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História A última pétala- O Príncipe Negro - I. Tudo tem um começo


Escrita por: Lolo_s2

Notas do Autor


Espero que gostem, sou novata! Características dos personagens citados:
Bryan: alto, olhos castanho-escuro amendoados, cabelo castanho e pele clara;
Alexander: alto, olhos negros e amendoados, cabelo negro, e pele clara;
Jardineira: estatura mediana, olhos castanho-claro, cabelo castanho-claro e pele bem clara.

Capítulo 2 - I. Tudo tem um começo


Fanfic / Fanfiction A última pétala- O Príncipe Negro - I. Tudo tem um começo

--Não me trate como criança, Bryan! Você sabe muito bem como estou cheio disso! -- Alexander estava cansado dos sermões do rei, seu irmão. -- Eu odeio tudo isso, odeio como eles morreram, odeio como não tenho interesse nessas matérias. Veja o papai, batalhou a vida toda pelo bem desse reino e foi morto por alguns dos habitantes, aqueles ladrões nem tiveram o que mereciam!! EU NÃO QUERO ESSA VIDA TEDIOSA! -- E furioso bateu a porta do seu quarto.

--Não acredito que está fazendo isso de novo, Alex; já tivemos essa conversa milhares de vezes -- Bryan batia na porta com socos regulares. Ele estava determinado a não deixar a conversa acabar desse modo como sempre -- Sim, eles se foram, mas você pode honrar nossos pais, esse reino; pare de ser como uma criança mimada. Você sabe que está agindo como uma! – Quanta resistência! – Tudo bem! Não quer conversar? Então vai ser obrigado! Amanhã às 9h você se encontrará no jardim comigo e teremos uma conversa definitiva – Olha só, a determinação foi embora hahahaha – E não há como recusar!—Bryan desceu as escadas e foi até seu escritório, tinha muitos documentos para assinar e pouco tempo pra resolver tudo que deveria.

-- Droga, droga, droga!! Eu estou tão cansado disso! Se eu pudesse fugiria, mas por que eu me sinto tão preso? Ai! Minha cabeça até dói de tanta coisa pra pensar; ei! Amanhã tenho prova de manhã né? Acho que esse encontro veio a calhar. Eu quero pôr um fim nisso tanto quanto ele.—Alexander falava consigo mesmo—Meu irmão tem tantos acordos, por que perde seu tempo comigo? Talvez... Se eu... É isso!!—Alex se sentia cheio de tudo aquilo, então uma solução surgiu na sua mente—Até amanhã irmãozinho, é hora de você sentir como é fracassar.

A noite passou bem rápida para Bryan que foi dormir bem tarde, já Alexander passou a noite revirando-se na cama ansioso para executar seu plano no dia seguinte e ainda ajeitando detalhes. Naquela noite ele sonhou com seus pais, mas Bryan não estava lá; e depois o rei e a rainha também não. Alex se sentiu só e culpado por muitas coisas e nada ao mesmo tempo, era complicado para ele.

-- Está atrasado, Alex!! – disse Bryan impaciente—Está na hora de colocarmos um fim nisso!

-- Concordo—respondeu Alex com um sorriso sarcástico que parecia treinado, mas havia se tornado tão natural em seu rosto após a morte de seus pais—Mas você vai me deixar tomar café da manhã primeiro e depois eu apresento minhas condições.

-- Suas condições? Está falando sério Alexander? Eu sou o rei aqui!—Bryan perdia a paciência.

--Por favor—Alexander deu um sorriso falso, mas que pareceu bem verdadeiro para seu irmão.

--Tudo bem—Há quanto tempo ele não sorria assim?—Perguntava-se o rei.

O café da manhã foi silencioso. De um lado tínhamos um príncipe ansioso pela proposta que estava prestes a fazer e do outro um rei preocupado e um tanto ansioso. O clima era tão tenso que até mesmo os mordomos foram dispensados para uma maior privacidade dos irmãos. Quando acabaram, foi Alexander quem falou primeiro.

--Vamos dar um passeio pelo jardim, que tal?-- O  príncipe parecia animado.

-- Como quiser—Bryan começou a estranhar as atitudes do irmão.

-- Você sabe o que é fracassar, Bryan?—Perguntou.

-- O que quer dizer Alex?—O rei não estava entendendo mais nada.

-- Eu sei, mas acho que você não. Desde pequeno eu me esforcei, lembra? Em todos aqueles treinos eu dava tudo de mim e sempre era elogiado—Agora Alex parecia bem irritado—Depois da morte deles, isso mudou, para onde eu olho vejo o papai e a mamãe, não sou bom em mais nada. Não sou mais chamado de prodígio e tudo que as pessoas têm é pena, mas eu tenho raiva. Por que não consigo mais seguir em frente e revivo o momento em que aquela notícia foi dada a mim todos os dias, e eu acho que é esse lugar que faz isso comigo. – Alexander queria chorar, mas nunca faria isso, pareceria fraco—Além disso, tenho que ficar preso a essas matérias ridículas, nas quais não tenho interesse, não esperam mais nada de mim, e só porque saio às vezes para esfriar a cabeça, sou tido como rebelde. Eu não suporto mais nada disso; esse lugar, essa vida, essa responsabilidade, por que eu não posso ser normal?

--Ok, digamos que eu entenda, de que condições você estava falando?—Bryan não entendia o porquê de tanto rancor, e se fosse o pai de Alexander já teria lhe dado uma lição; nem teria deixado-o terminar o discurso. Mas era seu irmão e o amava muito para magoá-lo ainda mais.

-- Tenho um acordo!

--Acordo?

-- Não aja como se estivesse desacostumado Bryan—Alexander estava orgulhoso de si por ter surpreendido o irmão—Enfim, você terá uma chance de me “endireitar”—Havia uma Príncipe Negro no jardim, já sem algumas pétalas, aquilo se encaixaria perfeito no plano do príncipe, então ele a pegou—Uma, duas, três, quatro, cinco! Meu número da sorte!! Seria coincidência?

-- Apenas prossiga, Alex!

-- Eu vou—Novamente o natural sorriso sarcástico—Você providenciará 5 pretendentes para mim.

-- Por quê?

--Você decidirá quem serão e de onde virão, só esteja certo de suas escolhas, pois elas decidirão meu destino.—Alex estava orgulhoso do desespero que causava no irmão, apesar de amá-lo era bom e raro ver ele tão confuso – Cada uma delas representará uma pétala; se ela me devolver o gosto de viver, a pétala fica, se não, a pétala será arrancada. Se pelo menos uma das pétalas ficar, eu levarei minha vida de príncipe a sério, me dedicarei ao último e não desrespeitarei mais ninguém superior ou inferior.

--E se todas forem arrancadas... —Bryan tinha medo da resposta, mas ele precisava conhecer todas as condições. Desde quando Alex gostava de joguinhos?

--Aí eu receberei uma quantia em riquezas e deixarei o castelo para sempre. E você não terá o direito de me procurar, espionar, ou me contatar—Doía sim, mas Alexander não queria mais aquela vida e acreditava que se deixasse o irmão, a lembrança dos pais se apagaria e ele ficaria em paz—O que acha?

--... –O rei era sábio para tantas coisas, mas aquela decisão era a mais difícil de sua carreira; como escolher entre ver ser irmão infeliz ou arriscar perdê-lo para sempre, mas possibilitá-lo da felicidade. Bryan não sabia o que responder, mas Alex tinha mudado tanto e ele realmente queria o irmão dedicado e divertido de volta. Ele andava tão revoltado e triste, uma garota podia mudar isso, certo? Seu irmão era complicado e difícil, com certeza alguma garota gostaria de um desafio, ele esperava que sim e depois implorava que sim, porque as palavras seguintes saíram de sua boca sem que percebesse—Aceito suas condições.

-- Ótimo, foi bom negociar com você irmãozinho—Alex teve que disfarçar a surpresa e o pingo de esperança, afinal ele não esperava aquela resposta, mas o que está feito está feito, não é?

-- Você é o mais novo aqui—Bryan esboçou um sorriso, talvez pela saudade do termo “irmãozinho” saindo da boca de Alexander, talvez pela surpresa que sua resposta causou no irmão; há quanto tempo não o via esperançoso daquele jeito.

-- Senhor—Uma jovem jardineira chegou de mansinho, já imaginava que estava atrapalhando algum momento importante, então disse: --Com licença, desculpe atrapalhar, mas parece que um dos guardas estava procurando Vossa Majestade.

--Certo obrigado pelo aviso—Ele deu um olhar de despedida para Alexander e saiu.

-- Com licença—A jardineira disse e quanto estava prestes a sair Alexander a chamou.

-- Ei! Traga-me mais chá—O príncipe realmente queria mais chá, só não viu nenhum mordomo, então não achou que haveria problema em pedir a outro funcionário.

-- Desculpe, mas sou apenas uma jardineira Vossa Alteza!—Ela parecia confusa, por que raios pediriam chá para uma jardineira?

-- Certo, mas... Você tem pernas?

-- Sim, Vossa Alteza, mas por que a pergunta?

-- Não poderia ir andando até a cozinha para mim?

-- Nesse caso, Vossa Alteza também tem!

-- O que?—Alex ainda estava aéreo da conversa anterior.

--Pernas!

-- O que disse?

-- Eu disse... – A jardineira estava prestes a responder quando notou que estava falando com o príncipe e aquilo poderia custar seu emprego—Eu disse que já vou.

A jovem foi até a cozinha do castelo que era consideravelmente longe e pediu a uma das cozinheiras que preparasse o chá. Demorou um pouco, e quando o chá estava pronto pegou um atalho até o jardim. Quando chegou lá encontrou o príncipe adormecido. Ela poderia colocar alguma erva que provocasse uma desordem intestinal, mas optou por uma vingança menos radical. A jardineira tomou um gole do chá e fez uma careta. Chá de erva doce, eca! Colocou a xícara e a jarra com mais chá na mesa e deixou-o descansar.

-- Deve ser bem difícil mesmo não é Vossa Preguicesa—Falou baixinho pra si mesma e voltou para sua estufa.

Enquanto a tarde foi atarefada para o rei, o nosso príncipe dormiu tranquilamente até às 16h, quando foi chamado para o café da tarde. Alex tinha dispensado seus amigos de outros reinos há muito tempo, então o café era quase sempre solitário, ou na companhia do irmão e, nesse caso, raramente sem discussões. Naquela tarde foi solitário mesmo. Ele pediu um chá de erva doce novamente, pois o outro havia esfriado.

-- Jardineira incompetente, por que não me acordou?—pensava consigo.

Mais tarde o príncipe foi atrás da jardineira tirar satisfação, ele até estava em um bom dia, mas não queria deixá-la se safar tão fácil. Andou um pouco pelo jardim, era lá que ela trabalhava, certo? Encontrou uma estufa e resolveu entrar.

-- Olá? Jardineira?—Alex se perguntava onde ela estaria.

-- Pois não?—A jardineira apareceu com uma flor no cabelo, um Príncipe Negro. Alexander se surpreendeu com o modo como a flor destacava seu cabelo e olhos. —Ah, Vossa Alteza! Mais chá?

--Acha mesmo que eu viria do castelo até aqui pedir-lhe para me trazer chá? Seria mais fácil ir até a cozinha!—O sarcasmo da jovem impressionou-o.

-- Uma pena! Achei mesmo que tinha gostado das minhas pernas e as prefiria!! – Ela percebeu que falava com o 2º príncipe, então se corrigiu. – Desculpe-me, Vossa Alteza, não era minha intenção...

-- Tudo bem, eu só gostaria de saber por que não me acordou à tarde?

--Ah, aquilo? Você parecia cansado.

--Um príncipe tem vários deveres, não sou desocupado se é o que te parece.

--Sinto muito. Mas como estava o chá?

-- Não tomei, ele esfriou!

-- Garanto que o gosto não melhora quando está quente! Hahaha—Foi quando a jardineira percebeu o que havia dito—Quer dizer... Não que eu tenha provado... É que...

-- Não me acordou, tomou meu chá; quem te contratou? – Alex estava achando a situação até engraçada, mas não poderia se deixar levar por uma garotinha travessa. – Eu poderia te punir se eu quisesse.

-- Por favor, não! Eu sou uma estudante aqui!! É a minha única chance de estudar botânica! – A garota estava desesperada, pois adorava seu estágio no castelo e não queria voltar pra cidade, onde não tinha lugar—Posso levar chá para você o quanto quiser, ou ate mesmo virar seu despertador pessoal, eu juro!

-- Mas o que? –Alex estava até se divertindo—Não parecem más idéias, mas o que pensariam de mim? Você escapa só dessa vez. Está me devendo uma!

--Uhum. Ok. Muito obrigado!! Mesmo mesmo!!

--Mas antes me diga seu nome e idade

-- Sou Helena, tenho 15 anos.

--Sou o 2° príncipe de Starstone, Alexander Moon, 17 anos.

--Prazer Vossa Alteza.

--Prazer senhorita.

Depois disso Alex se despediu e voltou para o castelo, enquanto Helena voltou para o dormitório dos funcionários. Eles pareciam ter uma aura idêntica, algum tipo de conexão. Estariam ambos... Felizes?

Helena chegou ao dormitório, bem cansada do dia agitado e foi direto pra cama. Como era a mais nova, dormia em um quarto sozinha, somente na companhia de seu ursinho Robin, como nas histórias de Robin Hood que ela tanto adorava, aliás, Helena adorava ajudar os outros e ler. O curioso é que Helena sempre odiou os membros da nobreza, o modo como se elevavam humilhando os outros, por isso estava surpresa por ter se dado até que bem com o príncipe. Mas sempre haverá exceções.

Enquanto a Alexander, retornou ao quarto assim que chegou ao castelo e se permitiu imaginar por poucos segundos como o Príncipe Negro se encaixava perfeitamente no cabelo de Helena.

-- Por que estou pensando naquela incompetente?—falou para si mesmo.

E pelo resto da noite ficou ansioso pelo dia seguinte, e pela semana seguinte e pelo desenrolar da sua proposta oferecida ao irmão. Ele fracassaria, afinal Alex já havia recusado o destino há muito tempo e ninguém mudaria isso.

 


Notas Finais


Vou deixar essa música como recomendação (não que ela tenha TUDO a ver, mas representa a juventude): Lean on -Major Lazer


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