História A vampira e a princesa (Bubbline) (Em Hiato) - Uma lasquinha

Um grito um tanto grosso acordava a princesa no susto. Ela cutucava a amada, que ainda a abraçava.
-Marcy, eu ouvi alguma coisa.
Dizia a princesa puxando um pouco o cobertor.
-Hmn.. deve ser só meu pai arrumando treta, ele pode parecer bom homem, mas é só perto de mim e também por que fiz ele prometer.
Ela dizia em sussurros ainda sonolenta.
-Levanta logo preguiçosa, vai lá ver.
Resmungava a princesa.
-Tá tá.
A vampira abria os olhos, franzia a testa e se levantava, vestindo suas roupas.
-O banheiro fica no fim do corredor, vou lavar a cara e ver o que é tá?
A princesa olhava as roupas ao chão.
-Vejo que gostou da minha calcinha.
Ela dava uma risada enquanto a vampira corava dando as costas, se retirando do quarto.

Marceline ia até o banheiro, lava o rosto, escova os dentes e penteava o próprio cabelo, não tinha pressa de ir ver o que estava acontecendo. Assim que terminava ela descia as escadas flutuando. Chegava até a sala, via que a casa estava toda marcada de sangue, com símbolos estranhos, havia ao chão uma cabra morta com vários chifres esquisitos.
-O que tá pegando aqui?
Ela via o pai dela com um chinelo na mão.
-Pare com isso seu monstro.
-Papai?
Ela se aproximava dele.
-Oi Marcinha.
Ele jogava o chinelo na cabeça do Menta, que caía ao chão. A vampira dava uma risada.
-O que aconteceu?
-Eu devo ter ensinado o que não devia a ele. Só queria explicar uns rituais de magia negra, esse doce tem muita afinidade com isso, aprendeu mais que eu e tem uns poderes loucos.
-Está com medo dele?
-Tsc.. nada disso mocinha, ele só faz umas magias estranhas que não consigo, aprendeu rápido demais apenas.
Ela dava uma risada ajudando o mordomo a levantar.
-Mentinha não fica usando suas magias no meu pai, ele gosta de parecer o mais forte sabe?
O mordomo dava uma risada.
-Obrigado amigão, por me ensinar, agora consigo proteger a princesa dos seus monstros estúpidos.
Hunson franzia a testa.
-Meu povo não é tão estúpido quanto esses doces irritantes.
Os dois se olhavam feio, parece que iriam brigar.
-Gente parem.
Marceline gritava. Bonnie logo descia as escadas bocejando.
-O que está acontecendo?
Pergunta a princesa.
-Esse traste ai é o rei da Noitosfera, tentou me comer.
O doce apontava para o homem.
-Não é verdade, só queria tirar uma lasquinha, não ia doer.
-Lasquinha é minha cabeça inteira seu imbecil.
-Gente parem.
A vampira ficava em frente aos dois. Jujuba estava boquiaberta.
-Um dos motivos para eu não conseguir descansar é esse povo da Noitosfera incomodando meus doces. Vc é a princesa da Noitosfera? Marcy, eu confiei em vc, eres um dos motivos dos ataques, graças a vcs meus doces mal dormem e eu menos ainda. Pra mim já chega, me levem pra casa, não quero mais ver vcs.
A princesa estava irada, cruzava os braços virando de costas para eles.
-Bonnie, não é bem assim. Os carinhas daqui mal me conhecem, sei das coisas horríveis que meu pai fez. Eu não sou assim, vc me conhece, as vezes gosto de assustar, mas não sou capaz de ferir alguém sem motivos.
Marceline se aproximava da princesa levando a mão ao ombro dela.
-Eu sou, devia comer mais almas filha, já que consegue sair da Noitosfera sem ser invocada, assim fica tão forte quanto o papai.
Entre lágrimas a princesa se virava, empurrando a vampira.
-Quero ir embora, pare de mentir pra mim. Até achei que fosse verdade que me amava, mas acho que era só um jeito cruel de me machucar.
Por mais que a princesa estivesse irritada não conseguia conter suas lágrimas.
-Bonnie, não é isso, te amo de verdade, quero ficar junto de vc.
A vampira estava tão tensa que ficava um tanto trêmula, sentia uma forte pontada no peito e um nó a garganta, mas não conseguia chorar, aquele misto de raiva de seu pai com tristeza pela briga da namorada, a deixava confusa.
-Pare de falar besteiras, pra mim acabou. Foi um erro aceitar sair e namorar com vc.
O mordomo se aproximava ainda um tanto chocado.
-Eu sei abrir um portal.
Ele desenhava algo ao chão.

Marceline olhava para o pai, que engolia em seco.
-Seu IDIOTA.. mentiu pra mim, disse que tentaria ser um bom pai, disse que iria se comportar na minha presença, mas nada basta pra vc, só pensa em si. Mamãe ficaria decepcionada.. estragou meu namoro.
Dessa vez lágrimas caiam do rosto dela, porém devido a sua grande raiva ela virava um grande morcego, saltando para cima do pai. Claro que Hunson não apanharia a toa, ele logo virava uma enorme criatura com uma esquisita cabeça tentando se livrar das garras dela. A casa era pequena demais para a briga, logo eles quebravam uma das paredes, indo para fora enquanto brigavam.
-Nossa, estão brigando.
A princesa observava a briga secando as lágrimas. Mal podia acreditar que estava na Noitosfera, cada criatura esquisita que ali caminhava. Menta iniciava o ritual para abrir o portal, já falava algumas palavras esquisitas.
-Está terminado, podemos ir.
Preocupada a princesa se afastava um pouco. Do portal, olhando a amada lutando contra seu pai, foi ela que causou aquilo? Lutando contra o próprio pai por ela ter brigado com ela, se bem que a culpa tinha sido dele mesmo. Tal ato fazia a princesa repensar no que dissera. E se estivesse errada? A vampira era híbrida, talvez não fosse igual ele, tanto que era capaz de brigar com o próprio pai para provar o amor por ela. Um belo e suicida ato, a princesa engolia em seco. Hunson tinha o dobro do tamanho dela transformado, ele também parecia muito mais forte, Marceline apanhava feio. O próprio pai batendo na filha? Que tipo de pai seria aquele, talvez um demônio ou apenas sem coração?

Hunson conseguia segurar a vampira pelo pescoço, enforcando a mesma. Ela se debatia tentando pensar em um jeito de se livrar daquilo. Ela logo fazia seu braço crescer, usando suas garras para arranhar a bochecha do pai. Que a soltava com um urro de dor.
-É boa de briga.
Dizia aquela voz assustadora e diabólica.
-Aprendi do pior jeito.
A voz da vampira ecoava um pouco, além de parecer rouca, já estava cansada. Com um soco bem forte, o pai dela a fazia voar longe, até bater em uma pedra, no qual ela retornava instantaneamente a sua forma original. Estava fraca, não conseguia retornar a batalha. Ele se aproximava dela pegando a mesma pelo pescoço.
-Últimas palavras?
A vampira fechava os olhos, não sabia o que aconteceria de ali em diante. Apenas esperava para o pior.

Hunson abria sua enorme boca repleta de dentes, iria sugar a alma da filha.
-Sério que vai fazer isso? Matar a própria filha? O que sua esposa diria?
A princesa dizia alto, já estava preocupada com o temperamento dele. Os olhos do demônio se voltavam a filha, ela parecia assustada, se lembrava vagamente de quando conheceu a mãe dela, que também estava assustada com a presença dele.
-O que estou fazendo?
Ele retornava a forma real, segurando a filha no colo.
-Desculpa Marcy, perdi o controle, sabe quando me transformo fico fora de mim. Desculpe se estraguei tudo.
O demônio encostava o rosto ao dela.
-Papai..
Ela abria os olhos.
-Desculpa descontar em ti, não queria perder a Bonnie, ainda acho que devia controlar seu gosto por docinhos.
Ele dava uma risada olhando a filha. Jujuba logo corria para perto.
-Está bem Marcy?
Ela leva as mãos ao rosto da vampira, parecia preocupada.
-Melhor agora.
Ela dizia com um sorriso aos lábios.
-Desculpe por tirar conclusões precipitadas. Vc é louca por lutar contra seu pai.. e isso tudo por mim.. Marcy, não poderia ter namorada melhor.
A princesa beijava a bochecha da vampira, que saltava do colo do pai para abraçar a amada. Hunson sorria e desviava o olhar.
-Não esperem muito de mim, sou um demônio.
Ele dava de ombros e se afastava.
-Melhor eu voltar ao trabalho, mande mensagens Marcinha.
A vampira segurava a mão da amada, o mordomo ainda esperava perto do portal, logo elas voltavam para a cozinha do castelo.
-Foi tudo muito louco. Seu pai pelo visto não regenera, ele tá com um arranhão feio na bochecha.
Jujuba dizia rindo.
-Sou metade vampira então né.. mas sabe, acho que cansei.
Marcy coçava a nuca um tanto sem graça, seu corpo estava meio dormente.
-Devia treinar um pouco seus poderes sabia?
A princesa recomendava.
-Se vc me ajudar, eu adoraria, não sei bem como fazer isso.
-Pode deixar, vou te ajudar a aprimorar suas habilidades, além de namorada será uma ótima guarda costas.
Bonnibel corava com um sorriso aos lábios. Os olhos da vampira brilhavam apenas de imaginar.
-As horas naquele lugar são diferente, passaram apenas 15 minutos.
O mordomo olhava o relógio.
-Então vamos para meu laboratório.
A princesa puxava a vampira para o laboratório, ia com um sorriso aos lábios, já imaginava o que poderia fazer para ajudar a outra com as habilidades.