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História A Troca - A Pesquisa


Escrita por: MrsRidgeway

Notas do Autor


Hello people!

Sou eu, a Marizinha. Estou de volta mais uma vez para fazer a felicidade de vocês. Mrs tá ocupadona essa semana e me pediu pra postar esse capítulo aqui (olhem, esse cap tá sucesso viu?) hoje ou amanhã. Eu escolhi hoje porque eu sou apressada. Como sempre, ela deixou uns recadinhos pra vocês:

Oiê gente! Tudo bom?
Eu resolvi dar uma adiantadazinha na postagem desse capítulo de tanto vocês me pedirem. Eu estou muito, mas muito feliz mesmo com a recepção de vocês com a história, entãaao por favorzinho, leiam com muito carinho e me digam tudo o que vocês estão achando. Ultimamente eu estou sendo movida a base de comentários, haha, então quanto mais, melhor ~sem pressão ~
Sobre o capítulo eu digo várias coisas, mas a principal delas é que tem algumas informações importantes (ou não, kk) para o futuro escondidinhas nas entrelinhas, logo, quem prestar aquela atenção básica já vai poder começar a fazer certas ligações...
Não sei qual vai ser o dia que a Mariana vai postar esse capítulo, mas eu, com certeza, estarei de volta aqui n'A Troca na terça-feira que vem. Fora isso alguns capítulos serão postados lá n'A Escolha, que por sinal eu acho que está ficando bem legal,tá? Sugiro que vocês deem uma olhadinha lá, rum.

Agora, após esses recados todos aí que a Mrs Ridgeway passou, vamo ver o lado da Mione nesse domingo de ressaca :)

Capítulo 19 - A Pesquisa


 

– Mione, eu te acordei?

Lupin me perguntou do outro lado da linha. Sua voz soou confusa.

 – É que já é meio tarde. Me desculpe, achei que você já estivesse de pé.

– Não tem problema, Remo.

Sinos martelavam no meu ouvido como os da torre de uma igreja. – Eu que passei do horário de acordar.

– Hoje é domingo. Normal querer dormir um pouco mais. – ele falou amavelmente. – Eu só liguei para te dar um recado rápido. – avisou. – Essa semana eu não estarei na cidade, então nossa reunião de sexta está cancelada. Assim como as nossas aulas também.

– Aconteceu alguma coisa?

Eu estava preocupada. Não era muito comum Lupin cancelar alguma aula ou compromisso acadêmico.

– Não, apenas farei uma viagem rápida, a trabalho. Nada preocupante.

“Por falar nisso deixei uma atividade para você no seu e-mail. Depois você dá uma olhada. É um artigo muito interessante. Acredito que pode te ajudar na análise das amostras coletadas”.

Algo me dizia que Remo não estava sendo completamente sincero.

 – Pode voltar a dormir agora. Vou ligar pra o Ronald e informar a parte dele. – completou.

     Parte dele?

– Ele não vai fazer a análise desse mês comigo? – perguntei, sem entender.

– Não, o trabalho dele será outro. Enfim, preciso desligar. Bom dia, Mione. Até semana que vem.

Eu me despedi e terminei a ligação. A claridade da tela do celular fez os meus olhos doerem. Já era um pouco mais de meio dia. Eu tinha recebido algumas mensagens. Uma delas era de três horas atrás. Neville avisara que viria me visitar mais tarde.

Larguei o celular em cima da cama, sem nenhuma disposição para levantar.

     Você estava com o que na cabeça ontem, Hermione?

Estar de ressaca era pior do que todas as descrições possíveis que eu já recebera. Por um segundo eu pensei em levantar e abrir as cortinas, receber ar fresco talvez fosse me ajudar um pouco.

Esse pensamento durou apenas um segundo, pois, logo depois eu rolei para o lado e permaneci acomodada debaixo do meu edredom quentinho.

     Por falar em quentinho, de onde apareceu esse pijama?

De fato, essa era uma boa pergunta. Eu estava limpa e completamente vestida para dormir. Como isso acontecera? Eu não fazia a mínima ideia. Flashes da noite passada atravessavam a minha mente. Tudo o que acontecera após a estava oculto atrás de uma neblina com cheiro de álcool etílico..  

      Deve ter sido uma verdadeira catástrofe.

Fechei os olhos e pensei em dormir novamente quando o meu celular tocou mais uma vez. O barulho estridente me fez ter vontade de jogar aquele aparelho na parede.

Estendi a mão e peguei o telefone. O nome de Harry constava na tela.

– Oi Harry...

– Oi, Mione. E aí, tá tudo bem?

Não senti nenhuma nota de preocupação na voz de Harry Potter. Na verdade ele parecia sorrir.

–Minha cabeça tá explodindo. Eu estou um pouquinho enjoada e morrendo de sede. – eu respondi. –  Fora isso tá tudo bem.

– É, ressaca é uma merda mesmo. – ele comentou. – Mas, olha. Ron falou que vai passar aí agora para ver como você tá. Ele parece bastante preocupado. Tem algum problema?

Eu me animei subitamente.

– Nenhum. Ele já tá vindo?

Harry confirmou e alguma coisa fez um barulho estranho do outro lado da linha. Eu perguntei o que era.

– Nada. Eu tropecei no tapete da Ginny.

     O Harry estava muito estranho.

Ou era impressão minha? 

– Enfim, daqui a pouco o Ron chega aí. Beijos, Mione.

Não tive tempo de me despedir, pois, Harry desligou rapidamente.

 

...

 

Eu estava de banho tomado, cabelos lavados, pijama trocado e com uma ansiedade absurda dentro do meu estômago. Ou talvez fosse fome. Pela janela do quarto, visualizei uma motocicleta vermelha estacionar em frente a minha varanda. Desci as escadas rapidamente quando a campainha tocou impaciente.

Abri a porta e dei de cara com um Ronald emburrado.

– Bom dia, Ron. – eu o cumprimentei. 

Abri espaço para que o ruivo passasse, mas ele não saiu do lugar.

– Boa tarde, Granger. Eu te acordei?

– Não, o Harry me avisou que você viria.

     Por que ele estava tão fechado?

O Ron que eu estava acostumada era brincalhão e sorridente.

– A minha cabeça parece que vai explodir. – falei.

– Isso aqui vai ajudar.

Ele estendeu um saco de papel pardo na minha direção. Imaginei que remédios estariam ali dentro, então aceitei o embrulho com certa urgência. Agradeci em seguida.

– Nunca mais quero beber na vida. – eu disse, enquanto vasculhava o resto dos itens que estavam no saco.

Ron sorriu pela primeira vez.

– Bom, eu já vou. – ele falou.

A barra de chocolate em minhas mãos perdeu a graça instantaneamente.

– Mas... – balbuciei. – Você acabou de chegar...

– Sim, é melhor.

Eu não sabia o que estava acontecendo. Momentos da noite passada estavam nebulosos na minha cabeça.

– Ron, por favor... – tentei falar, mas Ronald negou com a cabeça.

– Melhor você descansar. – ele disse. – Amanhã a gente se fala na aula do Snape.

Ron se afastou em direção a motocicleta. Eu não podia, e principalmente, na queria deixa-lo ir embora daquela forma, chateado com algo que eu não conseguia me lembrar por causa da minha irresponsabilidade.

Eu tinha o magoado. Corri até o ruivo e o abracei pelas costas.

– Me desculpa, por favor. – pedi.

– Hermione...

– Não até você me desculpar.

Eu não iria solta-lo até que Ron me perdoasse.

– Te desculpar pelo quê?

– Não sei. Só que eu sei, entende?

Senti o abdômen do ruivo contrair. Ele estava rindo.

– Posso pelo menos me virar para te abraçar melhor? – ele indagou.

Deixei que ele se afastasse somente o suficiente para ficar de frente a mim. Ron passou os braços ao meu redor e eu afundei o meu resto em seu peito.

– Eu não queria te magoar, Ron. Eu não sabia o que fazer. Estava tudo tão misturado na minha cabeça...

– Hermione, olha para mim... – ele pediu.

Eu sacodi em negação. Ron permitiu que eu continuasse. – vocês iam brigar por minha causa. Eu senti como se estivesse te colocado em um problema que não é seu. E como se eu tivesse perdido o controle da minha própria vida.

– E você odeia não ter o controle.

– Sim, eu odeio.

Até nisso Ron parecia me conhecer.

– Eu me descontrolei. Não deveria ter pedido mais doses daquela bebida horrorosa. Eu não me lembro de quase nada do que aconteceu depois dali.

“Você tem toda razão. Nós estávamos aproveitando tão bem a noite antes da briga... Você me escutou. Você também tem sido tão carinhoso comigo. Eu... só que eu... eu fiquei com medo...”

Eu queria chorar. Meus olhos estavam marejados. Ron segurou o meu queixo e ergueu o meu rosto até que eu o encarasse.

– Ei...

Ele enxugou a lágrima que quase caiu do meu olho. – Mione, não foi exatamente o que aconteceu ontem que me incomodou. O que me mata é te ver se esgueirando. Você sempre foge de mim na primeira oportunidade que encontra. Eu não sei mais o que fazer para te mostrar que eu gosto de você.

Eu sorri, boba. Segurei o seu rosto.

– Eu não quero mais fugir de você. – eu disse. – Por favor, fique.

Senti o coração de Ron bater tão rápido quanto o meu.

– Ok... eu fico. – ele sussurrou antes que eu o beijasse.

 

...

 

– Nossa, você é bem rápido... – eu o elogiei, admirada.

Todos os legumes para a preparação do almoço haviam sido cortados em uma velocidade absurda. Minhas mãos não eram tão ágeis assim, nem de longe.

– Na verdade, você que é lerda. – o ruivo respondeu antes de tomar o pote com cebola picada da minha mão.

     É porque eu não gosto de cozinhar.

– Eu ainda estou com dor de cabeça. – me defendi.

Recebi um olhar de quem não acreditou em uma palavra que eu disse. Ron voltou a ficar de costas para mim, a exibir as suas habilidades no fogão. Vi a cebola e mais algumas outros ingredientes serem jogados na frigideira. Eu queria ajudar, então tentei pegar a caçarola em um dos armários da parede. Minhas tentativas foram infrutíferas.

Ron se esticou atrás de mim e alcançou a panela a sorrir. O ruivo beijou a ponta do meu nariz e se afastou novamente. Voltei a me sentar.

– Você aprendeu a cozinhar em casa? – perguntei, curiosa.

Ele balançou a cabeça de um lado para o outro. Era um mais ou menos.

– Minha mãe nunca deixou que a gente se aproximasse muito das panelas. – Ron comentou. – Mas eu sempre gostei de vê-la cozinhar.

“Quando eu me mudei pra Londres eu meio que fui obrigado a aprender de vez. Ou era isso ou eu iria morrer com uma artéria entupida de tanto comer gordura na rua.”

– E sem dinheiro né?

Conversamos um pouco sobre a vida de Ron em Londres. Ele me contou sobre os seus projetos na antiga universidade. Não pude deixar de ficar admirada com seu empenho. Todas as atividades listadas pareciam um sonho. Eu me perguntei várias vezes sobre o real motivo de Ron ter retornado.

Nós nos sentamos para comer. Reiniciei o diálogo.

– De onde saiu essa ideia de ir estudar em Londres?

– Do meu pai.

“Meu irmão mais velho, o Gui, era o responsável pelas parcerias internacionais da empresa de papai. Era ele que sempre visitava os fornecedores. Mas, assim que Gui se casou, ele descobriu que iria ser pai. Quando a neném nasceu, papai não quis que ele se afastasse muito de casa por uns tempos, aí eu me ofereci para ajudar no lugar dele”.

– Mas você não estudava aqui? – eu questionei.

– Não, eu não estudava aqui. Eu não fazia nada, para ser sincero. – Ron deu de ombros. – Mas aí os gêmeos abriram a loja. E a Ginny nunca estava em casa. Era época de vestibular. Eu cansei de ser inútil. Por isso, me ofereci para ajudar na empresa.

Franzi a testa.

– Você não tinha conseguido entrar em nenhuma faculdade?

– Eu nem sequer tentei.

Eu estava perplexa. Ron apenas enrolou o macarrão no garfo tranquilamente.

– Por quê?!

– Eu sempre pensei que eu fosse incapaz. Digamos que eu não era um aluno excepcional.

– Que desperdício, Ron! – eu falei extremamente horrorizada. – Você é muito inteligente.

Ele sorriu para mim. Seu rosto estava levemente vermelho.

– Obrigado.

– É apenas a verdade.

Ronald sorriu mais uma vez. Não foi minha intenção deixa-lo envergonhado. Ron era desleixado, às vezes, mas isso não o impedia de ser realmente talentoso naquilo que se propunha a fazer. Nosso projeto de pesquisa era um exemplo da sua eficiência e dedicação.

Ele prosseguiu com a história.

– Depois de um ano e pouco trabalhando na empresa, rolou uma viagem para Inglaterra. Um amigo do meu pai me apresentou o programa da universidade. Eu me identifiquei e escolhi ficar por lá.

– Isso tem uns... cinco anos?!

Ron assentiu.

– Mas a McGonagall te encaixou no oitavo semestre. – eu observei.

– Foram dez meses a mais, para ser específico. Meu inglês era péssimo e eu precisava reunir os documentos necessários para a matricula.  

– Eu tentei seleção para uma universidade australiana no fim do colegial, porém não levei a diante.

– Por quê?! – Ron estava abismado. – Acho impossível você não ter passado na prova, então deve tido outro motivo bem grave pra você não ter ido.

– Mamãe adoeceu. As coisas ficaram muito difíceis nessa casa.

Eu relembrei o horror que foi quando descobrimos que a minha mãe estava doente. – Eu recusei a bolsa, preferi ficar. Pouco tempo depois eu fui aprovada aqui e não voltei a tentar.

Ron me olhou preocupado.

– Ela está bem? – indagou.

– Agora sim.

 Era bonitinho vê-lo se importar com alguém que ele nem mesmo conhecia.

– Assim que mamãe se recuperou, os meus pais voltaram para a nossa primeira casa. – expliquei. – A cidade fica a uns 100km daqui. Lá tudo é bem mais calmo.

– Agora entendi porque essa casa é tão grande. Eu achei bem estranho você morar aqui sozinha.

O ruivo recolheu a nossa louça vazia da mesa. Andamos até a sala. Lembrei-me de algo importante.

– Posso comer chocolate agora, Weasley? – o questionei com certo afronte. – Ainda estou de castigo?

Ron me segurou pela cintura.

– Na verdade, eu estava pensando em outro tipo de sobremesa... – ele beijou o meu pescoço devagar. – Uma sobremesa que me parece bem mais gostosa.

– Ah, é mesmo?

Deixei que os seus lábios macios percorressem a minha pele. – E qual seria?

Ele sorriu malicioso antes de me beijar vorazmente.

 

...

 

Ron colocara um filme e agora comíamos o que restou da segunda barra de chocolate.

– Desde quando você gosta de comédia romântica? – indaguei.

Eu estava surpresa e curiosa.

– Eu tenho uma irmã três anos mais nova e extremamente mimada, caso você tenha esquecido. – ele explicou. – Ginny me obrigava a assistir todos os dramas pré-adolescentes com ela. Os gêmeos sempre fugiam quando ela ligava a televisão.

– E os seus outros irmãos?

– O Carlinhos nunca estava em casa. Percy passava o dia todo enfurnado no quarto, estudando.

“Às vezes o Gui tentava ser solidário, mas, quase sempre ele estava com o papai na empresa. Isso foi bem no início, quando os negócios começaram a dar certo. Não tínhamos dinheiro para contratar muitos funcionários. Basicamente toda mão de obra envolvida era dos meus irmãos mais velhos.”

– Você é um irmão muito legal. – eu disse. – Eu sempre fazia tudo sozinha até o Nel aparecer.

O ruivo passou o braço por trás do meu pescoço. Eu me aconcheguei no seu peito largo.

– Vocês se conhecem há quanto tempo? – ele perguntou sobre o Neville.

– Acho que desde os doze anos. A avó dele era paciente dos meus pais. Aí um dia ele foi acompanhar ela em uma consulta e eu estava lá, na recepção. Praticamente viramos amigos nesse dia mesmo.

– E nunca rolou nada entre vocês?

Eu levantei a cabeça e o encarei.

– O que você exatamente quer saber, Ronald?

– Ah, sei lá. Vocês se conheceram no início da adolescência.

– E?

– É totalmente normal rolar algo antes da amizade. Eu pegava as amigas da Ginny sem nenhuma dor na consciência.

– Ai que horror, Ron!

– Mas é verdade!

Eu dei um tapinha no seu braço.

– Não, não e não! – eu neguei veementemente. – Nunca rolou nada entre mim e o Neville. Ele é quase meu irmão. Acredito que ele me vê da mesma forma.

– Nem um beijinho? – Ron insistiu, divertido.

Por causa disso ele ganhou mais um tapa.

– Ele não era descontrolado que nem você. E mesmo se, por acaso, eu quisesse ficar com o Neville naquela época, ele não iria me querer.

– Por quê? Você não tem cara de que era feia quando criança.

– Nel era apaixonado por uma pessoa. Isso durou muitos anos. – expliquei. – Mas na época ele era muito tímido para admitir.

Ron fez cara de espanto. – Neville tímido? Não consigo imaginar isso.

– Pois é – eu concordei. – Ele mudou bastante.

Voltamos a prestar atenção no filme. O tempo praticamente voou. Percebi que já anoitecia quando Ron observou o relógio em seu pulso. Logo, logo ele teria que realmente ir para casa. Esse fim de tarde tinha sido tão bom que eu nem percebi o tempo passar.

Quando os créditos subiram na tela, eu desliguei a tv.

– Você está melhor? – o ruivo me perguntou.

– Sim. Obrigada por ter se preocupado. Obrigada também por ter me trazido para casa na madrugada. – agradeci. – Eu não me lembro de muita coisa, mas agora me lembro de você ter me colocado para dormir.

Ronald sorriu.

– Do que você se lembra com clareza?

– Com clareza eu acho que nada. Lembro que quando a gente chegou aqui você não acreditou quando eu disse que era a chave azul.

– Você tinha dito que era a amarela antes!

– Tenho certeza que você que se enganou, Weasley.

Ron cutucou as minhas costelas, o que me provocou cocegas e me fez rir.

– Pelo jeito você não se lembra das melhores partes... – ele comentou.

– Eu fiz muita besteira?

– Algumas.

– Tipo?

– Tipo tentar me beijar enquanto eu estava dirigindo.

Eu prendi a respiração, totalmente estupefata.

– Isso é mentira né? – questionei, ainda sem acreditar. – Me diz que isso não é verdade. Eu não posso ter feito isso...

– Você não só fez, como pareceu não se importar na hora.

– Eu nunca mais vou beber na minha vida. – eu falei. Pus a mão no rosto, envergonhada. – Nunca mais.

Ron soltou uma gargalhada.

– Relaxa, Granger. Tiveram as partes legais também. – ele tentou me tranquilizar.

– Tiveram?

– Sim. Inclusive, eu preciso te parabenizar. Você rebola bem para caralho.

– Ronald! – comecei a rir descontroladamente.

     Nunca mais volto naquele pub.

– Sério. Teve uma hora que você fez um movimento com as pernas e ficou bem no meu ângulo de visão. – Ron parecia se divertir com a descrição. – Eu juro... sério, eu juro que eu quase esqueci que eu estava chateado com você nesse momento.

– Meu Deus, Ron!

Joguei uma almofada em sua direção. Ele desviou habilmente.

– Estava lindo, Mione. Não precisa ficar com vergonha.

– Poxa, não me lembro dessas partes. – eu lamentei. – Só me recordo do que rolou antes da... daquela briga maldita.

Automaticamente, eu olhei as leves marcas vermelhas que a força da mão de Viktor tinha deixado no meu braço. Ron pareceu preocupado.

– Mione, como você está se sentindo?

A entonação da voz do ruivo deixava claro que ele não estava falando apenas do meu bem-estar físico.

     E então, Hermione... Você está bem?

Quer saber mesmo? Eu acho que eu estou.

– Mal. Só que, ao mesmo tempo, bem.

No fim a experiência traumática havia me servido para alguma coisa. Eu entendi que o Viktor não valia a pena. Não que eu já não soubesse disso. Tudo o que acontecera nos últimos tempos abriu os meus olhos para a possibilidade de enxergar que Viktor não era exatamente a pessoa que eu imaginei que ele fosse.

– Eu me sinto mal por ter me deixado enganar por tanto tempo.

“Viktor não era assim no início, sabe? Ele era carinhoso. Com o tempo ele foi ficando frio, contudo, ainda sim, ele nunca havia me dito antes nada parecido com o que eu ouvi nas últimas semanas. Isso faz eu me sentir tão imbecil.”

Ron alisou a minha bochecha com carinho,

– Você não é imbecil por causa disso, Mione. Tem algumas pessoas que aparecem nas nossas vidas no momento que nós estamos mais vulneráveis. Cada coisa que elas fazem é tão boa que tudo ao nosso redor, exatamente tudo, todos os problemas, as confusões, tudo simplesmente some.

Havia ternura em suas palavras. Até mesmo um certo pesar.

“Mas aí o tempo passa, e na primeira oportunidade, no primeiro vacilo que você dá, ela se mostra como realmente ela é. É nessa hora que você percebe que o perigo estava ali do seu lado, o tempo todo. Que não adiantava fugir.”

Era como se Ron tivesse experienciado o mesmo do que eu estava vivendo. Não pude deixar de me perguntar mais uma vez como era a vida do ruivo na Inglaterra.

– No fim não é ser ou não ser idiota, Mione. É confiar na pessoa errada. – ele completou.

Assenti lentamente. Eu ainda estava inconformada com os meus vacilos.

– Eu deveria saber melhor em quem confiar. – eu disse. – Eu não podia ter deixado isso acontecer dessa forma. Eu fui tã...

– Mione... – Ron me interrompeu.

Ele me puxou para mais perto do seu corpo. – Confiança não se escolhe. Não tem como a gente escolher isso. A gente só confia e pronto.

     E eu confio em você.

Eu não sabia o porquê, mas estávamos ali, sozinhos, a nos encarar. Ron parara de falar e agora suas mãos seguravam o meu rosto com tanta delicadeza, que eu tive medo de respirar e estragar o nosso momento.

Ron me transmitia uma paz que eu nunca havia sentido antes com ninguém. Eu queria morar no seu afago. Levei os meus lábios aos seus. Iniciei o movimento devagar. O ruivo pôs a mão na minha cintura e manteve os nossos corpos colados.

Cada minuto que passou levou consigo parte da lentidão inicial. Eu o desejava mais. Pelo visto Ronald queria o mesmo que eu. Quando eu segurei a nuca de Ron com força, na tentativa que aquilo não acabasse tão cedo, ele me puxou para o seu colo. Eu me encaixei sobre o seu quadril.

     Você não precisa de ar agora, Hermione.

Infelizmente, eu precisava. Nossos rostos se afastaram. Estávamos os dois ofegantes.

– Eu confio em você. – eu disse baixinho. – Então, por favor, não me decepcione...

Já me bastava os quatro anos desperdiçados. Ron sorriu.

– Seu pedido é uma ordem. Como sempre.

Eu ri e o beijei mais uma vez. Prendi minhas mãos em seus cabelos quando Ron mordiscou a minha orelha. Eu senti meu autocontrole se dissipando rapidamente. O ruivo escorregou as mãos pela minha cintura até chegar nos meus quadris, onde apertou de forma gostosa.

– Cadê todo o seu cavalheirismo da noite passada, Weasley? – perguntei, mas os meus olhos estavam fechados.

No mesmo ritmo torturante, Ronald beijou o meu colo. Uma de suas mãos subiu por dentro do pijama. Sua voz estava rouca quando me respondeu: – Está aqui...

No momento que Ron alisou os meus seios, eu não consegui mais refrear o gemido que estava preso na minha garganta. E ele se aproveitou disso. Alisava o meu mamilo com o polegar, em movimentos circulares. Impaciente, eu puxei a sua boca em direção a minha novamente. Minutos depois, a camiseta do ruivo foi parar no chão da sala.

Eu gemi mais uma vez com as carícias. Ron sorriu satisfeito enquanto abria os meus botões.

– Bem conveniente o seu pijama, Granger... – sussurrou ao meu ouvido. – Eu gosto quando você está empenhada em me satisfazer...

– E quem disse que eu vesti para te agradar, Weasley? – eu rebati e mordi o seu queixo.

– O seu subconsciente. Ele já sabia o que eu queria fazer...

Agora minha blusa descansava ao chão. Ron mergulhou o seu rosto no meu colo. Agora a sua língua se deliciava nos meus seios. Segurei os seus cabelos avermelhados com força e joguei minha cabeça para trás.

Eu havia cedido completamente às sensações. Eu sentia Ron pulsar sob mim enquanto eu rebolava no seu colo. Suas mãos pediam mais do meu corpo. Ele estava quente. Eu também.

Ron me deitou de costas no sofá. Seus olhos azuis me admiraram por um tempo. Não pude deixar de me envergonhar. Ele percebeu e me beijou com vontade outra vez. Seu gosto era maravilhoso. Eu me perguntei porque neguei aquilo por tanto tempo.

Seus beijos se estenderam até a minha barriga, onde permaneceram a me provocar. Devagar, eu senti Ron começar a me estimular por cima do short. Soltei outro gemido, dessa vez mais forte.

– Ron...

– Você é deliciosa, Mione... – ele disse, sem diminuir o ritmo. – Eu quero te provar...

Os lábios de Ron me provocavam perto a minha virilha. Não vi quando as últimas peças de tecido que cobriam o meu corpo foram parar no tapete. Seus dedos conferiram a minha vontade com uma satisfação absurda.

– Mione... – seu chamado saiu como uma súplica.

Foi impossível controlar os sons que saíam da minha garganta durante o tempo que eu senti a língua de Ron trabalhar deliciosamente entre as minhas coxas.

 

...

 

A campainha tocou insistentemente.

– Neville. – eu falei.

Eu ofegava. As minhas pernas ainda tremiam por causa de Ron. – Ele mandou mensagem dizendo que passaria aqui por agora.

Ron fez cara feia. Ele levantou e me deu um selinho demorado.

– Manda o Neville para casa... – pediu, manhoso.

Eu sorri.

– Não posso. Desculpe.

O beijei outra vez. Tudo o que eu queria era terminar o que havíamos começado.

– Certo. – ele lamentou.

Ron vestiu a camisa rapidamente e jogou as minhas peças de roupa na minha direção. – Veste logo isso que eu vou abrir a porta.

Obedeci e me sentei no sofá, comportada. Pus o meu sorriso mais inocente no rosto. Logo depois, Neville apareceu na sala com Ron em seu encalço.

– Oi Nel.

– Oi Mione. – ele se abaixou e me deu um beijo na bochecha. – Eu vim ver se você estava bem. Mas, pela sua cara, você está ótima.

Eu senti o meu rosto esquentar. Ronald prendeu uma gargalhada, mais ao fundo. Neville o observou, divertido. Seu olhar percorreu de mim para Ron, desconfiado.

– Eu tô indo. – o ruivo apontou para porta. – Vou deixar vocês conversarem em paz.

– Eu te levo na porta.

Levantei-me do sofá saltitante. Segui de mãos dadas com Ron até a porta. Nós trocamos alguns beijos na hora da despedida, relutantes em nos separarmos.

– Devo vir te buscar amanhã?

– Sim ou claro? – eu respondi.

Consegui arrancar uma risada gostosa de Ron. Ele me abraçou pela cintura quando eu me estiquei na ponta dos pés. Joguei as minhas mãos ao redor do seu pescoço.

– Até amanhã, Mione.

– Até, Ron.

Nós demos mais um beijo de despedida antes dele se afastar. Quando voltei para sala, sorridente, e encontrei um Neville curioso a me encarar.

Sentei-me ao seu lado e o abracei. Neville riu.

– Preciso te dizer que você tá com uma cara bem retardada.

– Tá tão visível assim? – eu retruquei.

     Para de sorrir, Hermione.

Não.

– Seu sorriso tá tão brilhante que chega a ofuscar a minha beleza. – ele comentou, falsamente ofendido. – E olha que isso é bem difícil viu?

– Bobo. – eu disse divertida antes de me afastar.

Neville me analisou por um tempo.

– Desde quando vocês estão juntos?

– Desde umas quatro horas atrás.

– E aquela confusão toda de ontem? – ele indagou, sem entender. – E tem o presente que vocês compraram juntos. Vocês também passaram quase a noite toda bem próximos um do outro...

Eu apertei os lábios de Neville com o indicador e o polegar para que ele se calasse.

– Realmente juntos, eu quis dizer. – eu expliquei. – Algumas coisas aconteceram desde quando ele chegou, mas nada explicito...

– Aaaaah, então ele é mesmo o seu pretendente misterioso!

Neville parecia ter vencido uma batalha. – Depois de ontem eu já desconfiava, até porque o Ron não pareceu querer negar nada.

– É, eu sei. – me lamentei. – A culpa de toda enrolação foi minha.

– O Ron parece ser um cara legal. Bem melhor do que o Krum.

– Eu demorei um pouquinho para entender isso.

Neville me abraçou.

– Acho que você precisa de umas aulinhas de lógica comigo, Mione. – ele disse.

– Ah, cala a boca!

Ele gargalhou, convencido. Nel exigiu todos os detalhes sobre a minha relação com Ron, então passamos algumas boas horas conversando. Após o jantar Neville retornou para casa.

Voltei para o meu quarto. Pensei em me jogar na cama, porém, uma lembrança me ocorreu: o artigo que Lupin havia me mandado. Liguei o meu computador. Era o último e-mail que eu havia recebido. Fiz download dos documentos.

Eram dois artigos compactados. Comecei a ler superficialmente o primeiro. Por um tempo não entendi porque Lupin me mandara aqueles artigos. Eram textos completos sobre um estudo da aplicação de componentes químicos em doses homeopáticas, altamente controladas em laboratório, para tratamentos de problemas médicos.

O editorial predispunha de uma extensa grade de elementos em fase de teste há mais de cinco anos, além do relato de pacientes que se submeteram a esses tratamentos e obtiveram resultados tanto positivos, quanto negativos. Curiosa, continuei a desmembrar um pouco mais o artigo.

Duas horas depois encontrei uma informação que parecia importante. Na lista com vinte e nove substâncias, apenas doze eram altamente solúveis em água. Já que nós estávamos trabalhando com um rio, eu achei essa observação importante. Guardei a observação e prossegui para o próximo editorial.

O segundo artigo era mais simples e numa linguagem bem mais fácil de assimilar. Ele consistia em nada mais que uma lista dos elementos químicos mais utilizados na produção industrial geral do país. Era um documento detalhado sobre de controle de gastos e exportações de lixo químico, separado por regiões geográficas.

Fiz a correlação necessária assim que eu bati o olho no catálogo de partículas. Das substâncias que eu havia separado antes, oito estavam presentes na lista, sendo que cinco tinham o seu pico de concentração de produção e utilização na nossa região.

Andei até a minha mochila e peguei a minha pasta com os resultados das amostras do rio. Em seguida, abri cinco novas abas no navegador e digitei o nome dos elementos separadamente, um em cada uma delas. Pelo visto, a minha pesquisa seria longa, talvez avançasse até a madrugada.

Não estava me importei com o tempo que precisaria gastar. Em algum momento da noite uma daquelas substâncias iria ter que bater com o resultado da nossa análise. Até que enfim.

 

 


Notas Finais


Também tem recado aqui:

Repetindo o pedido do ultimo capítulo: Me contem tudinho o que acharaaaaaaaam.
Agora chega de ser chata, ASHAUAHSU
Beijos, meus amores. Até terça que vem ♥

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Intromissão de Marizinha número 01: Eu já disse a ela que eu amei esse capítulo mesmo, de coração. Então acho que vocês vão gostar.
Intromissão de Marizinha número 02: A Hermione é inteligente demais, gente. Eu ia olhar dez horas pra esse artigo e não ia encontrar nada.
Intromissão da Marizinha número 03: Por causa da Mrs eu comecei a amar o Rony kkkk

Beijos galera, até o próximo capítulo que ela me pedir favor!


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