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História A Terceira Força - Mais fortes juntos


Escrita por: hotside

Capítulo 14 - Mais fortes juntos


Fanfic / Fanfiction A Terceira Força - Mais fortes juntos

A pequena cidade industrial encontrava-se semidestruída. Reduzida a ruínas e morte.

Kylo e Rey continuavam sendo caçados, mas agora que a Jedi descobriu o caminho até o espaçoporto, era uma coisa a menos para se preocuparem.

Ela tentou não se distrair com a lembrança persistente. Aquele beijo. Droga, o que foi aquilo? Empurrou isso da memória e se concentrou na rota de fuga. Sem mais distrações.

“É naquela direção! Em cinco minutos estaremos lá!”

O plano era relativamente fácil diante de tudo que eles tinham acabado de fazer. Só tinham que chegar até o hangar, roubar alguma aeronave e sair daquele maldito planeta sem serem descobertos.

Mas se dois forasteiros já eram vistos com maus olhos, dois forasteiros que quase destruíram uma cidade já era um caso de incidente diplomático. Então todo cuidado era pouco.

Esgueiravam-se pelos becos, desviando de um ou outro indivíduo que estava ao encalço deles. Logo, já podiam ver que estavam ao lado do amplo hangar – que, na realidade, era apenas um galpão construído fora da expansão da cidade – lá, apenas uma grande aeronave repousava enquanto era carregada.

A Jedi deu de ombros. Fugir com um cargueiro interplanetário não era bem o que ela planejava. Uma coisa é furtar uma pequena nave auxiliar, outra é roubar algo nestas proporções. Mal conseguiriam ultrapassar os limites da atmosfera antes que fossem detectados e abatidos.

Rey voltou-se para Kylo “E se a gente não pilotasse nenhuma nave gigante, facilmente detectável, num campo estelar desconhecido, cheio de criaturas querendo nossas cabeças? Em vez disso, sugiro outra coisa: Esta nave está sendo abastecida de alguma forma. Poderíamos nos infiltrar como parte da carga e deixar que ela nos leve para outro planeta.”

“Você quer que a gente se esconda numa caixa?” disse Kylo, com descrença.

“Bom, quando você diz assim parece uma ideia péssima, mas, sim, podemos nos esconder numa caixa.”

“Mas para onde levariam esta carga?”

“E faz diferença?” Rey não se abalou “Qualquer lugar é melhor que apodrecer aqui!”

Os contêineres estavam sendo levados um a um por um guindaste. Com cuidado, escolheram uma carga com meia capacidade, que transportava o mineral já refinado em sacos amontoados. Conseguiram abrir o contêiner escorregando uma barra de metal, e depois usando a Força para travá-la do lado de fora. Com a adrenalina da luta se dissipando, os dois desmoronaram de cansaço.

Tinha sido uma longa jornada até ali, mas tudo parecia ainda bem longe de ser definido.

Kylo ainda estava impressionado com a forma como Rey tinha usado a Força para salvá-lo. A demonstração de poder dela sempre o fascinava. Como aquela primeira vez na Starkiller quando ela invadiu sua mente. Tão desajeitada, mas tão forte. Foi um choque.

Ele poderia ensiná-la a aprimorar suas habilidades naturais. Eles poderiam ser ainda mais fortes juntos.

“Eu não quero ser seu inimigo.”

A voz de Kylo soou quase desconhecida sem a máscara.

Rey virou-se para ele, chocada, como se pudesse enxergá-lo através daquela escuridão. Ela mal teve tempo de pensar que, sair daquele planeta, implicava que ela voltaria a se tornar uma refém da Primeira Ordem.

Kylo continuou “Aquele dia no lago… eu voltei para salvá-la porque não suportei a ideia de perdê-la. De morrer dentro de mim. Agora eu percebo que quando a salvei, eu salvei a mim mesmo também.”

Seu estômago enrolou-se com a confissão, talvez tivesse sido mais fácil se ele ainda estivesse com seu capacete, afinal.

“Por que está me dizendo isso agora?” Rey balançou a cabeça, atônita. Ver o lado humano da máquina de guerra da Primeira Ordem era, no mínimo, desconcertante.

“Eu não sei” ele respondeu enfim.

Kylo respirou fundo, percebendo com algum constrangimento que ele estava segurando o ar todo este tempo, antes de estender a mão até ela. O toque de seus dedos enluvados sobre a mão quente. Aquilo o fez estremecer. Era o mais emocionalmente vulnerável que ele se colocara na frente de outra pessoa, desde que ele se lembre.

“Podemos manter isso em segredo” Kylo envolveu a mão de Rey com firmeza, absorvendo o calor de seu contato, ansiando por beijá-la novamente “Eu poderia te ensinar os caminhos da Força e…”

Rey revirou os olhos “Lá vem você com esta história novamente! Você sabe que isso nunca daria certo né?”

“Mas nós dois somos poderosos usuários da Força, e…” a voz de Kylo era um sussurro agora.

“Não. Você é um Cavaleiro de Ren e eu sou uma Jedi. Você é do lado Sombrio e eu sou da Luz. Aposto com minha vida que isso nunca vai mudar.”

Kylo balançou a cabeça, decepcionado “Acho perturbadora sua falta de fé, Rey.”

“Pela Força, Kylo, volte pro mundo real! Saindo daqui como vai ser? Você acha que poderemos viver contra nossas convicções? Se você pensar um pouco vai perceber que isso é um erro colossal!”

“Escute-me, tudo é possível!” os olhos de Kylo brilhavam como uma piscina de sonhos. “Se chegamos até aqui juntos, significa que nada é páreo para nós! Você poderia se aliar à Primeira Ordem e então lutaríamos lado a lado, até alcançarmos a paz da Galáxia.”

Rey queria sinceramente poder acreditar em Kylo, mas ela sabia que planejamento não era seu forte. A chance de tudo isso acabar numa tragédia era maior que a boa vontade dele.

“Não entendo. Porque eu iria?”

“Porque eu preciso de você. Porque juntos seremos mais fortes!”

Suas palavras eram um tiro no escuro. Ele não sabia se ela sentia a mesma necessidade de tê-lo. Ele não sabia se ela o beijou porque queria, ou só por breve impulso. Ele não sabia. Tudo o que ele sabia era que ele a queria.

Ele a queria com ele.

Rey continuava calada. Suas mãos ainda entrelaçadas nas dele.

“Venha comigo. Deixe-me cuidar de você…” dentro de seu peito Kylo sentia sua alma gritar, estava disposto a deixar seu coração com ela “Por favor…” ele insistiu.

A verdade é que Rey estava confusa. Cuidado e proteção era algo que ela desconhecia. Lutou sua vida inteira para sobreviver sozinha. Confiança era um assunto delicado para ela. Primeiro ela tinha sido traída através do abandono e depois pela promessa de um retorno que nunca aconteceu. Ela conseguiria confiar em alguém além dela mesma?

Estaria pronta?

Um tranco fez o contêiner se mexer, interrompendo o fluxo da conversa. Finalmente eles estavam sendo levados para dentro do cargueiro.

Kylo deu um tempo para Rey pensar a respeito.

Mas, mais importante que isso, ele precisava de uma estratégia assim que eles chegassem onde quer que aquele cruzador estivesse os levando.

*

Hux andou apressado até a sala de Snoke, que exigia imediatamente a sua presença. Assim que chegou ao grande anfiteatro, Hux ajoelhou-se diante da imagem holográfica azul e brilhante do grande mestre, e baixou a cabeça em sinal de profundo respeito.

“Líder Supremo Snoke.”

“General” Snoke começou com seu usual tom baixo e rouco “O traidor foi encontrado.”

“O traidor… o traidor FN-2187?” Hux não entendeu o súbito interesse pelo desleal Stormtrooper.

“Estamos falando de Kylo Ren!” Snoke interrompeu rudemente, levantando-se com a mão em punho. “Ele foi testemunhado por centenas de Hedorianos em uma cidade fortaleza industrial no Planeta Eladard, na Orla Exterior” o velho Lord fez uma pausa “Acompanhado daquela Garota…”

Hux estava estupefato com a informação que Snoke acabara de jogar sobre ele. Como Kylo poderia estar vivo se Phasma o abateu em segredo? A não ser que tivesse sobrevivido de alguma forma. Mas como?!

Snoke continuou “Quero que os localize e os traga diretamente a mim. Espero que entenda a importância disso. Se não voltar com os dois, você não tem serventia para a Primeira Ordem. Considere-se exonerado do seu cargo e detido por descumprimento das ordens se falhar no seu objetivo, General.”

Hux endireitou-se sob seus pés “Sim mestre Snoke, irei providenciar uma frota a procura deles agora mesmo. Com licença.”

E partiu apressado para sua sala de comando. Ele tinha muito que fazer.

Agora era seu pescoço que estava em risco.

*

O som dos motores de íons do cargueiro diminuía, enquanto adentrava a atmosfera do planeta.

Kylo e Rey perceberam o aproximar da nave enquanto esboçavam um plano de fuga.

Rey conhecia uma ou duas passagens de segurança naquele modelo especifico de cargueiro. Ela tomou a frente na tarefa de saírem de lá. Para isso eles precisavam sair do grande galpão de armazenagem, seguir por um longo corredor e então acessar uma escada lateral por onde escapariam por uma escotilha.

Eles despontaram do contêiner assim que a nave aterrissou, procurando orientar-se dentro do compartimento de carga. Procurando alguma direção por onde pudessem sair sem serem vistos pela tripulação.

O galpão estava na penumbra, apenas as silhuetas de alguns contêineres apareciam com reflexos de luz ocasionais. Eles foram andando cuidadosamente, com a preocupação de não serem esmagados por alguma carga solta, que se arrastava pelo chão da nave que ainda manobrava.

O corredor estava a alguns metros à frente, discretamente iluminados por uma trilha de pequenas luzes no chão. Uma movimentação fez Kylo impelir Rey contra uma caixa para não ser vista. Tarde demais. O grupo estava vindo rumo a eles agora.

“Culpa da sua roupa” Kylo sibilou irritado.

Rey olhou para si, numa expressão interrogativa, tentando entender o que a roupa dela tinha de errado.

“Ela é clara demais” Kylo desaprovou “Vocês Jedi não sabem mesmo lidar com a escuridão.” Rey se encolheu, tentando esconder cada fresta de sua roupa com a capa escura em seus ombros.

Esgueiraram-se por uma fileira lateral, buscando ganhar tempo. Agora estavam atrás de uma pilha de caixas num pallet. Kylo fechou os olhos rastreando onde cada um das sentinelas estava.

“São três do meu lado e dois do seu, ok? Nos encontramos na saída.” Antes de irem, Kylo a pegou pelo braço dando uma última recomendação. “Ei Jedi, não use o sabre se não quiser que eles descubram onde você está.”

Rey bufou ofendida “Obrigada Senhor óbvio Ren. Na próxima você também pode me contar por onde o sabre sai.”

Os dois se separaram, seguindo cada um para um lado.

Os passos foram ficando mais altos à medida que o soldado se aproximava. Kylo tencionou os músculos, preparando-se para o ataque. Assim que o primeiro vigia cruzou, lançou-se sobre ele com um soco certeiro, desequilibrando-o. O Hedoriano tentou revidar, mas seu golpe foi bloqueado por Kylo que torceu sua mão para trás até ouvir um som baixo de tendões se rompendo. Creck! O homem berrou desnorteado, caindo em direção à inconsciência. Kylo sabia como provocar dor. “Menos um” ele pensou.

O barulho todo chamou a atenção do outro guarda que não demorou muito para surgir. Kylo o surpreendeu usando a Força, paralisando-o, então quebrou seu pescoço com um simples movimento dos dedos. Uma morte limpa. “Menos dois.”

Rey estava espremida entre duas caixas enquanto aguardava o momento certo para agir. O sabre pulsando com o poder, mas ela sabia que não devia liga-lo. Seu brilho azul poderia revelar a posição dela. Quando os vigias estavam perigosamente próximos, ela pegou um pequeno fragmento de metal e jogou uns metros a frente para despistá-los. Os passos cessaram. Um dos sentinelas perguntou ao outro “Sen eç nerse ukkan?”

O guarda desviou do seu caminho e foi até a direção do barulho. Rey estudou as defesas do Hedoriano enquanto se esgueirava até ele, então ela girou por trás pegando em seu pulso. Ele tentou se soltar levantando seu braço. A pistola subiu, disparando no teto que tilintou com o tiro. Rey aproveitou a distração dando um chute forte no joelho do ser, fazendo-o desmoronar feito uma cadeira com a perna quebrada. Ela tomou a arma da mão dele, atingindo-o na cabeça.

O segundo ser a segurou por trás, travando seus braços. Seu enorme tamanho era uma desvantagem para ela, mas Rey não se abalou. Ela deu uma cotovelada no estômago do bicho que afrouxou o suficiente para que conseguisse se desvencilhar dele.

Rey fintou para direita e depois esquerda, ganhando distância, quando um tiro rasgou o ar onde ela estava segundos atrás. O susto a fez tropeçar em sua capa e cair no chão.

Sabendo que não teria tempo de se levantar, Rey ergueu a arma e apertou o gatilho, só a tempo de ver a criatura que estava vindo pra cima dela tomar um tiro no abdômen. A criatura caiu pra trás, urrando de dor, no mesmo instante que um contêiner solto passou por cima dele. Prensando-o contra a parede, feito um inseto esmagado por uma sola de sapato.

Com dois tiros disparados, Rey chegou à conclusão que poderia ter usado seu sabre. Ao menos seria menos atribulado e cruel.

Em poucos minutos Kylo e Rey se encontraram próximo ao corredor que estava vazio. Logo Rey já podia vislumbrar a escadaria que os levariam até a saída “Ali!” Rey foi em frente e Kylo subiu em seguida. Eles já estavam a alguns metros do chão quando o quinto sentinela apareceu.

“Porra” Kylo amaldiçoou Rey “Você não matou o seu terceiro guarda?”

Rey estava abismada com a acusação “Você disse que eram dois!”

“Eram três para você e dois pra mim” Kylo respondeu, mostrando três dedos.

“Tenho certeza que não” Rey retrucou, irritada.

A sentinela começou a disparar neles. Fazendo os dois acelerarem a subida. Faltava pouco. Rey alcançou a escotilha com as mãos, forçando a alça que parecia nunca ter sido aberta “Droga, esta porcaria deve estar emperrada!”

Um tiro passou ricocheteando entre eles, fazendo-os abaixar a cabeça em reflexo.

Kylo subiu até o nível de Rey, ficando de frente para ela. Usou seu sabre vermelho como uma alavanca para empurrar o tampo de metal, destravando-o num impulso.

Os dois subiram até a parte de cima, fechando a escotilha atrás de si. Ofegantes.

“Vamos!” Kylo apressou.

Rey olhou para ele, ainda aborrecida “Eu tenho certeza que eram dois!”

Kylo revirou os olhos.

Desceram por outra escada e então saltaram sobre os limites do hangar.

Estavam livres.


Notas Finais


Só falta o Kylo se rastejar e implorar de joelhos para que Rey vá com ele né? Judiação! Mas Rey tem seus ideais , não as mudaria por ninguém.

E o plano "quase perfeito" de Hux foi pro espaço, literalmente, haha.

Ah, o sentinela disse ao outro "Você escutou este barulho?".


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