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História A última virgem de Tesoro - Temperatura


Escrita por: forbiddenfruit

Notas do Autor


Eu sou muito distraída. Esqueci. Desculpa. Não me julguem.
Esse é pra você menina tamiris que me fez sofrer horrores com @ santovitti

Capítulo 9 - Temperatura


- Mas é um moço tão atraente! - Victoria encarava Isabella como se sua melhor amiga estivesse ficando louca.

- E aborrecido como ele só. - Deixou-se cair sobre o colorido sofá borgonhês de Vic.

Só de pensar no encontro da noite anterior, Isabella se sentia entediada até os ossos. Não que Guilherme fosse um sujeito ruim. Mas, mesmo que fosse apenas por sexo, gostaria de sair com alguém que fizesse seu corpo esquentar com um único olhar. E esse não era, de modo algum, o caso do deputado Hamacek.

- Ficou o tempo inteiro narrando com pormenores como ganhou a medalha de honra ao mérito. Gabando-se de ter sido o número um da classe de atiradores. Descrevendo como se faz para algemar uma pessoa.

- É mesmo? Hum...

Isabella sorriu.

- Pare com isso!

- Estou apenas pensando alto, querida.

- A questão é que não existiu...

- ...entusiasmo?

- Isso mesmo.

- E de repente está exigindo entusiasmo, excitação e até fogos de artifício, Bells?

- Bem...

Os olhos de Isabella deslizaram ao redor da sala. Aconchegante e confortável, a casa de Victoria era cheia de vida. Havia impressões digitais nas janelas, livros empilhados sobre as mesas e uma camada de pó sobre quase todos os móveis. Mas como costumava dizer a todos, não era nenhuma escrava do lar. Poderia muito bem se dedicar a uma boa faxina, mas sua filha seria um bebê apenas por um curto período, e queria aproveitar bem aquela fase.

Tracy, uma menina perfeitíssima, de seis meses de idade, crescia como... um pé de feijão. Rastejava pelo chão repleto de brinquedos, murmurando sons ininteligíveis. Isabella observou aquele ser tão pequenino e tão amado, e sentiu um aperto no coração. Do jeito que as coisas iam, jamais teria filhos. E essa simples constatação lhe causou arrepios.

- Continue, Bells. Você estava dizendo...

- ...que sua filha está cada dia mais bonita – elogiou, tentando mudar de assunto.

- Oh! Sim... Tracy é linda mesmo. - A distração não durou muito. - Então, tem alguém em mente que a estimule?

- Mais ou menos.

- E por acaso estamos falando de um belo fazendeiro com uma filha de cinco anos?

Isabella a encarou.

- Você é paranormal?

- Não sabia? Chame-me de Victoria, a Magnífica. Convenhamos, Isabella, tem passado quase todos os minutos do dia em companhia de Rafael Vitti nas duas últimas semanas. De quem mais poderíamos estar falando?

- Pelo amor de Deus! De qualquer outra pessoa!

- Rafael é um ótimo rapaz.

- Sim, é maravilhoso. Mas quer me ver pelas costas.

- Essa sua tendência a exagerar está passando dos limites.

- Não estou exagerando. - Isabella se lembrava de como Rafael praticamente a forçara a sair com Guilherme Hamacek. - Ele faz tudo o que pode para me manter a distância.

Victoria sorriu.

- Mesmo se mantiver distância, meu bem, poderá alcançá-lo.

- É fácil falar. Jeff se derrete todo sempre que olha para você.

- Querida, seja mais atirada. Nenhum homem resiste a isso.

Isabella achou graça. Entretanto, lembrou-se do olhar lascivo de Rafael ao fitá-la... E como o corpo másculo enrijecia quando estava a seu lado.

Suspirando, contente, disse a si mesma: Se conseguisse excitá-lo, talvez ele não impusesse resistência.

°♡°

O sol da tarde aquecia a terra e cobria de luz e calor as costas desnudas de Rafael. Jamais deveria ter ido à cidade na véspera. E muito menos ter ido à cada de Isabella. Não devia ter se torturado, imaginando-a nos braços do deputado, sendo beijada, tocada...

Apertando o martelo com força, bateu na cabeça de um prego, até transpassar a estaca da cerca de um lado ao outro. Uma pequena contração no braço direito o fez migrar os pensamentos para o que estava fazendo, durante um breve segundo.

Ao ouvir o barulhos familiar do motor de um carro se aproximando, sentiu um frio na boca do estômago. Voltou-se devagar, muito devagar, como se o fato de se virar depressa pudesse fazer o veículo desaparecer.

Quando a porta se abriu, Isabella saltou. A luminosidade solar cintilava nas pontas dos cabelos loiros, crianço efeitos brilhantes semelhantes a luz do sol.

Isabella cravou os olhos em Rafael, como se o magnetismo que emanasse dele fosse tão potente que não pudesse ser evitado. Até mesmo de longe, Rafael pôde sentir a energia poderosa daqueles olhos azuis sobre os seus, o que o fez prender a respiração.

Ela contornou o automóvel, com passos lentos, e sorriu. O olhar dele a varreu como se fosse um homem cego a quem de repente fora concedido o poder de enxergar. Reparou em cada detalhe das formas femininas, a pele macia do pescoço, os seios, que arfavam sobre o tecido, ombros, braços que o faziam arder de desejo. A bainha descosturada do short verde deixava à mostra parte das coxas bronzeadas.

Isabella caminhou alguns metros e descansou os antebraços no alto da cerca. Aquele gesto descobriu-lhe um pouco mais da cintura delgada. Rafael cerrou as pálpebras, tentando se controlar, e em seguida tornou a fitá-la.

- Quem será o próximo?

- O quê? - O sangue pulsava tão forte em suas têmporas que ele teve de se esforças para ouvir, quando ela repetiu a pergunta.

- Eu disse: quem será o próximo da sua lista?

Rafael pigarreou, prendeu o martelo no cinto e caminhou em direção a Isabella. Se a deixasse perceber o poder que seu olhar tinha sobre ele estaria perdido.

- Do que está falando?

- Sabe muito bem, Vitti. Futuros defloradores. Ainda se usa esse termo?

- Poderia ser mais clara? - Olhou-a bem fundo nos olhos.

Era menos perigoso do que se permitir outro rápido vislumbre daquela pele macia.

Isabella sorriu, e os lábios dele se apertaram.

- Vamos, Rafael... Suponho que Guilherme Hamacek não tenha sido sua melhor tentativa.

O nó que se hospedava no centro do tórax dele, desde a noite anterior, se dissolveu.

- Não gostou de Hamacek?

- Sem dúvida, trata-se de um rapaz agradável, mas em matéria de carícias, parece um cavalo.

- Ele a acariciou?

- Não era essa a intenção? - Isabella correu as pontas das unhas ao longo da extremidade da cerca. - Quero dizer, não posso perder a virgindade a menos que haja algum tipo de envolvimento, não concorda?

- Lógico. - Rafael acompanhava o movimento lânguido dos dedos dela.

- Mas não foi o que eu esperava... - Encolheu os ombros, e o tecido da blusa moldou-se à curva dos seios. - Você sabe, não é?

Tudo o que ele sabia era que, se não se afastasse daquela mulher o mais rápido possível, ela não teria de se preocupar em achar alguém para deflorá-la.

- Rafael? - Isabella chacoalhou a mão em frente do rosto dele.

- Sim!

- Você está bem?

- Estou. - Tirando o chapéu, passou a mão pelos cabelos.

Pelo menos, ficaria bem assim que pudesse mergulhar em bastante água fria. O mar da Groenlândia talvez fosse suficiente.

- Pois não parece – Isabella o provocou com uma ponta de malícia. Era bom saber que, mesmo não tendo muita experiência em matéria de flertes, era boa o bastante para deixar um homem de joelhos. - Talvez tenha pegado muito sol, hoje – sugeriu, fingindo estar preocupada.

- Já disse que estou bem, Santoni.

- Mas está fazendo muito calor. - Inclinou a cabeça para trás, acariciando o pescoço. - Tenho a impressão de que minha pele está pegando fogo.

Ele inalou lenta e profundamente. Rafael vibrou ao tomar consciência da facilidade com que conseguia excitá-lo.

- Tenho de voltar ao trabalho. - Com firmeza, Rafael se afastou alguns passos para trás.

- Certo. - Isabella o encarou. - Vou entrar e dar um beijo em Emily.

Rafael parou, engolindo com dificuldade, e a fitou por sobre o ombro.

- Pretende ficar mais tempo? - perguntou, olhando-a, ansioso.

- Evidente! - Esboçou um sorriso magnífico. - Ainda temos de pensar em alguém de sua lista, não é mesmo?

Girando nos calcanhares, Isabella se foi em direção a casa, meneando os quadris com um movimento provocante. Ao caminhar, podia sentir que Rafael a observava, e, se fosse feita de palha, teria se incendiado sob a admiração escaldante daquele turrão.

E era assim que se sentia. A pele ardendo, o corpo trêmulo, os joelhos bambos, o desejo tomando conta de cada fibra.

Então, quem estava torturando quem ali?

°♡°

Rafael chegou tarde. Rick estava passando cada vez mais tempo com Donna, e isso significava mais serviço para ele e menos tempo para Emily. Logo deveria ficar contente por Isabella estar ali, não é? Pelo menos sua filha estava feliz e bem-cuidada.

Entrando na cozinha, pendurou o chapéu na parede e deu uma olhada ao redor. Havia um prato coberto com uma tampa sobre o fogão. Alguns pratos tinham sido lavados e guardados, mas a mesa se mantinha posta apenas para uma pessoa. Pelo visto, Emily e Isabella já tinham jantado. E, apesar do fato de ter retardado seu retorno, ficou desapontado ao perceber que elas não o esperaram.

O relógio em cima da pia marcava dezenove horas e trinta minutos, e Rafael sentiu uma pontada de remorso. Estava quase na hora de Emily ir para cama e mal colocara os olhos na filha durante o dia. Entretanto, cuidaria disso tão logo tomasse uma ducha rápida e...

- Rafael? - A voz de Isabella veio da sala.

Ele refreou seus hormônios e caminhou pelo largo corredor.

- Sim, acabei de chegar, entrei e... - Estacou na entrada da sala.

Avistou Emily deitada no sofá sob uma grossa coberta, com Isabella a seu lado.

Preocupação e medo invadiram o peito de Rafael, ao cruzar o cômodo com rapidez. Ajoelhando-se ao lado da menina, observou o olhar preocupado de Isabella e perguntou:

- O que está havendo?

- Não sei. Emily estava bem alguns minutos atrás...

- Papai... não me sinto bem...

- Onde está doendo, minha querida? É sua barriga?

- Não. - A pequena colocou a mãozinha ao redor do pescoço. - Minha garganta dói.

- Rafael, eu juro, até alguns minutos atrás, Emily estava ótima. Estávamos desenhando...

- Crianças adoecem de repente – interrompeu-a, evitando olhá-la. - Não se preocupe com isso.

- Papai, está doendo...

- Fique calma, meu amor. Darei um jeito nisso.

Emily fechou os olhos e virou-se de lado. Rafael beijou-lhe a testa e levantou-se, fazendo um gesto para que Isabella o seguisse. Ela o fez, relutante, fitando a criança deitada, tão estranhamente quieta.

- Isabella, olhe, eu não queria pedir... Mas estou imundo. Importa-se de ficar com Emily enquanto tomo uma ducha rápida? Depois tomarei conta dela, e você poderá ir para casa.

Ela o encarou como se Rafael tivesse duas cabeças.

- Eu não vou a lugar algum! - afirmou, após alguns minutos calada.

- Você não precisa ficar, Srta. Emily já teve isso antes. É apenas uma dor de garganta. Vou lhe dar um remédio para a febre, e ela logo ficará bem.

- É óbvio que ficará bem. - Cruzou os braços sobre o peito e lançou-lhe um olhar irredutível. - E eu ficarei aqui para constatar isso com meus próprios olhos.

- Bella? - soou uma lamúria baixa, vinda do sofá. - Leia para mim...

Ela estremeceu, e a emoção marejou-lhe os olhos. Virou-se para ficar a criança.

- Já estou indo, anjinho. - Em seguida, dirigiu-se de novo para Rafael, acrescentando em uma entonação que não admitia réplica: - Ande, vá tomar um banho e depois jante. E pode ir se acostumando com minha presença, porque não irei embora.

Então, antes que ele pudesse argumentar, deu-lhe as costas e se afastou em direção à menina. Apanhando o livro favorito de Emily, começou a ler, e o som calmo, carinhoso e suave de sua voz inundou o ambiente.

Rafael as observava. Ainda estava parado lá, quando Emily estendeu a mãozinha e segurou a de Dulce.

Aquela cena encheu-lhe o coração de ternura e calor humano. Vivia apenas com Emily havia tanto tempo que não sabia direito como compartilhá-la com outro alguém. Mas era evidente que a menina encontrara em Isabella algo de que precisava. E isso o preocupava. Porque, mais cedo ou mais tarde, Isabella deixaria de vir ao rancho. E o que seria de sua filha, quando perdesse a atenção dela?

°♡°

Duas horas mais tarde, Isabella se sentia exausta. Todos os pensamentos de sedução foram banidos, e concentrava sua atenção inteira em Emily.

A garota parecia tão frágil, tão desamparada deitada naquela cama cercada de bichinhos de pelúcia... As bochechas, coradas, e os olhos mostrando o brilho vítreo da febre.

- Leia outra vez – sussurrou a garotinha, e tamanha debilidade causou um nó na garganta de Isabella.

- Claro, querida. - E puxou a criança para o colo.

Emily aninhou-se no peito de Isabella e, mesmo sob o tecido da blusa, ela pôde sentir a quentura que emanava daquele corpinho, ardendo contra o seu.

A preocupação tomou conta dela e invadiu-lhe os sentidos. Mas releu o livro de contos, tentando distrair Emily. E, enquanto lia a história de um pequeno coelho doente e seus amigos, concentrou-se no contato suave de Emily encostada nela. Embora odiasse o fato de a criança estar doente, adorava sentir-se querida e saber que sua presença confortava a filha de Rafael.

- Será que estarei boa na sexta-feira?

Isabellla parou de ler e contemplou os tristes olhos castanhos que a fitavam.

- Não sei, meu anjo. Por quê?

- Mandy, uma colega de minha classe, fará aniversário, e nós íamos dormir na casa dela e fazer um monte de coisas...

O lábio inferior da menina se contraiu, e uma lágrima deslizou do olho esquerdo, rolando ao longo da face gordinha.

- Minha doçura, não chore...

- Quem está chorando? - Rafael quis saber.

Isabella deparou-se com Rafael apoiado contra o batente, com as mãos nos bolsos do jeans. Desde quando estaria parado lá?

- Eu, papai. - Emily o fitou com o rosto inundado de lágrimas.

Rafael sorriu, muito suave, entrou no quarto e se sentou em frente a Isabella.

- Não se preocupe sobre a festa, querida. - Ele afagava o rosto febril. - Você ficará boa até lá.

- Tem certeza? - A menina esboçou um meio sorriso.

- Sim! Agora, por que não tenta dormir?

- Certo. - A garotinha abraçou Isabella e se colocou numa posição confortável.

Rafael meneou a cabeça.

- Não seria melhor você se deitar, amorzinho?

- Bella está lendo para mim, papai.

- Sim. - Isabella sorriu. - Estou lendo para Emily.

Um sorriso largo curvou os lábios bem-feitos de Rafael. O impacto sensual daquela masculinidade era tanto que Isabella podia sentir suas células vibrando.

Respirando fundo, obrigou-se a desviar o rosto, ficando o olhar nas páginas do livro que mal podia ver devido à névoa de volúpia que lhe toldava a visão.

Como Rafael podia fazer isso? Porque aquele homem a perturbava tanto? Como conseguia despertar-lhe a vontade irracional de arrancar as roupas e se atirar na fortaleza daqueles músculos?

- Importam-se de que eu fique escutando? - ele indagou, roupa, arrepiando a nuca de Isabella.

- Pode abraçar a Bella, também, papai.

Ela umedeceu os lábios, mesmo sem notar.

Rafael percebeu e lançou-lhe um olhar que a deixou tonta.


Notas Finais


Agora vai? Que Nossa senhora dos briocos nos proteja.
Se eu demorar pra postar pode reclamar comigo no twitter que vcs conhecem @ heysantovitti
Beijinhos na ponta do nariz 😘


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