Quando abro a porta,vejo Michael parado nela me fitando,de cima a baixo.Fico com um pouco de vergonha,mas logo já falo:
-O que você está fazendo aqui?E como sabe aonde moro?
-Ah gata,jura que vai me perguntar isso , você mora na esquina da minha casa.Vi você e sua amiga...-Amanda interrompi.
-Vi você e ela ,vindo pra cá.E já imaginei ser sua casa.
-E porque veio?
-Vim agradecer ontem pelas,boas vindas que você e Amanda me deram.
-Não precisa agradecer,você já agradeceu ontem.
-Ah e também , queria saber o motivo da sua grosseria.
-Simples...você deu em cima de mim,achando meu nome bonito.
-Eu não dei em cima de você.Que tipo de homem dá em cima de uma bela mulher ,falando que o nome dela é bonito?
Parei um pouco,e refleti sobre o que eu havia falado.E era verdade ,estava me sentindo uma boba...
-Está se sentindo boba ,não é?-aquele idiota disse rindo.
-Não!!Você é um otário!
-Aé...Um otário que você foi atráz ontem.
-Olha pare!Se acha que gosto de você,está muito enganado.
-Tudo bem...
-Mais agora dá pra sair?
-Eu quero saber mais da minha vizinha nova.
-Como assim?!Não vou contar minha vida para um estranho.
-Se virarmos amigos,não seremos estranhos.
-Ah tudo bem , eu te conto.Entre!
-Obrigado!
Ele se sentou,no sofá que havia ali,se ajeitou e fez um sinal com a mão para que eu começasse.
-Bom...Eu moro com minha mãe Dulce,nesta casa ela é professora e não ganha muito,e por isso estamos na merda deste bairro.Eu não trabalho ,pelo menos ainda.Não fiz faculdade , só cursei a escola normal.Como você pode ver,não tenho pai o filho da puta ,abandonou minha mãe quando descobriu que ela estava grávida,ficando sozinha e sem marido.Nunca mais ela se apaixonou por alguém,meu pai foi o único na vida dela,e eu queria ter o conhecido.-Ao dizer aquilo , uma lágrima solitária escapou de meus olhos,e Michael á enxugou.-Não fique assim,Tatiana acho que ele não seria,pai o suficiente e por isso sumiu.
-Ele sumiu ,porque não queria ter filhos...E minha mãe sabia disso.
-Entendo.Mas agora você á tem.E ela não vai te abandonar.Ah e você tem vizinhos e vizinhas bons aqui.
-Não , só tenho a Amanda,ela é como uma irmã para mim.Há conheci quando estava na escola ainda.Nós duas brincávamos,de casinha ,de boneca e acabamos virando melhores amigas,amizade essa que prevaleceu até hoje.
-Que linda , essa história.
-Bom agora você tem que me contar a sua.
-Tudo bem...Meus pais já não estão mais aqui,há exatamente dois anos.Quando eles se foram perdi meu chão,perdi minha base,então tive que aprender a me virar sozinho,eu morava no Bronx mais era um bairro muito pobre,e resolvi sair de lá,vindo pra cá,eu ainda ganho á herança de meus pais,pois deu tempo de eles terem feito á papelada antes mesmo de partirem.Eu trabalho atualmente ,como enfermeiro.Já consegui emprego aqui neste bairro,num hospital aqui perto.
-Nossa a sua história , é bem emocionante.
-E triste também.Sou sozinho,não tenho ninguém não conheço praticamente ninguém da minha família.
-Igual á mim.Só tenho minha mãe.
-Pelo menos,você ainda á tem.-quando ele disse aquilo , deixou lágrimas escorrerem de seus olhos.
-Não fique assim...Se precisar de algo estou aqui.
-Obrigada linda!-ele me abraçou,senti que ele era diferente dos outros ,pois a vida dele era diferente da maioria.Ele perdeu os pais cedo,vive sozinho sem ninguém,então resolvi dar meu apoio não sei porque mais senti que seríamos muito próximos.
-Bom já vou indo.Eu só queria saber mais sobre você e lhe agradecer pelas boas vindas!
-Não foi nada!-dei um sorriso tímido.Ah e me desculpe por ser grossa , mas é meu jeito sempre foi assim,puxei minha mãe.
-Ainda terei a oportunidade de conhece-la.
-Terá sim.
Ele se levantou,fazendo com que eu me levantasse também,seguiu até a porta e me deu um abraço apertado,e um beijo na bochecha ,eu queria ter perguntando mais coisas a ele,mas ele estava com pressa.
Subi até o quarto,e peguei uma revista de moda que estava no criado mudo,logo escuto meu celular vibrar com alguma mensagem:
-"Oi amiga tudo bem?"era Amanda.
-Tudo e você?
-Bem também.
-Você falou , ou viu o gato hoje?
-Sim ele veio aqui!-logo carinhas de raiva aparecem na tela.
-Calma amiga,ele veio perguntar mais sobre mim e nos agradecer pelas boas vindas.
-Ele está gostando de você.
-Amanda,ele acabou de chegar já não pode estar gostando de mim.Tenho certeza que não é isso,ele só quis saber mais de mim , e eu dele.
-Tudo bem ,você vai me contar sobre ele depois.Ah mais uma resposta eu desejo agora!
-Manda!
-Ele tem namorada?
-Não ele não tem!
-Ai que bom!Vou fazer de tudo para conquista-lo.
-Tudo bem amiga,boa sorte!
-Ah e não vou te ver a semana ,toda pois vou para Los Angeles na casa da minha tia.
-Ah tudo bem.Vou sentir sua falta!
-Também vou!Agora tenho que ir!
Assim que Amanda ,para de escrever eu também paro.Fecho os olhos e começo á lembrar de Michael e de tudo o que ele me contou.
-"De tantas pessoas que ele poderia ter contado sua vida,porque contou justamente para mim?"-essa pergunta tomou conta de minha cabeça.E comecei a refletir mais sobre ela.Mais logo já á esqueci...
Haviam se passado algumas,horas e já era a hora do almoço,minha mãe sempre vinha almoçar em casa.
-Filhaa!-minha mãe grita assim que abre a porta.
-Oii Mãe!-respondo gritando do meu quarto.
-Oi filha tudo bem?-minha mãe me abraça e me beija.
-Tudo e você?
-Bem também ,só aguentando aqueles "pestinhas".-Minha mãe se referia assim á seus alunos,mas ela os amava.
-Bom mãe,sabe aquele vizinho novo?-perguntei á minha mãe enquanto ela esquentava o almoço.
-Sim filha,o que tem ele?-minha mãe dá um sorriso.
-Ele veio aqui hoje!
-Fazer o que?-minha mãe ergue uma sombrancelha.
-Veio conversar comigo.
-E sobre o que vocês conversaram?
-Sobre a história de vida dele ,e minha também.
-Filha não acredito que , você está contando nossa história de vida para um estranho!
-Mãe,a história dele é mil vezes pior que a nossa.Sabia que os pais dele morreram?E que ele vive sozinho?-agora minha voz saiu,em tom de raiva.
-Mas isso não é motivo,para você sair contando a nossa história pra ele!
-Mãe ele é diferente!Não é como os outros "muleques" deste bairro!
-Diferente como?
-Bom...ele é diferente não sei explicar.
-Tudo bem filha...Espero que ele não espalhe pra ninguém.-minha mãe disse fazendo uma cara séria.
-Ele não vai contar nada!
Peguei meu prato,e sentei-me á mesa junto de minha mãe.Ela estava me encarando séria,em um olhar que me transmitiu medo.Logo,dera o horário de ela voltar á seu trabalho.E fiquei novamente sozinha,pensando em Michael...
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