História A última promessa - 10-10

Naquele momento meu mundo parou, como assim quem sou eu? Eu parei de me mover e o encarei incrédula antes de voltar a derramar lágrimas silenciosas, eu apenas fiquei ali plantada até ser desperta de meus devaneios pela voz do tio Akira
- Haru, vem comigo - ele disse cabisbaixo, eu não disse nada e só o segui, fomos para o corredor fora da sala
- Haru... - ele suspirou antes de continuar
- Ren teve uma amnésia e não sabemos se ele vai se curar - ele fez uma breve pausa
- ele não se lembra nem de nós - continuou e eu percebi sua voz trêmula
- Ren é forte, é claro que ele vai se curar - me aproximei e o abracei de lado
- Eu só te peço que não desista dele agora, não desista do meu filho - ele parecia preocupado e eu o confortei  soltando o mesmo de meu abraço e segurando suas mãos dando tapinhas amigáveis em uma delas
- Você sabe que eu não vou - dei um sorriso com a intenção de conforto porém eu estava muito tensa
- Volte pra sala e fale com Raquel, depois acho melhor você ir pra casa e se recuperar do choque - assim como aconselhado eu o fiz, entrei na sala e vi que Ren havia dormido, cheguei perto de sua mãe e a toquei no ombro fazendo a maior levantar, ela me envolveu em um abraço enquanto eu dizia que tudo iria ficar bem.
Cheguei em casa mas não tinha ninguém o que me fez ir direto pro quarto, me joguei em minha cama raciocinando sobre oque tinha acontecido então eu pensei "Eu preciso do Kim". Liguei para meu amigo e não demorou muito pra que o mesmo atendesse
- Já está com saudades boneca? - fiquei uns segundos em silêncio e ele deve ter percebido que tinha algo estranho
- tá tudo bem?
- O Ren, ele acordou
- Mas isso é ótimo, porque você está com a voz estranha?
- Ele teve amnésia - Kim ficou em silêncio por cerca de 10 segundos antes de responder
- Faça ele se lembrar
- Eu não posso fazer isso, eu não tenho nenhum super poder
- Você pode, você ama ele não é? Certifique-se de não desistir dele, conte oque aconteceu no passado, mostre objetos significativos
- Sabe... eu estou com medo de voltar ao hospital depois de hoje
- Não precisa ter medo princesa, ele não vai te tratar mal nem nada - suspirei  antes de voltar a falar
- Volta logo, eu preciso do meu melhor amigo
- Pensei que o Ren fosse seu melhor amigo
- Você também é meu melhor amigo
- Ah claro - ele pareceu se divertir
- Você precisa dormir, o dia não deve ter sido fácil pra você
- Boa noite criança idiota
- me chame de senpai, fighting - ele havia desligado então deixei meu celular de lado e logo adormeci.
Acordei com as batidas de alguém na porta, me sentei na cama e pedi que a pessoa entrasse, era Kenji, o que eu achei estranho
- Desde quando você bate? - ele apenas ignorou e sentou-se ao meu lado
- Já pode me contar o que aconteceu - respirei fundo e comecei, com o fim da história ele olhou em meus olhos e passou uma das mãos em meus cabelos
- Vá ao hospital mesmo que ele não se lembre - assenti e ele sorriu fraco
- Levanta - o mesmo fala antes de se levantar e sair pela porta, me joguei pra trás fitando o teto por algum tempo e logo me levantei.
Encontro minha família conversando sobre a mesa da cozinha
- Haru, aconteceu alguma coisa com aquela criança no hospital? - minha avó parecia preocupada e antes que eu pudesse responder Kenji interrompe
- Ela precisa sair agora, eu vou explicar tudo pra vocês - ele diz isso e me leva até a porta dando um beijo na minha testa e me desejando sorte logo após entra pra casa me deixando sozinha.
Fui até o hospital com passos lentos e a cada minuto que passava eu ficava mais preocupada, cheguei a sua frente e fiquei encarando o grande prédio pensando seriamente em voltar pra casa, eu estava com medo, medo de que Ren não me aceitaria, suspirei e entrei, fui até seu andar pelas escadas para que pudesse atrasar mesmo que por pouco tempo nosso encontro, respirei fundo ao ver que tinha chegado em frente à sua sala, "Não precisa se preocupar Haru, é o Ren de sempre" pensava tentando me acalmar.
Adentrei a sala abrindo a porta devagar e deixando a mesma aberta atrás de mim,  olho pro lugar em que Ren estaria e o percebo me fitando segurando um livro em suas mãos, ele me abre um sorriso e eu sinto borboletas no estômago, naquele momento eu percebi que esses anos todos eu não sentia falta dos nossos momentos e lembranças juntos, eu sentia falta dele. Não consegui retribuir o sorriso mas me aproximei e me sentei a cadeira em frente à sua cama, ele fecha o livro o colocando de lado sobre uma mesinha, então me olha novamente, eu estava olhando fixamente cada detalhe seu, não parei de olhar mesmo ele percebendo, eu precisava daquilo, precisava ver seu rosto sem máquinas o cobrindo, ele havia crescido tão bem e se tornado muito bonito. Sou despertada de meus pensamentos por sua voz que agora era masculina e forte diferente de anos atrás
- Oi Haru