– O seu cabelo é tão macio, Hunnie – o menor comentou a medida que seus dedos deslizavam nos fios alheios – Adoro fazer cafuné em você...
Sehun permaneceu com um sorriso terno formado nos lábios, o fato era que ele estava em êxtase com aquela demonstração de afeto que não recebia desde muito tempo, não lembrava mais como era ser tratado com carinho, amor e delicadeza.
– Parece um bebê, está com sono?
– Não mesmo, só estou apreciando suas mãos – Ele encarou o mais velho e umedeceu os lábios – Se eu fizer carinho em você tenho direito a beijos?
– Talvez sim, desde que seja um garoto bem comportado assim – Minseok mordeu o lábio inferior e puxou com certa força os fios do maior para trás.
Mesmo resmungando, Sehun não quis deixar aquele clima gostoso se acabar. Lá fora fazia tanto frio e dentro daquela cabana tudo poderia melhorar. Ele ficou sentado para encarar Minseok e o menor esboçou um sorriso bem infantil quando percebeu que Sehun estava com o cabelo desgrenhado.
– Vamos falar de um assunto sério agora? Estou cansado de ficarmos escondidos... quero que todos saibam que somos um casal.
– É o que eu mais quero também, meu amor... mas...
– Seus irmãos não se importam, e na última noite JongIn viu como nós dois estávamos. Se ele não reclamou ou não me matou é porque já está tudo bem.
– Sério? Eu não percebi isso. Do jeito que JongIn é durão ele não quis entrar nesse assunto...
– Então, quando você vai dizer para ele que somos namorados?
– Hoje.
Ambos concordaram com um sorriso e caíram no tapete aos beijos, tendo como aquecedor a lareira que estava ali ao lado. Os lábios já estavam bem dormentes quando o clima entre os dois ficou ainda mais quente. Afinal da maneira como Sehun estava sobre o menor era bem previsível que o atrito o deixasse animado, e Minseok estava tão corado porém fingia que nada estava acontecendo.
– Eu quero respirar um pouco, amor...
– Está tudo bem, você não precisa ficar tímido Minseok – Ele falou sério, afinal não iria fazer nada que o menor não quisesse. E suas duas mãos estavam entre as pernas, cobrindo e tentando esquecer de sua ereção.
– Sou muito bobo, não é mesmo? Um dia talvez eu fique bem mais solto e...
Sehun colocou o indicador nos lábios do mais velho e uniu sua testa a dele.
– Nunca mude seu jeito de ser, você é perfeito com esse seu jeitinho mesmo – Depois de comfessar, ele mesmo fez com que Min concordasse com o que havia dito.
– Tudo bem, agora vamos nos preparar? Antes do almoço eu quero abordar JongIn e contar logo que você é todo meu, Senhor Oh.
•••
– Ya ya... chute mais alto, JongIn.
– Estou chutando, caralho.
Chanyeol deu uma risada soprada mas não demorou muito para que voltasse a ficar sério. Segurou na coxa de JongIn e ergueu a mesma o mais alto que conseguiu.
– Chute assim, me xingar não vai resolver tanto.
– Tudo bem, desculpe – O moreno retirou a mão do maior de sua perna e então voltou a treinar – Você aprendeu tudo isso com os seus amiguinhos Alfas?
– Claro que não, desde sempre meu pai me ensinou a lutar e acabei me apaixonando pela técnica. Posso sentir que você também sente essa paixão...
JongIn revirou os olhos e deu um último soco confiante no alvo.
– Por você? Não seja convencido, SunBae.
– Eu me referia a luta. – com um tom sério ele disse e aquilo deixou JongIn envergonhado, claro que ele imaginava ser cantado por um Alfa e por isso pensou aquilo.
– Ah... eu – JongIn pensou bem em algo para mudar o clima que ficou naquele instante – Você pode me ensinar a derrubar meu oponente?
– Sério que quer fazer isso na neve? – O maior deu de ombros e então se preparou – Segure firme nos ombros dele... assim, e após atravessar sua perna... empurrei o corpo dele para trás.
E com essa maravilhosa explicação o Omega caiu na neve. Em uma última tentativa de segurar-se em Chanyeol, terminou por puxa-lo para cima de seu corpo. Claro que Chanyeol não ficou por tanto tempo sobre o mesmo, mas JongIn ficou bem incomodado e assumiu sua forma de lobo para se manter bem mais aquecido.
– Perdão eu não quis machucar você, JongIn – Ele olhou para o lobo de pelagem castanha e quando tentou se aproximar o mesmo correu pela trilha, retornando sozinho para o alojamento – Tsc... não entendi, o que eu fiz de errado?
Os Betas estavam preparando o almoço quando viram o enorme lobo tomar todo o espaço da cabana principal. Ele deitou sobre o chão e de maneira lenta foi voltando ao seu estado humano, revelando para os outros que ali era JongIn.
– Eu queria poder fazer isso, é bem legal – Suho sentou ao lado do moreno que encarava a lareira a sua frente – Você parece aborrecido...
– Impressão sua... só preciso pensar um pouco.
– Entendo. Não saia daí, huh? Irei trazer um pouco de sopa para você.
O moreno ficou pensativo a respeito do Alfa que havia conhecido, ele de maneira alguma o tratou mal e se comprometeu a apenas ensina-lo a lutar. Sua cabeça já estava certa de que generaliza-los da maneira que fazia antes não era nada correto. Os Omegas estavam quase extintos e se ele continuasse a privar os irmãos de se relacionarem com Alfas com toda certeza comprometeria o futuro de sua linhagem, coisa que seu pai jamais aprovaria se estivesse vivo.
“ Escute aqui Nini, você é um menino tão doce... Appa tem tanto medo que o mundo machuque você. Seja forte e proteja seus irmãos huh?
Mas eu tenho medo, Appa... e sou tão fraco...
Tudo o que precisa fazer é esconde-lo de todos. Se esconder seu medo todos o verão como um garoto forte que é. ’’
– Er... JongIn?
O moreno virou o rosto e lá estava Sehun e Minseok parados, estavam com os pés tão próximos que ele por pouco não teve seus fios pisados pelos dois. Já sabia bem o que iriam dizer mas manteve-se deitado no carpete.
– Você atrapalhou meu devaneio, Minseok. Por um instante eu tive paz... – Abriu um sorriso de canto e fez um gesto com a mão – pode dizer.
– É que...
– Na verdade, pode deixar que eu digo, Minnie – Sehun tomou a palavra e encarou os olhos de JongIn, até se colocou de joelhos já que o mais velho não quis levantar – Eu gosto muito do seu irmão e... queria que você entendesse isso para autorizar...
– O namoro. – Ele completou – Eu não sou o mais velho, quem deveria fazer isso era nosso Appa...
– Eu entendo. – Ainda cabisbaixo, Minseok soltou um longo suspiro. Já estava quase sem esperanças.
– Não vou impedir a felicidade de ninguém.
Foi a única coisa que ele disse. Sua mão buscou a de Minseok e assim que as mesmas se apertaram, um sorriso fraco apareceu em seus lábios. Era o suficiente afinal, JongIn havia pensado bastante sobre aquilo e não imaginava as palavras certas para dizer.
– Obrigado, dongsaeng.
– Tá... agora saiam daqui. Quero voltar ao meu devaneio – Ele lançou uma piscada e voltou a fechar os olhos.
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