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História A Terceira Força - Rastro de destruição.


Escrita por: hotside

Capítulo 12 - Rastro de destruição.


Fanfic / Fanfiction A Terceira Força - Rastro de destruição.

Kylo e Rey seguiam calados, como se preservando toda energia que pudessem precisar na longa caminhada. Entre eles, apenas o som dos passos no chão seco e alguns galhos estalando sob os pés. Isso fazia com que a viagem até a usina seguisse relativamente tranquila. Desde que um dos dois mantivesse a boca fechada.

O que obviamente não aconteceu.

O fato de Kylo ter voltado para resgatá-la da nave submersa, intrigava-a desde a hora que acordou naquele planeta inóspito. Se a Jedi não o conhecesse tão bem, poderia até cogitar que ele se importava com ela. Afinal, o líder dos Cavaleiros de Ren teria milhões de motivos para matá-la, mas apenas um motivo para salvá-la. Compaixão.

Era muito inconveniente tocar nesta questão, mas ela precisava entender, precisava escutar dele.

“Afinal…” a voz de Rey cortou o silêncio “Por que você me salvou?”

“O quê?” Kylo podia sentir a sombra dela sondando através dos limites de sua mente, como que procurando uma pista.

Ela continuou “Quando a nave caiu você voltou para me salvar. Eu não sei nadar, portanto, eu não poderia ter saído daquele lago sozinha…”

Kylo diminuiu seus passos sem dizer nada, Rey chegou a seu lado, insistindo na conversa “Eu estava me perguntando o motivo de não ter me deixado lá para morrer.”

Sem admitir o seu feito, Kylo respondeu, sem olhar para ela enquanto caminhava “Tive chance de matá-la incontáveis vezes, mas não fiz isso.”

A testa de Rey franziu com descrença “Ainda não.”

“E por que deveria?” Kylo atirou de volta, olhando-a de canto de olho.

Rey sentiu confusão e incerteza sendo projetadas por ele através do vínculo “A Primeira Ordem mandou você atrás de mim, não foi? Por quê?”

O Cavaleiro a ignorou. Onde ela queria chegar com esta conversa irritante? Mas mesmo com suas esquivas, a Jedi não se deu por vencida.

“Seu superior, mestre, líder ou sei lá, não explicou o motivo da sua missão?”

“Não.”

“Sério? Como você ainda dá ouvidos a ele?”

Kylo não vacilou para responder desta vez “Existe uma razão para haver uma hierarquia dentro de uma ordem, sabia? Snoke é meu Mestre, e sabe o que é melhor para mim!”

“Então se ele mandasse você me matar, você me mataria sem questionar? Da mesma forma que fez com Han Solo?”

Kylo exalou, incomodado, lembrando-se da morte de seu pai pelas próprias mãos. Ele realmente não queria entrar naquele assunto.

Acelerando a marcha, Rey se colocou na frente do Cavaleiro, interrompendo o seu próximo passo “Diga, eu ainda sou sua inimiga?”

Kylo a observou através do estreito visor do seu capacete, considerando uma resposta.

“Diga!” a Jedi insistiu.

A voz de Kylo soou pesada e fria através do modelador “Não fiz isso por você. Eu só estou cumprindo ordens.”

Rey fez uma pausa, o coração se apoderando dentro do seu peito. Ela não deveria ter ficado surpresa, tampouco chateada com a resposta de Kylo. Ela queria acreditar que ele tinha uma razão especial para salvá-la, mas aquela era uma questão estúpida. Embora ela esteja viva, foi apenas um ato de gentileza. Compaixão no meio da ferocidade. Kylo Ren servia a Primeira Ordem e ela era parte da Resistência. Ele era um inimigo declarado. Ela era uma Jedi. Ponto.

Kylo evitou pensar no assunto. Ele não podia se dar ao luxo disso. O que um sentimentalismo tolo faria por ele? Qualquer compaixão só o levaria direto rumo à desgraça, como bem Snoke já o tinha alertado. Ele não precisava vê-la como algo mais do que uma prisioneira de Guerra.

O silêncio os atingiu novamente. Então ficaram assim, apenas andando. Um passo após o outro, e outro. Eles não eram amigos, mas também não eram inimigos. Apenas eram.

Um burburinho trazido pelo vento, fez com que os dois interrompessem o próximo passo, olhando imediatamente para a mesma direção.

“Os Hedorianos!” Rey sussurrou como se pudessem escutá-la daquela distância.

“Eles vão passar por aqui” Kylo deduziu.

Já prevendo a reação impulsiva do Cavaleiro, ela o alertou “Nem pense nisso! Precisamos poupar nossa energia para chegar até a usina!”

Antes que ela percebesse, Kylo já tinha disparado na direção do bando feito um predador. O som de sua respiração era alta em seus ouvidos, a adrenalina pulsando em suas veias, a necessidade de fogo e sangue.

Os seres não pareciam perceber a presença de Kylo entre as árvores. Ele pode ver que era um comboio formado por seis transportes de carga e cerca de vinte Hedorianos. Suas mãos apertavam o sabre, pronto para um combate.

A Jedi o alcançou e se enfiou na frente dele, exasperada. Bloqueando-o com seu corpo.

“Kylo, pelo amor da Força! Esqueça isso! Podemos nos ferir por bobagem. Vamos nos focar em sair daqui!”

O Cavaleiro nem mesmo escutava Rey à sua frente, enquanto analisava o espaço taticamente. Memorizando todas as posições e a ordem que iria matá-los. Ele podia ver como um filme dentro de sua cabeça. Mataria este, depois este e este…

Rey tentava em vão levá-lo para longe dali “Kylo, por favor, por favor! Não os ataque!”

O Cavaleiro virou a máscara para ela “Mas eu não vou atacá-los. Vou matá-los.”

Ele tirou Rey de sua frente e então se dirigiu até o comboio, ativando seu sabre vermelho que crepitava ameaçadoramente.

A reação das criaturas foi imediata ao ver aquele intruso de preto, dos pés à cabeça, parado no meio do caminho. Houve um segundo de hesitação daqueles repteis grotescos antes de todos irem correndo na direção dele com suas lanças, facas e espadas.

Sem dizer uma palavra, Kylo fez as cinco primeiras mortes usando a Força para virar um dos transportes de carga em cima de um grupo, não deixando qualquer tentativa viável de defesa para eles.

Dois deles, quase tão furiosos quanto Kylo, se aproximaram o suficiente para serem partidos ao meio com um único golpe do seu sabre de luz. Um terceiro chegou por trás, pegando-o de surpresa com suas mãos massivas que envolveram seu pescoço sem nenhuma dificuldade. Kylo agarrou o braço do homem usando o impulso para lançá-lo para frente, fazendo-o cair no chão e então cravando o sabre no meio de sua caixa torácica.

Foi quase contra a vontade de Rey que ela se viu impressionada com a maneira que Kylo usava a Força. Ele era extremamente brutal e consciente de seu poder. Dava para perceber que ele era muito ágil e que teve um ótimo treinamento – mesmo sendo desnecessariamente cruel às vezes, bem diferente daquele Kylo vacilante que ganhou uma cicatriz na base Starkiller. As pobres criaturas arcaicas não eram páreas para a superioridade técnica dele.

Kylo empunhou seu sabre, munido de seu ódio visceral e foi em direção ao resto do grupo, acertando um, dois, três, com movimentos longos e rápidos, deixando um rastro de cheiro de carne carbonizada pelo caminho.

Um dos homens-lagarto escapou de suas investidas, atingindo-o em cheio com um golpe no capacete, usando uma espécie de marreta. Mesmo protegido, o impacto foi forte o bastante para que Kylo se desequilibrasse, deslizando suas pernas num contrapeso para não ir ao chão.

Aquela distração custou caro, um dos seres jogou sua lança de longe, diretamente sobre a perna de Kylo. Ele não conseguiu se esquivar a tempo. A borda de sua perna sofreu com o aço, abrindo sua carne, fazendo o Cavaleiro rosnar de ódio.

Estendendo a mão, Kylo arremessou a criatura, com violência, contra uma árvore a vários metros de distância. O suficiente para que Rey pudesse ouvir a coluna se partir ao meio de onde ela estava.

O profundo ferimento em sua perna o impedia de ser mais ágil, aborrecendo-o ainda mais. Obrigando-o usar a Força para puxar a última criatura até suas mãos, para então atingi-lo com sua espada incandescente dentro de suas entranhas. Kylo sentiu a vida do ser esvair-se na frente dele, então desativou o sabre, apertando-o tão forte em seu punho que o metal gemeu com a pressão.

Tudo ficou assustadoramente silencioso quando Kylo terminou o massacre. Ele parecia a própria personificação da Morte.

Rey o olhou com assombro, como se não o reconhecesse mais. Ela nunca tinha visto Kylo lutar assim. Na verdade, ela nunca tinha o visto lutar com ninguém que não fosse com ela.

O homem diante dela era o temível Kylo Ren da Primeira Ordem. Não o Kylo supostamente gentil, que ela estava conhecendo. Por um momento ela pensou em fugir, mas parecia em estado de choque tamanha foi a fúria que Kylo enviou através do elo. Ela o sentia como um fogo em seu peito.

“Você matou… você matou todos eles!” Rey constatou, procurando manter os olhos longe da carnificina.

 “Tão observadora” Kylo virou-se, indiferente.

Demorou um tempo até que Rey tivesse coragem de se aproximar, e logo ambos estavam passando por cada corpo, fazendo uma pilhagem das coisas que os seres levavam em suas bolsas.

Possuíam água, armas brancas, cordas, amuletos, barras proteicas, créditos e também um útil kit médico. Um deles carregava até uma espécie de cabeça desidratada. Outro levava uma dúzia de dedos cortados dentro de um jarro. Chegaram à conclusão que era um tipo de troféu peculiar.

Rey também foi conferir o conteúdo dos pequenos transportes da comitiva. Eles transportavam algum tipo de mineral que parecia ter sido retirado do fundo dos lagos.

“Eles não eram guerreiros, eram garimpeiros…” Rey informou “E provavelmente estavam indo para a vila industrial.”

Isso a fez pensar numa estratégia.

Apanhou dois pedaços de um tecido grosso que cobria a carga, e jogou um na direção de Kylo, que pegou no ar sem entender.

“Vista isso por cima. Vamos utilizar um destes transportes também. Entraremos naquele lugar pela porta da frente!”

Kylo se surpreendeu com plano ousado, apoiando-a imediatamente.

E então voltaram para a estrada, deixando para trás um rastro de destruição e morte.


Notas Finais


Acho que toda esta necessidade de sangue e luta só pode ser falta de outra coisa, né Kylo?! Muita testosterona e pouco juízo! Que homem teimoso! Pelo menos serviu para alguma coisa no final... ufs. :-P


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