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História A Terceira Força - Posso sentir sua Luz.


Escrita por: hotside

Capítulo 38 - Posso sentir sua Luz.


Fanfic / Fanfiction A Terceira Força - Posso sentir sua Luz.

Rey não conseguia respirar.

Ela tinha quase certeza de que estava sonhando, mas o som do seu coração, batendo dentro do seu peito, certificava a doce realidade.

Sua saudade era agridoce. Um misto de felicidade e tristeza, mas logo estes sentimentos foram substituídos por uma pequena, mas relutante dúvida.

Quem estava dentro daquela aeronave?

A dúvida de Rey era pertinente. Uma vez que Snoke poderia muito bem ter se apossado do corpo jovem e forte de Kylo.

A shuttle deu a volta pela montanha, espantando os pássaros que ali estavam. Fez uma manobra suave, pousando no descampado, sem grandes problemas.  O som das turbinas diminuindo gradativamente, num longo assovio, fazendo a poeira rodopiar pelo chão.

Rey observou tudo, entorpecida.

Finalmente um som metálico, e uma rampa desceu da fuselagem lisa da nave, entre vapores expelidos no ar fresco. Uma figura de negro desceu imponente pela rampa.

Era ele!

A expressão de Rey se abriu, como uma nuvem saindo da frente do Sol depois de meses de inverno. Kylo estava ali, em carne e osso, e tudo que Rey conseguia fazer era olhar para ele.

A vontade dela, naquele exato momento, era de correr e se jogar nos braços dele, de sentir o seu cheiro e a maciez de sua boca, e fazer desaparecer toda sua solidão. Porém, seu ceticismo a manteve no lugar.

Kylo Ren trajava a mesma túnica Jedi que usava naquele dia em que… ah, Rey queria esquecer aquele dia! O som das botas, pisando firmemente sobre os cascalhos, deixava-a com a certeza de que pelo menos ele não era uma alucinação.

O Cavaleiro parou à distância de um passo de Rey, que continuou analisando-o com cuidado. O espanto nos olhos dela era algo tão tangível, que Kylo poderia até mesmo banhar-se nele.

Um momento de silêncio se estendeu, porém, a resposta para a dúvida de Rey estava bem ali, entre os dois, correndo como um riacho. Era a Sombra de Kylo, que mesmo sem o vínculo, ela conseguia sentir.

“Eu fecho meus olhos, e posso sentir sua energia me chamando” Rey disse, num fio de voz.

Ela quase queria chorar com aquilo, então Kylo deu um passo adiante, inclinando-se para envolver seus braços ao redor dela. Abraçando-a fortemente, apenas para que Rey soubesse que ele era real.

Imediatamente, as lágrimas começaram a escorrer pelas bochechas dela, mas não era um choro de lamento. Não! Eram lágrimas de alegria. No dia que o deram como morto, Rey se sentiu eviscerada, como se faltasse uma parte dela. Agora, sentia-se completa novamente.

A Força tinha dado outra chance para Kylo.

Ele estava vivo!

“Não chore. Eu voltei” ele sussurrou em seu ouvido “Eu estou aqui…”

Kylo disse isso quase como um pedido de desculpas. Ele não fazia ideia se isso realmente a confortaria, mas era tudo que ele poderia oferecer naquele momento.

Rey sorriu contra seu peito, os braços ao redor do corpo forte de seu Cavaleiro. Ousando sentir seu cheiro. Seu calor. Não era mais um sonho. Ele voltou.

“Senti tanto a sua falta” Rey engasgou, buscando conter as lágrimas “Achei que nunca mais o veria novamente.”

A palma de Kylo se moveu para embalar a cabeça de Rey. Ele a segurou durante o tempo todo, enquanto Rey soluçava. As palavras de conforto nunca foram seu ponto forte. Ele queria dizer tantas coisas, mas elas não vieram.

“Você está bem?” Rey finalmente perguntou, arqueando o pescoço para encontrar o calor dos olhos dele.

Kylo soltou um suspiro. “Agora posso dizer que sim!”

“Todos nós pensávamos que… que você tivesse…” a voz de Rey era quase inaudível, ela tinha até medo de dizer as palavras.

“Esqueça isso. Eu estou bem. Estou aqui…” Kylo reforçou, plantando um beijo no cabelo dela.

“Mas… nossa conexão… ela desapareceu! O que houve?”

Kylo acariciou o rosto de Rey, secando suas lágrimas com o polegar “Nosso vínculo foi forjado por Snoke e… ah Rey, é uma longa história! Mas no momento em que eu o matei, nossa conexão também se foi.”

“Então você conseguiu matar Snoke sozinho? Jakku explodiu! Como conseguiu escapar? Onde esteve todo este tempo?” Rey parecia uma metralhadora. Eram tantas perguntas que ela nem sabia por onde começar.

“Quando Snoke se recompôs osso por osso, eu percebi que ele estava usando o núcleo de Jakku como uma extensão de sua energia vital. Aquela energia extra permitia que ele ficasse forte o bastante para se recuperar, mas sem perder seu poder. Sabendo que era uma fonte limitada, eu tive que concentrar toda minha Força no núcleo, desestabilizando-o, até ter certeza que o planeta estava à beira de um colapso. Impedindo que Snoke se regenerasse durante a última luta.”

Rey arregalou os olhos, mas Kylo ainda não tinha terminado sua epopéia.

“Mesmo exausto e ferido, eu consegui chegar até a minha nave antes do planeta ruir. Foi só o tempo de ativar o piloto automático, para desmaiar de esgotamento. Aparentemente, os meus esforços foram demasiado intensos para meu corpo. Fui encontrado desacordado por alguns contrabandistas, que avistaram minha nave à deriva em algum ponto da Orla Exterior. Os homens se compadeceram da minha situação, levando-me para um planetóide, sob os cuidados do curandeiro local. Disseram-me que fiquei inconsciente por cerca de três meses. Assim que despertei do meu torpor, contei a eles quem eu era. Sendo filho de Han Solo, permitiram-me ficar com a nave. Em troca eu passei a localização da carcaça da Finalizer, que com certeza traria mais lucros que a minha shuttle de comando, e… bom, aqui estou eu!”

A expressão de Rey escorregou de admiração, para espanto e então raiva, e logo começou a estapear os ombros de Kylo com vontade “Seu doido varrido egoísta e orgulhoso, tem ideia do quanto sofri? Estou muito brava com você. Porque lutou sozinho?! Olha o risco que você correu, podia ter morrido! Por que fez isso?! Te odeio, te odeio!”

Kylo apenas ria diante da síncope de fúria de Rey. Erguendo suas palmas para cima, em sinal de trégua “Primeiramente, quero dizer que você tem razão.”

Rey interrompeu o próximo tapa no ar, para então cruzar os braços, consternada “Eu sempre tenho razão!”

“Mas eu fiz isso porque, às vezes, fazer a coisa certa nem sempre significa seguir em linha reta” – Kylo não sabia por quê, mas ao dizer isso, lembrou-se de seu pai – “E eu também fiz isso porque amo você, Rey. Eu sabia o quanto seria perigoso, então eu jamais poderia permitir que corresse este risco comigo.”

Rey deu de ombros. Desarmada. “Assim mesmo você continua sendo um doido varrido egoísta e orgulhoso, mas que eu amo!”

Kylo passou a mão pelo cabelo, presunçoso “Eu sei.”

“Não fique se achando!” Rey revirou os olhos “De qualquer forma foi uma atitude estúpida.”

“E eu faria toda esta estupidez novamente se fosse preciso, Rey. Para estar com você ao meu lado. Aqui. Hoje.”

Kylo correu as costas dos seus dedos pelo rosto de Rey, e então, do nada, afastou-se. Deixando-a preocupada com a repentina mudança de humor “O que houve?”

O semblante de Kylo fechou-se, inquieto, como se pressentisse algo “Tem mais alguém aqui. Eu sinto isso. Você está acompanhada?”

“N-não… por quê?” A pergunta era estranha para Rey, que estava sozinha na ilha desde que chegou.

“Eu sinto… eu sinto outra presença…” Os olhos se Kylo se estreitaram, numa linha fina e desconfiada. Suas mãos voaram no sabre, diante do perigo eminente. A energia não era de todo desconhecida, o que tornava tudo ainda mais assustador.

Rey olhou em volta, procurando qualquer sinal.

Será que alguém a espionou todo este tempo? Como ela não percebeu isso antes? Se a presença passou incólume, só poderia ser alguém que não queria ser descoberto, escondendo sua Força presencial. Droga!

O pensamento fez sua espinha gelar.

Ela também não poderia descartar a hipótese de que alguém seguiu Kylo até Ahch-to e… Rey balançou a cabeça quando se deu conta, o riso preso nos lábios apertados.

Era óbvio que tinha outra presença ali!

A realidade da situação fez Rey explodir numa gargalhada, deixando Kylo atônito.

Calmamente, Rey pegou a mão dele, levando-a até sua barriga, ainda muito discreta “Kylo, a outra presença que você está sentindo… é o nosso filho.”

“Nosso… filho…” Kylo repetiu, na tentativa de absorver melhor aquela informação. Ele ficou surpreso, e até mesmo nervoso, quando ficou ciente da presença daquela nova vida. Como isso foi acontecer? Ah, claro, ele não precisava de muito esforço para se lembrar.

No fim, o seu tio, aquele velho sabichão estava certo! Rey estava grávida, e Snoke queria o fruto desta união para concluir seu plano de imortalidade!

Agora, Kylo reconhecia aquela energia pulsante e familiar. Era a mesma que ele sentiu na Finalizer, quando invadiu a mente de Rey. Seu filho era tão forte na Força que usou o próprio poder, ainda latente, para protegê-lo.

Então a surpresa deu lugar à insegurança, que se estendeu sobre seu coração, como um eclipse. Esta criança trazia fantasmas de sua própria infância cercada de medo e solidão. O receio dele ser alvo de algum possível Lord Sombrio no futuro, ou… não, não! Kylo empurrou este medo, e jurou para si que seu filho não teria o mesmo destino que ele.

“Isso é… isso é maravilhoso Rey…”

Sem que Rey esperasse, Kylo se agachou. Seus joelhos diretamente sobre o chão, estendendo seu braço até encontrar a mão dela.

Os olhos dele numa súplica, quando pronunciou:

“Eu. Kylo Ren. Nascido Ben Solo. Príncipe da casa Organa. Herdeiro de Anakin Skywalker. Mestre dos Cavaleiros de Ren. Supremo Líder da Primeira Ordem. Lord Sombrio. Imperador da Galáxia e Destruidor de planetas” Kylo citou este último com um floreio na voz “Consagro você, Rey, a catadora mais habilidosa de Jakku, a última Jedi, mãe de meu filho e dona do meu coração, a se tornar minha Imperatriz. Juro que estarei sempre à sua frente, honrando e a guiando pelos caminhos da Força e…”

Rey imediatamente puxou sua mão, agitando-a no ar “Não, não, não! De forma alguma!”

Kylo não estava preparado para aquela resposta anticlimática. Seus ombros caíram, quando se levantou “Por quê? O que foi que eu fiz desta vez?”

“Porque você jamais deveria ficar à minha frente, Kylo! Nosso lugar é lado a lado. Unindo nossas Forças. Lutando juntos pela paz e pela liberdade. Como seu avô sonhava.”

“Terminando o que ele começou…” ele enfim sorriu.

Naquele momento, eles sentiram que não estavam apenas juntos, mas que eram um só, e que nunca mais seriam separados.

Saindo de onde estava, Kylo se inclinou lentamente sobre Rey, tomando o rosto dela entre as mãos, para mergulhar num intenso e persistente beijo, longo e cheio de necessidade. Rey retribuiu, antes mesmo dele se afastar, apagando toda a tristeza do seu coração, através dos lábios quentes dele.

Então, ali mesmo, no chão, eles selaram os votos desta união.

Tendo somente as estrelas como testemunhas.


Notas Finais


Sim, Kylo Ren está vivo e voltou!!! <3

Estes dois ainda vão acabar pegando uma gripe por causa deste fogo todo viu! Ao invés de irem pra cabaninha e matar a saudade, não! Ficam ali, tomando friagem. Francamente... X-D

A frase "As vezes, fazer a coisa certa nem sempre significa seguir em linha reta" foi o primeiro conselho que Han Solo deu para Kylo, quando ainda era um bebê. Isso tem no livro Aftermath: Empire´s End.


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