História A Thousand Hands - East Los Angeles

Camila POV 

Abri os olhos, piscando várias vezes até focalizar Shawn sentado na mesa de centro, na minha frente. Olhei ao redor e estávamos na sala de uma casa mal iluminada. Ele me olhava com um sorriso muito assustador. Tentei falar com ele mas não ouvi minha voz, então percebi que estava com um pano amarrado na boca. Ele virou pro lado, abrindo uma caixa de pizza que estava na mesa de centro, pegou um pedaço e mordeu, esticando o corpo pra frente, começando a desamarrar o pano da minha boca. Quando terminou, colocou o pedaço de pizza na minha frente, balançando pra que eu comesse. 

 — Come, Camila, você deve estar com fome. — ele disse quase colocando a pizza a força na minha boca — Sentiu saudades, meu bem? Eu senti muito a sua falta. — ele disse finalmente largando a pizza dentro da caixa — Me responde, Camila. Se você não for uma garota boazinha, vou ter que ser mau contigo. 

 — O que você vai fazer? 

 — Ah, minha querida, é surpresa. 

 — Shawn, me deixa ir embora, por favor. — tentei mexer minhas mãos que estavam amarradas atras do meu corpo. 

 — Sinto muito. 

 — Cadê Lauren? 

 — Tá perguntando dessa puta porque?

 — Porque ela é minha mulher! 

 — Cala a boca, sua vadia! — ele estalou a mão com a maior força na minha cara, me fazendo calar a boca. 

Ele se levantou, começando a resmungar, andando de um lado pro outro. Um barulho de porta fez ele parar e olhar pra entrada, me fazendo virar o pescoço. Um cara negro, de mais ou menos 1.90cm, dreads, barba e olhos verdes, vestindo uma camisa preta, uma jaqueta, um jeans e boné preto, apareceu na porta falando no telefone. Quando me viu no sofá, ele deu um sorrisinho, desligando o celular na hora. Ele caminhou até Shawn, dando dois tapinhas no ombro dele. 

 — Conseguiu pegar a putinha, hein! 

 — É! Foi do jeitinho que você me ensinou, Ty. 

 — Que vadia bonita. 

 — Ela é, mas não a chame assim. 

 — Ah, deixe de ser bichinha! 

 — Eu... Eu... Me desculpe, Ty. E então? O que fazemos? 

 — O que a gente quiser, meu grande! Por que a gente não fode com essa putinha?! — Ty disse. 

 — Eu sempre quis isso. 

 — Shawn, não. — eu disse. 

 — Cala a boca, ninguém pediu sua opinião, sua puta. — Ty me disse. 

 — Eu não... Eu não... Shawn, por favor, nós somos amigos desde o primeiro ano de faculdade. — eu disse olhando pra ele — O que você está fazendo? Por que você tá fazendo isso? E a faculdade? 

Ele me deu um sorriso malicioso, começando a tirar a camisa. Eu finalmente soltei o choro, que estava prendendo desde a hora que acordei naquela casa. Ty deu uma gargalhada longa e debochada, me fazendo estremecer. Fechei os olhos por alguns segundos e escutei barulho de cliques, então olhei. Shawn tirava fotos minhas, com um olhar de maníaco que eu nunca tinha visto naquele rosto angelical. Ty tirava cada peça de roupa devagar, me olhando, me torturando com aquela cara de nojento. Por fim, Shawn largou a câmera e caminhou até mim. Pegou um pano e enfiou na minha boca, me puxando do sofá e me jogando de bruços no chão. Eu chorava alto, tentando implorar, mas ele não me ouvia. Puxou meu jeans com força, me fazendo debater as pernas e gritar mais alto ainda. Ele ficou em cima da minha bunda e eu podia ouvir barulho da sua calça sendo aberta. "Não vai doer". Ele disse e então penetrou em mim. Eu não parava de chorar, olhando pro Ty que só sorria vendo aquilo. Shawn me fodia, gemendo no meu ouvido e eu não conseguia me mexer. Depois de um tempo, ele tirou seu sexo nojento de mim e eu senti algo espirrando nas minhas costas. Ele se levantou, colocando as calças e indo pra longe de mim. Começou a me olhar estranho, levou a mão a cabeça e resmungava coisas sem nexo. 

 — Não, não, não. 

 — O que foi bichinha? Tá arrependido? Ela é uma puta! Ela merece. 

 — Ela não... Eu não... Ty! 

 — Eu quero que... 

 — Você não vai tocar nela! 

 — Ah, eu vou sim. Ela é uma puta, mas é uma puta gostosa. 

 — Se você tocar nela, eu te mato, Ty! Você não vai fazer isso com ela! — Shawn pegou uma faca e cortou a mão do Ty — Não, Ty! 

 — Seu desgraçado! 

Ty deu um soco no Shawn e ele caiu no chão. Ele pegou alguns frascos no bolso de sua jaqueta e se ajoelhou na minha frente. "Eu cuido de você mais tarde, putinha". Enfiou os comprimidos na minha goela e segundos depois tudo estava desfocando e... 

Acordei numa cama toda nua, presa na cama com Ty em cima de mim, me fodendo. Eu comecei a gritar e tentar me mexer, mas ele não parava. Depois de alguns segundos gritando, Ty tirou seu sexo de mim e gozou na minha barriga. 

 — Putinha branca da buceta gostosa. Todas lésbicas devem ter uma bucetinha gostosa assim, né? — ele disse colocando um cobertor em cima de mim — Você e sua espécie são nojentas. 

 — Seu filho da puta! Vão me encontrar e ela vai te matar! — disse me encolhendo. 

 — Boa sorte pra ela. 

 — Seu desgraçado! 

 — Mais tarde eu apareço pra te foder mais. 

 — Shawn! Shawn! Me ajuda por favor! Alguém me ajuda! — Ty voltou pra perto de mim e enfiou mais alguns comprimidos na minha goela. 

 — Dorme bem, putinha lésbica nojenta! — ele disse chegando perto da minha boca e me dando um tapa. 

(...) 

Abri os olhos e Shawn estava em pé ao meu lado. Tentei me mexer e consegui. Estava solta e vestida com um roupão. Me sentei com dificuldade por conta da dor no meu sexo. Esfreguei meus pulsos e olhei ao redor do quarto. Peguei o cobertor e coloquei meus ombros, começando a chorar olhando meu ex amigo. A porta se abriu e eu me encolhi, pensando ser o Ty, mas era uma mulher. Eu não a conhecia. Não era muito alta, tinha um corpo incrível, e sim, mesmo nessa situação, eu reparei a bunda enorme que ela tinha. Seus cabelos pretos batiam nos seios e sua boca eram bem carnudas, mas artificial. 

 — Então, essa é a sua garota, Shawn? Muito bonita ela. — ela disse esfregando as mãos — Acho que você precisa de um banho, né? Quer que eu dê um banho nela, Shawn? — ela disse. 

 — É, acho que sim. Dê um banho nela, por favor, Kylie. — Shawn disse encostando a cabeça na parede — Mas, não deixe Ty chegar perto dela. 

 — Eu vou fazer de tudo, Shawn, eu prometo. — Kylie disse. 

 — Obrigada. 

 — Vem, querida, eu vou te dar um banho. — ela pegou meu pulso. 

No banheiro, ela trancou a porta e tirou meu roupão bem devagar. Parou as mãos nos meus seios, acariciando eles. "Belos seios", ela disse. Eu comecei a chorar de novo, chegando pra trás. Ela também ia me estuprar? "Relaxa, querida, eu não vou fazer o que eles fazem conosco", disse deixando uma lágrima rolar por seu rosto e eu entendi. Ty estuprava ela também. Será que Shawn fazia isso? Ela tirou o vestido dela e nos levou pra de baixo da ducha, deixando a água cair sobre mim. Eu gemi em resposta e ela começou a fazer carinho no meu ombro, tentando me acalmar. 

 — Eles fazem isso contigo também? Eles te estupram? — perguntei. 

 — Os dois não, só o Ty. Ele me obriga a namorar com ele, ou me mata. 

 — Como assim? Você gosta dele? Já gostou? Onde a gente tá? — eu olhava pra parede enquanto ela esfregava minhas costas — A gente ainda tá em Los Angeles? 

 — Vou responder todas as suas perguntas, ok? — fiz que sim com a cabeça — Éramos conhecidos, certo dia, bebemos e nos drogamos demais e ele me estuprou. Desde então, ele não parou. Eu não gosto dele e nunca gostei, nunca vou. Ele me estupra e me obriga a fazer status com ele na rua ou me mata. E ele mata. E sim, estamos em Los Angeles. East Los Angeles. 

Ela me tirou do box e começou a me secar com delicadeza. Então ainda estávamos em Los Angeles. Não era de todo ruim. Ela me sentou na tapa do vaso e me mandou esperar, que pegaria algumas roupas pra mim. Alguns segundos depois, Shawn entrou no banheiro, me olhando com curiosidade. Me encolhi, na tentativa de esconder meu corpo. Ele abaixou o olhar e respirou fundo, saindo dali em seguida. Mas antes de sair, ouvi um sussurro. "Me desculpa". 

 — O que você tá fazendo aqui, Shawn? Eu disse que cuidaria dela. — Kylie empurrou ele — Sai! — ela trancou a porta e se virou pra mim — Me desculpe por te deixar sozinha. 

 — Não, não tem problema. Eu... Kylie, eu... 

 — Diga. 

 — Eu preciso sair daqui. 

 — Você tem uma namorada super conhecida, né? 

 — Talvez ex. 

 — Como? 

 — Quer dizer, tenho. 

 — Certo, então vamos usá-la pra fugir desses dois.