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História A Terceira Força - Dança fúnebre.


Escrita por: hotside

Capítulo 8 - Dança fúnebre.


Fanfic / Fanfiction A Terceira Força - Dança fúnebre.

Hux se encontrava na sua sala restrita, digitando ordens de missão para seus soldados, que estavam espalhados através de vários fuso-horários da galáxia. O seu comunicador vibrou, enunciando em vermelho: Phasma.

O general parou tudo que estava fazendo, molhou seus lábios com a ponta da língua, enquanto girava sua cadeira na direção da janela que vislumbrava as estrelas. Atendeu a ligação.

“General Hux, falando.”

A voz da Capitã soou abafada do outro lado “Bom dia General.”

“Algum parecer sobre o paradeiro de Ren?” Hux inquiriu, com impaciência. Só havia uma notícia que ele queria ouvir, e foi justamente a que ele escutou.

“Kylo Ren sumiu do nosso radar.”

Hux sabia o que aquilo significava. Kylo Ren tinha sido eliminado, e agora seu caminho estava livre para seu exército.

O General sorriu discretamente, numa alegria contida. Endireitou-se na cadeira, alinhando-se dentro de sua farda, enquanto congratulava Phasma pelo sucesso de sua missão.

“Parabéns, Capitã. Uma honra trabalhar ao seu lado.”

“Ao seu dispor” respondeu Phasma, com toda a lealdade ao seu General.

Hux abriu um novo arquivo em seu datapad, onde começou a digitar um improrrogável memorando interno, informando a toda Primeira Ordem sobre a fuga do traidor.

*

Kylo e Rey permaneciam dentro da nave avariada.

Eles continuavam vivos. Considerando o ataque que haviam sofrido, isso era quase um milagre. Felizmente a blindagem da shuttle de Kylo garantiu a proteção deles durante a ofensiva, mantendo-a inteira o suficiente para continuar segura, mas não inteira o suficiente para operar.

A imponente nave tornou-se apenas uma lata de aço inútil.

Kylo teve que engolir o orgulho quando decidiu contatar Hux, na expectativa dele enviar algum apoio aéreo, mas o comunicador não emitia alguma estática. Do outro lado só silêncio.

Ele socou o painel com o lado do punho, soltando urros de frustração. Começou a andar impaciente de um lado pro outro, como um animal enjaulado, para enfim afundar em sua poltrona, desconcertado. Kylo estava desperto a mais de quarenta e oito horas, sua energia tinha se esgotado há tempos. Isso só servia para deixá-lo ainda mais irritado.

O Cavaleiro tirou seu capacete, passando os dedos nervosamente pelas mechas laterais de seu cabelo, enquanto tentava lutar contra o cansaço, racionalizando alguma saída para aquela situação absurda.

Rey estava do outro lado, ainda presa em sua cadeira. Seus pulsos doíam. A esperança de que a Resistência estava em sua busca acabou no momento em que a nave foi bombardeada impiedosamente, selando seu destino com o dele dentro daquele túmulo blindado espacial.

Ela não via como aquilo poderia acabar bem.

Ou poderia.

Se existia alguém ali capaz de consertar a nave, este alguém era ela, mas Kylo não sabia disso. Rey tinha uma boa noção de mecânica, graças a sua regressa vida em Jakku como sucateira. Talvez com um pouco de empenho ela conseguisse fazer a nave ter autonomia o suficiente para chegar num planeta mais próximo. Em solo ela poderia encontrar uma maneira de entrar em contato com a Resistência ou até mesmo fugir dele!

O plano era perfeito! O problema seria convencê-lo.

De sua detenção Rey só conseguia ver Kylo Ren de costas. O brilho vermelho das luzes de emergência iluminando aqueles cabelos escuros que desciam até o pescoço. A Jedi ficou um pouco inquieta por ele ter tirado a máscara. Era mais fácil agir pensando em Kylo como uma criatura inexpressiva. Ela não conseguia imaginar como alguém com um rosto humano pudesse fazer todas as coisas que ele já fez.

“Se socar o painel ajudasse em alguma coisa, esta nave já estaria funcionando há horas” Rey arriscou, de forma perspicaz.

Kylo não respondeu.

“Se sua intenção é morrer aqui, então acho que seria mais eficiente usar um sabre” ela continuou com sua provocação “Se quiser, pode usar o meu sabre.”

Rey reparou que ele estava apertando o braço da poltrona com suas luvas de couro, fazendo um scratch entre seus dedos. Impaciente, ele a respondeu, sem ao menos se dar ao trabalho de virar em sua direção “Talvez eu devesse arrancar sua língua para aprender a calar esta boca.”

Isso! Ele mordeu a isca.

Rey debochou da ameaça atroz dele “Ok então! Esta boca aqui não vai te dizer o que precisa fazer para que esta nave volte a funcionar.”

Kylo permaneceu em silêncio.

Ela percebeu que os dedos dele relaxaram no punho. Seu perfil atento. “E porque eu deveria acreditar em você, Sucateira?”

“Oras, justamente porque eu sou uma sucateira!” ela riu da ironia do destino “Livre-me destas travas e eu poderei provar que sei o que estou dizendo!”

Kylo a olhou num misto de surpresa e ceticismo. Parecia ponderar a proposta dela. Ele ainda não tinha cogitado esta opção. Com poucas alternativas disponíveis para sair dali, ele tinha que se arriscar. Naquela altura do acontecimento ele não tinha nada a perder, e se ela de fato conseguisse arrumar a nave, bastava prendê-la novamente e seguir para Finalizer. Simples.

Girando a cadeira na direção de Rey, Kylo levantou-se e andou até ela. Tão vagarosamente que era como se ele tivesse todo o tempo do universo.

Com a penumbra Rey não conseguia vê-lo com clareza. Isso mudou quando ele chegou bem na sua frente, abaixando-se sobre os calcanhares, ficando na mesma altura de seu rosto. Kylo a observou por alguns segundos. Ódio e admiração se digladiando dentro dele.

Ela. Uma Jedi. Olhos verdes furiosos. Sardas salpicadas em um rosto suave, emoldurado por um cabelo castanho preso em três coques, meio solto e revolto.
Ele. Um Cavaleiro. Olhos castanhos profundos. Uma longa cicatriz atravessando o lado direito do seu rosto anguloso parcialmente oculto pelo cabelo farto.

Num movimento rude Kylo apoiou suas mãos espalmadas em cada lado, ficando tão próximo ao rosto dela, que Rey conseguia sentir sua respiração quente contra a pele.

“Se você estiver mentindo pra mim, eu a torturarei tão cruel e lentamente nesta cadeira, que vai desejar ter morrido na boca de algum sarlacc” Kylo frisou, sendo tão mordaz quanto poderia.

Rey entendeu o recado, sem assombro, movendo a cabeça em sinal positivo.

Kylo ergueu-se e com um movimento as travas mecânicas destravaram com um click.

Com os braços finalmente livres, Rey logo se pôs a massagear os pulsos doloridos e vermelhos. Olhou para seu algoz uma última vez antes de se levantar, e então foi até a cabine, parando assim que chegou diante do console totalmente apagado.

“Preciso de luz aqui” Rey anunciou, deixando Kylo insatisfeito com seu tom de voz autoritário.

“Eu achei que fosse me trazer soluções e não mais problemas.”

Rey bufou com a falta de noção “Eu posso enumerar algumas coisas que consigo fazer no escuro, mas manutenção não é uma delas.”

“E como você espera que eu resolva isso?” Kylo já estava se arrependendo de ter soltado a Sucateira.

Rey apontou com o queixo na direção do seu sabre de luz, que repousava na cintura dele “Acredito que isso ilumine o suficiente.”

Desconfiando ser parte de algum estratagema, Kylo foi ligeiro ao pensar numa alternativa. “Aqui está. Meu capacete está equipado com visão noturna. Acredito que sirva para o seu propósito.”

Rey tomou o capacete das mãos dele, encaixando-a sob a cabeça. Ela riu ao imaginar o quanto deveria estar ridícula dentro daquilo. Sua risada saiu naquele tom ameaçador e ruidoso através do modulador de voz. O que a fez rir mais ainda.

Kylo achou que com a máscara ficaria mais fácil lidar com ela, sem sua beleza para instigá-lo, mas o que aconteceu foi pior. Ela era adoravelmente irritante.

“Vamos Sucateira, ande logo com isso!” ordenou o Cavaleiro.

*

Poe estava liderando a patrulha da Resistência, que estava a caminho de Ahch-to, quando recebeu o pedido de ajuda de Rey.

Sua última frase “Preciso de reforços!” foi num tom urgente e desesperado, porém sem maiores detalhes. O que se seguiu depois foi um silêncio estático. Nenhuma resposta às tentativas de retorno. Não sabiam o que esperar até então.

Antes de perder contato, Poe conseguiu capturar parte do rastreio de Rey. Com base nestes dados, a equipe conseguiu calcular uma coordenada aproximada de onde ela possivelmente estava. Uma parte da frota seguiu para Ahch-to, a outra deu início a uma triangulação, na tentativa de esbarrar com qualquer pista dela.

E nada.

Um pequeno ponto luminoso, porém, cintilou fora do campo de visão de Poe, que se distanciou da frota para verificar. O objeto flutuava à deriva pelo espaço, cercado por pequenos fragmentos, numa espécie de dança fúnebre.

Poe reconheceu o que, antes, era a aeronave de Luke. Onde Rey estava a horas atrás.

Numa calculada aproximação, ele pôde ver que a nave estava completamente destroçada. Parte de sua fuselagem tinha se partido, expondo todo seu interior. Impossibilitando qualquer pessoa de permanecer viva ali dentro.

Seja lá o que tivesse acontecido, eles não chegaram a tempo de salvá-la.

Poe engoliu um seco quando pegou seu comunicador, dirigindo a palavra à General Organa, que aguardava aflita do outro lado da linha.

“General, aqui é Capitão Poe. Perdemos Rey.”


Notas Finais


Desta vez, Kylo teve que dar o braço a torcer né? Rey manja mais de mecânica que ele! Garota esperta!


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