com a mesma sena de antes.Eu estava no carro ao lado da janela, as arvores se movimentavam conforme o veiculo ia passando, olhei para frente, havia duas pessoas sentadas no banco da frente, e com certeza não eram os meus pais, de repente tudo desapareceu e algumas vozes começaram a ecoar pela escuridão.

- A culpa foi toda sua...

- Eles não teriam entrado naquele carro se não fosse por você...

- Foi você que procurou isso...

- Você poderia ter salvado eles...

As vozes repetiam a mesma coisa, uma atras da outra, o tom de voz foi ficando cada vez mais alto, como se elas estivessem se aproximando cada vez mais, ate o momento que o som alto se tornou insuportável, e na tentativa de tentar faze-las parar eu cobri os meus ouvidos.

- Cala a boca!!!! Cala a boca!!! CALA A BOCA!!!!!! - algumas lágrimas rolarão pelo meu rosto.

Então algo tocou em meu ombro me fazendo olhar para cima, era o meu pai, ele estava com alguns pedaços de vidro estavam encravados em sua testa e das feridas escorria sangue, ele apontou o dedo indicador para o meu rosto.

- A...Culpa...Foi...Toda...Sua - ele sussurrou calmamente.

- E..Eu não quis que isso acontecesse - eu solucei com os olhos inchados e vermelhos, então uma silhueta desconhecida apareceu na minha frente e gritou com uma voz grossa 

- ACORDA!!

Eu levantei num pulo, batendo a cabeça na janela do ônibus.

- Ai!!! - coloquei a mão por cima da cabeça - Droga... - fiz uma cara de raiva e bufei, olhei em volta e percebi que o veiculo tinha parado.

- Senhorita, chegamos - o homem chamou a minha atenção, olhei pela janela e tudo o que vi foi algumas casa com variadas cores e com muita neve em seus telhados e em seus jardins, soltei um suspiro cansado me levantei e peguei minha mala e sai do ônibus, logo um vento frio passou por mim, fazendo com que eu me arrepiasse toda.

- Deus, Utah não era um lugar tão frio assim, pelo menos, eu não lembro de ser tão frio - olhei para a esquerda e para a direita - Onde fica a casa do Charlie?? Hã senhor pode me dizer onde fica... - no mesmo instante em que me virei, ele fechou a porta na minha cara e foi embora - Essa rua...Nossa muito obrigada!!! Bicho escroto... - revirei os olhos, e quando eu fui dar o meu primeiro passo eu acabei batendo a cara em um ferro, soltei um gemido e dei uns passos para trás com o impacto colocando a mão sobre o meu nariz - Ai!!! Por que essa coisas só acontecem comigo?? - fiz uma cara de dor, olhei para cima e vi que era um tipo de placa amarela com o que parecia ser um homem e uma menina, ambos segurando uma maleta - Eu vou para o outro lado - me virei e comecei a andar para a direita.

{....~~....}

- Merda, parece que estou andando a horas, e ainda não encontrei nada - parei por um momento - Se eu fosse o tio Charlie, onde eu esconderia um casarão?? - mal deu tempo de eu começar a pensar e fui atingida por uma bola de neve no meio da testa - O azar tá me perseguindo hoje... - disse limpando a neve da minha cara, quando abri os olhos me deparei com um garoto loiro de olhos azuis na minha frente, ele tinha a pele meio alva e com algumas sardas, e sério, é um dos garotos mais bonitos que eu já vi na minha vida.

- Ei, desculpa por isso, você tá bem?? - disse ele, sua voz estava um pouco abafada por causa do casaco que cobria sua boca.

- Err, tô sim... - disse corando.

- Então, por que esta corada?? - ele entortou a cabeça levemente para o lado.

- Err, por que, por que - (pensa logo sua trouxa) - Por que eu quero - pensei em uma resposta rápida empinando o nariz.

- Se você diz - no mesmo instante, outra bola de neve, *do tamanho de um ser humano adulto* me atingiu de novo, o impacto foi tão grande que eu cai no chão, o mesmo garoto me ajudou a levantar - Que falta de sorte em.... - disse ele dando um sorriso.

- Kenny, você não morreu?? Nossa que milagre - gritou uma voz também masculina.

- Ei, quem é essa?? - disse um garoto de gorro azul e vermelho.

- Eu aposto que é mais uma vadia - disse um gordo de casaco vermelho.

- Vai tomar no seu rabo, gordão - disse irritada, me levantando, e no mesmo instante um pouco de neve que estava em cima de um galho caiu em cima de mim - Que merda o azar bateu na minha porta hoje.... - 

- Ei por que vocês estão demorando tanto - uma garota começou a se aproximar de nos - Quem é ela?? - perguntou.

- Um E.T quem você acha que eu poderia ser?? - senti meu rosto queimar.

- Que menina estressada - disse um garoto de ushanka verde - Da pra ver que você não é daqui não é?? - fiz um sim com a cabela.

- Bem, e de onde uma princesinha como você, pode ter saído?? E qual o seu nome?? - ele sorriu novamente, isso me fez corar e meu nariz começou a ficar quente.

- haaa.... pera ai.... - disse me virando e erguendo a cabeça, de modo que o sangue que estava prestes a vir, "voltasse" pro lugar - Pronto, essa foi por muito pouco - soltei um suspiro de alívio, olhei para as cinco pessoas na minha frente e eles me encaravam de forma confusa - É, respondendo a sua pergunta, eu vim de Utah, e meu nome é Agatha Muller Johnson, mas me chame apenas de Agatha, ou AJ ou sei lá... =/ - no mesmo momento um garotinho de cabelo loiro e branquinho chegou pulando feito uma ovelhinha, e ele era muito fofo *-*.

- Ei caras, o que estão fazendo?? - disse ele sorrindo, eu não aguentei, o sangramento nasal ganhou dessa vez - Ei, ela esta bem?? - ele apontou para mim, e novamente todos me encararão.

- A isso é muita covardia comigo ;-; - sussurrei - Ha, eu tô bem - sorri.

- É seu nariz... - disse o de gorro azul e vermelho.

- É só um probleminha que eu tenho, afeta 1% da população no mundo todo, se chama crise compulsiva de fofura - *é eu dei uma pequena aula*.

- Crise compulsiva de fofura?? Nunca ouvi falar disso - falou o de ushanka verde.

- O.k esse nome foi eu que inventei, por que não existe um nome pra isso, a unica coisa que eu sei é que afeta as pessoas de maneiras diferentes :v - respondi.

- Como vomitar perto de quem você esta afim?? - falou a garota olhando para o de gorro azul e vermelho que corou e se encolheu.

- Acho que sim... No meu caso, acontece quando eu vejo algo muito fofo, ou em casos muito, mas muito raros mesmo, quando eu estou.... - antes de terminar a minha pequena palestra, uma voz irritante e conhecida me fez desviar o olhar.

- Agatha Muller Johnson - era o Charlie, eu bati a mão na testa, *que vexame* - O que esta fazendo?? Você esta atrasada, vamos logo - ele saiu andando e nem deu atenção para os outros.

- Me desculpem por isso - sussurrei novamente, porem eles ouviram e alguém disse um "entendemos, e boa sorte" eu sai atras do meu tio deixando-os para trás.

{....~~....}

Chegamos no grande casarão, e sinceramente, como ele espera que eu o encontrasse?! Era um lugar enorme porem bem escondido, havia um grande muro de pedra que parecia cercar o local, passamos por um grande portão de ferro e caminhamos por um imenso jardim, perecia muito bem cuidado e as arvores tinham formas de peculiares animais (dragões - fadas - unicórnios), sem duvida era um dos jardins mais bonitos que eu já vi na minha vida, continuamos andando e subimos alguns degraus ate pararmos em frente ha uma grande porta de madeira que parecia ser pesada pra caramba, foi quando ele chamou a minha atenção.

- Sobre seus pais... Eu sinto muito... - ele disse em um tom como se quisesse expressar algum remorso, eu apenas abaixei o olhar - Só para deixar claro, a primeira regra desta casa, é nunca tocar nos assuntos do passado... - ele então abriu a porta e entrou e eu fui o seguindo sem dizer nada - Bem vinda a sua nova casa pelos próximos anos - foi a unica coisa que ele disse antes de começar a andar pelo corredor e desaparecer na entrada da sala.

- Este vai ser um longo ano em South Merda.... - falei o seguindo.

Continua...