História A Thousand Hands - Taking Care of Her Hangover

Entrei no quarto de Camila com ela no colo ainda, e o quarto dela era diferente do que eu esperava; as paredes eram amarelas claras, havia um closet ao lado da porta, uma mesa com um notebook encostado na parede ao outro lado/frente da porta, uma cama box grande encostada na parede de frente pra porta e na lateral, ficando de frente pro closet, em cima da cama tinha umas prateleiras pretas, com alguns livros, uns cds, pude ver o do Ed Sheeran e Arctic Monkeys, na parede do lado tinha três quadros moldados de preto com fotos e ao lado da cama tinha uma cadeira com o violão que tinha comprado pra ela em cima. Eu a coloquei na cama por cima da colcha mesmo, tirei os sapatos dela respingados de vômito e fiquei olhando pra ela, pensando no que fazer. Escutei algo vibrando e vinha do bolso dela, a virei pro lado e peguei o celular, olhei a tela e uma tal de Clara Aguilar estava ligando pra ela. Pensei se atendia ou não, mas resolvi atender pois a pessoa insistia muito. Sentei na ponta da poltrona onde estava o violão e atendi.

– Alô?

– Alô Camila, que palhaçada foi aquela?

– Desculpa? — disse com um carão que a pessoa não poderia ver.

– Aquela mulher aparecendo no bar do nada, me batendo e você ainda sai com ela.

– Ah. — disse rindo — Então é você, Clara né? — era a garçonete.

– Que?

– Eu sou a garota que socou sua cara, muito prazer, Lauren Jauregui.

– O que você está fazendo com o celular da Camila?

– Eu estou com ela, não ligue mais, tchau.

Desliguei na cara dela, deixei o celular da Camila em cima da mesa do notebook e sai do quarto. Bati na porta da Dinah.

– Dinah? — disse baixinho.

Uns cinco minutos depois ela abriu a porta enrolada num lençol e só colocou a cabeça porta à fora.

– Ei Lauren.

– Desculpa incomodar, mas onde ficam os lençóis da Camila?

– Ah, na parte de cima do closet dela, pode pegar qualquer um.

– Ah, obrigada. — ia saindo mas voltei — Ahn, mais uma coisa.

– Sim?

– Algum problema se eu dormir aqui hoje? Só pra cuidar dela?

– Não, claro que não, tudo bem.

– Obrigada Dinah, e desculpa qualquer coisa.

– Tudo bem, branquela.

Eu semicerrei meus olhos pra ela e a gente riu brevemente. Voltei pro quarto de Camila e fechei a porta. Abri o closet e dei uma olhada rápida nas roupas dela, mas sem fazer bagunça, olhei pra cima do closet e vi um edredom dos minions, ri com isso e peguei ele, estava fazendo frio, deve estar uns 16ºc. Tirei meus coturnos, desabotoei a calça e me deitei ao lado dela, nos cobri e me virei, dando espaço pra ela.
Acordei no outro dia com meu celular vibrando no chão, o peguei e era mensagem da Keana.

• Keana Issartel: Ei Lauren, nossa, só cheguei em casa agora, fui pra uma rave com Lucy depois que você saiu. Adorei te conhecer, gostaria de te ver de novo. ��

Não pude deixar de sorrir, era bom saber que eu era "boa". Olhei a hora e eram 4:32 da manhã. Me virei pra Camila e a observei dormir por um tempo, aquela boca dela linda... Tentei dormir de novo mas o máximo que eu consegui foi cochilar, acordei eram 5:25. Liguei pro Austin e pedi pra ele trazer uns bolinhos, cookies, suco e um remédio pra ressaca. Me sentei no chão, ao lado da cama e fiquei lendo as notícias do mundo no celular. Alguns minutos depois, Austin ligou dizendo que estava no condomínio. Eu desci e sai da casa, fui até o encontro dele na portaria e peguei as coisas, pedi pra que ele não ficasse por longe que eu ia precisar dele e voltei pra casa. No meio do caminho vi uma mulher muito linda, branca, loira, olhos claros e uma boca totalmente diferente das que eu já vi, ela vestia  uma blusa branca sem mangas com algo escrito, um shorts jeans claro, uma jaqueta de couro preta em um ombro só e uma touca vermelha. Quando nos aproximamos ela falou comigo:

– Você não é Lauren Jauregui?

– Ahn.. Sou-sou. Sou sim. — eu disse coçando a cabeça.

– Nossa, já vi fotos suas em algumas revistas mas não imaginava que seria tão linda assim pessoalmente.

– Você é linda demais também.

– Obrigada. Aliás, sou Cara Delevingne. — ela esticou a mão pra mim.

– Prazer. — peguei na mão dela — Ahn, eu tenho que ir, okay? — disse olhando pra casa de Camila — Qualquer dia a gente se esbarra.

– Eu espero. — ela sorriu pra mim — Até mais, senhora Jauregui.

Ela foi andando até a portaria e entrou numa Mercedes preta que estava parada do lado de fora do condomínio. Ela era realmente muito linda e estilosa. Entrei na casa de Camila e ouvi um barulho vindo lá de cima, será que Camila tinha acordado? Subi correndo e vi Dinah na cozinha —sim, a cozinha era no segundo andar, praticamente do lado do quarto da Dinah.

– Bom dia, Dinah. — ela estava com uma camisa branca e calcinha.

– Bom dia, Lauren.

– Poderia me dar um copo? Vou dar remédio pra Camila.

– Ela já acordou? — ela perguntou me passando o copo.

– Não, não quando eu tinha descido, vou ver agora.

– Tudo bem.

Fui até o quarto da Camila com o saco de compras na mão e o copo na outra. Quando entrei no quarto, ela estava se mexendo, despertando. Deixei as coisas em cima da mesinha, fechei a porta e sentei na cama, olhando pra ela. Ela se mexeu mais um pouco e olhou pra mim. Fechou os olhos de novo e piscou com cara de assustada pra mim. Eu ri.

– Bom dia, Camz. — disse passando a mão no cabelo dela.

– Lauren?! — ela provavelmente gritou, mas a voz falhou.

– Ei, calma pink princess.

– O que você tá fazendo aqui?

– Você desmaiou ontem e eu te trouxe pra casa, resolvi passar a noite aqui pra cuidar de você, com a permissão da Dinah, claro.

– Ah.

– Vem, senta.

Ajudei ela a se sentar na cama, ela colocou a mão na cabeça diversas vezes. Me levantei e coloquei suco no copo, peguei um remédio e levei até ela, sentei ao lado dela na cama e entreguei o remédio pra ela.

– Bebe isso, vai fazer a dor passar.

Ela estava me olhando muito intensamente, não sei explicar. Ela tomou o remédio e parou com o copo apoiado no joelho. Eu estava com sede, então apontei pro copo e perguntei:

– Posso?

– Claro! — ela respondeu dando o copo pra mim.

Eu bebi uns goles do suco, levantei e deixei o copo em cima da mesa, peguei um bolinho e dei pra ela. Ela comeu ele todinho e depois ficou olhando pra mim. A gente ficou se olhou por muito tempo até que eu falei:

– Camila...

E me estiquei pra beijar a boca dela.