-Max...vá pega-la- Ordenou a líder séria olhando através do vidro.
-Você tem certeza? Mas é tão arriscado...E por que eu?- Perguntou aflita.
-Obedeça a mim, senão corto-lhe os membros. Vá e não deixe nenhum ser humano ver-lhe, entendeu?
Max hesitou, mas não tinha a permissão de recusar. Por que aquela humana era tão importante para o plano?
Mas apenas sabia que se recusasse a ordem, suas palavras iriam se tornar concretas. Ninguém podia se dar ao luxo de não se arriscar em uma situação como essa.
-Sim, senhora. Como quiser.- Disse tristemente, mas com a cabeça erguida.
A superior comandante ativou o portal ao mundo humano e deu-lhe um breve aceno de cabeça para indicar que poderia partir.
Max suspirou, mas entrou no portal sem questionar as ordens de sua superior. O mundo distorceu-se e ela estava em um mundo pacifico, calmo e com casas enfileiradas em ordem.
Agora era a hora para agir.
Andou controlando sua respiração e procurou a casa da garota que sua líder mencionou. Ao encontrar, hesitou por um momento, mas bateu na porta exasperada e ansiosa. Sempre foi-lhe alertada sobre ir para esse mundo, então sempre esteve alerta para qualquer ameaça, no entanto, como sua comandante esperava que não relutaria-se contra a essa escolha? Ela precisava ser forte e encarar tudo de cara, mas de uma vez só. A porta foi aberta e o rosto da escolhida foi revelado. Ela era loira e tinha os cabelos até a cintura, pele pálida e olhos levemente cinzas, com uma cor azul um tanto fraca. Usava um simples vestido azul até os joelhos e tinha uma pequena tornozeleira no pé direito, com chinelas enfeitando com a cor negra em sua pele pálida. Ela também era magra, mas parecia saudável e pronta para usar a cabeça se preciso, que era o que o esquadrão necessitava.
-Seu nome- Pediu Max á garota assustada - Agora.
-Alyssa...Mas...quem é você? - Pergunta assustada com a audácia da garota á sua frente.
-Não tenho tempo para explicar agora, mas precisamos correr antes que o portal feche.
-Que portal?...
Antes que pudesse falar qualquer outra coisa, Max puxou-a pelo braço e correu com ela até o portal, que estava quase fechando-se.
-Pula! - Gritou ordenando quando viu a hesitação da adolescente.
-Eu...não posso! O que é isso? Eu...
-Confia em mim!
Ela estava com medo, mas pulou sem questionar junto á Max. O mundo distorceu-se mais uma vez e finalmente estavam no lugar de inicio, o mundo inquieto e o cheio de problemas.
-Muito bem Max, vejo que trouxe Alyssa com sucesso. - Parabenizou a comandante- Ah, Alyssa, venha aqui, por favor? - Pediu inquieta.
Sem saber o que fazer, a garota continou em frente, mas olhando de relance para trás para certificar-se que o portal estava fechado. Ao chegar perto da mulher, percebeu que a cor de seus cabelos e olhos era familiar a ela, mas nada falou.
-Escute, precisamos de você para o nosso plano- Disse a comandante cansada- Mas eu não tenho muito tempo para explicar-lhe, então por enquanto você dividirá o quarto com Max, tudo bem pra você?
Sem saber o que falar, apenas assentiu com a cabeça, totalmente confusa. Quem era Max? O que ela estava fazendo alí...?
-Max, leve-a agora para o seu quarto. Não quero discussões ou brigas, ouviu bem?
Max acenou com a cabeça e puxou a recém-chegada ao seu quarto, onde apenas dormia e guardava os mais preciosos pertences. Porém, seu quarto era o único que continha duas camas, então a general decidiu que seria melhor (e confortável) para Max o dividir com Alyssa.
-Esse é o meu quarto, mas não toque em nada meu. -Alertou apresentando o cômodo- Aqui é onde você irá dormir e aproveitar os intervalos das batalhas ou até mesmo para se proteger. Alguma pergunta?
-Sim! Onde eu estou? Que lugar é esse? O que vocês querem fazer comigo? Quem é você e o que eu tô fazendo aqui?
-Caraca, quantas perguntas!- Exclamou em meio de um sorriso- Você é mais curiosa que Dylan.
Mas quem diabos é Dylan?
Aquele lugar era frio, com paredes de aço e camas aparentemente duras, quase sem estofado. Havia apenas algo pessoal naquele cômodo, uma escrivaninha onde Max guardava algumas bijouterias e fotos largadas com pessoas que Alyssa desconhecia.
-Bem...sente-se na sua cama que irei explicar-lhe tudo. - Disse apontando para a cama á sua esquerda e sentando-se na sua.
Não tinha cor ou estampa, mas tinha uma certa facilidade em distinguir a diferença entre as duas camas. Uma era lisa, sem arranhões ou marcas de um animal selvagem e pertencia á Max, a outra não tinha dono e tudo aquilo que não havia na outra cama, havia nessa. Alyssa, sem saber o que fazer, sentou-se na cama hesitante.
-Meu nome é Max, não sei quantos anos eu tenho, mas tenho mais ou menos a sua idade. Eu sou do 1° esquadrão e minha força é menor que agilidade. Minha arma favorita é pistola comum, mas eu uso a clássica espada de vez em quando. Sou a mais nova do meu esquadrão, mas valho a pena. Agora, e você?
Espera...Mas ela não entendeu nada do que Max disse sobre ela mesma.
-Bem...Eu...
-Ah, desculpa! Já sei tudo sobre você, então esqueça. Apenas eu respondo á suas dúvidas. - Disse Max a interrompendo- Olha, é meio complicado de explicar, mas...vou tentar. Existem monstros lá fora que são conhecidos como "Psicose" por terem sede de sangue, instinto assassino e poder absurdamente forte. Eles podem ler mentes e controla-las, mas também são fortes e inteligentes. Enfim, eles são o perigo para o mundo atual e nós precisamos combate-los da melhor forma possível. Porém, somos fracos, já que somos apenas seres humanos, entende? Aí é onde você entra- Disse apontando para a garota assustada ao seu lado - Precisamos de alguém com cérebro e rapidez, e você se encaixa perfeitamente como líder do 1° esquadrão. Algum pergunta?
-Posso saber quantos esquadrões tem? O que vocês fazem aqui? E por que justo eu fui escolhida?- Perguntou já zangada.
-Você faz perguntas demais e estou com preguiça de responder. Felizmente, você já sabe o necessário, então não preciso responder a essas perguntas.- Respondeu com um ar meio preguiçoso.
Ok...Ela foi raptada e não tem nem direito de se pronunciar. Embora estivesse emburrada, decidiu não fazer nenhum comentário.
Max deita-se em sua cama relaxa um pouco o corpo para descansar melhor os músculos.
-Er...ex-comodante, Max? - Chama um garoto magricela abrindo a porta com um certo medo- Er...Eu...,Q-q-quer di-dizer...
-Diga logo de um vez, Trevor.
-Er...a líder disse para você pegar ferro fora do esconderijo para a fa-fa-fabricação de armas de fogo.
Ela dá um longo suspiro e parece cansada, mas disse:
-Alyssa, venha comigo, você não pode ficar só.
-Só se você responder minhas perguntas!- Exclamou teimosa.
-Você não sairá sem as respostas?
-Negativo.
Max suspirou, mas apenas deixou para lá e seguiu em frente.
-Se quiser ser esfolada viva pela líder, boa tarde.- Disse apreensiva.
Isso era encorajamento suficiente para seguir Max. Seguiu os passos da garota para o outro lado da porta de ferro do quarto e passaram por todo o hall principal, a rumo da porta de entrada -Que tinha segurança de ponta- tentando relaxar. Tudo parecia uma grande máquina, cheio de parafusos espalhados por aí, máquinas velhas enferrujadas e cheiro de ferrugem pelo ar. Havia, porém, homens e mulheres adultos por todos os lugares, correndo de lá para cá o tempo inteiro com uma armadura igual a de Max. Eles pareciam estressados e agitados por algum motivo. Pelo qual seria? Logo após a ida deles, entra pelo saguão várias pessoas em macas que pareciam que perderam alguns membros do corpo ou até a metade do mesmo. Aquilo foi obra dos Psicose -Alyssa não sabia dizer.
As duas empurraram a porta de entrada e adentraram ao mundo que ainda não foi visto pelos olhos da novata do 1° esquadrão. Max fechou a porta levemente destruída, mas Alyssa observava cada milímetros do mundo afora da porta. Estava tudo destruído, sangue seco por todos os lados e casas e prédios jaziam ao chão com material desgastado e velho.
-O que está acontecendo...? Está tudo destruído - Disse assustada.
-Bem-vida ao meu mundo- Brincou com um sorriso aberto - Desculpa pela piada, mas precisamos ficar sérias agora.
Ela desfez o sorriso e pôs a mão no queixo, para lembrar-se de algo ou apenas concentrar-se.
-Precisamos ir ás minas de rubi. É lá onde ficam os materiais que a E.C.P precisa.- Concluiu por fim.
-E.C.P?- Perguntou confusa a outra.
-Esquadrão contra Psicoses. O quão lesada você é? Anda, vamos...- Disse puxando-a pelo braço e começando a andar.
Porém, no meio do caminho, algo segurou os seus pés por trás, e, após as duas serem levantadas do chão, prenderam a respiração. Borboletas dançavam em suas barrigas e a mente não conseguia mais processar nada. Um Psicose as pegou.
Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.
Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.