1. Spirit Fanfics >
  2. A Total Eclipse Of The Heart >
  3. Vermillion

História A Total Eclipse Of The Heart - Vermillion


Escrita por: fuyuyuki

Capítulo 3 - Vermillion


Jackson estava inquieto. Depois da pequena discussão que teve com Mark, o loiro simplesmente não se conseguia acalmar, ainda por cima quando achava que a razão da discussão era um motivo tão banal, um simples mal entendido, que Mark sequer tentou entender.

A sua perna tremia, nervosa, enquanto, sentado na sua cama, olhava pela sua janela, vendo a chuva cair, do lado de fora. Olhou para o seu telemóvel e tentou, uma última vez, ligar para o seu namorado. Mas novamente, este apenas ignorou a sua chamada. Irritado, Jackson lançou o aparelho contra o chão, levando as mãos à cabeça, enquanto tentava respirar fundo, numa tentativa falha de se acalmar.

Precisava de sair dali, de espairecer. Se Mark não o queria ouvir, não ia insistir mais. Ia ligar o “foda-se”, que parecia tão difícil quando se tratava do rapaz que fazia o seu coração bater como um louco. E Jackson não era nada mais do que completamente louco pelo seu melhor amigo e namorado, Mark Tuan.

Vestiu uma roupa prática, porém quente, e simplesmente saiu, correndo sem um rumo certo. As suas passadas eram pesadas, devido ao peso que carregava no coração. Jackson seria incapaz de trair Mark e pensava que o namorado confiava nele, que sabia do que sentia por ele, mas parecia que não. É claro que o loiro sabia que se tivesse encontrado Mark na situação em que outrora fora flagrado não teria gostado nada da situação, mas tentaria compreender o seu lado, ouvi-lo. E sabia que bastaria um mínimo sorriso, um mínimo encostar de lábios, um sussurro quente contra o seu ouvido, e Mark estaria perdoado.

Mas Mark não perdoou Jackson quando o encontrou com outro rapaz, no momento em que lhe era dirigida uma confissão de amor. O loiro apenas escutava o que o rapaz lhe tinha para dizer e estava pronto para lhe confessar que amava outra pessoa, quando um riso descrente cortou a cena. Desviando os seus olhos do rapaz demasiado encabulado, Jackson encontrou Mark com um semblante rígido, com um olhar frio, completamente cortante.

E qualquer tentativa de aproximação foi rejeitada pelo outro, que simplesmente o empurrava para longe de si, como se Jackson o tivesse traído, como se Jackson o tivesse trocado, coisa que nunca aconteceria. E Mark deveria saber disso, mas o loiro também sabia como o seu namorado era demasiado possessivo e ciumento.

Não era a primeira vez que Mark tinha uma crise de ciúmes mas era, entre todas, a mais grave. A insegurança e o medo do seu namorado eram irracionais, porém Jackson parecia não ser nunca capaz de o consolar, totalmente. Por mais que dissesse, várias vezes, que só tinha olhos para Mark, este não aguentava quando outro alguém tentava qualquer aproximação, fosse completamente inocente, ou não.

O seu corpo tremia levemente e encontrava-se levemente arrepiado, devido ao facto de se encontrar completamente encharcado. Sorriu de canto ao notar onde se encontrava. Por mais que estivesse perdido em pensamentos, as suas pernas encaminhavam-no por um atalho que percorreu demasiadas vezes, quando desejava chegar mais rapidamente à casa de Mark.

Era uma zona desabitada, completamente abandonada, onde a vegetação não se fez de rugosa e aproveitou-se, ao máximo, daquelas casas, para crescer em torno e por entre elas, transformando aquela zona numa espécie de floresta. Não era uma zona assustadora, porém também não era tão simpática quanto parecia, sendo utilizada para todo o tipo de coisas, por todo o tipo de pessoas, até para esconder cadáveres, segundo uma notícia que apanhou, no jornal nacional. Desde essa notícia, o número de visitantes daquele local tinha reduzido drasticamente, mesmo que Jackson, vez ou outra, ainda encontrasse um drogado ou outro, injetando-se, ou simplesmente apagado.

Andando não mais a passo de corrida, devido ao piso irregular e à quantidade de pedras e galhos, o loiro deixava-se levar por aquele trilho, sabendo exatamente onde o mesmo o iria levar. Mesmo que inconscientemente, Mark parecia chamar por si, atraí-lo como um íman. Chegava a ser surreal, por vezes. E também era um tanto surreal como estar mal com o namorado, por uma briga idiota, o afetava tanto; como se só conseguisse estar realmente bem quando tinha Mark nos seus braços, sorrindo para si.

Suspirando, levantou o olhar do chão, focando-o num vulto à sua frente, contudo ainda distante. Mas, à medida que se aproximava, lentamente, ficava cada vez mais certo de que aquela silhueta pertencia a Mark. Afinal, conhecia-o demasiado bem. Optando por não o chamar, pois sabia que, chateado como estava, Mark simplesmente iria fugir de si, aproximou-se o mais silenciosamente possível.

Porém estancou quando, perto o suficiente, reparou num objeto estranho, na mão alheia. Não havia dúvidas que se tratava de um machado. Mas o que Jackson gostaria de saber era porque o seu amado se encontrava com um na mão, sendo que o outono ainda não tinha chegado, para arranjarem lenha para a lareira. E as suas dúvidas foram sanadas quando os seus olhos desceram do objeto para o que se encontrava abaixo deste, deixando-o completamente horrorizado.

O ar pareceu ter desaparecido à sua volta, a sua visão embaciou e o seu corpo pareceu estar prestes a ceder, a qualquer momento. Era como se aquele mesmo machado tivesse atravessado o seu peito, dificultando a sua respiração, matando-o aos poucos.

E foi então que Mark virou o rosto, inexpressivo, até Jackson, que parecia engasgado pelo próprio grito. A expressão do rapaz suavizou-se, enquanto os seus olhos se arregalaram. O objeto escorregou da sua mão, agora levemente trémula, enquanto o seu coração falhava na sua função de bater corretamente.

- J-Jackson…

- Como é que foste capaz… – murmurou, com os punhos cerrados e o olhar baixo, sabendo de quem era aquele corpo. – Como é que foste capaz?! – agarrou no colarinho do casaco de Mark, chocalhando-o.

Flashes de Jaebum, Jinyoung, Kunpimook e até o rapaz apaixonado por si surgiram à frente dos seus olhos, como um pequeno filme, tal como a notícia da morte de cada um deles. As suas mãos tremiam violentamente e os seus olhos queimavam, tamanha era a raiva que o consumia.

- Tu… Tu és um monstro! – empurrou-o para longe, tentando controlar-se o máximo que podia. – Tens noção do que eu sofri com a morte de cada um deles? E tudo por tua causa! Seu… Seu filho da puta! – esmorrou o rosto alheio, que outrora fora alvo da sua admiração, do seu carinho, do seu amor. – Tu és doente! Meu Deus… Tu és completamente doente! Como é que eu me deixei enganar por ti? Como é que podias dizer que me amavas? Como é que eu me fui apaixonar por um… Pela porra de um assassino? De um completo psicopata? – gritava, com os olhos cravados nos marejados de Mark.

- Tudo o que eu fiz… Tudo o que eu fiz é porque eu te amo, Jackson. Tu não entendes? Eu não podia permitir que eles… Que eles te tocassem, que tivessem o que é meu! Eu amo-te tanto... – levantou-se, tentando agarrar-se a Jackson, que segurou de imediato nos seus pulsos finos. – Eu não aguentava ver-te com aqueles… Com aqueles nojentos!

- O único nojento aqui és tu! Como é que podes sequer dizer que me amas, quando mataste pessoas tão importantes para mim? Isso não é amor! Nunca foi! – empurrou-o com mais força ainda, atirando-o ao chão. – Como é que eu fui capaz de me apaixonar por ti… Como é que eu não desconfiei de nada… – riu, descrente. – Tu estavas sempre lá. Sempre que um deles morria, tu estavas lá para me consolar. Tu aproveitaste-te de mim, de quando eu me encontrava mais vulnerável... Tu tocaste-me tantas vezes, com essas mesmas mãos com que mataste cada um deles… E só de pensar nisso, eu tenho vontade de vomitar.

- E-Eu amo-te… Entende, por favor, eu amo-te! Eu amo-te mais do que tudo! Eu faria qualquer coisa para te ter, Jackson!

- E pelos vistos fizeste mesmo, não foi? – a sua respiração era pesada, a sua voz era intensa, enquanto os seus olhos espelhavam todo o ódio e nojo que sentia por aquele que tanto amou, por aquele que dizia o amar também. Com o maxilar serrado e um semblante inexpressivo, Jackson pegou naquele mesmo machado, caminhando em direção a Mark, que ainda se encontrava no chão.

A sua mão ainda tremia levemente, provavelmente por conta da adrenalina, que corria o seu corpo. Abaixo de si, encontrava-se um Mark com os olhos arregalados, enquanto implorava por perdão, enquanto pronunciava mentiras e mais mentiras, fazendo uma dor aguda surgir na cabeça de Jackson.

- Cala-te. – pediu. Mas Mark não se calou e nem parecia com intenções de o fazer. – Cala-te! – gritou, assustando o outro. – Cala-te! – rugiu, enquanto o seu peito subia e descia, descompassadamente. – Eu odeio-te! – e os seus braços balançaram, ganhando impulso, para em seguida espetar aquele machado no peito do outro, que tantas vezes beijou, que tantas vezes acariciou.

E espetou outras tantas vezes, enquanto gritos agoniantes rasgavam a sua garganta. As suas pernas perderam as forças e a sua vontade de viver também, quando encarou os olhos opacos e sem vida de Mark, que ainda o olhavam, mas não o viam mais; aqueles mesmos olhos que eram o brilho da sua vida e, agora, a completa escuridão, dando-se, naquele momento, um total eclipse, do seu coração.

Jackson, então, ergueu-se, com dificuldade, tentando manter o equilíbrio. As lágrimas tinham secado, os gritos tinham cessado, a respiração tinha-se normalizado. Girou o seu corpo, mecanicamente, deixando o seu olhar apagado cair sobre o outro cadáver, que se encontrava amarrado a uma árvore, com os membros superiores amputados e caídos, a seu lado.

 

 

 

 

“Mais uma tragédia se abateu, sobre esta escola. Após o desaparecimento de três alunos terem sido reportados, as autoridades encontraram, na passada segunda-feira, os cadáveres de Mark Tuan, Jackson Wang e Choi Youngjae, num local abandonado. (…) Segundo os mesmos, e algumas fontes jornalísticas, Mark Tuan fora vítima de inúmeras perfurações, no peito, por parte de um machado. (…) Choi Youngjae, encontrado um pouco mais à frente do cadáver do colega, tinha o corpo tombado contra uma árvore, sem os membros superiores. (…) Já Jackson Wang fora encontrado enforcado, num ramo de uma árvore, acima do corpo do colega e namorado, Mark Tuan. (…) Sem dúvida que uma das cenas mais macabras, desta tragédia, era o facto de que ambos pareciam continuar a olhar um para o outro, como sempre fizeram, mesmo depois da morte.”

 

 

 

 

 


Notas Finais


EU SEI, EU SEI, mas eu mereço muito amor, ainda mais agora que recebi a notícia de que não fui aceite na universidade por 12 décimas, ou seja, estou mais morta do que cada um deles :')

peço desculpa a toda a gente que achou que era o mark e que tinha razão, mas eu não podia simplesmente dar spoiler, não é mesmo? eu nem ia sequer publicar o capítulo hoje pela razão acima dita, mas eu estou tão angustiada quanto jackson wang, então decidi acabar por publicar, até porque o otp continua a ser lindo s2

obrigada a toda gente que leu e que comentou, eu agradeço imenso por todo o amor que recebi e... eu gostava de escrever algo mais apropriado(?) mas eu estou tão bleh e desanimada com a vida que... que nem sei ;-;

MAIS UMA VEZ OBRIGADA POR TUDO, POR TODAS AS TEORIAS E TAL E ATÉ À PRÓXIMA FIC!
p.s: espero não ter desiludido muito com esse final, mas <3


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...