1. Spirit Fanfics >
  2. A Total Eclipse Of The Heart >
  3. Snuff

História A Total Eclipse Of The Heart - Snuff


Escrita por: fuyuyuki

Notas do Autor


eu realmente não sei o que me deu para plotar uma fic assim, mas eu realmente amei escrevê-la, sendo que fiquei 2/3 dias a escrevê-la de madrugada, até às 8h da manhã. sei que estou um pouco (muito) enferrujada, porque não escrevo desde janeiro, então espero não ter perdido o jeito, que já era pouco, e que vos possa proporcionar uma leitura agradável, dentro dos possíveis(?)

adiante, se estão aqui é para lerem a fic, não o testamento que deixo nas notas de autor, então, só tenho a desejar-vos uma boa leitura ✿;

Capítulo 1 - Snuff


“Im Jaebum, o brilhante capitão da equipa de futebol da escola, foi encontrado morto, no chão
da casa de banho de um restaurante. A polícia não entrou em muitos detalhes, mas
confirmou que se tratava claramente de um homicídio.
O jovem foi degolado, sendo que o homicida não mostrou qualquer hesitação em concretizar tal ato, porém tratava-se de alguém inexperiente e relativamente mais fraco, já que Jaebum pareceu lutar pela sua vida, infelizmente sem ter qualquer efeito.
(…)

A pergunta que paira no ar é como alguém tão doce, simpático, inteligente e brincalhão como Jaebum acaba morto de uma maneira tão trágica e tão… vingativa.”

 

Jackson não queria acreditar no que acabara de ler.

Os seus olhos vagueavam apressados pela página áspera do jornal da escola à procura de algum indício de que aquela notícia não passava de uma brincadeira de mal gosto, que Jaebum ia cruzar o portão da escola a qualquer momento, que o ia cumprimentar com um sorriso caloroso, como era hábito, desde que se conheceram; que a sua escola ia vencer mais um torneio de futebol, porque Jaebum era completamente implacável.

Que Jackson nunca iria ter de reviver todos os momentos que passaram como se um filme da sua vida a dois passasse mesmo em frente aos seus olhos, sendo que sabia que aquilo nunca mais voltaria a repetir-se. Não porque eram ex-namorados, mas porque Jaebum nunca mais iria aparecer e Jackson nunca mais o iria ver.

 Porque Jaebum estava morto.

Os lábios tremiam, os olhos choravam, os pulmões apertavam, o coração doía. E como doía. Queria gritar, queria espernear, queria fugir, queria ir embora, mas o seu corpo parecia ter entrado em estado de choque. O jornal acabou por cair da sua mão, tal como o chão debaixo dos seus pés.

Jackson sentia tanto, naquele momento, que desejava não sentir absolutamente nada, principalmente os olhares piedosos dos restantes alunos, em cima de si. Ouvia múrmuros à sua volta, ouvia pêsames serem sussurrados aos seus ouvidos, à medida que alguém passava por si.

Era tudo um borrão de formas e cores negras.

- Eu lamento imenso, Jackson. – uma mão segurou o seu ombro, como forma de lhe passar alguma força.

E força era o que Jackson mais precisava, naquele momento. Foi então que correu, esbarrando-se em vários alunos, até à casa de banho dos rapazes. A porta da cabine onde entrou foi fechada e esmurrada diversas vezes, até os seus cotos latejarem. Mas o seu coração continuava a doer e o ar parecia ser cada vez mais rarefeito.

Deixou-se deslizar pela parede da cabine, encolhendo as pernas e escondendo o rosto, com os braços. E pensar que Jaebum foi morto de uma maneira tão cruel, num local tão imundo e nojento como aquele, fez com que o seu choro aumentasse.

Pequenos flashes imaginários do que se poderia ter passado surgiam na sua mente, deixando-o com ânsia de vómitos. O sangue, a dor, os gritos, a frieza do homicida deram-lhe a volta ao estômago, fazendo-o vomitar, de vez. Sentia-se tonto, perto de perder totalmente os sentidos. Sentia o seu coração bater cada vez a um ritmo mais lento, mas mais forte, como murros fossem desferidos contra o seu peito.

Ouviu o seu nome ser chamado, mas parecia longe demais. A realidade parecia-lhe longe demais. E nunca desejou tanto apagar-se da mesma de vez, ou acordar daquele maldito pesadelo. O seu olhar estava tão perdido que nem sequer foi capaz de reparar que alguém trepava para a cabine, onde se encontrava.

As suas pernas foram afastadas e o seu corpo foi rapidamente rodeado por um par de braços. Jackson sequer reagiu, pois era como se não sentisse absolutamente nada. Não mais, pelo menos. Palavras de conforto eram constantemente sussurradas, mas pareciam não surtir efeito algum. Carinhos eram proporcionados no seu rosto, mas Jackson sequer conseguia focar na imagem à sua frente.

Porém, antes de ver tudo preto, foi perfeitamente capaz de captar o sorriso reconfortante que a pessoa tentava transmitir-lhe. E ele conhecia bem esse sorriso.

- Mark… – foi tudo o que conseguiu murmurar, antes de desmaiar.

 

 

 

_________________

 

 

 

Os dias passaram-se lentos, agoniantes.

O tempo tinha fechado, o seu continuava triste e carrancudo, libertando as suas lágrimas incansavelmente, durante os dias que se seguiram, durante os meses que se formaram. As pessoas não pareciam querer largar o luto ou o pequeno altar que fora construído em honra a Jaebum.

Eu lamento imenso, Jackson”, “Os meus pêsames, Jackson” era o que ouvia todos os dias, por mais que tentasse apenas esquecer, seguir em frente. Mas parecia impossível, quando mais ninguém parecia estar disposto a fazê-lo. A morte de Jaebum tinha afetado cada um, naquela escola. Porque não fora uma morte acidental, fora uma morte planeada, uma morte desejada. E Jackson perguntava-se, todos os dias, o porquê. Porque é que Jaebum morreu? Porquê daquela maneira? Porquê naquele dia? Porquê naquele local? Por quem? Porque razão?

Porque não foi só Jaebum que morreu, mas também a felicidade e a vontade de viver, de todos. O medo apoderou-se de alguns, o desespero também, incluindo de Jackson. Deitava-se todos os dias com a sensação de algum peso sobre si, não o deixando respirar corretamente e livremente. Não só quando se deitava, mas também quando andava. Andava com aquele peso o tempo todo e ele aumentava quando olhava para a foto de Jaebum, no maldito altar.

Por vezes, tinha vontade de desfazer aquilo. Mas Jaebum não merecia tal ato de vandalismo por parte dele, por parte de alguém que o amou tanto. E nunca passariam de vontades, porque aquela foto, depois de um ataque de pânico, era a única que tinha sobrado.

Era a única forma de nunca se esquecer dos contornos daquele rosto, de alguém que lhe foi tão importante. Era a forma de o manter vivo, em si, de alguma maneira. E nunca agradeceu tanto por ser uma foto de Jaebum a sorrir porque, para a noite, reservava-lhe imaginar, involuntariamente, a sua morte.

 

 

 

_________________

 

 

 

Mas, no meio de todo aquele ambiente pesado, o sorriso de Mark estava sempre lá, para o tentar animar, mesmo que não resultasse totalmente. E foi então que o tempo melhorou e, com ele, os pêsames terminaram e o peso no seu peito ficou mais leve.

Tudo parecia estar a ajeitar-se novamente, ao contrário das suas notas, que eram cada vez mais desastrosas. E novamente o desespero tomou conta de si, mesmo que fosse por uma razão completamente diferente. Mas então o professor sugeriu que frequentasse aulas de apoio com o grupo da sua turma, todos os dias, na biblioteca. E Jackson não via outra solução até o aluno mais inteligente da sua sala, Park Jinyoung, completamente envergonhado, oferecer-lhe ajuda, enquanto evitava olhar diretamente para Jackson e tentava esconder o seu nervosismo óbvio ao ajeitar os seus óculos pretos.

Jackson aceitou e sorriu.

 

 

 

_________________

 

 

 

[1:00 AM] jackson: eu acho que estou interessado num rapaz da minha turma… o nome dele é jinyoung e ele é extremamente fofo e inteligente

 

Exatos quatro meses tinham passado, desde a morte de Jaebum. E tinha-se passado exatamente dois meses desde que Jackson tinha aulas particulares com o seu colega de turma, Jinyoung. O rapaz era bastante tímido, mas tão inteligente e bonito que Jackson passava mais tempo a observá-lo, do que propriamente aos exercícios que o rapaz lhe explicava, pacientemente.

 

[1:01 AM] mark: o quê?... mas já?... outro?...

[1:04 AM] jackson: é… acho que finalmente aprendi a lidar com a perda dele, sabes? agora consigo recordar-me dele e sorrir, mesmo que ainda me afete demasiado a maneira como morreu… há tantas perguntas por responder, tantas dúvidas… mas uma certeza é que o jinyoung me ajudou a superar isto tudo, mesmo que não fosse a intenção dele.

[1:15 AM] jackson: mark?

[2:01 AM] mark: eu não aguento mais isto.

 

 

 

_________________

 

 

 

As aulas de apoio continuaram mas, a elas, juntaram-se alguns beijos roubados, alguns carinhos discretos trocados, algumas palavras doces sussurradas, mesmo que Jackson não fosse tão carinhoso e romântico quanto gostaria, principalmente para alguém como Jinyoung. Não era da sua personalidade, mas os seus sentimentos também não eram fortes a esse ponto. Porém, não era segredo algum para a escola de que ambos estavam juntos. O rapaz de franja comprida e óculos negros ainda ficava demasiado nervoso e envergonhado quando Jackson o beijava diante de toda a escola, ou pegava na sua mão, mas não podia dizer que não gostava.

Porque ele gostava e muito.

- Porquê eu? – perguntava, demasiadas vezes, todos os dias.

- Não sei. – Jackson respondia, tranquilamente. – Gosto da tua companhia, gosto de falar contigo, gosto da tua voz... Consegues acalmar-me, mesmo depois de toda a tempestade. E isso é ótimo. – suspirou. – Queres que te leve a casa? Já é tarde.

- Não é preciso, eu moro aqui perto. Não te quero dar trabalho. – sorriu, minimamente.

- Não me davas trabalho nenhum, a sério.

- Mesmo assim, deixa lá. Mas eu agradeço a tua preocupação. – deixou um beijo tímido nos lábios de Jackson, antes de se despedir e virar-lhe as costas.

À medida que andava, ficava cada vez mais com a sensação de que alguém o observava mas, sempre que olhava para todos os lados, não via ninguém. As ruas estavam completamente desertas e, infelizmente, demasiado escuras. O seu coração começava a palpitar cada vez mais depressa e as suas pernas a acelerarem o passo.

Ouvia passos para além dos seus, ouvia sons que não eram causados por si, aumentando o seu medo. Mas, para todos os lados que olhava, não via nada. Não via nada para além da escuridão. Não via nada para além da rua deserta, suja e molhada, onde se encontrava. Os seus passos tornaram-se em passos de corrida mas estancaram assim que um vulto surgiu à sua frente.

O seu corpo demorou a responder, mas rapidamente correu na direção oposta, o mais depressa que conseguia e que as suas pernas lhe permitiam. Mas, sedentário como era, rapidamente sentiu falta de ar e as suas pernas reclamarem de dor, fazendo-o abrandar bruscamente. Tinha medo de olhar para trás e ver que tinha ali mais alguém que não ele. Tinha medo de olhar e ver o que não queria. Tinha medo de ver.

E o seu telemóvel tocou. De forma desesperada, rapidamente atendeu, com a inocente ideia de que se poderia tratar de Jackson. Infelizmente, estava redondamente enganado.

- J-Jackson?

- Ele é meu.

- O q-quê?

- Ele é meu. Completamente meu. Não devias ter tocado no que não te pertence, Jinyoung. – estalou a língua, em desagrado. – Oh, e não precisas de te cansar. Mesmo que tentes não podes fugir.

- N-Não…

- Eu estou aqui. Não podes escapar.

Jinyoung chorava, enquanto o outro do lado da linha sorria. O telemóvel foi de encontro ao chão, estilhaçando-se em diversos pedaços. A sua respiração estava rápida e ofegante, o seu corpo tremia de medo, os seus olhos encontravam-se bem abertos e atentos, a qualquer mínimo movimento. Porém, assim que ouviu um barulho atrás de si, não foi capaz de raciocinar. O seu corpo congelou, o seu coração falhou diversas batidas.

Ouvia os passos aproximarem-se cada vez mais. O seu coração batia desenfreadamente, sendo cada vez mais difícil respirar. E, num ato repentino, Jinyoung começou a correr, sabendo que ele se encontrava exatamente atrás de si. E não havia nada mais assustador do que saber que alguém que o perseguia e que, muito provavelmente, iria ser apanhado a qualquer momento.

Sem muita escolha, enquanto o seu coração martelava contra o seu peito de forma dolorosa, Jinyoung subiu a um prédio abandonado, rezando baixinho que o tivesse despistado. De frente, porém relativamente longe da porta que dava acesso ao terraço, o rapaz de franja longa e negra engolia em seco, enquanto respirava o mais calmo e baixinho que conseguia, como se qualquer coisa fosse avisá-lo de que se encontrava ali.

Esperou alguns minutos e nada. Ele não apareceu. Respirando fundo e tentando controlar-se, virou-se e andou lentamente até à borda, com cuidado para não cair, por causa das suas pernas bambas, mas também para não se aproximar muito, pois ele podia estar lá em baixo, ainda à sua procura.

Mas a porta atrás de si rangeu, fazendo-o arregalar os olhos. A sua respiração tornou-se outra vez audível e irregular, o seu coração voltou a martelar contra o seu peito, as lágrimas voltaram a encharcar a sua face. Podia ter sido o vento, podia não a ter fechado corretamente. Qualquer desculpa era melhor do que aceitar que ele estava ali, e que ele próprio estava à beira do precipício.

O seu choro tornou-se mais forte, o que pareceu divertir o outro. Os passos mudos fizeram-se em direção a Jinyoung, que olhava para a rua, com medo que o seu corpo fosse parar ali. Foi então que sentiu duas mãos encostarem-se cuidadosamente contra as suas costas, enquanto era empurrado, lentamente, até à berma do terraço.

- Como é a sensação de saber que vais morrer? De saberes que podes morrer instantaneamente ou que podes, infelizmente, sobreviver e ficar ali, estendido no chão, a sofrer sabe-se lá durante quanto tempo?

Jinyoung fechou os olhos. Ele não queria pensar nisso, mas o seu choro aumentou de tal forma que o outro foi obrigado a tapar-lhe a boca pois, mesmo que não fosse uma rua habitada ou movimentada. E o seu coração parou, literalmente, quando se sentiu ser empurrado, o riso dele sendo a última coisa que ouviu.

Sorrindo com a imagem abaixo de si, virou-se, pronto a ir embora.

 

 

 

 

 


Notas Finais


sem dúvida que tem um tema mais pesado que outra angst qualquer que já escrevi, mas não chega realmente a ser "gore" (eu acho, pelo menos). foi algo que me surgiu, de repente, e que eu nunca pensei que fosse o primeiro plot que fosse desenvolver e, consequentemente, postar, então espero ter feito um bom trabalho, por mais que tenha sido muito difícil ter passado cada sentimento e emoção do jinyoung, porque nunca estive na pele dele e espero mesmo nunca vir a estar, então... é isso (♡ര‿ര)

espero mesmo que tenham gostado e, apesar de ter sido um pouco mázinha com alguns personagens... mereço algum amor, da vossa parte? ASDFGHJKLÇ
até o próximo capítulo!


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...