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História A última promessa - 6-6


Escrita por: heuehehwhe

Capítulo 6 - 6-6


Senti um movimento em baixo de uma de minhas mãos, era meu celular vibrando em cima do meu colo, soltei a mão de Ren e atendi, era minha mãe
- Mãe?
- Haru, seu irmão me disse que você está no hospital, tá tudo bem? - Kenji, aquele idiota, eu ia enxer ele de porradas quando chegasse em casa
- tá tudo bem sim mãe
- então porque?....
- ahn, mãe? - estava sem jeito de falar pra ela que eu tinha encontrado Ren, ela gostava dele e sabia de todos os meus sentimentos por ele, não queria deixa-lá triste
- eu... bem, eu encontrei Ren - ela ficou em silêncio, será possível que...
- você já sabia não é? Sabia que ele estava em coma esse tempo todo e nunca me disse nada
- me desculpe Haru, eu só não queria que você sofresse mais, foi um choque pra mim quando Raquel me ligou avisando, fiquei com medo de que você fizesse alguma coisa - Eu entendi os sentimentos de minha mãe, não podia ficar chateada com ela apesar de tudo
- Eu só tô cansada de ser a última a saber de tudo...
- Desculpa eu... - nem deu tempo da minha mãe terminar de falar quando escuto a porta sendo aberta, olho pra trás e vejo uma enfermeira muito informal aliás, ela estava mascando um chiclete com a boca aberta, seu uniforme era curto e dava pra perceber que ela tinha dobrado pra ficar assim e possuía uma caneta atrás da orelha. Ela se encostou na porta, cruzou os braços em cima do peito e me olhou de cima a baixo, é claro que me incomodei com a situação
- Mãe depois eu te ligo - disse e desliguei o telefone
- acabou o horário de visitas gata - ela disse com ar de ironia e deboche, era nítido que ela não era asiática, não só pela aparência mas também por seu comportamento e falta de educação. Eu dei um beijo na testa de Ren, o olhei por alguns segundos e sai, escutei a enfermeira bufando atrás de mim,  eu não tinha gostado dela.
Cheguei em casa por volta das 16:30, meus avós não estavam, entrei e tranquei a porta atrás de mim, então começo a fechar as janelas do andar de baixo para me certificar de que Kenji não fugiria das porradas que eu ia dar nele. Fechei todas as janelas sem nenhum barulho, ele não estava no primeiro andar, então eu fui até a cozinha e peguei uma colher de pau, quando cheguei na frente da escada comecei a gritar meu irmão
- KENJI EU VOU MATAR VOCÊ - subi até seu quarto e dei um chute na porta, ele estava escondido em baixo da cama, eu consegui ver seus pés, parece que ele sabia oque tinha feito
- Eu vou dar uma chance pra você correr porque isso já é muita burrice - ele saiu de baixo da cama com certa dificuldade, quando se levantou e se virou pra mim viu que eu estava com os braços cruzados com uma colher de pau na mão
- H-haru ME DESCULPA - ele disse já correndo, eu corri atrás, estávamos descendo as escadas quase rolando
- PORQUE VOCÊ LIGOU PRA MÃE, EU DISSE QUE TAVA TUDO BEM - estávamos na sala, ele estava atrás do sofá e eu do outro lado, quando ele percebeu meu movimento logo pulou o sofá e pegou uma almofada
- EU ESTAVA PREOCUPADO, NÃO ME CULPE
- EU VOU... - antes que eu pudesse terminar a frase sinto um vento forte na minha direção, não consegui me mover, foi muito rápido,  Kenji tinha jogado uma almofada na minha cara, eu levantei a colher de pau e o ameacei
- EU JOGUEI UMA ALMOFADA -  Então eu também peguei uma almofada, joguei e acertei em cheio seu nariz
- se me atacar eu destruo - disse me gabando da minha boa mira
- Ah é - ele disse enquanto jogava outra almofada. Iniciamos uma guerra de travesseiros, ficamos atacando um ao outro por uns 10 minutos até nos jogarmos no chão completamente cansados
- não vai me contar oque aconteceu? - Kenji perguntou sobre mais cedo
- vamos lá pro quarto - subimos as escadas e fomos pro meu quarto, eu deitei em minha cama, Kenji sentou em posição borboleta e deitou minha cabeça em cima de seu colo e começou a mexer nos meus cabelos
- Eu vou dormir assim
- não antes de me contar oque aconteceu  - contei tudo pra ele, Kenji sempre levava eu e Ren para tomarmos sorvete quando éramos mais novos, desde novo ele já era responsável. Ele ouviu toda a história sem abrir a boca.
Quando finalmente terminei de falar Kenji ficou em silêncio, e eu automaticamente já sabia que ele iria me dar um conselho, ele sempre pensava antes de dar algum, mas seus conselhos sempre me ajudavam
- só oque você pode fazer é esperar Haru, continue visitando Ren no hospital, mesmo que ele não esteja consciente converse com ele, os médicos dizem que o paciente sente quando alguém cuida dele, eu queria poder te ajudar mais, me desculpa... - Eu levanto de seu colo e fico de frente pra ele,  eu o abraço
- Você já ajudou bastante
- obrigada bebê - ele solta um risinho desapontado.
Escutamos a porta de casa se abrir, parece que nossos avós chegaram, descemos pro andar de baixo juntos, minha avó parecia preocupada
- Está tudo bem com você amorzinho?  Seu irmão disse que você foi ao hospital - sorri pra minha avó, ela era tão carinhosa comigo
- Está tudo bem vó, eu só encontrei um velho amigo e ele está passando por um momento difícil - disse tentando disfarçar a cara triste
- não vou jantar hoje ok? Estou com muito sono - digo e a abraço, vou pra perto do meu avô e dou um beijo em sua bochecha
- oi vovô - disse sorrindo, ele apenas fez um sinal dizendo que estava tudo bem, ele era vergonhoso com esses gestos.
Passo por Kenji e dou um tapa em sua testa
- Boa noite seu tapado
- É ASSIM QUE VOCÊ ME TRATA DEPOIS DE TUDO QUE EU FIZ POR VOCÊ?  - escuto ele gritando enquanto eu ia pro meu quarto, dei uma risada e continuei meu caminho, assim que entrei em meu quarto fechei a porta e fui pro meu banheiro, tomei um banho demorado e vesti meu pijama,  deitei na cama e fiquei pensando em Ren, finalmente eu tinha o encontrado estava feliz e triste ao mesmo tempo, ele devia estar sofrendo muito naquela situação, depois de pensar muito eu finalmente apago.
Duas semanas se passaram desde que eu encontrei Ren, eu o visitava todos os dias depois da escola, ainda tinha os encontros desagradáveis com aquela enfermeira, mas não me deixava abalar. Uma vez fui visitar tia Raquel em seu trabalho, ela me convidou pra ir à sua casa, e é claro que eu aceitei. Quando chegamos me deparo com tio Akira
- Raquel, quem é essa? - ele pergunta meio sem jeito
- como assim você não lembra da Haru? - ele me olhou espantado e arregalou os olhos
- HARU, como você cresceu e... está bonita - ele diz tentando disfarçar que não tinha se lembrado de mim
- quanto tempo não é mesmo?  - disse sorrindo
- a Raquel me disse que você está visitando Ren todos os dias, é bom que esteja cuidando direito dele - ele diz num tom de brincadeira
- pode apostar que sim - disse sorrindo, estava com saudades do bom humor do tio Akira
- Haru, tenho uma coisa pra te mostrar, vem comigo - tia Raquel disse então eu a sigo, entramos em seu quarto, ela diz pra mim me sentar em sua cama e eu obedeço, ela vai até um armário e o destranca, pega um álbum que estava bem empoeirado, o assopra e vem até mim
- isso é um álbum de fotos seu e de Ren - ela disse calma e sorridente. Enquanto ela ia me mostrando as fotos me contava a história de cada uma delas, tinha várias fotos desde em que estávamos no maternal, eu me divertia com as histórias, então chegou a última foto do álbum, nós tínhamos 10 anos e foi o ano de nossa despedida, eu me lembrava desse dia claramente, foi uma semana antes de nossa despedida, e nós estávamos com os braços em volta um do ombro do outro sorrindo pra câmera, Ren fazia o sinal de V, aquele sorriso dele... passei a mão em cima da foto relembrando aquele momento, nós estávamos em um parquinho, e tiramos a foto logo após eu ter me machucado, estava correndo atrás de Ren, quando tropecei em uma pedra e cai, eu não chorei porque a vergonha foi maior, Ren veio me ajudar, ele me deu a mão e me levou até o banco de sua mãe, ela me sentou e colocou um band-aid no ferimento, então veio na cabeça de Ren que ele queria guardar o momento.
- pode pegar pra você - tia Raquel diz e me entrega a foto
- mas...
- Não se preocupe, eu tenho uma cópia - ela sorri tentando me aliviar. Olhei no celular pra ver que horas eram e já era muito tarde!
- obrigada por me convidar, mas já está ficando tarde - disse e vou me levantando
- tudo bem, eu te levo até a porta - dou um tchau pro tio Akira quando o vejo
- venha mais vezes!
- sempre que quiser - disse enquanto acenava, eu me dava muito bem com o pai de Ren, e isso era bom. Chegando na porta me despeço de tia Raquel e resolvo ir pra casa andando, era uns 20 minutos de caminhada ou até menos, mas fui devagar para ter tempo pra pensar. Enquanto andava eu pensava se Ren ia acordar, olhava pra foto que tia Raquel me deu e ficava triste, sem esperança, não estava aguentando mais aquilo, ele estava em coma desde 2011 e seria muito difícil dele acordar, não queria sentir a dor da perda, foi quando tomei uma decisão, eu ia me suicidar.
Fui até um farol e esperei o sinal de pedestres ficar vermelho, todas as pessoas já tinham atravessado e eu tinha ficado sozinha, quando os carros começaram a se movimentar eu me mexi, inspirei bem forte e pensei "esse é meu último suspiro" estava vindo um caminhão,  a oportunidade perfeita, olhei uma última vez pra foto e deixei uma lágrima cair em cima dela, a guardei no meu bolso e olhei pra cima com os olhos cheios de lágrimas, dei um passo para frente, e mais outro, já podia sentir o vento frio dos carros passando em alta velocidade sobre meu rosto,  eu estava partindo, deixando aquele mundo.


Notas Finais


Oin -3- deu pra me redimir pela demora? Hue
Kissus ♡


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