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História A Terceira Força - Espectros da morte.


Escrita por: hotside

Capítulo 33 - Espectros da morte.


Fanfic / Fanfiction A Terceira Força - Espectros da morte.

Os temidos Cavaleiros de Ren eram um grupo seleto, altamente treinado e bem disciplinado, formado por seguidores de Darth Vader. Posteriormente, foram condecorados pela Primeira Ordem como uma espécie de força de elite especial, tendo Kylo como seu mestre precedente.

Por um breve momento Kylo realmente pensou que seus Cavaleiros tinham vindo para apoiá-lo, mas sua esperança caiu por terra quando sentiu a onda de ódio vir deles. Só então se deu conta de que eles trabalhavam para Snoke o tempo todo.

Ah, as ironias da vida…

Eles já lutaram lado a lado, mas agora estavam ali para lutar contra ele. Kylo queria poder rir desta situação, mas sua tensão não permitiu.

“Eles nos viram” Kylo disse, enquanto os observava avançando pelas dunas encharcadas de Jakku.

“Será?” Luke se perguntou, então teve uma ideia “Ben, ative seu sabre!”

Sem pensar numa alternativa melhor, Kylo fez o que o tio sugeriu. A espada azul cintilante projetou-se a partir da empunhadura, faiscando suavemente com o contato da chuva. Fazendo com que toda a atenção das sombras se voltasse exclusivamente para ele.

Luke, sabiamente, manteve seu sabre desligado, permitindo assim manter-se incógnito na escuridão. O plano funcionou, e logo os seis homens seguiram até a luz azul.

Mesmo no escuro, Kylo conseguia distinguir cada um dos Cavaleiros pela sua silhueta: Monk, Sniper, Rogue, Armory, Heavy e Shadow. Todos adornados com suas máscaras e seus sobretudos pretos que chicoteavam ao vento.

Mas para Kylo, agora, eles eram apenas como um bando de abutres carniceiros. Suas próprias presenças eram um lembrete de todas as mortes que Kylo cometeu em nome de seu avô.

Estabelecer uma estratégia de ataque ali era complexo. Cada Cavaleiro lutava de uma forma, com uma técnica e uma arma diferente. Todos exaustivamente treinados, alguns até quase a morte – não recebiam este título à toa, os Ren eram letais como uma lâmina afiada.

Mas Kylo também era letal.

Percebendo que Kylo Ren trajava um manto Jedi, Monk, o atual líder do grupo, provocou-o. “Que infortúnio ver que o próprio assassino de Jedis curvou-se à esta doutrina de Luz!”

“Não me importo com o que pensa de mim!” Kylo rosnou.

Monk parecia determinado em depreciá-lo “Pois então, revogamos seu título, seu nome e seu poder como Cavaleiro de Ren, por descumprimento das normas de conduta da ordem. Em nome de Darth Vader. O mestre dos mestres.”

Kylo riu de escárnio “Eu não me tornei um Cavaleiro para fazer parte de um clube!”

Sinceramente, ele não se importava mais com merda de título nenhum. Para o inferno os Cavaleiros de Ren e seus malditos regulamentos. Kylo sabia que já tinha renunciado a eles no momento em que escolheu Rey. Apenas ela importava.

Três dos Cavaleiros o flanquearam, sem dizer uma palavra, no mesmo instante que um lampejo de luz brilhou no céu. Kylo estreitou seus olhos, premeditado o próximo movimento.

De longe, Sniper sacou sua arma de alta precisão, mirando exatamente onde Kylo estava. Ele pode perceber isso através do laser que atravessou a chuva, numa longa faixa vermelha.

Num movimento rápido das mãos Kylo puxou o rifle, jogando-a para longe, na escuridão do deserto. Depois de ser alvejado na Finalizer, Kylo não queria ser alvo de outro tiro tão cedo.

Um trovão ressoou, quando Sniper alcançou Kylo, atingindo-o com um soco. Aquilo não foi o suficiente para desestabilizá-lo, mas Kylo não pensou duas vezes, quando enfiou o punho do seu sabre entre as placas da armadura, acionando a luz que ultrapassou o abdômen do homem, feito prego num pudim.

O Cavaleiro de Ren gritou de agonia, indo ao chão, direto sobre uma poça – Kylo sinceramente não sabia se era uma poça de água ou de sangue.

Sem que esperasse, uma mão enluvada segurou firmemente o pulso de Kylo. Fazendo-o torcer o corpo, procurando se livrar do aperto.

Rogue tinha a habilidade de roubar a energia vital dos seus adversários, e ela apertou Kylo por tempo suficiente para que pudesse enfraquecê-lo momentaneamente.

Kylo sentiu um calafrio subir pelas pernas, mas conseguiu se livrar das mãos mortíferas, atingindo-a com uma cotovelada na clavícula. O golpe funcionou, e Rogue saiu da frente dele, dando uma mortal para trás. Kylo interrompeu a espalhafatosa acrobacia, forçando sua coluna ao meio com seu poder, fazendo a mulher desmoronar no chão, feito um brinquedo desarticulado.

Não demorou muito para que Monk surgisse de novo. Desta vez, girando seu bastão de guerra, feito um turbo hélice, na direção de Kylo. Ele era o mais velho entre os Cavaleiros de Ren. Sua alcunha de o monge vinha de toda tranquilidade que emanava enquanto matava seus adversários cruelmente.

Num movimento ágil, o homem esquivou-se do bloqueio de Kylo, atingindo-o com um súbito golpe entre as costelas.

Com a pancada Kylo tomou distância. Mantendo seu sabre em constante movimento, impelindo a aproximação do homem “Cadê aquele filho da mãe” Kylo pensou, já meio irritado, enquanto tentava localizar Luke. Sua respiração era pesada no peito. O fluxo de ódio crescendo dentro de si, fazendo-o se sentir um pouco fora de controle.

Mesmo com dor, Kylo se aproximou do Cavaleiro na intenção de derrubá-lo, golpeando-o nas pernas, porém Monk foi mais veloz, rebatendo com um soco certeiro nas costas de Kylo, que cambaleou sem ar.

O descuido custou caro, e rapidamente o Cavaleiro de Ren rendeu Kylo, apontando o bastão com uma lâmina pontiaguda no pescoço dele, no mesmo instante que um tiro zuniu pelo ar, num estampido. O segundo tiro não demorou muito, e escavou um sulco na areia, próximo o suficiente para que Kylo sentisse a areia salpicar em sua perna.

“Ah, não! Tiro não!”

Os olhos de Kylo foram da lâmina, para o rosto de Monk, e então desceram para seus joelhos. Não teve dúvidas quando chutou o homem bem na rótula, forte o suficiente para fazer Monk ir pra trás com a pancada. Kylo avançou num movimento, deslizando o sabre de Luz numa linha azul. O capacete negro, ou melhor, a cabeça do Cavaleiro de Ren, separou-se do corpo, rolando pelo chão arenoso.

Kylo não foi o líder daquele grupo à toa.

Nesse exato momento, a chuva engrossou, dificultando a visão.

Kylo estava afastando o cabelo molhado de seus olhos, na tentativa de enxergar o atirador no breu, quando outro disparo foi feito. Desta vez, atingindo-o pelas costas. Fazendo-o se virar, furioso, enquanto sua roupa ainda sapecava com o choque.

Ao longe, ele viu Armory, com todo seu arsenal bélico ao alcance de uma mão, fixando-o na mira novamente. Antes que seu dedo apertasse o gatilho, Kylo partiu seu blaster ao meio, num rápido movimento do punho, fazendo as peças soltas caírem no chão molhado.

Sem sua arma, o Cavaleiro de Ren correu até Kylo, determinado em entrar numa luta corporal.

Kylo não hesitou em usar a Força, para dominá-lo em meio à corrida. Mesmo dolorosamente paralisado, o homem conseguiu abrir as mãos trêmulas, só para mostrar um detonador térmico sendo ativado com o polegar.

“Merda!”

Kylo girou seu corpo, tentando minimizar possíveis danos, enquanto arremessava o suicida para o alto usando a Força. O homem explodiu no ar, iluminando toda a paisagem de laranja e amarelo, como um show de fogos de artifício.

O som da explosão ainda apitava em seus ouvidos, quando um movimento lateral chamou sua atenção pelo canto do olho. Ele teria sido partido ao meio, se não fosse pelo brilho que iluminou a ponta da clava de Heavy, que vinha, num impulso, na direção de Kylo. Ele habilmente desviou num giro, atingindo o homem com seu sabre no ombro.

Heavy era o mais forte entre os Cavaleiros. E isso ficou claro quando revidou, acertando Kylo com uma bofetada lateral. Fazendo seu mundo inteiro ficar de ponta-cabeça, enquanto ele caia de bruços sobre o chão molhado.

Kylo imediatamente virou-se de barriga pra cima, no instante que Heavy vinha como um bantha nervoso pra cima dele, mas… onde estava seu sabre? Ah, droga! Deve ter se perdido durante a queda!

Num gesto meio automático Kylo ergueu os braços, numa tentativa inútil de segurar toda aquela massa. Sem chances num combate corpo a corpo com o grandalhão, ele tentou segurar o homem com um braço só, enquanto sua mão tateava ao redor procurando o sabre caído.

Os dedos longos de Heavy encontraram o pescoço de Kylo e se fecharam ao redor dele. Agora era uma luta para tentar se livrar daquelas mãos maciças que apertavam sua garganta contra o chão. Ele engasgou, tentando respirar. Seus dedos desesperados na areia molhada. Nenhum sabre de luz.

Acima dele Heavy apertava sua traqueia. O homem gritava e gargalhava feito um louco. Kylo já estava quase ficando sem fôlego quando ele finalmente encontrou o que procurava. Conseguiu levantar sua mão na altura da têmpora do homem, para enfim, acionar seu sabre. O ar se acendeu ao lado do Cavaleiro de Ren. O mundo pulsou conforme um feixe de luz azul cortava seu capacete, chegando até o crânio que foi facilmente atravessado.

Tudo foi muito rápido. Kylo ainda estava se livrando do corpanzil do homem morto, quando uma linha lancinante de dor cruzou seu braço. Era Shadow, atacando-o com seu afiado machado ultrassônico.

As mãos de Kylo voaram para o braço ferido e logo ele estava no chão mais uma vez. Desarmado, molhado e sozinho. Kylo tentava empurrar sua raiva, buscando raciocinar uma saída, quando Shadow parou a poucos metros dele. Somente os olhos estavam visíveis dentro da armadura, e era uma expressão contorcida de dor.

Um sabre de luz verde brilhava no meio do peito do último Cavaleiro de Ren. Seus pulmões haviam sido perfurados. Shadow cambaleou, com as mãos tentando explorar o buraco que se abriu nele. Luke surgiu de trás, triunfante, desativando seu sabre e fazendo o corpo cair no chão.

Kylo ficou aliviado, mas muito aborrecido com toda a situação “O que você fez?”

“Salvei sua vida” o velho Jedi respondeu. Completamente sereno diante de sua agitação, talvez até um pouco brincalhão.

Kylo levantou-se, raivoso. O cabelo molhado colado na testa “Não! Você quase me matou! Onde estava todo este tempo? Procurando um banheiro??”

“Eu estava analisando sua luta, meu jovem” a voz de Luke era calma e controlada, naquele tom sapiente que tirava seu sobrinho do sério.

Kylo resmungou, enquanto apanhava seu sabre “Espero que tenha se divertido então, velhote.”

Naquele momento, Luke não parecia preocupado em questionar suas habilidades, entretanto, queria amenizar a frustração de seu sobrinho.

“Você é habilidoso e poderoso na Força, Ben. Fica claro vendo você lutar, mas precisa de orientação.”

“Orientação? A-hã. Certo! Era só o que me faltava” Kylo revirou os olhos.

“Isso foi um elogio” Luke rematou.

“Então dispenso.”

“Eu vejo em sua mente agora mesmo, Ben. Eu consigo sentir a sua raiva e seu medo. Você não vê?”

Kylo mordeu o interior da boca, desviando os olhos de seu tio.

“Ben, me escute pelo menos uma vez! São suas emoções que o levam a falhar. Você deve aprender a ter controle sobre si, antes de ter controle sobre seu poder.”

“Já ouvi esta lição antes” disse Kylo, impaciente.

“Então você não aprendeu nada” o Jedi balançou a cabeça, desapontado “Controle suas emoções. Concentre-se no seu poder e só então poderá salvar Rey!”

Kylo virou-se para Luke, numa expressão de desprezo “Você sabe que não acredito nesta bobagem Jedi, né?”

“É por isso que você falha, Ben.”

Kylo odiava aquilo. Odiava ainda ser visto como um Jedi pelo tio “Através das minhas emoções eu ganho mais Força! Só assim alcançarei meu poder máximo para destruir Snoke e salvar Rey!”

Luke suspirou, procurando a santa paciência dos antigos Mestres. Ele era incapaz de lutar contra a teimosia monumental de seu sobrinho, que, nitidamente tinha muito do fervor de Vader correndo em suas veias.

*

Ambos continuaram seguindo pelo caminho, agora livre.

Para o alívio de ambos a montanha era bem visível, apesar da chuva. Uma frágil luz brilhava oscilante na cavidade dela, onde supostamente seria a entrada. Uma fenda se estendia entre as paredes escarpadas. A barreira que antes selava o local estava destruída, numa bagunça de pedras. Um claro sinal de que alguém já tinha passado por ali à pouco tempo.

Ambos encararam a abertura com uma desconfiança desagradável “Vamos entrar” Kylo disse, inquieto, tomando a dianteira.

Luke, no entanto, ainda não parecia tão certo. Como se tentasse decidir se entrar pela única porta fosse a melhor escolha, ou se estariam indo rumo a uma armadilha “Você tem certeza disso?”

“Não” Kylo suspirou “Mas só existe uma maneira de saber, não é mesmo?”

Um largo poço escavado estava logo adiante, de formato espiralado, como um parafuso. Marcas de escavações do tempo do Império. Uma escadaria de ferro circular, parafusada entre as estruturas, levava até o interior da montanha, cerca de quinhentos metros pra baixo. Rumo ao exomanto de Jakku.

Luke reclamou, enquanto descia os primeiros lances “Tantos degraus e nenhum elevador. Francamente… os Sith já foram melhores que isso.”

“Quem vê, pensa que naquela ilhazinha ultrapassada que você escolheu para se esconder, não tinha nenhuma escada, né?” Kylo disse isso, acelerando o passo, em provocação.

Seu tio só fungou em resposta. Ele não tinha mais idade para estas ousadias.

Neste nível, o som ininterrupto da chuva já não era audível, exceto pelas trovoadas.

Mais alguns metros abaixo, o ambiente já mudava drasticamente. Proteções de aço se erguiam do chão, numa aparência fortificada. Ao longe, mais como uma vibração do que como um som, um zunido ressoava pelas colunas de sustentação do grande túnel. Agora, a íngreme descida se estendia rocha adentro, numa combinação sofisticada de metal e rochas, tornando-se um grande saguão. Era uma verdadeira fortaleza, cravada no coração de Jakku.

Os passos ecoavam no amplo ambiente. À direita deles, havia uma porta, que levava até uma sala demarcada como Lab 01.

Lá dentro havia – o que aparentava ser – uma estação de pesquisa. Com vários decks de monitoração. Todos desligados. Os computadores não eram nada parecidos com os que já tinham visto. Sem teclados, apenas uma bolha convexa lisa, na frente de uma holotela verde. Era tudo muito avançado, ou até mesmo muito antigo para ser reconhecido.

Havia também projetos esboçados, anotações, prévias em escala reduzida… o local parecia inativo, a julgar pela camada de poeira que cobria o ambiente.

“Isso é estranho… Porque este laboratório está abandonado?” Muitas perguntas vinham até Luke, mas Kylo tinha um palpite.

“Não foi abandonado, foi temporariamente interrompido” ele comentou “Talvez porque ainda não tivessem encontrado um receptáculo poderoso o suficiente.”

Era de conhecimento geral que Darth Sidious tinha interesse nesta região de Jakku, embora ninguém soubesse seus reais motivos, porém a resposta estava ali, debaixo do nariz deles. Sidious estava atrás do conhecimento de Plagueis.

Ambos voltaram para o saguão de onde vieram, e entraram na sala esquerda desta vez, denominada Lab 02. Onde outra estação de pesquisa, igualmente grande, se abria.

Nesta sala, havia mesas hospitalares e prateleiras com todo tipo de materiais. Tubos de ensaio, beckers, balões de fundo chato, condensadores, centrífugas, bisturis, pinças… Aquele laboratório cuidadosamente equipado, que poderia facilmente incluir uma grande equipe de cientistas, médicos e engenheiros, estava incontestavelmente vazio. O que tornava tudo ainda mais bizarro.

“Venha ver isso aqui” Luke chamou, seu tom de voz era preocupante.

Dezenas de tanques de vidro, cheios com algum tipo de líquido de conservação, estavam dispostos lado a lado. Onde corpos e fetos humanos boiavam conectados a umbigos mecânicos. Em diversos estágios de desenvolvimento. Uma cena estarrecedora.

“Você acha que isso tem alguma relação com o projeto de imortalidade de Plagueis?” Kylo perguntou, meio nauseado.

“Não só acho como tenho certeza” Luke concluiu, desviando os olhos.

Bastou aquilo para ligarem os pontos, e entenderem o que estava acontecendo. Snoke não estava ali para se esconder da Resistência. Ele tinha retornado ao seu laboratório na intenção de finalizar seu ambicioso projeto definitivamente.

Kylo só desejava que não fosse tarde demais para Rey.


Notas Finais


Ok, praticamente o capítulo todo foi o Kylo lutando com os Cavaleiros de Ren. Ficou maior do que eu imaginei, mas são seis cavaleiros né? Não tinha como ser rápido mesmo, hehe.

Luke ainda tenta por alguma coisa na cabeça do seu ex-padawan rebelde, mas Kylo não quer nem saber deste papo Jedi. Que teimosia!

Quando eu escrevi esta fanfic (lá por volta de 2017) pouco se sabia sobre os Cavaleiros de Ren, os nomes vieram de algumas breves descrições sobre eles que vi num art book. Os nomes oficiais seriam: Kuruk, Vicrul, Ushar, Cardo, Trudgen e Ap'lek.


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