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História A Terceira Força - Promessas.


Escrita por: hotside

Capítulo 17 - Promessas.


Fanfic / Fanfiction A Terceira Força - Promessas.

Após o ardente acontecimento da manhã, Kylo e Rey permaneceram mergulhados num silêncio afetuoso e tranquilo, enquanto suas respirações se estabilizavam. Era como se o mínimo movimento fosse capaz de dispersar aquela bruma que continuava acesa em suas mentes e corpos.

Eles quase podiam fingir que eram apenas os dois na Galáxia inteira.

A cabeça de Rey aninhada ao peito dele, ainda quente pelo que tinham acabado de fazer. Os braços de Kylo ao seu redor afagando seus cabelos lisos de suor. Era muito claro que havia algo ali, um sentimento velado que era inexplicável para ambos ainda.

Toda esta proximidade silenciosa, toda esta cumplicidade, fez o coração de Rey sofrer, pois, ela nunca havia experimentado isso. Era estranho admitir que ela se sentisse segura nos braços dele.

Justo ele.

O temível Cavaleiro da Primeira Ordem. Kylo Ren

Rey se sentiu vulnerável com esta constatação, logo ela que nunca fez questão de ser protegida por ninguém. Tinha avançado sozinha. Sempre sozinha.

“Por que você apoia a Primeira Ordem?” Rey lançou de súbito, dissolvendo aquela calmaria como açúcar na água.

Kylo percebeu que nunca havia pensado nisso, mas deu uma resposta que o Líder Supremo aprovaria “Porque é meu dever e da Primeira Ordem remover a desordem na Galáxia. Para que a estabilidade e o progresso possam trazer algum grau de paz.”

Rey balançava a cabeça em sinal de reprovação. Ah, como ela odiava aquele discurso fascista. “É sério isso? Quer dizer que vocês lutam pela paz através do terror? Torturando e matando?”

“Há um propósito para isso, Rey” ele queria justificar “Nós destruímos para construir de novo. Para construir melhor. Ao longo da história todo o progresso exigiu a destruição, de alguma forma ou de outra. Das cinzas da República veio o Império, quando o Império caiu, a Nova República teve seu tempo. Agora que falhou, a Primeira Ordem está ascendendo.”

Rey suspirou “É tão importante que eu vá com você?”

“Sim.”

“Entendo…” Rey começou a negociar, era um velho hábito que ela trazia de Jakku “Mas eu só vou com você se eu puder avisar a Resistência.”

“Não posso permitir isso” Kylo se opôs “Cresci sendo filho dos heróis da Rebelião, cercado por todos os tipos de pessoas da Resistência. Eu sei do que são capazes. Seria questão de horas para outra guerra estourar.”

Rey não parecia muito inclinada em concordar com a contraproposta dele.

“Posso mantê-la segura” ele continuou, buscando tirar qualquer sombra de dúvida “A Resistência virou as costas para você quando tentaram me matar. Quando quase nos matou. Se você ficar comigo, nada mais tocará em você.”

Rey olhou-o, irritada “E quem disse que eu preciso de proteção? Eu posso cuidar de mim mesma!”

“Por que você não quer vir comigo?” era tudo que Kylo conseguia falar. Ele não queria soar como se estivesse implorando, mas ele honestamente não sabia mais o que dizer. Só precisava que ela fosse com ele.

“Porque eu não sou como você, Kylo. Eu não vou me curvar diante do seu horrível líder, diante desta tirania que destrói planetas” havia fogo nos olhos dela, “Eu prefiro morrer a sofrer uma lavagem cerebral e viver como uma escrava. Especialmente para alguém como Snoke.”

Por um momento Rey odiava a todos. A Primeira Ordem e a Resistência, mas principalmente Kylo Ren, por tornar tudo mais complicado. Ela detestava o fato de ter se metido no meio desse fogo cruzado que não a pertencia.

Kylo segurou as mãos dela entre as suas, numa espécie juramento. Ele não sabia como – ainda – mas encontraria uma solução “Ok. Você venceu. Sem Primeira Ordem então! Vou encontrar uma maneira que fique melhor para você. Eu juro!”

Rey concordou silenciosamente, enquanto apertava as mãos dele em resposta.

A campainha tocou estridente, cortando a crucial conversa.

Era o serviço de quarto trazendo as roupas limpas e secas. Ótimo, agora eles já poderiam sair para tomar um merecido café da manhã.

Tudo o que Rey podia ver assim que Kylo voltou a suas vestes escuras, era um homem sombrio e violento, mas totalmente inofensivo para ela.

Ambos trocaram um olhar cúmplice antes de atravessarem a porta, deixando atrás deles a evidência explícita do que fizeram aquela manhã.

*

Um café ficava no topo do edifício do hotel. Tinha uma vista panorâmica onde ostentava a magnífica paisagem da cidade dourada. Um alaúde Hapano tilintava pelo ambiente. As pessoas conversavam baixo naquela hora plácida da manhã.

Entre crumpets e chás, eles decidiram que comprariam uma passagem anônima rumo a um planeta distante. Distante o suficiente para que Rey ficasse em segurança. Longe dos olhos da Primeira Ordem e principalmente de Snoke. Kylo voltaria sozinho para a Finalizer para negociar o seu futuro com seu Mestre, garantindo assim sua paz.

Kylo desceu até a recepção para fechar a reserva e se informar sobre os próximos vôos, enquanto Rey terminava seu desjejum.

Seu passado humilde a impedia de deixar qualquer comida sobre a mesa, fazendo-a engolir cada último pedaço de fruta e bolo que colocaram na sua frente. Ela reconhecia o valor que um alimento tinha na vida dela, mas ela mal conseguia mastigar sem tirar os olhos daquele horizonte impressionante. Tão diferente de tudo que ela já havia visto.

Apesar da bela distração, a memória daquela manhã ainda a queimava por dentro.

Pensar que algumas horas atrás ela estava na cama com um dos homens mais temidos da Galáxia. O cheiro dele nos seus cabelos, o fluido em seu interior e seu corpo dolorido por cada forte investida era a prova disso.

Rey deixou o ar sair de seus pulmões ao voltar pra realidade. Aquilo era errado de tantas maneiras que ela nem sabia por onde começar.

“Eu não quero ser seu inimigo”

As palavras dele permaneciam ecoando em sua mente. Sua confusão era esmagadora, o futuro ainda mais incerto, mas Kylo encontraria uma solução. Ele prometeu.

Rey levava a xícara até seus lábios quando uma trepidação contínua fez as louças e lustres balançarem no mesmo ritmo, atraindo a atenção dela, que colocou a porcelana sobre a mesa, cuidadosamente. O chá oscilava em torno da vibração, formando pequenos círculos. As luzes do restaurante piscaram, gerando certo alvoroço entre os hóspedes que não sabiam o que estava acontecendo.

Mas ela sabia.

Ela reconhecia aquele fenômeno.

Rey levantou-se num pulo e foi até a janela mais próxima. Procurou desesperadamente qualquer sinal, mas não havia nada, a não ser os longos edifícios e o céu num degradê amarelo alaranjado à sua frente.

Alguém apontou para o horizonte, e, mesmo distante, era possível ver a silhueta de uma enorme nave em forma de punhal entre as nuvens douradas da manhã.

Uma sombra irrompeu, bloqueando a vista da janela, e logo, outra nave atravessava à vista de todos com um leve rumor hipersônico dos motores. Mais à frente, uma frota armada de TIE Fighters mergulhou da atmosfera superior com seus assovios gritantes, como aves de rapina com sede de sangue.

A Primeira Ordem!

*

Kylo estava saindo da recepção quando gritos vindos da rua, automaticamente, o fizeram olhar na direção do barulho.

Uma família entrou apressadamente em busca de abrigo. As crianças choravam agarradas aos seus pais. Outro grupo entrou se atropelando, um deles, aos prantos, gritou em alguma língua obscura. Kylo só conseguiu entender uma frase em meio ao turbilhão “A Primeira Ordem invadiu Cerinia!”

Os tendões em seu pescoço ficaram tensos como um cabo de reboque quando escutou aquilo. Então duas coisas passaram pela cabeça de Kylo: A Primeira Ordem o encontrou e não pareciam felizes. Eles estavam atrás de Rey.

Se a Primeira Ordem estivesse exclusivamente atrás dele, Kylo poderia lidar com isso diante de seu Mestre. Contudo, se a Primeira Ordem estivesse atrás dela também, então o melhor a se fazer seria levá-la para longe dali, antes que a encontrassem.

Isso adicionava mais um problema à equação, e um problema dos grandes.

Se eles não se entregassem, então havia a possibilidade do planeta ser completamente destruído. Isso não só seria um desastre para os dois, mas também para muitos inocentes.

Definitivamente era o pior cenário possível.

Seu olhar cortou na direção do elevador que estava se fechando. Sem pensar, ele usou a Força para manter o vão aberto, entrando logo na sequência. Ele tinha que chegar até Rey antes que…

*

Rey amaldiçoou-se por acreditar nele.

Foi sua própria ingenuidade que a fez pensar que eles estavam do mesmo lado, que poderiam dar certo. Não acreditava no que estava acontecendo. Não podia acreditar que Kylo havia mentido pra ela depois de tudo que eles… que eles… ah, mas que merda!

Ela correu pra saída, tinha que ir embora dali antes que aquele homem desprezível voltasse, mas foi só o tempo de passar pela porta para ouvi-lo correr atrás dela e sentir sua mão a agarrando pelo braço.

“Rey, o que você está fazendo?!”

Por um momento ela apenas olhou para Kylo. Seus olhos fulminando os dele, cheios de raiva e decepção, mas também havia medo. Ele podia sentir o temor vibrando através de sua ligação.

“Você não vai me levar com você!” Rey desviou-se, torcendo os ombros até desalojar as mãos dele, deixando Kylo aflito.

“Rey, eu não…”

Foi-se a garota tranquila que sorria docemente para ele aquela manhã.

“Você jurou que não ia me entregar para a Primeira Ordem!” Rey estava furiosa.

“Espere! Por favor, me escute.”

Ela parecia prestes a fugir novamente. Recuando alguns passos feito um animal perseguido.

“Rey, nós não somos inimigos!” Kylo tentava se aproximar dela novamente.

“Tente me levar até a Primeira Ordem e seremos inimigos novamente!”

A Jedi acionou o seu sabre de luz na direção dele. Depois de um momento Kylo fez o mesmo, principalmente porque ele não tinha certeza se ela realmente planejava atacá-lo. Houve uma histeria generalizada assim que ele ativou seu sabre vermelho. Estava ciente do medo que invocava entre as pessoas.

Antes que Kylo pudesse se explicar, ela o atingiu com a Força, arremessando-o no ar. O Cavaleiro rapidamente se recompôs sobre suas pernas, assumindo uma posição de combate, mas ela não estava mais lá. Ele olhou ao seu redor procurando por Rey em meio ao tumulto.

Mas ela já havia fugido.


Notas Finais


E foi-se o clima romântico e envolvente da manhã! :-P

Se Kylo soubesse a merda que o aguardava, ele teria chutado o balde com a Primeira Ordem assim que chegasse em Cerinia. Fugindo com a Rey para um planeta distante e arborizado para viverem felizes para sempre. Mas isso é uma fanfic né? E eles tem que sofreeeer! Muah-ah-ah! >:-D

Fiquei com pena da Rey que se sentiu usada. :-(


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