- Magnífico! - exclamou Isabella, com a voz trêmula de emoção.
Contudo, ficara impressionada consigo mesma por ter conseguido pronunciar aquela palavra. Claro que não era suficiente para descrever todas as sensações que a invadiram nas últimas horas.
- Concordo. - Rafael roçou para o lado, lutando por respirar com normalidade, como um náufrago agonizante.
Mantendo o olhar fixo no teto, ela esperou até a visão voltar ao normal para falar:
- Embora eu não tenha experiência sobre o assunto, acho que foi bom.
Um leve sorriso curvou os lábios dele.
- Hum, hum... Eu diria que sim.
- Meu Deus, jamais imaginei me ouvir perguntando isso a alguém. Parece até que estou assistindo a um filme bobo e antigo, mas não posso evitar, porque de fato quero mesmo saber... e como saberia se não perguntasse? Portanto, pensando bem, não é tão antiquado assim.
Rafael ergueu a mão.
- Sobre o que está falando, Bella?
- Foi bom para você?
Ele lhe dirigiu um olhar repleto de significado. A expressão das íris, iluminadas por um brilho malicioso, revelava mais do que qualquer coisa que pudesse dizer. Mas ainda era mais gratificante ouvi-lo falar.
- Foi o máximo! - murmurou, encarando-a como se a estivesse vendo pela primeira vez. - Sensacional! Esplêndido!
Aproximando-se mais, acariciou Isabella, e ela adorou o toque. A respiração dela tornou-se mais rápida, e um desejo louca, agora familiar, cresceu em seu interior.
- Oh, meu Deus... - Contorcendo-se, encorajou-o em silêncio.
Rafael captou aquela reação e sorriu.
- O que significa isso, mocinha?
Isabella suspirou.
- Não fazia a menor idéia de que eu poderia passar de virgem a pervertida no curto espaço de uma hora.
- Pervertida? Não acha que está exagerando?
- De que outra forma posso descrever meu comportamento?
Rafael gemeu, e seus braços moveram-se para enlaçá-la, fazendo-a debruçar-se sobre ele.
Isabella pôde ouvir o ritmo acelerado de seus corações. As mãos fortes exploravam-lhe as costas e os quadris. Fechando os olhos, entregou-se ao contato sensual dos dedos quentes e ágeis em sua carne. Das mãos que podiam levá-la às alturas.
Apertando-o mais contra si, sentiu a força de seu desejo. De súbito, um intenso fluxo de calor a invadiu, incendiando-a por completo.
- Rafael... Por favor...
- Quer que eu pare? - provocou-a.
Segurando-lhe o rosto entre as mãos, Isabella o olhou bem dentro dos olhos e advertiu:
- Não ouse, caubói!
Dizendo isso, ela o beijou. Bocas, lábios e línguas unidos num ritmo incontido, intensificando o contato de seus corpos.
Movendo-se contra a pele do peito rijo, Isabella aprofundou ainda mais o beijo, adorando o roçar dos seus seios nos contornos dos músculos bem delineados. Só havia paixão e desejo, fazendo com que todas as fibras de seu ser vibrassem.
Adorava o modo como ele a tocava. O som de sua voz, seu sorriso, seu sabor, seu cheiro. O amor que dedicava a Emily, a força que demonstrara, reconstruindo a própria vida após sua separação. O senso de humor e de responsabilidade. Enfim, amava aquele homem de todas as formas que uma mulher é capaz de amar. Desejava ficar perto dele, ser parte dele.
Aquela constatação atingiu-a com uma clareza surpreendente, enquanto as mãos de Rafael a exploravam com mais intimidade ainda.
Afastando os lábios dos dele devagar, pôs-se de joelhos e o fitou. A expressão de Rafael era de pura lascívia, e ela ofegou.
Meneando os quadris, ouviu-o gemer, fechando os olhos como se suplicasse por energia. Mas a súplica não teve tempo de ser atendida. Erguendo-se, Isabella o puxou. Orgulhosa, começou a se movimentar como bem queria, levando-o consigo.
Rafael a acolheu, preenchendo-a, alcançando as partes antes escuras e vazias de seu coração e de sua alma.
Os seios arredondados e ardentes pediam o toque daquelas mãos. O coração desejava com ansiedade ouvir as palavras que ele não estava disposto a pronunciar.
Isabella passou a se movimentar mais devagar, prolongando as sensações que explodiam dentro dela. Rafael a tocava com mestria, beliscando-lhe os mamilos sensíveis até levá-la à loucura.
E, quando seu cérebro se concentrou no prazer, tentou memorizar aquele instante. Queria guardá-lo no recesso mais profundo da mente. Não podia esquecer aquele momento especial. O momento em que descobrira seu amor por aquele homem e celebrava esse amor amoldando-se às formas viris, num ajuste tão perfeito que jamais julgou ser possível.
Rafael sentiu o sangue latejar-lhe nas veias, o corpo estremecer e o pensamento lógico se apagar. Tudo em que conseguia pensar era em prová-la, tocá-la, explorá-la. Queria se colocar sobre aquele corpo nu e macio. Afastar-lhe as pernas e desvendar-lhe os segredos. Queria tudo... E tinha de ser com ela.
Os cabelos loiros brilhavam como prata à luz do luar. A pele sedosa tinha aspecto de porcelana e o corpo curvilíneo, movendo-se de encontro ao dele, assemelhava-se ao de uma deusa mitológica.
Naquela noite, pensou que seria o professor. Mas, em vez disso, Isabella lhe ensinara o quando ainda precisava aprender. Jamais sentira algo parecido. Nunca experimentara... tamanho prazer com nenhuma outra mulher.
Isabella era especial e satisfazê-la tornara-se a coisa mais importante para ele. Mas aquele não era o melhor momento para tentar compreender o que se passava em seu íntimo.
Louco de paixão, desceu os dedos até o ponto sensível da anatomia dela, com um toque delicado que a fez delirar. Havia algo tão sedutor nesse gesto que Isabella não pôde impelir que seu coração disparasse uma vez mais. Enrijeceu-se, estreitando-se contra ele. E quando Rafael não conseguiu mais se conter, tomou-a nos braços, deitou-a de costas e a fitou com intensidade.
- Rafa...
- Bella... - Os lábios bem feitos se abriram num sorriso tenso. - Faça um favor a nós dois: fique quieta.
- Certo. - E cingiu as pernas ao redor dele.
Puxando-o para si, começou a se mover para a frente e para trás, cravando-lhe as unhas nas costas. A respiração de Rafael ficou pesada. E quando sentiu um espasmo violento que a fez convulsionar, esqueceu-se de tudo a sua volta, deixando-se levar num delírio alucinante. Num turbilhão de sensações inigualáveis.
°♡°
Uma ou duas horas mais tarde... quem poderia afirmar? Isabella caminhou do quarto até a cozinha, com a intenção de beber um copo de água e talvez comer algo. Nunca se sentira tão energizada, cansada, inebriada e... dolorida em toda sua vida.
Sexo, sem sombra de dúvida, era o melhor exercício do mundo, ao mesmo tempo cansativo e revigorante. Gostaria de saber porque ninguém jamais mencionara isso nos vídeos e livros sobre o assunto. Nada que havia sonhado se comparava ao que acabara de vivenciar ao lado daquele homem esplêndido. Apenas uma palavra o definia: sexy.
Um leve arrepio percorreu-lhe a espinha, impelindo-a a apertar as extremidades do roupão de Rafael ao redor da cintura. Encontrara aquela peça pendurada em um canto do banheiro e, como Rafael ainda cochilava, ela o vestiu. O toque da peça macia a envolvê-la causava-lhe um indescritível sentimento de proteção.
Caminhando na ponta dos pés, atravessou o corredor e alcançou a cozinha. Foi direto ao refrigerador e o abriu. Para sua surpresa, estava bem provido, levando-se em consideração o fato de que um homem fizera todas as comprar. E que homem!, pensou ela, pegando uma coxa de frango frita e uma garrafa de água.
Fechando o refrigerador, dirigiu-se à mesa e sentou-se. Procurou um guardanapo e em seguida abriu a garrafa, sorvendo o líquido até se satisfazer. Seu corpo ainda se encontrava trêmulo, e o raciocínio, confuso.
Tentava decidir o que fazer sobre seus sentimentos em relação a Rafael, quando a porta dos fundos se abriu de repente.
Levando a mão à garganta, Isabella ergueu-se, assustada, ao ouvir Rick gritar:
- Rafael!
- Céus... - Isabella ficou muito envergonhada.
Não só estava nua sob o roupão de Rafael, mas a veste encontrava rota, puída e... “Oh, por Deus! Será que esse detalhe tem alguma importância?!”
Um segundo depois, Rick a notou. Tirando o chapéu, fitou-a de alto a baixo, e em seguida baixou a cabeça, desviando o olhar.
- Desculpe-me, senhorita Santoni. Eu... bem... não sabia que você estava aqui. Vim procurar Rafael e...
Porque estaria tão encabulado? Pelo menos estava vestido! Ela, sim, tinha razões de sentir vergonha.
- Quem está gritando aí? - bradou Rafael, entrando apressado na cozinha.
O dorso bronzeado e musculoso estava desnudo. Era evidente que ele levara algum tempo para vestir a calça jeans e se esquecera de fechar o zíper e calçar os sapatos. Os cabelos escuros caíam-lhe em desalinho sobre a testa e parecia... que acabara de participar de uma maratona de sexo.
Rick encarou Rafael, passando a mão pelo queixo.
- Sinto muito interromper e... Olhe, eu apenas queria lhe dizer que Donna entrou em trabalho de parto e estamos indo para o hospital. Com certeza não estarei aqui pela manhã.
O olhar de Rafael se desviou de Rick para Isabella e voltou para o capataz. Batendo de leve nas costas do empregado, exclamou:
- Isso é maravilhoso! Dê um beijo em Donna por mim e diga que desejo toda a sorte do mundo a ela e ao bebê.
- Obrigado. - Rick deu uma olhada em Isabella, enquanto caminhava em direção à posta e, antes de sair, estacou e disse: - Boa noite, senhorita Santoni.
Uma vez a porta dos fundos fechada, ficaram a sós outra vez. Isabella encarou Rafael.
- Bem, essa foi boa!
Rafael curvou os lábios num sorriso.
- Mesmo se não a tivesse visto esta noite, Rick notaria seu carro amanhã de manhã. E descobriria que você passou a noite aqui.
- É verdade – admitiu, resignada. - Mas não se lembraria de mim vestida neste roupão.
Correndo os dedos pelo tecido atoalhado, acrescentou:
- E falando em roupões, caubói, está mais do que na hora de comprar um novo, sabia?
- Por quê? - Rafael deu um passo em sua direção. - De onde estou, parece excelente.
- Acha mesmo?
- Posso garantir.
Ao chegar mais perto, com um gesto sedutor, abriu-lhe a roupa. Suas mãos deslizaram pelas laterais e puxaram a pela, despindo-a. Com um gemido abafado, tocou-lhe os seios cheios e firmes.
- Meu Deus... - Isabella exalou um longo suspiro, adorando o contato dos dedos fortes em seus mamilos. Um toque íntimo e suave, que lhe provocava uma resposta selvagem e imediata.
- Pelo visto, estava faminta, não é? - perguntou ele, olhando a coxa de frango esquecida sobre a mesa.
- Hu-hum...
- Eu também. - E antes que ela pudesse entender o que estava acontecendo, Rafael tomou-a nos braços e a fez sentar sobre uma das extremidades do tampo, alojando-se entre suas pernas.
- Rafa... - Isabella sentiu o coração disparar dentro do peito, e teve a sensação de que ia explodir, quando ele se ajoelhou diante dela. - O que você está...
- Eu lhe disse que estava com fome. - Em seguida, afastou-lhe as coxas, mergulhando a cabeça, beijando-lhe os pêlos macios.
Excitada, Isabella se abriu por inteiro, permitindo a ele todo o acesso que queria.
Lutou para respirar. Não conseguia desviar os olhos do homem a sua frente. Inebriada, quase enlouqueceu, quando ele a beijou com uma lascívia estonteante.
Apertando com força as extremidades da velha mesa de carvalho, estremeceu e quase caiu ao sentir a língua quente provando-a, torturando-a. Jamais experimentara prazer semelhante.
“Não pare! Não pare!” Quase com desespero, afundou os dedos nos cabelos sedosos e os acariciou.
Perdida de volúpia, ergueu as pernas, descansando-as sobre os ombros dele. Os músculos dos braços de Rafael se contraíram, segurando-a com firmeza, enquanto seus lábios a levavam a lugares que Isabella jamais sonhou existirem.
Naquele instante, com os pensamentos desconexos, Isabella não pôde evitar que as palavras lhe escapassem da boca.
- Rafael... eu te amo!
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