—Lauren? — escutei uma voz distante.
Ainda inconsciente, voltei a dormir. Senti uma pegada forte no meu bíceps e mais uma vez:
— Lauren? Acorda.
— Me deixa dormir. — falei tão sonolenta que quase nem ouvi minha voz.
— Tem um sócio seu com um cliente na recepção do Beatrice te esperando, o porteiro interfonou.
— Então sem sexo matinal?
— Lauren!
— Ai... — disse, levantando calmamente — São que horas?
— São 05h40.
— Meu Deus, eu não mereço.
Levantei da cama, fui me arrastando até a cozinha, onde o interfone do meu apartamento ficava, disquei o número da portaria e esperei.
— Sim? — o porteiro disse.
— Chris, por favor, me diga nomes.
— Dos senhores que lhe aguardam?
— Exato.
— Só um momento. — a voz dele se afastou — Com licença, senhores, mas a senhora Jauregui quer saber os seus respectivos nomes.
— Eu sou sócio dela, Henry Cavill, e estou com um provável cliente, Chris Evans.
— Ok, só um instante. — a voz de Chris ficou próxima de novo — Senhora Jauregui...
— Eu ouvi, Chris. — atrapalhei ele — Muito obrigada e bom dia.
— Igualmente. — desligou.
O que Henry estava pensando quando decidiu vim na minha casa sem me avisar e as 5h da manhã. Entendo que Evans é um puta cliente, mas ele deveria ter me ligado. Voltei pro quarto e não encontrei Camila, mas pelo barulho no closet, ela devia estar lá. Peguei meu iPhone na cabeceira e me sentei na ponta da cama. Procurei o número de Henry na agenda e liguei.
— Senhora Jauregui. — ele disse.
—Henry, vá para Jauregui Enterprises e me espere com Evans lá. Em mais ou menos 40 minutos estarei chegando. Te vejo em breve.
— Okay. — ele disse meio invocado e desligou.
(...)
— Você está linda. — digo pra Camila ao chegar no estacionamento, ela vestia uma camisa de meia manga e gola v preta, uma calça jeans escura e o cabelo solto, com as franjas caindo no rosto.
— Você está mais, como sempre. — eu vestia quase a mesma roupa que ela, a unica diferença era que a minha camisa era de manga comprida e minha calça era clara.
— Obrigada, baby. — digo ao abrir a porta do carro.
— Você acha que eu consigo esse emprego, amor?
— Claro, você é excelente quando se trata de música.
— Não precisa disso.
— Eu estou falando sério.
— Certo. Agora vamos logo que eu não aguento mais.
Eu pisei fundo no acelerador, sem correr muito, é óbvio. Depois de uns 20 minutos, cheguei na empresa cujo Camila faria uma entrevista. Lhe desejei boa sorte e ela saltou do carro. Quando ela saiu, conectei o iPod e corri pro Jauregui Enterprises.
(...)
Fim de tarde, estava chegando perto do True Sounds, onde Camila começaria a trabalhar, pra buscar a mesma. Estacionei meu carro alemão na frente do prédio e a esperei. Ela apareceu na porta toda sorridente, aparentemente conseguiu o trabalho de fato. Parou do meu lado meio sem jeito, parecia querer me abraçar mas por algum motivo não fez.
— Como foi? — perguntei olhando o sorriso dela.
— Perfeito! Consegui o trabalho e estou muito empolgada. — disse com um sorriso enorme.
— Fico muito feliz por você, baby.
— Obrigada. Podemos ir pra casa?
— Ahn... Então, eu vou me encontrar com Demi, lembra? — perguntei sem jeito — É daqui a pouco.
— Ah, claro. — disse meio decepcionada — Divirta-se.
— Não. — disse — Eu quero que você vá comigo, você quer? — perguntei.
— Hmm, não sei. Não, eu acho que não.
— Tudo bem, então vamos que eu vou te deixar em casa.
Abri a porta do carona pra ela entrar, dei a volta no carro e me sentei no banco. Chegamos em casa 20 minutos depois. Subi com ela, preparei um lanchezinho e a deixei comendo enquanto ia pro banho. Comecei a me arrumar, vesti uma calça jeans clara, uma camisa de meia manga azul marinho e uma jaqueta college, nos pés coloquei um coturno e sai do quarto.
— Você tem certeza que não quer ir? — perguntei chegando perto dela.
— Não quero ficar longe de você, mas também... — parou.
—Mas também...? — perguntei, confusa.
— Não quero me meter nas suas amizades.
— Mas você não vai se meter, oras. Você só vai conhece-lá.
— Não, não hoje pelo menos.
— Certo, então vamos fazer assim, quando eu tiver voltando te mando mensagem, você se arruma e a gente sai.
— Que? Não!
— Sim, e está decidido. Até menos, baby.
Peguei a Broadway, seguindo pra casa da Demi. Mais uma vez, estacionei e desci do carro, tocando o interfone que ela atendeu segundos depois, anunciou que estava descendo e eu a aguardei encostada no meu querido carro alemão. Ela estava linda, com aquele sorriso tímido de sempre, vestindo uma calça preta bem colada nas pernas, uma camiseta branca e um sobretudo azul por cima.
— Ei, senhorita. — disse indo na direção dela.
— Oi, senhora Jauregui. — ela disse.
— Vamos?
— Vamos pra onde? — perguntou sorrindo, endireitou o sobretudo no corpo.
— Você quer tomar café?
— Pode ser, você manda.
— Certo, vamos tomar um café perto da Times.
— Ok.
Abri a porta do carona pra ela, entrei no carro e conectei o iPod, deixando um som ambiente tocando "For However Long" do Bryson Tiller.
— Você gosta desse tipo de música?
— Mais ou menos. Eu sou amante da música, né? Qualquer tipo de música é bom, só existe momentos certos para certas músicas.
— E esse tipo de música é certa para esse momento? — perguntou, ansiosa.
Eu não respondi, só dei uma olhada de relance pra ela e um meio sorriso. Rihanna invadiu o carro com a música seguinte, Demi aumentou o volume e começou a gritar a música, fazendo gestos com a mão e me fazendo rir também. Chegamos na Times, estava procurando algum lugar pra estacionar.
— Meu Deus, Nova Iorque é insuportável.
— Nossa, você realmente acha isso? — Demi me perguntou, olhando assustada.
— Não, não acho.
— Você não se decide, hein. — ela disse.
— Sou muito bem decidida. É só que nessa época essa cidade fica muito insuportável. Muita gente na rua, muitos turistas, mais trânsito do que o normal, muitos carros ocupando espaços.
— Calma, Lauren. — ela disse passando a mão na minha coxa e me olhando nos olhos profundamente.
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