- Sim, na Terra do Nunca você vai fazer parte do meu grupo, o grupo dos garotos perdidos! - Peter conseguiu, já estava com João em suas mãos.
Eu fico irritada, vendo aquele garoto roubar meu irmãozinho lentamente, e Peter vendo isso, parece se divertir. Não posso permitir que ele se vá.
- João, você vai mesmo deixar o papai, a mamãe e eu? - eu também me agaixo, apelando para a arma mais forte desta disputa, o amor - O que eu vou dizer a eles? Que você nos abandonou?
- Eu não quero que mamãe e papai fiquem tristes, muito menos você… - João se volta para mim, sentindo remorso.
Observo atentamente a reação de Peter, ele ficou intrigado, eu conseguia ver em seu rosto, que ele parecia pensar em algo para trazer João de volta.
- Decida… - Peter nos interrompeu, ele não queria que eu dissesse algo que mudasse mais o pensamento de meu irmão - Você prefere ficar aqui e crescer, ter que seguir regras, ou…
- Deixar sua família para trás, somente para ter algo que não precisa para ser feliz? - eu continuei a frase de Peter, de forma que as duas decisões, os dois lados, o meu e o dele, ficassem juntos na mesma frase.
Imaginei que na mente de João, a escolha a tomar já estivesse clara, eu não pensei que ele poderia dizer aquilo.
- Eu quero ir, - vi os olhos de Peter se encherem de alegria, e os meus de tristeza, mas… - Mas só se Wendy for!
Eu fico confusa, João tentará achar um meio termo? Não sabia se ficava feliz ou…
- Olha… Primeiro, pergunte a ela, se ela quer…. - Peter se levanta, cruza os braços e olha para mim, impaciente por uma resposta.
- Wendy, você vai? Não vai? - João puxa meu braço, quase implorando.
- Eu… - vejo Peter mostrar um sorriso, ele achava que eu não ia aceitar, era oque ele queria. Obviamente não era esta minha decisão - Eu vou!
- Ebaa! Como vamos? - meu irmão, ansioso, me faz perceber a importância de minha escolha para ele, isso me deixa feliz.
- Voando! - Peter ainda parece surpreso com minha resposta, mas responde João normalmente.
- Voando? - eu o questiono.
- Voando? - João pergunta junto a vários pulos de alegria.
- Sim! - Peter pega um pequeno saco, antes preso em sua cintura - Só precisam de um pouco de posinho mágico, e pensamentos felizes!
- Isso soa tão… - eu me tento a fazer um comentário, mas sou interrompida por João.
- Incrível! - ele começa a me sacudir pelo meu pijama.
- Venha cá João! - Peter abre o saquinho e joga cuidadosamente o posinho sobre a cabeça de meu irmão, espalhando por todo seu corpo.
- Uau que brilhante! - João fala, admirado.
- Sua vez, Wendy… - que estranho, esta é a primeira vez que Peter fala diretamente comigo, não vou me acostumar tão cedo.
- Certo… - Eu me aproximo, de forma ainda duvidosa.
- Prontinho! - Peter fala de forma infantil, será que ele fala assim para as crianças se sentirem mais a vontade? Me pergunto se ele seja normal… ele voa, né? Isso já é uma boa dica…
- E agora? - eu pergunto para Peter, que aponta a mão para João.
- Olha só Wendy! - João começa, lentamente a flutuar.
- Muito bem João! - Peter o encoraja, e então se vira para mim, e também começa a voar - Agora só falta você, Wendy…
- Pensamentos felizes… - eu fecho os olhos, sorrindo com algumas memórias, se era isso que tinha de ser feito, eu já havia conseguido - Pensamentos… Woah!
- É isso aí Wendy! - João se anima com minha vitória, eu já estava voando.
- Estão prontos? - Peter sai pela janela e nos aguarda do outro lado.
- Eu já! - João o segue, enquanto olha para baixo, já fora do quarto - Nossa!
- É muito alto, não? - eu me assusto ao olhar para baixo.
- Sim, bem alto! - Peter parecia tentar me fazer desistir de ir com eles - Porque? Alto de mais para você?
- Não! Está tudo bem… - eu o respondo com dificuldade.
- Ótimo! - Peter diz, indiferente - Agora me sigam e mostrarei o caminho.
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