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História A Troca - O Artigo


Escrita por: MrsRidgeway

Capítulo 23 - O Artigo


— Eu te disse que era estupidez colocar esse bolo em cima do carro, Ronald – Luna ralhou, de braços cruzados – E agora, o que a gente vai fazer?

— Boa pergunta, miss mão de manteiga! – retruquei, sarcástico – Eu precisava abrir a porta do carro, sabia?! Não te custava nada apoiar a bandeja nesses cinco segundos!

— Esse bolo é muito pesado – ela deu de ombros, altiva. Eu acabei rindo da postura da loira – Acho melhor a gente voltar lá. Talvez Cari consiga dar um jeito nisso.

— Será? – indaguei olhando para a peça, vacilante.

Com o impacto, o lado esquerdo do bolo havia afundado e parte da cobertura se desmanchou. Por sorte, eu pelo menos tinha conseguido evitar que ele fosse com tudo ao chão.

— É melhor a gente tentar ou a sua irmã vai enforcar a gente com cortina da sala de vocês.

Luna me puxou pelo braço de volta para a casa da vizinha de Hermione. Ela tocou a campainha e eu pude ouvir passos apressados vindo em direção à porta. Alguns segundos depois Allan deu as caras, com um pedaço de croissant na mão. Ele mirou o bolo e arregalou os olhos, assustado.

— Que porra foi essa que vocês fizeram com esse bolo?! – ele indagou, ainda de boca cheia.

— Tombou... – Luna respondeu como se derrubar um bolo fosse a coisa mais normal da face da terra.

— Não pode estar tão ruim assim... – eu comentei, esperançoso.

— Tá péssimo – ele limpou o açúcar dos dedos com a língua – Mas minha avó dá um jeito nisso. Entra aí.

Nós adentramos a casa. Allan fechou a porta e passou por nós, chamando por Caridade.

— Vó! – ele praticamente gritou da sala, sentando no sofá logo em seguida – Tem estrago aqui pra resolver!

— Estrago? – ela pôs a cabeça para fora da cozinha – Que estrago?!

Luna acenou, tímida. Eu abri um sorriso amarelo. Cari fez um sinal com a mão, indicando que a gente viesse ao seu encontro. Ela levantou uma sobrancelha, divertida, assim que viu o estado do bolo.

— O que vocês andaram aprontando, meninos? – Caridade perguntou, instruindo que eu colocasse o bolo em cima da mesa – Não tem nem quinze minutos que vocês saíram daqui.

— Ocorreu um pequeno acidente na hora da gente entrar no carro – Luna respondeu, se apoiando no balcão do armário – Vai dar mesmo pra consertar?

— Vai sim... depois de um trabalhinho, claro. Mas vai dar tudo certo.

Eu respirei aliviado.

— Ótimo. Eu já estava aqui pensando como iria ser a minha morte quando a Ginny visse esse bolo assim... – eu falei e elas riram – Muito obrigado, Cari. De verdade.

— Não há de quê, meu bem – ela afagou o meu rosto, carinhosa – Só que vai demorar um pouco.

— Não tem problema. O mínimo que a gente pode fazer é esperar – eu segurei a mão dela.

— Vocês estão com fome? Eu acabei de tirar pães doces do forno. Estão quentinhos ainda.

Cari andou até o fogão e virou na nossa direção, com uma assadeira nas mãos. O cheiro de comida boa logo chegou as minhas narinas. Eu aceitei os pães sem nenhuma cerimônia. Logo depois Luna fez o mesmo. Depois de comer metade da assadeira de pães, nós seguimos para a varanda lateral, a fim de deixar Cari trabalhar em paz na cozinha. Lu sentou no sofá de palha, de balanço, enquanto eu permaneci em pé, apoiado na mureta de ferro. Acabei concentrando o meu olhar no sobrado amarelo que ficava logo a diante, há menos de cem metros.

— Não adianta ficar encarando. A princesa não está no forte hoje – Luna brincou.

— Eu sei... – concordei, divertido – Ela já está me esperando, no meu castelo.

— Mocinho de sorte você, então.

— É, talvez eu seja – sorri anasalado.

Me juntei a ela no pequeno sofá.

— Talvez...? – Lu levantou uma sobrancelha, descrente – Que falta de segurança é essa, Ronald?

— Não é falta de segurança – eu me defendi – É cautela.

— Cautela...? – Luna permaneceu com o mesmo olhar inquisitório – Cautela de quê?

— Vai que ela resolve abrir mão da nossa fase de teste – eu comentei, encarando o taco de madeira do chão da varanda – Tem tanta coisa mais interessante por aí.

— Você tá falando isso por que quer desistir? É isso?

— Não! Eu não quero desistir dela. É que... Ah, Lu... Eu não sei... – comecei a me explicar, devagar. Para ser sincero eu não sabia bem o que dizer – É que Hermione é tão, sei lá...

— Independente? – Luna sugeriu, esperta – Segura de si? Autônoma?

— É... Tudo isso aí – eu concordei, rindo.

— E você acha que ela vai se sentir atraída por outra pessoa ou por outra coisa só porque você se sente inferior a ela?

— Eu não me sinto inferior a ela, não é isso – eu retorqui. Me ajeitei no assento do sofá – Só que Hermione é linda, Lu. Ela é a pessoa mais inteligente que eu já conheci na minha vida. É teimosa também, mas nada que apague todo o resto. Mione é perfeita do jeitinho dela.

Soltei um longo suspiro antes de continuar.

 – De qualquer forma, ela terminou um namoro longo e muito fechado há pouco tempo. Hermione nem chegou de fato a aproveitar a solteirice. Eu posso ter sido um pouco incisivo com ela, dando um ultimato. Vai ver nem era isso que ela de fato queria mesmo. Eu não quero ser outro tipo de grade pra Mione. Não quero forçar uma situação.

— Ronald... – Luna segurou a minha mão com cuidado e virou o meu rosto na sua direção – Você acha mesmo que um homem, seja ele quem for, é capaz de suprimir uma mulher como Hermione? Você acha que ela estaria com você só porque você diz que a colocou contra a parede? E que fique claro que eu realmente não acredito que você tenha feito isso.

— Não... eu acho que não – eu respondi, a encarando de volta.

— Então... Não tem porque você estar pensando essas besteiras – ela sorriu para mim amavelmente – Largue de loucura e aproveite esse momento que vocês dois se deram.

Eu sorri de volta, mitigado, e puxei Luna para um abraço.

— Você é extraordinária, sabia? – eu dei um beijo na testa dela.

— Eu faço o possível pra isso – Lu respondeu, brincalhona.

— Mas a culpa do bolo ter caído ainda é sua – eu repliquei, me afastando.

Levantei-me e me virei rumo à porta da cozinha.

— Lógico que não, Ronald. A culpa é inteiramente sua– ela negou, vindo atrás de mim – Isso está claro como 1 +1 são dois.

— De acordo com a Álgebra, minha cara, 1+1 pode dar inúmeros resultados. Inclusive zero – argumentei, sagaz.

— Droga! Odeio não saber nada de matemática... – Luna virou os olhos para mim e passou na minha frente, entrando na cozinha.

Eu a segui, sorrindo vitorioso.

Devido às mãos milagrosas de Caridade, o bolo conseguiu ser reestruturado com louvor. Nós admiramos o trabalho, por alguns minutos, boquiabertos com a destreza daquela mulher. Após mais uma sessão de agradecimentos a Cari, bem merecidos por sinal, Luna e eu partimos para a festa apressados, dessa vez tomando o triplo de cuidados. Quando chegamos ao apartamento, o local já estava entupido de gente. Neville veio até nós, para ajudar com o bolo.

— Até que enfim vocês chegaram! – ele comentou, pegando a bandeja dos meus braços e trazendo até a mesa de doces – Vai, me contem... Aposto que foi a Lu que derrubou o bolo. Tô certo?

— Ei, não fui eu não! – Luna se defendeu, colérica. Neville passou um braço pelos ombros dela, a trazendo para perto – Por que todo mundo acha que sou eu que faço essas coisas?!

— Porque você é desastrada, estrelinha – ele sorriu carinhoso para Luna, que retribuiu.

Logo depois os dois perceberam que não estavam sozinhos. O rosto de ambos assumiu um tom intenso de vermelho. Eu fingi que não ouvi nada e fiz uma bela cara de paisagem. Luna deu uma desculpa qualquer e se afastou, correndo até onde Parvati conversava com Simas e Dino.

— Você viu a Ginny por aí? – eu perguntei a Neville – Ela tem que vir ver que o bolo dela tá inteiro.

— Olha cara... – ele começou a me responder, pondo as mãos nos bolsos – A última vez que eu vi a Ginny ela estava indo pra o quarto com o Harry.

— Mas já?! Eles não podiam ter esperado a festa acabar, pelo menos? – eu brinquei e Neville soltou uma gargalhada – Você sabe onde tá a Mione, então?

— Ah, ela tá na varanda – ele sinalizou rapidamente – Por sinal eu tenho que falar com ela também...

Nós andamos até perto da sacada. Eu parei de súbito, no meio do caminho, sem acreditar na cena que eu estava vendo a minha frente. Neville me encarou sem entender o que havia acontecido, até que ele direcionou o olhar para o mesmo lugar do meu. Pelo vidro da porta da varanda, dava para ver claramente Hermione e Krum se abraçando. Eu senti o meu rosto quente. Eu deveria estar mais vermelho do que a cor dos meus cabelos. Fechei os punhos, na tentativa de canalizar a minha irritação. Dei meia volta e segui até a cozinha. Neville me acompanhou.

— Ei, cara... – ele me chamou, enquanto eu abria a geladeira e pegava duas cervejas – Não deve ser nada demais.

— Ah, com certeza! – respondi, irônico. Estendi uma lata para Neville e ele aceitou – Realmente, não deve ser nada demais.

Eu me apoiei no balcão, ficando de costas para a sala, e esfreguei os meus olhos. Eu estava me negando a acreditar que mesmo depois de tudo que Krum fizera, Hermione se dignava a abraça-lo daquela forma tão intensa. Vai ver ela nutria algum tipo de sentimento por ele e eu, como sempre, estava sobrando na história.

— Acredite, Ron. Eu tô falando sério. Não deve ser nada demais – Neville insistiu – Eu sei o que você tá pensando, mas eles dois juntos não é mais uma realidade possível.

— Por que não? – eu questionei, descrente.

— Porque ela já evoluiu, cara – ele me respondeu tranquilamente, antes de tirar o celular do bolso e visualizar alguma coisa – Fique tranquilo.

— É... vou ficar – eu dei uma golada na minha cerveja.

— Eu vou buscar a Hannah. Parece que aconteceu alguma coisa com o carro dela depois que ela saiu do plantão, no hospital. Daqui a pouco eu tô de volta – ele deu alguns tapinhas no meu braço, antes de se afastar.

Eu saí da cozinha logo depois. A soleira da porta de entrada, Krum falava alguma coisa com Ginny, parecia estar se despedindo. Harry conversava empolgado com Cedrico, Olívio e mais três caras que eu não sabia quem eram. Assim que a minha irmã fechou a porta, ela veio até onde eu estava e me agradeceu por ter trazido o bolo, correndo logo depois para fazer o mesmo com Luna e me deixando sozinho de novo. No momento que eu pensei em me juntar a Harry e aos outros, Hermione apareceu na minha frente, animada não sei com o que.

— Olá! – ela falou, tocando o meu braço – Você demorou...

Hermione fez menção de colocar as mãos ao redor do meu pescoço, mas eu me afastei involuntariamente. Ela franziu a testa sem entender.

— Oi... Pelo menos eu já cheguei – minha resposta saiu bem seca. Eu não conseguia disfarçar quando estava chateado com alguma coisa – Eu vou ali falar com os caras.

Saí de perto dela rapidamente, deixando-a visivelmente atônita. Entrei na roda da conversa sem nem ao menos pedir licença. Eles estavam falando sobre futebol, bem como eu presumi. Harry se adiantou nas apresentações, assim que percebeu a minha presença.

— Ah, ei pessoal. Esse é o Ron – ele me puxou para frente – Ele é o irmão da Ginny.

— E aí, Ron? Tudo ok? Eu sou Terencio – um dos homens estendeu a mão para me cumprimentar – Esses aqui são Ernesto e Anthony.

Eu retribuí o gesto, apertando a mão dos outros dois também. Eles me contaram que trabalhavam na SeMz, porém em setores diferentes de onde a Ginny ficava normalmente. Cedrico recomeçou a conversa sobre futebol e dessa vez eu me inseri no assunto, participativo. Algum tempo depois, olhei para a direção onde Hermione estava e percebi que ela não estava mais lá. Eu espiei pelos ombros na direção de Ginny e Luna e vi que ela também não estava com elas.

     Onde essa mulher se meteu?

Fui tirado dos meus pensamentos quando Harry me cutucou, indicando que eu chegasse mais perto dele.

— Será que falta chegar muita gente? – ele indagou, olhando ao redor.

— Olha, partindo do ponto que eu não conheço nem 20% das pessoas que a Ginny colocou na lista de convidados, eu não faço a mínima ideia se falta mais alguém chegar.

— Hmm... Acho que não vai chegar mais ninguém não – Harry olhou no relógio – Já tá tarde demais, até pra os retardatários.

— Espera pelo menos o Neville voltar com a Hannah – eu sabia o motivo da pressa dele – Eles já devem estar chegando.

Assim que eu terminei de falar, mesmo em meio a todo o barulho das conversas e da música de fundo, eu consegui ouvir a campainha tocar. Me adiantei até a porta, mas Angelina foi mais rápida, chegando primeiro. Neville passou com Hannah no encalço. A loira me cumprimentou rapidamente e seguiu com o namorado na direção de Ginny, para entregar o presente que trazia nas mãos, me deixando sozinho com a Angel no local. Angelina me puxou pela mão para fora do apartamento, batendo a porta logo em seguida.

— Essa porta não abre por fora – eu avisei, enquanto ela me arrastava sem nenhuma dificuldade para o elevador – E eu tô sem a chave.

— Não tem problema. A gente vai ali rapidinho... – ela deu de ombros, apertando o botão do térreo – Na volta é só tocar a campainha.

— Ali aonde? – eu questionei, sem entender.

— Pedir outra caixa térmica ao porteiro. A que sua irmã trouxe mais cedo não tá dando conta – Angel me respondeu, assim que a cabine abriu – Eu mesma consigo esvazia-la sozinha em menos de quinze minutos.

— Tá trabalhando direito nesse fígado, hein? – eu comentei, a encarando.

— Não só nele, meu querido. Em outras partes do corpo também – ela respondeu, divertida.

Eu soltei uma gargalhada e Angelina me acompanhou.

Como o plantão dessa noite não era do Igor e sim de outro funcionário recém-contratado, que não conhecia direito nem a minha cara, nem a da Angel, demorou mais do que o comum para que o nosso pedido fosse atendido. Esses objetos eram propriedade do condomínio, então eu tive que assinar um termo de responsabilidade pelo empréstimo.

Quase meia hora de enrolação depois, nós conseguimos subir de volta, com uma caixa térmica de isopor, bem maior do que o cooler que estava no apartamento. Passamos todo o tempo de volta fazendo piada da postura profissional do novo zelador do prédio. Angel tocou a sineta e demorou até que alguém viesse nos atender. Ela pôs a caixa em um canto estratégico da sala e logo depois fomos buscar o gelo e as bebidas na cozinha.

— Você tá todo molhado por causa do saco de gelo – ela enxugou parte do meu rosto e pescoço com as mãos – Olha pra sua camisa como tá...

— É... acho que eu vou ter que trocar... – eu olhei para a minha roupa úmida – Caralho, molhou até o cós da minha calça! Que merda!

— Quer ajuda? – Angelina piscou um dos olhos – Eu sou ótima em retirar roupas.

— Angel, Angel... – eu a encarei de volta, de braços cruzados.

Ela riu e voltou a mexer na caixa.

— Desculpa, Ron. É mais forte que eu... – ela pôs as três ultimas latas de cerveja no gelo, ainda rindo – É só uma brincadeira. Eu sei que você e Mione estão juntos. Ela levou a sério quando eu disse pra ela procurar outro peitoral másculo pra se distrair.

— Ah? É isso que você acha que eu sou? Uma distração? – eu questionei falsamente ofendido – Você tá me deixando magoado desse jeito.

— Olha cara, não vou mentir que você seria o meu lazer preferido – ela se virou na minha direção – Mas eu acho que pela cara de bobinha de Hermione essa semana, pra ela você é bem mais que isso.

— Pra mim ela também é... – eu comentei, sorrindo de canto.

— Viu? Eu não posso e nem quero competir com isso. Todo esse mel me deixaria diabética – ela fez uma expressão engraçada de superioridade – Mas eu fico feliz por vocês, de verdade. Até que vocês dois são um casal bonitinho.

— Obrigado, eu acho – eu agradeci, brincalhão – Acho que isso era pra ser um elogio, né?

— Era... – ela concordou, sorrindo – Mas tanto faz. Agora vai trocar de roupa que já passou da hora de bater os parabéns.

Eu concordei com a cabeça e me afastei de Angelina, seguindo direto para o meu quarto. Vesti a primeira camisa de manga longa que eu achei e pus uma calça jeans seca. Assim que saí do quarto, dei de cara com Harry no corredor, parado, e mexendo no celular. Ele sobressaltou-se assim que percebeu a minha presença.

— Tá assustado, cara?

— Mais ou menos – ele permaneceu com os olhos da tela – Você entrou no quarto da Ginny por agora?

— Não, eu passei direto pra o meu. Por quê? – perguntei, curioso.

— Nada... – Harry me respondeu, despretensioso – É que eu tive a impressão de que uma mensagem aqui já foi visualizada.

— Deve ser bug do aplicativo – eu comentei e ele consentiu – Era alguma mensagem que ninguém pudesse ver?

—É sobre aquele assunto. Depois eu te mostro... – Harry abaixou o tom de voz – Mas parece que ele conseguiu dessa vez...

Eu concordei com a cabeça.

 – Enfim... – ele desviou o assunto – Acho que tá na hora dos parabéns.

— E da sua surpresa – eu completei e ele sorriu – Que nem é mais tão enigmática assim.

Harry me contou na noite anterior o que havia preparado para a minha irmã.

— Espero que ela goste... – pela primeira vez eu senti insegurança na voz dele, com o assunto.

Eu segurei o seu ombro, dando algumas batidinhas.

— Relaxa, Potter. Pelo que me contaram, tem um ano que a Ginny tá esperando por isso – eu o tranquilizei – E se você não fizer isso hoje, acho que eu vou ter que chamar meus outros cinco irmãos pra te dar algum tipo de incentivo.

— Nossa, Ron... Como você me deixou animado com essa notícia – ele rebateu, sarcástico – Fiquei muito feliz por saber disso agora.

— Que bom, cara... – eu exibi um sorriso dissimulado – Agora vamos. Quanto mais rápido isso terminar, mais perto eu fico de comer um pedaço daquele bolo.

Harry soltou um longo suspiro, se preparando, e eu o acompanhei até a sala.

Os parabéns foram batidos da mesma maneira que os da cantina, animados, com Ginny adorando ser o centro das atenções. Ao final da cantoria, Harry pediu a palavra e surpreendeu a todos com o que havia organizado para a minha irmã. Ela se emocionara com o que recebeu ao ponto de derramar algumas lágrimas. Ainda que em outras ocasiões eu normalmente não gostasse de ver a minha irmã chorar, dessa vez eu sabia que o choro valia a pena. Ela estava feliz com a surpresa e consequentemente eu não podia deixar de me sentir alegre por ela e pelo Harry. Eu queria que os dois se resolvessem logo de uma vez.

Em meio a todo aquele clima eu procurei Hermione com os olhos e a visualizei em um canto. Observei que ela também estava emocionada, embora não chorasse como Ginny. Mione assistia a tudo com atenção. Eu admirei a distância, algo que eu ainda não tinha feito essa noite. Ela estava ainda mais bonita naquele vestido. Seus braços juntos ao corpo, apoiados em frente ao peito, como se ela estivesse com frio. Meu único impulso foi querer ir até lá e abraça-la. Pensei na cena de mais cedo e percebi que talvez eu tivesse tirado conclusões precipitadas com o que vi na sacada. Resolvi deixar o ciúme de lado e andei até onde ela estava.

— Acho que eu nunca vi a minha irmã sorrir e chorar ao mesmo tempo... – puxei assunto, devagar, me posicionando atrás dela.

Deu certo. Hermione sorriu de canto.

— Foi realmente muito bonito o que o Harry fez – ela falou, pensativa, sem olhar na minha direção.

— Foi mesmo.

— Você já sabia? – ela se virou para mim, com as sobrancelhas suspensas.

— Já... – me senti um pouco envergonhado por causa do olhar inquisitório dela – O Harry queria alguma opinião sobre o assunto, aí acabou me contando o que iria fazer.

Hermione balançou a cabeça por alguns segundos. Eu não soube ler suas expressões.

— Eu fico contente pelos dois – ela voltou a se manifestar sobre a surpresa – Eles merecem a tentativa.

— Também acho... – concordei, sorrindo anasalado.

Pigarreei um pouco antes de voltar a falar.

 – Mione, será que a gente pode conversar rapidinho...?

— Eu já sei o que você vai falar, Ronald – ela me interrompeu e eu a encarei, surpreso – Só não sei se eu estou preparada pra ouvir...

Antes que eu dissesse qualquer coisa a mais, Hermione se afastou de mim, se oferecendo para ajudar Angelina, Luna e Miguel na distribuição dos pedaços e bolo para os convidados. Eu fiquei perdido por um tempo, sem entender o que tinha acontecido. Dispersei os pensamentos e andei até a caixa de bebidas, para pegar mais uma lata de cerveja.

— Ron! – a voz de Ginny ecoou logo atrás de mim – Você mentiu pra mim! Só você sabia sobre aquilo que o Harry disse!

Eu me virei na direção da minha irmã, pronto para me defender da reclamação. No entanto, ela se encaixou nos meus braços sorrindo e me apertando com força. Seu rosto ainda estava um pouco molhado.

— Ei, Polegarzinha – eu a abracei de volta, na mesma intensidade – Você tá parecendo uma manteiga derretida hoje.

— O Miguel disse que gravou tudo – Ginny falou, com a voz abafada – Pra esfregar na minha cara depois.

— Opa, essa foi uma boa ideia – eu comentei e ela riu, me dando um tapa de leve.

— Ih, para! – ela ordenou, levantando a cabeça para me encarar.

— Só se você me prometer que a partir de agora vocês vão se resolver de vez.

— Prometo... – Ginny cruzou os indicadores, beijando-os de cada lado.

Nós conversamos por mais alguns minutos até que ela teve que voltar a dar atenção aos outros convidados. Eu me juntei, mais uma vez, ao grupo dos rapazes, onde permaneci pelo resto da noite. Aos poucos, as pessoas foram se despedindo e voltando para as suas casas. Eu fui para a sacada e peguei uma das últimas cervejas do cooler. O clima da noite estava agradável para mim. O vento estava frio e intenso, do jeito que me agradava. Eu me debrucei na mureta da varanda e concentrei o meu olhar na paisagem a minha frente. Acabei não percebendo quando Hermione apareceu atrás de mim.

— Ron... – ela me chamou, devagar – Eu acho que eu já vou pra casa...

— Ah... – bebi o último gole da lata, jogando-a vazia no cooler, sem sair da posição na qual eu estava – Agora você lembrou que eu tô aqui.

— Eu que deveria te falar isso, não acha?! – Hermione replicou, no mesmo tom que eu usei – Quando você chegou da casa de Caridade, eu fui até você. E o que aconteceu? Você me largou sozinha no meio da sala.

— Eu voltei depois pra falar com você, não voltei? – me defendi, abrindo outra cerveja.

— Ah, claro! Depois de sair pra passear com a Angel e voltar não sei quanto tempo depois...

Eu me ergui, controlando a minha irritação, e me voltei na direção de Hermione rapidamente.

— O que você tá insinuando com isso? – semicerrei os olhos para ela, inquisitivo.

— Eu?! Nada, né? – ela rebateu, sarcástica, cruzando os braços e levantando as sobrancelhas – Eu realmente não tenho nada pra insinuar depois de te ver sumir porta a fora, e meia hora depois te ver voltar todo animadinho. Com uma pessoa que eu sei que sempre quis ficar com você no seu encalço.

— Desculpa... – larguei a lata de cerveja dentro do cooler, aberta mesmo – Mas não fui eu que estava abraçando a minha ex-namorada filha da puta aqui na sacada mais cedo.

Hermione enrijeceu. Ela engoliu a seco antes de voltar a falar.

— Você nem sabe o que aconteceu – Mione manteve a voz firme.

— Você nem sabe o que aconteceu também – usei o mesmo argumento dela.

— Foi só um abraço, Ronald! Durou sei, lá? Um minuto? Já sobre a sua saidinha eu não posso dizer o mesmo...

— Eu fui buscar a porra da caixa térmica! – falei, colérico – Ou você não conseguiu enxergar a caixa de isopor enorme que eu trouxe quando eu subi de volta?!

— Tá... E vocês se tratarem dessa maneira tão próxima também é invenção da minha mente? – ela indagou, ainda de braços cruzados – E não me diga que é só amizade, por que eu vejo o nível de intimidade de vocês dois. Eu não tô ficando maluca, Ronald. Eu não posso estar ficando maluca...

— Caralho, Hermione, eu não consigo entender o que se passa na sua cabeça! Eu juro que eu tento, de verdade, mas tá ficando difícil! Você quer mesmo comparar o que eu tive com a Angel com a sua relação com o Viktor?!

Ela me fitou, assustada. Eu me arrependi automaticamente do que eu acabara de dizer. Fechei os olhos e passei a mão na cabeça, confuso.

     Fodeu.

— Eu sabia... – ela mirou o teto, perplexa – Eu sabia que eu não estava errada. Eu sabia!

— Mione, eu... – ensaiei uma explicação sem sucesso, pois fui cortado logo depois.

— Quando foi?! – ela perguntou, me encarando.

— Antes de você – me apressei em responder.

Não queria que ela pensasse que eu estava ficando com as duas ao mesmo tempo.

— Antes quando? – Hermione voltou a questionar, dessa vez um pouco mais contida.

— Sei lá... – esfreguei a testa, tentando me lembrar – Foi antes do dia que a gente comprou o presente do Harry.

A expressão dela se abrandou um tantinho mais. Eu aproveitei a deixa para esclarecer o que havia acontecido.

— Eu tentei te contar no dia do cinema, mas aí sua mãe ligou e eu acabei adiando. Depois veio a minha viagem e o aniversário da Ginny. Eu acabei esquecendo – eu disse, chegando mais perto dela – Mas eu ia te contar. Eu juro. Você disse naquele dia que não gostava de mentiras. Eu não pretendia esconder isso de você.

— Isso não foi bem uma mentira, Ron. E eu sei que não tenho direito nenhum de ficar te cobrando justificativas sobre coisas que aconteceram antes da gente se envolver – ela comentou, encostando-se à parede – Mas se vocês querem ficar juntos, me diga logo, por favor. Era isso que você queria conversar comigo naquela hora, não é?

— É o quê?! – eu não podia estar escutando aquilo. Não era possível – Você bebeu? Fumou alguma coisa?

— Vocês combinam tanto... – Hermione parecia perdida nos seus pensamentos – A Angelina é engraçada, linda. Livre. Deve ser muito mais fácil conviver com ela.

— De fato, a Angel é bem menos cabeça dura que você – eu concordei.

— Tá vendo?! – ela balançou a cabeça, impaciente – Vai atrás dela então, Ron!

Mione fez menção de sair da varanda, mas eu a segurei pelo pulso, a mantendo no mesmo lugar.

— Qual a dificuldade de você entender de uma vez por todas que é você que eu quero? – eu soltei um longo suspiro – Será que você não percebe que eu já tô ligado demais a você, Hermione. Será mesmo que é difícil pra você enxergar que a porra do meu interesse é todo seu?!

— Mas você concordou quando eu disse que...

— Sim, porque realmente seria mais fácil. Mas isso nunca foi uma opção, Hermione! – eu a interceptei, largando o seu braço. Voltei a me recostar no muro, novamente de costas para ela – Eu e a Angel só ficamos uma vez e não foi nada demais. Nunca passou disso. E em momento nenhum eu ou ela quisemos que passasse.

Mione não respondeu nada. Eu peguei a minha lata de cerveja de volta e bebi todo o líquido de vez. Voltei a me manifestar logo depois. Havia tanta coisa presa na minha garganta. Já estava mais do que na hora de por tudo aquilo para fora.

— Quando eu descobri que você, a Hermione que todo mundo falava, era a aquela mulher que me roubou na farmácia, eu não pude deixar de me sentir animado, sabe? – comecei a falar, mirando o cenário a minha frente – Porque eu tive certeza que eu ia voltar a te ver. Eu não conseguia parar de pensar em você. Ainda que no início a questão fosse só física mesmo.

Eu sabia que, embora Hermione permanecesse calada, ela ainda estava ali, parada, me ouvindo. Continuei o meu discurso.

— Eu nunca escondi o que eu queria. Eu nunca menti pra você, nem nunca fingi nada diferente. Você sempre soube das minhas intenções. E ainda sim parece que você faz questão de não notar. Mesmo depois de a gente ter se acertado, eu continuo sem saber se é isso mesmo que você quer... – parei um pouco para respirar, tomando coragem para terminar de falar o que já eu tinha começado – Eu me apaixonei por você, Hermione. E se o fato de eu tá te dizendo isso agora não for o suficiente pra que você entenda, eu realmente não sei mais o que fazer.

Terminei o meu desabafo e fechei os olhos. Amassei a lata que ainda estava em minhas mãos, e pus dentro do cooler outra vez. Uma quietude desconfortável se instaurou entre nós por longos minutos. Por dentro, eu estava tentando conter a minha agitação.

— Quando eu te vi naquela farmácia... – ela parou do meu lado, também se apoiando no muro – Eu te achei o idiota mais estupidamente bonito que eu já tinha visto.

Não consegui refrear um meio sorriso com o comentário dela.

— Esse foi o elogio mais estranho que eu já recebi – eu confessei, a encarando.

— Não há de quê – ela deu de ombros, também sorrindo de canto.

Hermione se virou na minha direção, hesitante.

 – Durante toda a minha viagem eu também só pensei em você. Assim como quando eu voltei. E ainda que Viktor tivesse terminado comigo há pouco tempo, isso quase não passava pela minha cabeça... – senti que ela estava juntando coragem para continuar a falar – Ao longo daquelas primeiras semanas, eu me pegava todos os dias torcendo pra que você me desse carona pra casa, me acompanhasse na cantina ou em qualquer outro lugar. Tudo só pra ficar mais perto. Só pra sentir você comigo.

Hermione se aproximou um pouco mais de mim, tocando levemente no meu braço. Eu permiti o contato sem nenhuma objeção.

 – Eu também me apaixonei por você, Ron. Só que eu fico um pouco amedrontada às vezes. Eu tenho receio de tudo o que eu estou sentindo, porque eu não consigo ser racional quando você tá por perto.

— Você não precisa ser inatingível vinte e quatro horas por dia, Mione – eu disse, retribuindo o toque carinhoso.

— Mesmo se eu quisesse, você não me deixaria ser... – ela enlaçou nossas mãos.

— É, eu não deixaria mesmo – eu concordei, fazendo uma cara convencida.

Mione riu e me abraçou forte, enlaçando as mãos minha cintura. Eu correspondi com a mesma energia, a apertando entre os meus braços. Ficamos por um tempo nessa posição, até que eu resolvi tocar novamente assunto. Eu precisava entender o que eu tinha visto mais cedo, ali, naquele mesmo lugar onde nós estávamos. Afastei os nossos corpos, levemente, e repeti uma das ações que eu mais estava acostumado a fazer. Pus uma mecha de cabelo atrás da orelha dela. Mione fechou os olhos, cedendo ao carinho que eu fiz em sua bochecha logo depois.

— O que Krum queria? – escolhi ser direto.

— Se desculpar... – Hermione respondeu, também objetiva, permanecendo de olhos fechados.

— Só isso? – levantei uma sobrancelha, surpreso.

— Não... Ele também me disse que não iria mais atrapalhar a minha vida. Que quer que eu seja feliz seguindo o meu caminho, assim como ele vai seguir o dele. E que não queria viajar estando brigado comigo.

— Ele vai viajar?

— Vai.

— Pra onde?

— Bulgária.

— Por quê?

— Ron, tem certeza que você quer continuar falando sobre o Viktor? – ela abriu os olhos, incrédula – Achei que você tivesse interessado em fazer as pazes de outra forma...

Eu soltei uma gargalhada. Na mesma hora segurei Hermione pela cintura, colando nossos corpos novamente.

— E de que outras maneiras você sugere que eu faça as pazes, Granger? – eu sussurrei no seu ouvido, antes de capturar o lóbulo da sua orelha com a língua. Senti sua pele se arrepiar sobre os meus lábios.

— Desse modo, Weasley... – ela falou com a voz entrecortada – Isso pra começar tá ótimo...

— Ah... Tá? – desci minha boca para o seu pescoço, devagar. Mione soltou um gemido baixinho – E desse aqui também?

Antes que ela respondesse, eu a beijei. Nossas bocas estavam sedentas por aproximação, então o beijo não foi nada calmo. Andamos desajeitados até a o lado oposto da varanda, parando perto da porta. Eu pressionei Hermione contra a parede, praticamente a levantando do chão. Minhas mãos percorriam toda extensão das suas costas, enquanto ela segurava firmemente os meus cabelos. Desci os meus lábios para o busto dela, por cima do vestido.

— Ron... – Mione me afastou com dificuldade depois de um tempo. Nem eu, nem ela queríamos parar o que estávamos fazendo – Alguém pode ver a gente...

— Já foi todo mundo embora... – eu me estiquei para olhar pelo vidro da porta – Não tem ninguém na sala.

— Não...? – ela perguntou, vacilante.

— Não – respondi apressado.

Eu pretendia voltar ao trabalho que eu estava fazendo antes. Contudo antes que eu me movesse novamente, Mione me impediu, segurando segurou o meu rosto com delicadeza.

— Você tá mesmo apaixonado por mim? – a indagação foi feita de forma tão inocente que eu acabei sorrindo.

— Tô... – eu a encarei aqueles olhos cor de chocolate – Muito.

Vi o sorriso mais bonito do mundo se alargar na minha frente. Hermione me puxou mais uma vez para um beijo. Alguns minutos depois eu que me distanciei um pouco, para falar com ela.

— Tem certeza que o Krum falou sério sobre isso de deixar o seu caminho livre?

— Ele me pareceu sincero... – ela respondeu, pondo os braços ao redor do meu pescoço – Mas também se ele não foi, pouco me importa. Eu já fiz a minha escolha há muito tempo. Eu quero você.

— Quer...? – eu suguei o lábio inferior dela, passando a língua por cima logo depois.

— Quero... – Mione confirmou.

Suas mãos se encaixaram por dentro da minha camisa, me arranhando lentamente. Ela mordeu o meu queixo, partindo na mesma velocidade para o meu maxilar.

— Hermione... – eu fechei os olhos, aceitando a provocação dela.

Ela apenas sorriu, antes de lamber a pele do meu pescoço. Eu a comprimi novamente contra a superfície plana atrás dela. Boa parte do vestido de Mione já havia subido, devido o movimento dos nossos corpos. Eu não resisti e desci minhas mãos para as suas coxas desnudas, apertando-as com vontade. Escutei outro gemido, só que dessa vez um pouco mais alto, e passei a alternar os movimentos das minhas mãos das pernas até bunda de Hermione.

— Pelo amor de Deus, Ron. Me leva logo pra o seu quarto – ela pediu de olhos fechados, quase em súplica.

Não tive concentração suficiente para responder àquele pedido. Apenas sorri a arrastei pela mão até o final do corredor. Entrei no quarto e tranquei a porta, retornando a minha atenção aos lábios daquela mulher encantadora ao meu lado. Comecei a beija-la devagar. Eu não queria me demonstrar afervorado, embora eu estivesse. Nós finalmente não teríamos nenhum tipo de interrupção. Nada de batidas na porta, nada de visitas, nada de pausas. Ali, naquela noite, era só eu ela. Era de extrema importância para mim que Hermione se sentisse completamente à vontade.

Andamos até a beira da cama. Mione se deixou levar sem nenhuma resistência. Com delicadeza, a coloquei de costas para mim e distribui alguns beijos pela sua nuca, deixando-a arrepiada.

— Você ficou maravilhosa nesse vestido... – pus a mão no zíper da peça, que ficava no alto das costas, e comecei a abaixar lentamente.

— É uma opinião muito controvérsia pra quem está interessado em retira-lo – Hermione contestou. Pude perceber que ela sorria enquanto falava.

— Não quando eu tenho certeza que sem ele você fica muito melhor...

O vestido foi ao chão logo depois. Ela a virei outra vez e admirei aquele corpo a minha frente. Mione usava um conjunto de lingerie preto, de renda. Acabei ficando sem reação. Estava ficando difícil me controlar com aquela visão. Ela se adiantou e passou a mão pelo meu tórax, me ajudando a retirar a camisa. Voltamos a nos beijar em seguida. Eu a deitei na cama e me coloquei por cima, me encaixando entre as suas pernas. Os saltos dela caíram no chão, juntamente com o meu tênis e minhas meias.

Nosso contato foi ficando cada vez mais intimo, e em pouco tempo minha calça e sutiã dela se juntaram as outras peças de roupa. Desci beijando o vale entre os seios de Hermione, prontamente passando a língua por um dos mamilos. A ouvi deixar escapar outro gemido e sorri satisfeito. Eu estava sedento por mais, então continuei a trilha de beijos até a barra da sua calcinha.

— Ron... – ela chamou, em um lamento gostoso, arqueando um pouco a coluna.

Dois segundos depois a pequenino exemplar de renda já não estava mais em seu corpo e eu me divertia vendo-a se contorcer sob mim.  Quando retornei a sua boca, Mione prendeu as pernas ao redor do meu quadril e se virou por cima, se debruçando sobre o meu corpo.

— Desse jeito eu não resisto, Granger... – prendi a mão por dentro dos seus longos cabelos cacheados.

— Não é só você que tem os seus truques, Weasley... – ela falou, divertida, e eu me lembrei de um determinado sonho que eu tive algumas semanas antes. Acabei rindo abertamente.

Mione se movimentou no meu colo, provocativa. Minha excitação aparente parecia diverti-la bastante, pois ela não mediu esforços para se mover por cima de mim. Eu não iria conseguir me controlar por muito mais tempo e pelo que eu percebi, ela também não. Trocamos um olhar cheio de cumplicidade e mudamos de posição novamente. Estiquei o braço até a gaveta do criado-mudo e tirei uma embalagem de preservativo lá.

Pude ver que Hermione apertou os olhos e abriu a boca lentamente, quando eu me encaixei sem pressa, dentro dela. Beijei o seu queixo, devagar, esperando que ela se acostumasse com a minha presença ali. Não demorou muito para que isso acontecesse. Aos poucos, o ritmo foi se acelerando e ela voltou a prender as pernas ao redor do meu quadril. Cada vez mais a intensidade foi ficando mais forte e os nossos gemidos aumentando. Ver as reações do corpo de Hermione fazia com que eu perdesse qualquer pingo de controle que ainda havia sobrado dentro de mim. Chegamos ao nosso máximo praticamente juntos.

Quando terminamos, estávamos de corações acelerados e completamente suados. Ela espalmou a mão pequena nas minhas costas e eu apoiei minha cabeça na curva do seu pescoço, recuperando o fôlego. Ficamos assim por um tempo, até que eu saí de dentro dela. Me joguei no espaço livre da cama e puxei Mione para um abraço apertado. Puxei o lençol e enrolei a nós dois. Ela se aconchegou nos meus braços, desviando o olhar.

— Não vai me dizer que agora você tá com vergonha... – ergui o rosto dela com a mão livre.

— E se eu estiver? – Mione retrucou, levantando as sobrancelhas.

— Um pouco tarde, né? – eu brinquei, levantando um pouco o lençol e olhando para o corpo dela.

— Não faz isso, Ron! – Hermione pôs a mão nos olhos, tímida, fazendo o um biquinho logo em seguida.

Eu dei um selinho nela e a apertei mais ainda contra o meu peito. Ficamos abraçados, em silêncio, até que eu deixei escapar um bocejo.

— Olha quem já está quase dormindo... – ela olhou para cima, me fitando divertida.

— Odeio essa pressão da sociedade, que diz que eu deveria ficar acordado agora – admiti, com a voz empastada, após outro bocejo – Você me cansou bastante hoje...

— Isso é bom ou ruim? – Mione indagou, ainda me observando.

— Isso é ótimo – ela sorriu de canto com a minha resposta.

— Que bom, porque eu também estou morrendo de sono... – foi a vez dela assumir, me fazendo dar risada – Uma vez eu li, em uma dessas revistas que ficam nos consultórios, que quando o casal dorme logo depois do sexo, é porque há um sentimento profundo entre eles.

Havia uma informação implícita na frase de Hermione. Eu gostei de ouvir aquilo.

— Essa é a primeira vez que eu concordo com alguma coisa escrita em um artigo de revista feminina... – respondi, fixando o meu olhar no dela.

Mione abriu um sorriso radiante antes de apoiar a cabeça no meu peito novamente. Não demorou muito para que nós pegássemos no sono de vez, sem fazermos um pingo de questão de sair do calor daquele abraço.


Notas Finais


Então, meus amores. O que vocês acharam do capítulo?
Deixem aqui embaixo os lindos comentários de vocês!

Beijos, até semana que vem ♥


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